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Universidade Federal do Espírito Santo 
 
 
Resumos de Aulas Teóricas 
Professora Kátia 
 
 
MEDICINA LEGAL, ÉTICA MÉDICA E PSICOLOGIA FORENSE 
 
 
 
 
 
FEITO POR: GUSTAVO LIMA 
COLABORAÇÃO: AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD E MONIQUE FORTES 
TURMA 97 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
Resumo de Medicina Legal – Primeira Aula 
TANATOLOGIA 
A tanatologia é o capítulo da Medicina Legal que estuda a morte e as suas consequências 
jurídicas. Sendo a MORTE definida como a cessação de todos os fenômenos vitais de modo 
definitivo, total e permanente (Irreversível), que na medicina é comprovado pela morte encefálica. 
No entanto, há casos em que este fenômeno é reversível como, por exemplo, em uma parada 
cardiorrespiratória. 
Em caso de morte o cadáver pode ser enviado a dois serviços: SVO ou DML. 
1) SVO – Serviço de Verificação de Óbito 
• Verifica o óbito e emite a causa da morte 
• Deve encaminhá-lo os casos de morte natural sem diagnóstico. Os casos diagnosticados 
possuem emissão de Declaração de Óbito (DO) na instituição de internação (hospital), não 
sendo necessário o seu encaminhamento ao SVO. 
• Neste serviço trabalham médicos da Secretaria Estadual de Saúde, e não 
necessariamente peritos forenses. 
• Existe aqui no ES, apenas em Vitória. 
• Para realização da necropsia é necessário a autorização da família. 
• Nos casos em que há falecimento de jovens em domicílio, que não possuem doença 
prévia, comumente são encaminhados ao SVO. Porém, como não possuem evidências de 
morte natural ou externa, este serviço encaminha ao DML, posto que esse não necessita 
da autorização da família para realização da necropsia. 
• É um dos serviços autorizados a emitir a DO. 
2) DML – Departamento Médico-Legal 
• Verifica o óbito e emite a causa da morte 
• Deve encaminha-lo os casos de morte que possuem implicação jurídica, ou seja, mortes 
de causas externas. 
• Neste serviço trabalham médicos peritos com vínculo a Policia Civil 
• Aqui no ES temos DML em Colatina, Linhares, Cachoeiro de Itapemirim e Vitória 
• Todo cadáver admitido no DML é submetido à necropsia, não dependendo da autorização 
da família. Pois o cadáver resultado de morte externa, por lei, pertence ao DML 
• Em casos de morte hospitalar em que a causa primária é externa e a família não aceita a 
necropsia, é indicado ao médico (mesmo que saiba o diagnóstico da morte), que se negue 
a emitir a DO e encaminhe o corpo ao DML. 
• É um dos serviços autorizados a emitir a DO. 
• Existem algumas mortes naturais que possuem nexo causal a causas externas: 
✓ Senhor de idade sofre queda no banheiro com fratura de fêmur, é atendido 
em um hospital e durante a internação apresenta tromboembolia gordurosa que 
evolui a óbito → apesar da causa primária dar morte ser uma tromboembolia 
gordurosa, esta possui relação com a queda sofrida em casa → logo, encaminha-se 
ao DML→ Em caso de seguro de vida, a família receberá o valor referente a uma 
morte por causa externa e não por morte natural. 
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AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
✓ Paciente vítima de acidente automobilístico com trauma cervical grave, 
resultando em paraplegia, e que mesmo depois de alguns anos, devido à 
imobilização em leito adquire uma infecção que evolui para sepse e depois óbito → 
enviar ao DML → morte por causa externa → e este provavelmente terá direito ao 
Seguro DPVAT. 
• Indivíduos mortos, mas com pendências com a justiça, mesmo que por causa natural, deve 
ser enviado ao DML para averiguação. 
• Nos casos em que há morte por broncoaspiração em ambiente hospitalar, tem-se esta 
como morte natural e o serviço hospitalar emite a DO. Em contrapartida, casos de 
broncoaspiração em ambiente domiciliar, a causa da morte é tida como externa e o corpo 
encaminhado ao DML. 
• O médico possui FÉ PÚBLICA e pode se portar ao serviço, e comunicar uma morte 
externa domiciliar e emitir a DO no DML (ex.: quando um de seus familiares falece em 
casa). O médico inclusive pode ser contratado para verificar a morte em domicílio, emitir a 
DO, recebendo pelos serviços prestados (muito raro hoje em dia). 
 3) Aspectos Jurídicos da Morte 
• Morte Natural = patológica e etária. 
• Morte Violenta = suicídio, homicídio ou acidente. 
• Morte Suspeita = sem evidências ou imprevista ou simuladamente acontecida. 
• Morte Agônica (previsível e esperada) = culmina da evolução de uma doença ou de um 
grave estado pós-traumático, sempre dentro do prognóstico do médico. 
• Morte Súbita (inesperada ou imprevista) = a pessoa morta apresentava boa saúde, mas, 
na maioria dos casos, já era portadora de qualquer doença potencialmente fatal e 
inesperadamente falece. 
4) Tanatognose 
• É o diagnostico da morte 
• Momento da morte 
➢ Parada cardiorrespiratória irreversível 
➢ Morte cerebral ou encefálica 
1. Lei nº 8489/94 – lei dos transplantes e retiradas de órgãos para fins 
terapêuticos ou científicos. 
2. Lei nº 9434/97 – art. 4º: caracterização do doador presumido 
3. Lei nº 10.211/01 – Altera a Lei nº 9434/97 e condiciona a retirada de órgãos à 
autorização do cônjuge ou parente de maior idade na sucessória reta ou 
colateral. 
 5) Artigo 162 do Código Penal 
A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência 
dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo o que declararão nos 
autos. 
6) Cronotanatognose 
É o diagnóstico do tempo da morte (também chamado de realidade da morte) pela observação 
das evidências ou dos sinais abióticos ou não vitais positivos: 
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AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
• Sinais recentes ou imediatos 
• Sinais mediatos ou consecutivos 
• Sinais tardios ou transformativos 
➢ Destrutivos 
➢ Conservativos 
A) Sinais Recentes ou Imediatos 
• Aspecto do corpo: fácies hipocrática (cadavérica) 
• Perda da consciência 
• Perda da sensibilidade 
• Imobilidade – perda do tônus muscular 
• Arreflexia – relaxamento dos esfíncteres (dilatador das pupilas, abertura dos olhos, queda 
do maxilar inferior, eliminação de fezes e urina) 
• Parada cardíaca (da circulação) 
• Parada respiratória – cessação da respiração (prova da vela, prova do espelho) 
• Silêncio de aparelhos 
➢ Eletrocardiograma 
➢ Eletroencefalograma – cassação de atividade cerebral 
• Fenômenos oculares 
➢ Opacificação do cristalino 
➢ Pálpebras semicerradas 
➢ Midríase 
➢ Mancha na esclerótica (Sinal de Sommer e Larcher) 
B) Sinais Mediatos ou Consecutivos 
1. Desidratação 
• Cutânea e do globo ocular 
• Diminuição do volume com consequente “crescimento”/evidenciamento de unhas e pêlos 
• Decréscimo de massa (peso) 
• Pergaminhamento da pele 
• Dessecamento das mucosas dos lábios 
2. Resfriamento do corpo 
• Lento nas 3 primeiras horas (0,5ºC/hora) 
• Rápido nas 6 horas seguintes (1ºC ou +/hora) 
• Nas ultimas horas volta a ser lento 
• Se o ambiente estiver quente, em lugar do resfriamento, poderá se dar o aquecimento do 
cadáver, já que a sua temperatura tende a se igualar a do ambiente. 
3. Rigidez cadavérica 
• A partir da terceira hora 
• Inicia-se pela pálpebra e maxilar inferior, seguindo-se a nuca e membros superiores e, por 
último, inferiores 
• Pode durar de 1 a 2 dias para depois desaparecer na mesma ordem em que apareceu 
• Espasmo cadavérico (morte violenta) 
4. Livores ou Hipóstases (depósitos ou sedimento de matéria orgânica) 
• Nas áreas de decúbito, respeitando as áreas de contato, pressão ou dobras (vísceras ou 
cutâneos) 
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AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
• Inicio:imediato. Evidente: 2 a 3 horas. Fixação: 6 a 8 horas. 
5. Mancha verde abdominal 
• Sinal de início de putrefação, evidente 16 a 18 horas e decorrente de ação microbiana. 
• Mais precoce nos idosos, fetos e afogados (no tórax) 
 
C) Sinais Tardios Destrutivos 
Autólise = é a destruição do corpo pela liquefação ácida, intra e extracelular 
Putrefação = é o sinal mais comum e apresenta 4 fases: 
1. Cromática: tonalidade escurecida da pele (20 h) com cheiro característico (transformação 
da hemoglobina). O cadáver adquire tonalidade verde enegrecida, que lhe é conferida, 
entre 20 e 24h após óbito, pela sulfemetahemoglobina (resultante da combinação do 
hidrogênio sulfurado com hemoglobina). A atividade bacteriana de natureza putrefativa no 
ceco desenvolve o gás sulfídrico. O enxofre combina com a hemoglobina para formar um 
pigmento verde, a sulfemoglobina. 
2. Gasosa (expansiva): 2º ao 8º dia. 
• Aumento do volume do corpo – Efisema cutâneo 
• Circulação Póstuma de Brouardel – desenhos produzidos pelos vasos sanguíneos 
subcutâneos preenchidos por sulfahemoglobina e hematina 
• Flictenas (pequena pústula em forma de vesícula) 
• Eliminação de gases 
• Aspecto gigantesco e deformado (posição de lutador) 
3. Coliquativo: dissolução pútrida com liquefação de vísceras e dos tecidos moles. 
Desidratação e enrugamento (2 a 3 meses). 
4. Esqueletização: pela ação da fauna e do meio ambiente com destruição dos tecidos, 
restando apenas esqueleto, cabelos e dentes (3anos). 
 
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS 
Livor mortis ou machas de hipóstases ou livor cadavérico 
Algor mortis ou esfriamento cadavérico 
Rigor mortis ou rigidez cadavérica 
LAR – livor, algor e rigor → TRÍADE DA MORTE 
 
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AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
 
Maceração = em ambientes úmidos e quentes 
• Destruição em meio líquido 
• Comum em fetos e nos afogados com formação de bolhas de conteúdo líquido e 
pardacento 
• Observa-se no cadáver o destacamento de amplos retalhos e de tegumentos cutâneos 
• O corpo perde a consistência inicial, o ventre se achata e os ossos se livram dos tecidos, 
ficando como se estivessem soltos. 
D) Sinais Tardios Conservativos 
Mumificação = processo pelo qual qualquer cadáver cujos tecidos moles, em vez de se 
decomporem pela putrefação, endurecem pela dessecação. 
FAUNA CADAVÉRICA 
Quando o cadáver permanece insepulto e abandonado sobre o solo por razoável tempo, 
nele se instalam pequenos animais (principalmente insetos) denominados como fauna 
cadavérica. Existe uma certa ordem de instalação destes animais: 
• Moscas comuns 
• Moscas verdes 
• Coleópteros, lepidópteros, etc. 
O estudo da fauna cadavérica pode ser importante para a cronotanatognose, pois o 
aparecimento de determinados insetos está relacionado ao tempo de morte. 
 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
• Natural: desidratação e secamento do corpo e da pele provocados pela ventilação, pela 
alta temperatura do solo ou local de sepultamento. 
• Artificial: requer processo especializado – formolização e embalsamamento. 
Calcificação = petrificação ou calcificação: ocorre nos fetos mortos e retidos na cavidade uterina 
(litopédios = criança de pedra) 
Corificação = fenômeno muito raro: cadáveres inumados em urnas metálicas (zinco) têm o corpo 
preservado da decomposição pela inibição dos fatores transformativos. 
Congelação = um cadáver submetido a baixíssima temperatura e por tempo prolongado pode se 
conservar integralmente por muito tempo. 
 
7) Homicídio 
Art. 121. Matar Alguém: ... 
Homicídio Qualificado 
Par.2. Se o homicídio é cometido: 
III – com o emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, 
ou de que possa resultar perigo comum. 
8) Laudo cadavérico 
Quesitos do laudo cadavérico 
1. Houve morte 
2. Qual a causa da morte 
3. Qual o instrumento ou meio que causou a morte 
4. Se foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura por meio insidioso 
ou cruel (resposta especificada). 
9) Doação de Órgãos e Cadáver 
• Após morte cerebral 
• Tem que haver circulação/respiração por meio de aparelhos, exceto para retirada de rins 
(30 min), córneas e ossos (6h). 
• Quem autoriza e firma em documento? 
• É proibida a comercialização de órgãos e tecidos humanos 
• Doador vivo: rim, parte do fígado, medula óssea. 
• Podem ser doados: pulmões, coração, fígado, rins, pâncreas, córneas, pele, válvulas 
cardíacas, veia safena, ossos, etc. 
• Cadáveres de morte externa 
➢ Pode doar órgãos 
➢ Não pode ser doado para Instituição de Ensino 
➢ Cremação só com liberação judicial, após inquérito do DML. 
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AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
• Cadáveres não reconhecidos no SVO são encaminhados ao DML, que podem seguir dois 
destinos: sepultamento ou doação para Instituição de Ensino. Porém há regras para 
doação: 
➢ O cadáver tem que estar a três meses sem reconhecimento 
➢ Toda a coleta de material para analise forense deve ter sido feita 
➢ Registro por foto 
➢ Na instituição deve ficar um ano formolizado sem poder ser usado (um prazo em 
que a família pode procurar) 
10) Destino do Cadáver 
• Inumação com ou sem necropsia 
• Imersão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES 
• Alguns corpos podem estar em áreas de declive, causando a drenagem de sangue 
para regiões mais declinadas, o que acarreta maior putrefação destas áreas. Em 
casos de asfixia o aporte sanguíneo é maior na região da cabeça, que possui estágio 
de putrefação mais avançado que o resto do corpo. 
• Em mulheres, é obrigatória a abertura do útero na necropsia 
• Em casos de asfixia é obrigatória a coleta de material do leito subungueal, pois a 
vitima para se defender muitas das vezes usa as unhas, conseguindo coletar material 
biológico do assassino. 
• A fase gasosa da putrefação é a de maior odor. 
• Se houver essas lesões no cadáver, provavelmente foram provocadas em vida 
➢ Sinais de vitalização 
➢ Dor, calor e rubor 
➢ Equimose, hematoma, trombo em vaso 
➢ Aspiração de corpo estranho (fuligem, carvão, etc) 
➢ Bolha de queimadura (região epidérmica avermelhada após retirada da bolha, 
líquido amarelado. Diferente do flictena, que o rompimento da bolha produz 
apenas fedor) 
➢ Fratura de base de crânio = retirar dura-máter para identificar possíveis 
coágulos. 
 
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AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
Resumo de Medicina Legal – Segunda Aula 
Declaração de Óbito (DO) 
A Declaração de Óbito é o documento-base do Sistema de Informações sobre Mortalidade do 
Ministério da Saúde (SIM/MS). É composta de três vias auto-copiativas, pré-enumeradas 
sequencialmente, fornecida pelo Ministério da Saúde e distribuída pelas Secretarias Estaduais e 
Municipais de saúde conforme fluxo padronizado para todo o país. 
 
É necessário ter ciência de algumas coisas sobre a DO: 
• Não é de exclusividade de preenchimento médico 
• Em localidades em que não há médico, a DO pode ser preenchida por duas pessoas 
idôneas da comunidade, indicadas por alguma autoridade judicial e lavrada em cartório. 
• A DO pode ser solicitada por um médico na Secretaria de Saúde municipal, caso não haja 
serviço de verificação de óbito no município. 
• A Secretaria Estadual de Saúde é quem distribui os lotes de DO para as secretarias 
municipais, serviços de saúde e instituições de verificação de óbito, todas devidamente 
apresentando número de série. 
• DO de determinadas instituições de internação, só podem ser assinadas por médicos do 
serviço. 
 
Para que servem os dados de óbitos 
Além da sua função legal, os dados de óbitos são utilizados para conhecer a situação de saúdeda população e gerar ações visando a sua melhoria. Para tanto, devem ser fidedignos e refletir a 
realidade. As estatísticas de mortalidade são produzidas com base na DO emitida pelo médico. 
 
O papel do médico 
O médico tem responsabilidade ética e jurídica pelo preenchimento e pela assinatura da DO, 
assim como pelas informações registradas em todos os campos deste documento. Deve, 
portanto, revisar o documento antes de assiná-lo. 
 
O que o médico deve fazer 
• Preencher os dados de identificação com base em um documento da pessoa falecida. Na 
ausência de documento, caberá à autoridade policial proceder o reconhecimento do 
cadáver. 
• Registrar os dados na DO, sempre, com letra legível e sem abreviações ou rasuras. 
• Registrar as causas da morte, obedecendo ao disposto nas regras internacionais, 
anotando, preferencialmente, apenas um diagnóstico por linha e o tempo aproximado entre 
o início da doença e a morte. 
• Revisar se todos os campos estão preenchidos corretamente antes de assinar. 
 
OBS: Caso ocorra o óbito em uma cidade que não tenha SVO/DML e que não haja possibilidade 
de transferir o corpo para uma localidade que os tenha, o médico que se responsabilizar pela 
emissão da DO, deve preencher a causa morte como INDETERMINADA. 
Em caso de morte domiciliar o médico contratado para verificação do óbito NÃO deverá cobrar 
pela emissão do óbito, mas pode cobrar a consulta domiciliar. 
 
O que o médico não deve fazer 
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AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
• Assinar a DO em branco. 
• Preencher a DO sem, pessoalmente, examinar o corpo e constatar a morte. 
• Utilizar termos vagos para o registro das causas de morte, como parada cardíaca, parada 
cardiorrespiratória ou falência de múltiplos órgãos. 
• Cobrar pela emissão da DO. 
• Nota: O ato médico de examinar e constatar o óbito poderá ser cobrado desde que se trate 
de paciente particular a quem não vinha prestando assistência. 
 
Em que situação deve-se emitir a DO 
• Em todos os óbitos (natural ou violento). 
• Quando a criança nascer viva e morrer logo após o nascimento, independentemente da 
duração da gestação, do peso do recém-nascido e do tempo que tenha permanecido vivo. 
• No óbito fetal, se a gestação teve duração igual ou superior a 20 semanas, ou o feto com 
peso igual ou superior a 500 gramas, ou estatura igual ou superior a 25 centímetros. 
 
Em que situação não emitir a DO 
• No óbito fetal, com gestação de menos de 20 semanas, ou feto com peso menor que 500 
gramas, ou estatura menor que 25 centímetros. 
• Nota: A legislação atualmente existente permite que, na prática, a emissão da DO seja 
facultativa para os casos em que a família queira realizar o sepultamento do produto de 
concepção. 
• Peças anatômicas amputadas - Para peças anatômicas retiradas por ato cirúrgico ou de 
membros amputados. Nesses casos, o médico elaborará um relatório em papel timbrado 
do hospital descrevendo o procedimento realizado. Esse documento será levado ao 
cemitério, caso o destino da peça venha a ser o sepultamento. 
 
OBS: Em caso de aborto domiciliar a mulher deverá ser encaminhada imediatamente a um 
serviço hospitalar e se necessário, de lá, encaminhada ao DML para verificar se o aborto foi 
espontâneo ou provocado. 
 
 
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AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
 
 
OBS: Em localidades do interior e sem DML, em casos de morte por causas externas, 
comumente uma autoridade policial ou judicial delega a um médico a função de perito legista 
eventual (ad hoc) de acordo com os seus interesses pessoais, de forma a conduzir a investigação 
e obter os resultados desejados. 
 
 
 
 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
Preenchimento da DO 
A DO é composta por nove blocos de informações de preenchimento obrigatório, a saber: 
I. É a parte da DO preenchida exclusivamente pelo Cartório de Registro Civil. 
II. Identificação do falecido: o médico deve dar especial atenção a esse bloco, dada a importância 
jurídica do documento. 
III. Residência: endereço habitual. 
IV. Local de ocorrência do óbito. 
V. Específico para óbitos fetais e de menores de um ano: são dados extremamente importantes 
para estudos da saúde materno-infantil. 
VI. Condições e causas do óbito: destacam-se os diagnósticos que levaram à morte, ou 
contribuíram para a mesma, ou estiveram presentes no momento do óbito. Dar especial atenção 
a óbitos de mulheres em idade fértil ao preencher os campos respectivos, visando estudos sobre 
mortalidade materna. 
VII. Os dados do médico que assinou a DO são importantes e devem ser preenchidos de maneira 
legível, pois trata-se de documento oficial, cujo responsável é o médico. Para elucidação de 
dúvidas sobre informações prestadas, o médico poderá ser contatado pelos órgãos competentes. 
VIII. Causas externas: os campos deverão ser preenchidos sempre que se tratar de morte 
decorrente de lesões causadas por homicídios, suicídios, acidentes ou mortes suspeitas. 
IX. A ser utilizado em localidade onde não exista médico, quando, então, o registro oficial do óbito 
será feito por duas testemunhas. 
 
Bloco I - Cartório 
Este bloco se destina a colher informações sobre o cartório do registro civil onde foi registrado o 
falecimento. O preenchimento deste bloco é de exclusividade do Oficial do Registro Civil. 
 
 
 
- Campo 1 – Cartório: colocar o nome do cartório. 
• Código: o código referente ao cartório será preenchido pelo setor responsável pelo processamento. 
- Campo 2 – Registro: anotar o número que foi dado ao registro. 
- Campo 3 – Data: anotar a data em que foi efetuado o registro. 
O ano deve conter quatro algarismos. 
- Campo 4 – Município: colocar o nome do município onde se localiza o cartório. 
- Campo 5 – UF: colocar a sigla da unidade da federação onde se localiza o cartório. 
- Campo 6 – Cemitério: colocar o nome do cemitério onde será feito o sepultamento. 
 
 
 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
Bloco II – Identificação 
Este bloco se destina a colher informações gerais sobre a identidade do falecido e dos pais, em 
caso de óbito fetal ou de menor de um ano. 
 
 
- Campo 7 – Tipo de Óbito: colocar um x na quadrícula correspondente ao tipo de óbito, se fetal ou não. 
- Campo 8 – Óbito: destina-se a colher informações sobre o momento temporal de ocorrência do evento. 
• Data: anotar a data em que ocorreu o óbito. O ano deverá conter quatro algarismos. 
• Hora: anotar a hora em que ocorreu o óbito. Este dado é de importância para o cartório. 
- Campo 9 – RIC: este campo foi criado prevendo a utilização do registro de identificação civil, número 
único para cada cidadão, de acordo com a Lei nº 9.454, de 07/04/1997 (3). Deve-se passar um traço neste 
campo nos estados onde o RIC não tiver ainda sido implantado. 
- Campo 10 – Naturalidade: colocar o nome do município de onde era natural o falecido, com a sigla da 
respectiva unidade da federação. Em caso de desconhecimento do município, colocar a sigla do estado. Em 
caso de estrangeiros, anotar o país de origem. Se a naturalidade não for conhecida, colocar um traço (-). 
- Campo 11 – Nome do Falecido: anotar o nome completo do falecido. 
- Campo 12 – Nome do Pai: anotar o nome completo do pai do falecido, principalmente em caso de óbito 
fetal ou de menor de um ano de idade. 
- Campo 13 – Nome da Mãe: anotar o nome completo da mãe do falecido, principalmente em caso de óbito 
fetal ou de menor de um ano de idade. 
- Campo 14 - Data de Nascimento: anotar a data de nascimento do falecido. O ano deverá conter quatro 
algarismos. 
- Campo 15 – Idade: Colocar a idade do falecido, como a seguir: 
• Anos Completos: colocar a idade do falecido em anos completos, quando for igual ou maior que um 
ano,ou quando a idade presumida estiver dentro destes limites; 
• Menores de um ano: quando a idade do falecido for menor que um ano, este campo deverá ser 
preenchido do seguinte modo: 
a) até um ano: colocar o número de meses completos de vida, se a criança tiver morrido com 
mais de um mês e menos de doze meses; 
b) até um mês: colocar o número de dias de vida, no caso em que a criança tenha morrido com 
mais de um dia e menos de trinta dias; 
c) até um dia: colocar o número de horas de vida, se a criança tiver morrido com mais de uma 
hora e menos de vinte e quatro horas; 
d) até uma hora: colocar, se possível, o número de minutos de vida, se a criança tiver morrido 
com menos de sessenta minutos 
- Campo 16 – Sexo: assinalar com um x a quadrícula correspondente ao tipo de sexo: M se masculino, F se 
feminino e I se ignorado, que só deverá ser preenchido em casos especiais, quando for de todo impossível o 
conhecimento do sexo. 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
- Campo 17 - Raça/Cor: assinalar a quadrícula correspondente com um x. Lembrar que esta variável não 
admite a alternativa Ignorada. Em caso de o óbito ser de indígena, marcar a quadrícula 5 e anotar à parte a 
etnia correspondente. Esta variável não se aplica a óbito fetal. 
- Campo 18 – Estado Civil: assinalar com um x a quadrícula correspondente ao estado civil do falecido. 
Não deve ser preenchida em caso de óbito fetal. 
- Campo 19 – Escolaridade: este campo não deve ser preenchido em caso de óbito fetal. A quadrícula 
correspondente ao grau de escolaridade do falecido deverá ser assinalada com um x, lembrando que este 
campo se refere ao número de anos de estudos concluídos com aprovação: 
1. Nenhuma: não sabe ler e escrever; 
2. de um a três anos: curso de alfabetização de adultos, primário ou elementar, primeiro grau ou 
fundamental; 
3. de quatro a sete anos: primário ou elementar, primeiro grau, ginásio, fundamental ou médio 
primeiro ciclo; 
4. de oito a 11 anos: primeiro grau ou fundamental, ginasial ou médio primeiro ciclo, segundo grau, 
colegial ou médio segundo ciclo; 
5. 12 e mais: segundo grau, colegial ou médio segundo ciclo e superior; 
9. Ignorado: se não houver como saber a escolaridade. 
- Campo 20 - Ocupação Habitual e Ramo de Atividade: este campo não deve ser preenchido para óbitos 
fetais nem para crianças com menos de cinco anos de idade. Ocupação habitual é o tipo de trabalho que o 
falecido desenvolveu na maior parte de sua vida produtiva. A informação deve ser detalhada, de modo a 
permitir uma boa classificação. Não preencher com ocupações vagas, como vendedor, operário, etc, mas 
com o complemento da ocupação: vendedor de automóveis, operário têxtil, etc. 
No caso de o falecido ser aposentado, deve ser colocada a ocupaçãohabitual anterior. Anotar estudante se o 
falecido, por ocasião do óbito, apenas estudava e não desenvolvia nenhuma atividade regularmente 
remunerada. 
O código correspondente à ocupação será preenchido no setor responsável pelo processamento dos dados. 
 
Bloco III – Residência 
Este bloco foi desmembrado do Bloco Identificação dos modelos anteriores, por questões 
operacionais, embora esta variável faça parte do conjunto de identificação do falecido. 
 
 
 
- Campo 21 – Logradouro: anotar o endereço completo, com número e complemento. O código 
correspondente será preenchido no setor responsável pelo processamento dos dados. 
- Campo 22 – CEP: este campo se refere ao Código de Endereçamento Postal, conforme consta do Guia 
Postal Brasileiro, editado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. 
- Campo 23 - Bairro/Distrito: anotar o bairro ou distrito do logradouro. O código correspondente será 
preenchido pelo setor responsável pelo processamento dos dados. 
- Campo 24 - Município de Residência: colocar o nome do município onde residia habitualmente o 
falecido. Em caso de óbito fetal, considerar o município de residência da mãe. O código correspondente será 
preenchido no setor responsável pelo processamento dos dados, utilizando o padrão do IBGE. 
- Campo 25 – UF: anotar a sigla da unidade da federação correspondente. 
 
 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
Bloco IV – Ocorrência 
Este bloco foi desmembrado do Bloco de Identificação, dos modelos anteriores. Destina-se a 
colher informações sobre o local (área física e não geográfica) onde ocorreu o óbito. 
 
 
 
- Campo 26 - Local de Ocorrência do Óbito: É indispensável assinalar com um x a quadrícula 
correspondente: 
1 - Hospital: se o óbito ocorreu em um estabelecimento de saúde que tem por finalidade básica prestar 
assistência médica, em regime de internação, possuindo leitos e instalações apropriadas com assistência 
médica permanente de pelo menos um médico (4). 
2 - Outros Estabelecimentos de Saúde: se o óbito ocorreu em outros estabelecimentos que prestam 
atenção à saúde coletiva ou individual, que não sejam hospitais, como, por exemplo, postos e centros de 
saúde; 
3 - Domicílio: se o óbito ocorreu em um domicílio; 
4 - Via Pública: se o óbito ocorreu em uma via pública; 
5 - Outros: se o óbito não ocorreu em um estabelecimento de saúde, nem em domicílio ou em via 
pública; 
9 - Ignorado: se não houver como saber onde ocorreu o óbito. 
- Campo 27 – Estabelecimento: este campo se refere ao nome do estabelecimento de saúde onde ocorreu o 
óbito, devendo ser preenchido apenas quando a informação prestada no campo 26 (local de ocorrência) tiver 
sido a alternativa 1- Hospital ou 2 - Outros Estabelecimentos de Saúde. 
O código para o estabelecimento será preenchido pelo setor responsável pelo processamento dos dados, 
segundo o respectivo cadastro. 
- Campo 28 - Endereço da Ocorrência: preencher com o endereço completo. Este campo deverá ser 
preenchido quando o óbito tiver ocorrido fora de um estabelecimento de saúde ou da residência do falecido, 
principalmente quando a informação prestada no campo 26 (Local de Ocorrência) tiver sido a alternativa 4 - 
Via Pública ou 5 - Outros. 
- Campo 29 – CEP: este campo se refere ao Código de Endereçamento Postal, conforme consta do Guia 
Postal Brasileiro, editado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. 
- Campo 30 - Bairro/Distrito: anotar o bairro ou distrito do logradouro. 
O código correspondente será preenchido no setor responsável pelo processamento dos dados. 
- Campo 31 - Município de Ocorrência: colocar o nome do município onde ocorreu o óbito. 
O código corresponde ao do IBGE e será colocado no setor responsável pelo processamento dos dados. 
- Campo 32 – UF: anotar a sigla do estado correspondente ao município onde ocorreu o óbito. 
 
Bloco V - Óbito Fetal ou Menor de um Ano 
Este bloco se destina a colher informações sobre a mãe, no que se refere à idade, grau de 
escolaridade, ocupação, gestação, tipo de parto e peso do filho ao nascer. Deve ser 
obrigatoriamente preenchido em casos de óbito fetal ou óbito em menor de um ano. 
 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
 
 
1) Informações sobre a mãe 
 
- Campo 33 – Idade: colocar a idade da mãe, em anos. 
- Campo 34 – Escolaridade: a quadrícula correspondente ao grau de escolaridade da mãe deverá ser 
assinalada com um x, lembrando que este campo se refere ao número de anos de estudos concluídos com 
aprovação: 
1 - Nenhuma: não sabe ler e escrever; 
2 - de um a três anos: curso de alfabetização de adultos, primário ou elementar, primeiro grau ou 
fundamental; 
3 - de quatro a sete anos: primário ou elementar, primeiro grau, fundamental, ginásio ou médio 
primeiro ciclo; 
4 - de oito a 11 anos: primeiro grau, fundamental, ginasial ou médio primeiro ciclo, segundo grau, 
colegial ou médio segundo ciclo; 
5 - 12 e mais: segundo grau, colegial ou médio segundo ciclo e superior; 
9 - Ignorado: se não houver como saber a escolaridade. 
- Campo 35 - Ocupação e Ramo de Atividade da Mãe: este campo se refere aotipo de trabalho 
desenvolvido pela mãe. A informação deve ser detalhada de modo a permitir uma boa classificação. 
No caso de a mãe ser aposentada, deve ser colocada a ocupação habitual anterior. Anotar estudante, se a mãe 
apenas estudar, sem desenvolver nenhuma atividade remunerada. 
O código correspondente à ocupação será preenchido no setor responsável pelo processamento dos dados. 
- Campo 36 - Número de Filhos Tidos: destina-se a informações sobre o número de filhos tidos, quer 
vivos, quer mortos, inclusive abortamentos. Esta variável deverá ser preenchida com dois algarismos para 
cada tipo. Se não houver informação a respeito, colocar 99. Lembrar que esta variável inclui o nascido morto 
a que se referir a Declaração. 
- Campo 37 - Duração da Gestação: assinalar com um x a quadrícula correspondente à duração da 
gestação, expressa em semanas. 
- Campo 38 - Tipo de Gravidez: assinalar com um x a quadrícula correspondente ao tipo de gravidez. Cada 
alternativa se refere ao número de conceptos para cada tipo, isto é, um feto, dois, 
três ou mais. 
- Campo 39 - Tipo de Parto: o tipo de parto deverá ser informado com a colocação de um x na quadrícula 
correspondente. A alternativa “Vaginal” inclui todos os partos por via baixa, incluindo 
fórceps e vácuo-extrator. 
- Campo 40 - Morte em Relação ao Parto: assinalar com um x a quadrícula correspondente ao óbito em 
relação ao parto, isto é, se ocorreu antes, durante ou depois. 
- Campo 41 - Peso ao Nascer: anotar o peso em gramas (quatro algarismos). 
- Campo 42 - Número da Declaração de Nascido Vivo: anotar o número da Declaração de Nascido Vivo 
(DN). 
 
 
 
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Bloco VI – Condições e Causas do Óbito 
Este bloco se destina a qualificar as condições e causas que provocaram o óbito. Contempla o 
modelo internacional de Atestado de Óbito adotado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), 
desde 1948. O preenchimento deste bloco é de responsabilidade exclusiva do médico e 
deverá ser preenchido para qualquer tipo de óbito, fetal ou não fetal. 
 
 
 
1) Óbitos em Mulheres 
Os campos 43 e 44 devem ser preenchidos somente para os casos de óbitos em mulheres na 
idade considerada fértil, adotada a faixa de 10 a 54 anos. 
 
Campo 43 - A Morte ocorreu durante a Gravidez, Parto ou 
Aborto?: neste campo, informar com um x, na quadrícula correspondente, se o óbito ocorreu durante a 
gravidez, parto ou aborto. 
A resposta Sim se aplica tanto à gravidez quanto ao parto ou aborto. 
- Campo 44 - A Morte ocorreu durante o Puerpério?: assinalar com um x a quadrícula correspondente, do 
seguinte modo: 
1 - Sim, até 42 dias: se o óbito ocorreu durante os primeiros 42 dias do puerpério; 
2 - Sim, de 43 dias a um ano: se o óbito ocorreu entre o 43º e o 365º dia do puerpério; 
3 - Não: se a morte não teve relação com os períodos acima; 
9 - Ignorado: se a informação não puder ser conseguida. 
Campo 45 - Recebeu Assistência Médica durante a Doença 
que ocasionou a Morte?: assinalar com um x a quadrícula correspondente à alternativa escolhida. Este 
campo deve ser preenchido com cuidado: a resposta Sim significa que o falecido, durante a doença que 
ocasionou a morte, teve uma assistência médica todo o tempo; a resposta Não significa que o falecido não 
teve assistência médica continuada, talvez tendo apenas por ocasião do óbito. 
 
2) Diagnóstico confirmado por: 
Este campo se destina a colher informações subsidiárias ao diagnóstico, para uma melhor 
confirmação do mesmo. Marcar com um x a quadrícula correspondente à resposta, em cada um 
dos três campos abaixo (46, 47 e 48): 
 
- Campo 46 - Exame Complementar?: 
- Campo 47 - Cirurgia?: 
- Campo 48 - Necrópsia?: 
kpcru_000
Realce
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- Campo 49 - Causas da Morte: o correto preenchimento deste campo fornece valiosa informação para a 
construção do perfil epidemiológico da população para as três instâncias: federal, estadual e municipal. 
 
A causa básica é definida como a doença ou lesão que iniciou a cadeia de acontecimentos patológicos 
que conduziram diretamente à morte, ou as circunstâncias do acidente ou violência que produziram a 
lesão fatal. 
 
As causas da morte são preenchidas pelo médico e posteriormente recebem um código segundo a CID-10(6). 
As áreas sombreadas em frente a cada alínea não devem ser preenchidas pelo médico, mas por técnicos do 
setor de processamento de dados, mais especificamente pelos codificadores. Não 
devem ser incluídos sintomas e causas terminais, como insuficiência cardíaca ou insuficiência respiratória. 
 
Parte I: 
Tradicionalmente, as estatísticas de mortalidade segundo causas de morte são produzidas atribuindo-se ao 
óbito uma só causa, chamada causa básica, definida anteriormente. A causa básica, em vista de 
recomendação internacional, tem que ser declarada na última linha da parte I, enquanto que as causas 
consequenciais, caso haja, deverão ser declaradas nas linhas anteriores. É fundamental que, na última linha, 
o médico declare corretamente a causa básica, para que se tenha dados confiáveis e comparáveis sobre 
mortalidade segundo a causa básica ou primária, de forma a permitir que se trace o perfil epidemiológico da 
população. Nos casos de óbitos fetais, não se deve anotar o termo “natimorto”, mas sim a causa ou causas 
do óbito fetal. 
 
Parte II: 
Nesta parte deve ser registrada qualquer doença ou lesão que, a juízo médico, tenha influído 
desfavoravelmente, contribuindo assim para a morte, não estando relacionada com o estado patológico que 
conduziu diretamente ao óbito. As causas registradas nesta parte são denominadas causas contribuintes. 
• Tempo aproximado entre o início da doença e a morte: este espaço deverá sempre ser preenchido. 
O que se pretende é estabelecer o tempo aproximado entre o início do processo mórbido e a morte, 
embora isto nem sempre seja possível, como nos casos de doenças crônicas ou degenerativas. 
Quando este tempo não puder ser estabelecido, anotar Ignorado. 
 
OBS: Nem sempre haverá preenchimento total das lacunas das condições e causas do óbito, 
podendo assim, algumas permanecerem em branco. Exemplo: 
 
Paciente tinha febre tifoide e apresentou perfuração intestinal, falecendo em consequência de 
peritonite. Neste caso, a causa básica é febre tifoide e as complicações, ou causas 
consequenciais, são a perfuração intestinal e a peritonite. Esta última é chamada 
consequencial terminal ou simplesmente causa terminal. O atestado deverá ser preenchido da 
seguinte maneira: 
 
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Bloco VII – Médico 
Este bloco se destina a colher informações básicas sobre o médico que assina a Declaração de 
Óbito (DO). 
 
 
 
- Campo 50 - Nome do médico: anotar o nome completo do médico, que assina (Campo 55) a Declaração 
de Óbito (DO). 
- Campo 51 – CRM: anotar o número de inscrição do médico atestante no Conselho Regional de Medicina 
da unidade da federação. 
- Campo 52 - O médico que assina atendeu ao falecido?: este campo se refere à condição do médico 
atestante e deve ser preenchido com um x na quadrícula apropriada, considerando se o seguinte: 
1. Sim: quando o médico que assina a Declaração tiver efetivamente atendido ao paciente durante a 
doença que ocasionou o óbito, ou à mãe, em caso de óbito fetal; 
2. Substituto: quando o médico que assina a DO for plantonista, residente, chefe de equipe, etc. que não 
tenha acompanhado o falecido durante a doença, mas apenas por ocasião da morte; 
3. I M L: quando o médico que assina a DO pertencer ao Instituto Médico-Legal; 
4. S V O: quando o médico que assina a DO pertencer ao Serviço de Verificação de Óbitos; 
5. Outros: quando o médico que assina a DO não atendeu ao falecido durante a doença ou por ocasião 
da morte, ou à mãe, em caso de óbito fetal, ou os casos que não estão enquadrados nascategorias 
anteriores. 
- Campo 53 - Meio de Contato: neste campo deverá ser anotado o meio mais fácil de se entrar em contato 
com o médico que assinou a Declaração de Óbito, tal como telefone, fac-símile, email ou outro qualquer. 
- Campo 54 - Data do Atestado: colocar a data em que o atestado foi assinado, com o ano com quatro 
algarismos. 
- Campo 55 - Assinatura: espaço destinado à assinatura do médico atestante. 
 
Bloco VIII - Causas Externas 
 
 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
 
1) Prováveis Circunstâncias de Morte não natural (informações de caráter estritamente 
epidemiológico) 
Este bloco se refere às causas externas de óbito (nos modelos anteriores era o Bloco VI). As 
informações relativas às mortes violentas e acidentais (não naturais) são de grande importância 
epidemiológica e são um complemento ao Bloco VI - Condições e Causas do Óbito. 
Correspondem ao Capítulo XX da CID-10 - Causas Externas de Morbidade e de Mortalidade (6). 
 
- Campo 56 – Tipo: assinalar com um x a quadrícula correspondente ao tipo de morte violenta ou a 
circunstância em que se deu a morte não natural. As alternativas são: Acidente, Suicídio, Homicídio, Outros 
e Ignorado, que, no Capítulo XX da CID-10(6), são classificados do seguinte modo: 
1. Acidentes: V01 a X59; 
2. Suicídios: denominados “Lesões autoprovocadas voluntariamente” - X60 a X84; 
3. Homicídios: denominados simplesmente “Agressões” - X85 a Y09; 
4. Outros: abrange o restante do Capítulo XX, cujos diagnósticos não se enquadram em nenhum dos 
anteriores. 
- Campo 57 - Acidente de Trabalho: assinalar com um x a quadrícula correspondente à alternativa, quando 
o evento que desencadeou o óbito estiver relacionado ao processo de trabalho. 
- Campo 58 - Fonte da Informação: este campo fornece informações complementares para as mortes 
ocasionadas por causas externas. Assinalar com um x a quadrícula correspondente à alternativa escolhida. 
- Campo 59 - Descrição Sumária do Evento, Incluindo o Tipo de Local de Ocorrência: deverá ser feita 
uma descrição sucinta, sem perder a clareza, do tipo de lesão e as prováveis circunstâncias 
que a motivaram, bem como o tipo do local (via pública, residência, etc.). 
- Campo 60 - Se a Ocorrência for em Via Pública, Anotar o Endereço: colocar o nome do logradouro 
onde ocorreu a violência ou acidente que produziu a lesão fatal. 
 
Bloco IX – Localidade sem Médico 
Este bloco deverá ser preenchido no caso de óbitos ocorridos em localidades onde não exista 
médico. Neste caso, seu preenchimento ficará a cargo do Cartório de Registro Civil, segundo o 
prescrito na Lei do Registro Civil, conforme citado abaixo: 
 
Art. 77 – Nenhum sepultamento será feito sem certidão do Oficial de Registro do lugar do 
falecimento, extraída após a lavratura do assento de óbito, em vista do atestado de médico, se 
houver no lugar, ou, em caso contrário, de duas pessoas qualificadas que tenham 
presenciado ou verificado a morte. 
 
 
- Campo 61 – Declarante: deverá conter o nome completo do declarante e sua assinatura. 
- Campo 62 – Testemunhas: cada uma das testemunhas deverá assinar numa das linhas, sendo conveniente 
a colocação do número de um documento de identidade (RG, CPF, etc.). 
 
 
 
 
 
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Resumo de Medicina Legal – Terceira Aula 
 
ABORTO 
 
Os crimes relacionados ao aborto estão previstos no Código Penal nos Art. 124 a 128. 
Considera-se aborto, em Medicina Legal, a interrupção de gravidez, por morte do concepto em 
qualquer época da gestação, antes do parto. 
Para se caracterizar o aborto é necessário e suficiente que se comprove a morte do concepto 
ainda dentro do corpo da gestante. 
Para fins de Direito pena, considera-se aborto a interrupção do processo de gestação ocorrida 
entre a concepção e o início do parto, decorrente de uma conduta humana dolosa, e que provoca 
a morte do nascituro. 
 
1) “Que aspectos ou momentos da vida estão validamente protegidos pelo direito, e em 
que medida?” 
 
O início de tudo 
A definição sobre o começo da vida humana varia conforme convicções morais, religiosas, 
científicas, filosóficas, jurídicas. Abaixo, confira as principais etapas do desenvolvimento do ser 
humano e as várias crenças sobre o início da vida. 
 
Fecundação → católicos e protestantes acreditam que a vida começa na fecundação. 
Nidação → parte dos geneticistas e fisiologistas acreditam que a vida começa na nidação, pois é 
a partir dessa etapa que o embrião tem condições reais de se desenvolver. 
2 semanas → a maioria dos neurocientistas acredita que a vida começa com a formação do 
cérebro. A opinião é partilhada por juristas brasileiros. Como uma pessoa morre quando seu 
cérebro para de funciona, esses juristas entendem que a vida, por analogia, só passa a existir 
quando o cérebro inicia sua formação. 
8 a 16 semanas → para o Islamismo, a vida começa na 16ª semana, que é quando o ser humano 
adquire uma alma. 
27 semanas → para uma corrente de neurocientistas, o começo das sensações é que indicariam 
o início da vida. 
Nascimento → os filósofos estóicos da Grécia antiga entendiam que a vida humana começa no 
parto. 
 
O Direito Brasileiro protege a vida humana com a mesma intensidade em suas várias etapas de 
desenvolvimento ou há gradações? 
 
2) Conceitos 
Conceito da Obstetrícia 
Conceito Médico-legal 
Questões éticas 
Questões Religiosas. 
 
 
 
 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
3) Métodos Abortivos 
 
A) Químicos = comumente realizado por meio da ingesta de medicação → ervas, medicação 
abortiva (Citotec – MISOPROSTOL), medicação intrautero. 
 
B) Mecânico = compressão abdominal com roupas apertadas (que muitas vezes acaba por 
impedir o crescimento adequado do feto), que inicialmente tinha a intenção de esconder a 
gestação, mas acaba por causar o aborto ou malformação do feto. 
 
4) Tipos de Aborto 
 
A) Aborto Criminoso 
Art 124 = provocar aborto em si mesmo ou consentir que outrem lhe provoque. Pena → detenção 
de um a três anos. 
 
Art 125 = provocar aborto sem o consentimento da gestante. Pena → reclusão de três a dez 
anos. 
 
Art 126 = provocar aborto com o consentimento da gestante. Pena → reclusão de 1 a 4 anos. 
Parágrafo Único: aplica-se a pena do artigo anterior se a gestante não é maior de quatorze anos, 
ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou 
violência. 
 
Art 127 = refere-se ao aumento das penas se houver lesão corporal grave ou sobreviver a morte 
da gestante. 
 
Art 128 = não se pune o aborto praticado por médico: 
2 – Se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou 
quando incapaz, de seu representante legal. 
 
B) Aborto Terapêutico 
Muitas vezes é realizado para salvar a vida da mãe. 
 
C) Aborto Sentimental 
 
D) Aborto Eugênico 
Maior exemplo são os casos de anencefalia e malformações incompatíveis com a vida. 
 
5) Perícia 
 
A) Exame Ginecológico 
• Laboratorial 
• Ultrassonográfico 
• Relatório Médico 
B) Exame de Mamas 
• Aréola → vascularização → presença de colostro 
C) Exame de Abdome 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
• Presença de pigmentação (linha alba) 
• Volume 
D) Genitália externa 
• Coloração → congestão 
• Lesões 
• Resíduos de substâncias químicas 
E) Exame interno 
1. Especular 
✓ Lesões, aspecto das mucosas, colo uterino, secreções, sangramento, substâncias 
químicas. 
✓ Coleta de material. 
2. Toque Vaginal 
✓ Volume uterino 
✓ Consistência e permeabilidade do colo uterino 
✓ Dor 
✓ Palpação de anexos 
 
OBS: Na perícia de um aborto, deve-se fazer a perícia do feto e o da mãe. Tendo a finalidade de 
provar a gestação e recente e o aborto recente. 
 
6) Infanticídio 
 
Art 123 – CPB = Matar sob influênciado estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo 
após. Pena → detenção de 2 a 6 anos. 
 
É a morte do recém-nascido provocada pela própria mãe, sob estado de transtorno mental, 
decorrente do trabalho de parto ou puerpério (estado puerperal). Para se admitir o infanticídio, é 
indispensável que o recém-nascido seja morto pela própria mãe. Para se tipificar o infanticídio é 
indispensável, em tese, a comprovação do nascimento com vida. 
 
Docimásia Hidrostática de Galeno 
• Pelo Art. 2º do CC “A personalidade civil da pessoa só começa do nascimento com vida; 
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. 
 
• A docimasia hidrostática de Galeno é utilizada para comprovar o nascimento com vida 
(pulmão colocado em vasilha com água, se flutuar existiu respiração = vida). 
 
• A positividade das docimasias de Galeno depende, essencialmente de respiração do feto, 
ao nascer. 
 
Perícia deve determinar: 
• Estado psíquico da mãe 
• Parto pregresso recente 
 
Causas Jurídicas de morte I – Acidentes 
• Traumas sobre o ventre da mãe 
• Asfixias 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
✓ DPP 
✓ Cordão umbilical 
✓ Compressão do canal do parto 
• Quedas 
• Hemorragia do cordão umbilical 
 
OBS: O infanticídio é qualquer morte da criança em período puerperal ocasionada pela mãe 
→efeito hormonal do estado puerperal → até 21 dias após nascimento. 
 
Estes casos ocorrem comumente devido ao medo sentido pela mãe de ter a criança, de não 
conseguir cuidar. Assim, quando a criança nasce, a mãe manifesta pavor e rejeição a criança, 
devido as alterações dos níveis hormonais. Depois alguns meses a mãe estabelece seu estado 
psíquico normal. 
 
Em caso de nascidos mortos não é necessário avaliar as lesões, pois não caracteriza o 
infanticídio, a criança precisa ter nascido. Se morreu após o nascimento, devem ser analisadas as 
lesões presentes. 
 
Em caso de asfixia, não conseguimos saber se a criança estava viva ou morta, neste caso é 
indicado a Docimasia Hidrostática de Galena. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Resumo de Medicina Legal – Quarta Aula 
 
SEXOLOGIA FORENSE 
 
A Sexologia Forense estuda todos os casos no âmbito sexual, que possuem aplicação jurídica. 
 
1) Estupro x Atentado Violento ao Pudor 
Anteriormente o Estupro, Atentado Violento ao Pudor e Atos Libidinosos eram enquadrados em 
artigos diferentes, tendo cada um uma penalidade específica. Hoje, todos os três são 
considerados CRIMES SEXUAIS e enquadrados no Art. 213 como ESTUPRO. 
Antes, eram definidos como: 
 
• Estupro → qualquer ato sexual não consentido COM a ocorrência de PENETRAÇÂO 
PÊNIS-VAGINA. 
• Atentado Violento ao Pudor → qualquer atentado sexual SEM a ocorrência de 
PENETRAÇÃO PÊNIS-VAGINA, abrangendo os casos de coito anal, relação 
homossexual, etc. 
• Atos Libidinosos → qualquer atentado diferente de penetração pênis-vagina e atentado 
violento o pudor. Ex: mordida, lambida, carícias, etc. 
 
A definição atual esclarece que QUALQUER envolvimento sexual descrito abaixo, caracteriza-se 
como ESTUPRO: 
• Sem consentimento 
• Com menores de 14 anos (independente do sexo) 
• Alienado 
• Débil mental 
• Sob o efeito de substâncias químicas. 
 
É da competência exclusiva da Medicina Legal, a prova da: 
• Violência 
• Conjunção Carnal 
• e/ou de ato libidinoso 
 
2) Quesitos do Laudo de Conjunção Carnal 
• Se a paciente é virgem 
• Se há vestígios de desvirginamento recente 
• Se há outro vestígio de conjunção carnal recente 
• Se há vestígio de violência e no caso afirmativo, qual o meio empregado (a lesão corporal 
grave qualifica o crime de estupro) 
• Se da violência restou para vítima incapacidade para as ocupações habituais mais de 30 
dias ou perigo de vida ou debilidade permanente ou perda ou inutilização de membro, 
sentido ou função ou incapacidade permanente para o trabalho ou enfermidade incurável 
ou deformidade permanente ou aceleração de parto ou aborto (resposta especificada) 
• Se a vitima é alienada ou débil mental 
• Se houver outra causa diversa da idade menor de 14 anos, alienação ou debilidade 
mental, que a possibilite de oferecer resistência. 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
 
OBS: No laudo de conjunção carnal deve conter, se presente, a descrição de sinais de vitalidade 
sexual, que são sugestivos de estupro da vítima em vida, o que diferencia a pena de um abuso 
realizado em um indivíduo morto; descrição de equimoses, que são sugestivas de trauma direto. 
A conjunção carnal é definida exclusivamente pela penetração PÊNIS-VAGINA. 
 
3) Estupro 
• Constranger alguém mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a 
praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso → Pena = reclusão de 6 a 
10 anos. 
• 1º se da conduta resultar lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 
anos ou maior de14 anos → Pena = reclusão de 8 a 12 anos. 
• 2º se a conduta resultar em morte → Pena = reclusão de 12 a 30 anos. 
• Aumento da Pena 
✓ Casos em que o crime for praticado em concurso de duas ou mais pessoas. 
✓ O agente exercia autoridade sobre a vítima (seja por vínculos familiares, afetivos ou 
civis). 
✓ Se do crime resultar gravidez. 
✓ Se o agente transmite a vitima doença sexualmente transmissível. 
 
PAVIVIS – Programa de Atendimento as Vítimas de Violência Sexual 
• Profilaxia de DSTs não virais e AIDS 
• Apoio de Equipe Médica 
• Administração da pílula do dia seguinte 
• Apoio psicológico 
• Recepção e encaminhamento feito por assistentes sociais 
• Parecer Técnico da Equipe 
• Aborto não punível 
• Atendimento psicoterápico e agressores menores de 18 anos 
 
CONSIDERAÇÔES 
A presença de DST de transmissão exclusivamente sexual nos faz confirmar a ocorrência do 
estupro. As outras DSTs fazem com que consideremos o caso como fortemente suspeito de 
ESTUPRO. 
 
A) Estupro de Vulnerável 
Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos, enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra 
causa, não pode oferecer resistência. 
3º se da conduta resultar lesão corporal de natureza grave → Pena = reclusão de 10 a 20 anos. 
B) Violência 
Concurso de força física e de emprego de meios capazes de privar ou perturbar o entendimento 
da vitima impossibilitando-a de reagir ou de se defender. 
 
Violência Efetiva 
• FÍSICA = a lei exige que o agressor tenha agido de forma violenta, anulando ou 
enfraquecendo a oposição (resistência física) da vítima. 
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• PSIQUICA = o agente conduz a vítima a uma forma de não resistência por inibição ou 
enfraquecimento das faculdades mentais: 
✓ Embriaguez completa 
✓ Anestesia 
✓ Estados hipnóticos 
✓ Drogas Alucinógenas (“Boa noite Cinderela”) 
 
Violência Presumida 
Ocorre em três situações: 
• Menor de 14 anos 
• Vítima alienada ou débil mental e o agente conhecia esta circunstância 
• Qualquer causa que impeça a vítima de reagir 
 
4) Conjunção Carnal 
Também chamada de: cópula, coito, “imissio pênis”. 
É a relação entre homem e mulher, caracterizada pela penetração do pênis na vagina, com ou 
sem ejaculação (“imissio seminis”). 
 
5) Atos Libidinosos 
 
A) Cópulas Ectópicas – Fora da vagina 
Cópula anal 
Cópula retal – sodomia 
Cópula vulvar (cópula vestibular ou “ad introitum”) 
Cópula oral ou felação 
Cópula entre as coxas 
 
B) Atos Orais 
Felação 
Cunilíngua (sexo oral na genitália feminina) 
Beijos e sucções nas mamas, coxas ou outras regiões de conotação sexual. 
 
C) Atos Manuais 
Masturbação 
Manipulações eróticas de todos os tipos 
 
6) Exame Físico a Ectoscopia• Desarmada 
• Colposcopia 
Os meios auxiliares, na ectoscopia continuarão a ser os mesmos: 
• Lâmpada de Woods (identificação de sêmen) 
• Corantes suaves (azul de toluidina 1% - identificação de lesões) 
 
A) Ectoscopia das áreas lesionais 
Observando: 
Lesões de imobilização ou sujeição 
Lesões de silenciamento ou homicídio 
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Lesões de deslocamento 
 
B) Sequência do Exame Clínico 
• Penteado os pelos pubianos da vítima, com coleta do material em envelope rotulado 
• Colheita do material de regiões cutâneas que mostraram fluorescência positiva 
• Tipagem sanguínea da vítima 
• Identificação do perfil de DNA da vítima 
• Colheita de sangue para realizar exames sorológicos para DST 
• Colheita de material vaginal/anal para: 
✓ Pesquisa de espermatozoides 
✓ Pesquisa de fosfatase ácida 
✓ Pesquisa de proteína prostática p30 
✓ Pesquisa de células epidérmicas masculinas 
✓ Pesquisa de esporos vegetais (preservativos feitos com produtos vegetais) 
✓ Pesquisa de silicones 
✓ Identificação de DNA 
✓ Coleta de urina para teste de gravidez 
 
C) Exame do hímen 
Caracterizando: 
• Forma 
• Equimoses 
• Escoriações 
• Roturas completas 
• Roturas incompletas 
• Esgarçamentos 
• Lacerações 
 
Topografia das lesões himenais → descritas como se fossem a hora de um relógio (em 12h, 6h, 
7h, etc). 
 
No exame o hímen pode estar: 
• Integro 
• Com rotura completa 
• Com rotura incompleta 
• Com agenesia (ausência congênita) 
• Complacente 
• Reduzido a carúnculas mitriformes (ocorre em mulheres que pariram) 
• Entalhe congênito 
 
Cicatrização de hímens rotos: 
• Rotura de data recente (até cerca de 20 dias) 
• Rotura antiga ou cicatrizada (ocorreu há mais de 20 dias) 
 
Hímen Complacente: 
• Permite a conjunção carnal sem se romper 
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• 10% dos hímens são complacentes 
• Conceito relativo, pois depende da relação espessura do pênis e largura da vagina 
 
D) Coleta de outros materiais: 
• Líquido Vaginal 
• Espermatozoides 
• Cromatina masculina 
• Fosfatase ácida (qualitativa e quantitativa) 
• DNA 
• PSA 
 
FOSFATASE ÁCIDA = é uma enzima normalmente presente em alguns órgãos, tecidos e 
secreções em teor normal. O líquido seminal contém grandes teores de fosfatase ácida. O 
achado de altos teores de fosfatase ácida na vagina é indicativo de sêmen (ejaculação) e, por 
conseguinte, de conjunção carnal (penetração vaginal). 
 
TESTE PROTEÍNA P30 (PSA) = é uma glicoproteína produzida pela próstata e idêntica ao PSA – 
Antígeno Prostático Específico (marcador de câncer de próstata), cuja presença no sêmen 
independe de haver ou não espermatozoides. Sua verificação no fluido vaginal é teste de certeza 
quanto à presença de sêmen na amostra estudada (ejaculação). 
 
OBS: Pode ocorrer estupro sem que tenha havido ejaculação (sem sêmen) ou o sêmen 
encontrado na vítima pode ser oriundo de penetração consensual anterior. 
 
Quando há ausência de rásgades e, mesmo assim, a vítima reitera suas queixas o médico legista 
tem quatro recursos simples ao seu alcance: 
• A Ecografia Endo-Retal (EER) isolado 
• A Ecografia Endo-Retal (EER) em conjunto com a Eco-endoscopia Retal 
• A Mamometria Retal 
• A estimulação do nervo pudendo 
 
OBSERVAÇÔES 
O estupro em crianças, comumente apresenta como lesão, escoriações em joelhos, pois devido à 
agitação são frequentemente posicionados em decúbito ventral para imobilização. 
Temos como provas do sexo anal: 
• Rásgades 
• Lesão anal por sodomia 
• Lesão corada por azul de toluidina 
• Hipotonia anal (mucosa exposta → abuso recorrente) 
 
Em casos de hímen complacente, deve-se procurar: 
• Esporos vegetais 
• Espermatozoides 
• Dosagem de PSA 
 
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Quando a vítima é posicionada em decúbito dorsal (barriga para cima) as lesões costumam ser 
na parte inferior da vagina (lesão em 6h). Em posicionamento da vítima “de quatro” as lesões 
apresentam-se na parte superior da vagina (lesão em 12h). 
 
A “Quedas a cavaleiro” não possuem conotação sexual, apesar de apresentarem lesões em 
genitália feminina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
Resumo de Medicina Legal – Quinta Aula 
 
PARAFILIA 
 
Não são todas as parafilias que possuem implicação jurídica. E mesmo os casos em que há 
implicação legal, não torna o indivíduo inimputável, pois ele sabe o que faz, estando orientado no 
tempo e espaço. Logo, responderá criminalmente por isso. 
 
A) Transtornos da sexualidade 
Distúrbios qualitativos e quantitativos do instinto sexual chamados de parafilias. Podem ser 
sintomas de: 
• Perturbação psíquica 
• Fatores orgânicos glandulares 
• Simplesmente questão de preferência sexual 
 
As parafilias mais comuns com implicação jurídica são: 
➢ Sadismo (sadomasoquismo) 
• Lesões corporais 
• Homicídio 
• Estupro 
➢ Pedofilia → Estupro 
➢ Necrofilia 
• Vilipêndio a cadáver (art. 212 CP) 
• Violação de sepultura (art. 210 CP) 
• Homicídio 
➢ Exibicionismo e Frotteurismo → ato obsceno 
➢ Fetichismo → Furto 
➢ Voyeurismo ou Mixoscopia → Violação de privacidade e intimidade (art. 5º, Inc. X CF) 
 
 
1 - Erotismo 
Tendência abusiva dos atos sexuais 
• SATIRISMO → Homens 
• NINFOMANIA → Mulheres 
 
2 - Autoerotismo 
Coito sem parceiro, apenas na contemplação ou na presença da pessoa amada (Coito Psíquico 
de Hammond). 
 
3 - Erotomania 
Forma mórbida de erotismo no qual o indivíduo é levado por uma ideia fixa de amor e tudo nele 
gira em torno dessa paixão, que domina e avassala todos os seus instantes. 
 
 
 
 
 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
4 - Frotteurismo 
É um desvio da sexualidade em que os indivíduos se aproveitam de aglomerações em 
transportes públicos ou em outros locais de aglomeração com o objetivo de esfregar ou encostar 
seus órgãos genitais, principalmente em mulheres, sem que a outra pessoa ou identifique suas 
intenções. 
 
5 - Exibicionismo 
São indivíduos levados pela obsessão impulsiva de mostrar seus órgãos genitais, sem convite 
para a cópula, apenas por um estranho prazer incontrolável. 
 
6 - Narcisismo 
É a admiração pelo próprio corpo ou o culto exagerado da própria personalidade e cuja excitação 
sexual tem como preferência o próprio corpo. 
 
7 - Mixoscopia 
É um transtorno da preferência sexual que se caracteriza pelo prazer erótico desesperado em 
certos indivíduos em presenciar o coito de terceiros. Na França são chamados de Voyeurs. 
 
8 - Fetichismo 
Amor por uma determinada parte do corpo ou por objetos pertencentes à pessoa amada. 
 
9 - Lubricidade Senil 
Manifestação sexual exagerada, em determinadas idades, sendo sempre sinal de perturbações 
patológicas, como demência senil ou paralisia geral progressiva. Costuma surgir em pessoas cuja 
longa existência foi honesta e correta. 
 
10 - Pluralismo 
Também chamado de Troilismo ou “ménage a trois”. Consiste na prática sexual em que 
participam três ou mais pessoas. No Brasil é chamado de suruba. 
 
11 - Swapping 
Prática heterossexual que se realiza entre integrantes de dois ou mais casais. Conhecido como 
troca de casais. 
 
12 - Gerontofilia 
Também chamada crono-inversão. Consiste na atração de indivíduos jovens por pessoas de 
excessiva idade. 
 
13 - Cromo-inversão 
Seria a propensão erótica de certos indivíduos por outros de cor diferente. Torna-se grave quando 
se torna obsessivo e compulsivo. 
 
14 - Etno-inversão 
É uma variante da anterior, sendo a manifestação erótica por pessoas de raças diferentes. 
 
 
 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
15 - Riparofilia 
Manifesta-sepela atração de certos indivíduos por pessoas desasseadas, sujas, de baixa 
condição social e higiênica. Mais comum no homem. 
 
16 - Dolismo 
Termo vem de “DOLL” (boneca). É a atração que o indivíduo tem por bonecas e manequins, 
olhando ou exibindo-as, chegando a ter relações com ela. 
 
17 - Donjuanismo 
Personalidade que se manifesta compulsivamente às conquistas amorosas, sempre de maneira 
ruidosa e exibicionista. 
 
18 - Travestismo 
Ocorre em indivíduos heterossexuais que se sentem impelidos a vestir-se com roupas do sexo 
oposto, fato este que lhe rende gratificação sexual. 
 
19 - Urolagnia 
Consiste na excitação de ver alguém no ato da micção ou apenas em ouvir o ruído da urina ou 
ainda urinando sobre a parceira ou esta sobre o parceiro. 
 
20 - Coprofilia 
É a perversão em que o ato sexual se prende ao ato da defecação ou ao contato das próprias 
fezes. Observar o ato de defecar causa excitação à estas pessoas. 
 
21 - Clismafilia 
Preferência sexual pelo prazer obtido pelo indivíduo que introduz ou faz introduzir grande 
quantidade de água ou líquidos no reto, sob a forma de enema ou lavagem. 
 
22 - Coprolalia 
Consiste na necessidade de alguns indivíduos em proferir ou ouvir de alguém palavras obscenas 
a fim de excitá-los. Podem ser ditas antes ou depois do coito no intuito de alcançarem o orgasmo. 
 
23 - Edipismo 
É a tendência ao incesto, isto é, o impulso do ato sexual com parentes próximos. 
 
24 - Bestialismo 
Chamado também de zoofilismo, é a satisfação sexual com animais domésticos. 
 
25 - Onanismo 
É o impulso obsessivo à excitação dos órgãos sexuais, comum na puberdade. É a masturbação, 
atribuindo o nome de Onan, personagem bíblico que nada tinha a ver com a masturbação. 
 
26 - Vampirismo 
Satisfação erótica quando na presença de certa quantidade de sangue, ou, em algumas vezes, 
obtida através de mordeduras na região lateral do pescoço. 
 
 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
27 - Necrofilia 
Manifesta-se pela obsessão e impulso de praticar atos sexuais com cadáveres. 
 
28 - Sadismo 
Desejo de dor com o sofrimento da pessoa amada, exercido pela crueldade do pervertido, 
podendo chegar à morte. Também chamado de algolagnia ativa. 
 
29 - Masoquismo 
É a busca de prazer sexual pelo sofrimento físico ou moral. Também chamado de algolagnia 
passiva. 
 
30 - Pigmalionismo 
É o amor desvairado pelas estátuas. Difere muito pouco do dolismo. 
 
31 - Pedofilia 
Perversão sexual que se manifesta pela predileção erótica por crianças, indo desde os atos 
obscenos até a prática de atos libidinosos, denotando comprometimento psíquico. (Judicialmente 
indica-se a castração química). 
 
32 - Homossexualismo Masculino 
Também chamado de uranismo ou pederastia. 
 
33 - Homossexualismo Feminino 
Também chamado safismo, lesbianismo ou tribadismo. 
 
34 - Transexualismo 
É um transtorno da identidade sexual, também chamado de Síndrome de Disforia Sexual. 
 
35 - Anafrodisia 
É a diminuição ou deterioração do instinto sexual no homem devido, geralmente, a uma doença 
nervosa ou glandular. 
 
36 - Frigidez 
Distúrbios do instinto sexual que se caracteriza pela diminuição do apetite sexual da mulher. 
 
37 - Anorgasmia 
Disfunção sexual rara caracterizando-se pela condição de o homem não alcançar o orgasmo. 
 
OBS: Para Medicina Legal o Homossexualismo não possui implicação jurídica, porém é 
considerado parafilia porque foge da normalidade. 
 
B) Impotência Sexual 
É a incapacidade de realização do ato sexual necessário à procriação e à preservação da 
espécie. Não possui implicação jurídica, mas pode ser usado como justificativa para processos de 
anulação de casamento. 
 
• COEUNDI = Normalmente aplicada a ambos os sexos por defeitos genéricos. 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
• GENERANDI = típica masculina → incapacidade de fertilização (gerar descendência) 
• CONCIPIENDI = típica feminina → incapacidade de concepção (conceber) 
 
1 – Impotências Masculinas 
 
COEUNDI compromete a capacidade de conjugação. Tem como causas: 
• Instrumental → defeitos do órgão em si, relativos ao volume, tamanho ou ausência do 
órgão ou presença de tumores. 
• Funcional → defeitos no funcionamento do órgão (disfunção erétil): 
✓ Organofuncional 
❖ Fisiológica: Idade 
❖ Fisiopática: disfunções endócrinas 
❖ Orgânicas: doenças físicas (lesões nervosas) 
✓ Psicofuncional → alterações psíquicas - inibição sexual inconsciente. 
 
CONCIPIENDI ou GENERANDI é a esterilidade, a impossibilidade de procriação. 
 
PSEUDO-IMPOTÊNCIA (impotência emocional) são fracassos sexuais passageiros motivados 
pelo nervosismo, desejos prolongados ou timidez excessiva. 
 
2 – Impotências Femininas 
 
COEUNDI compromete a capacidade de copulação. Tem como causas: 
• Instrumental → defeitos de genitália externa: malformações, hermafroditismo, infantilismo 
ou presença de tumores. 
• Funcional → pela configuração da genitália, torna-se difícil separação entre as causas 
físicas e as psíquicas, pois ambas se manifestam como parte do desenvolvimento sexual 
feminino. 
 
CONCIPIENDI é a esterilidade feminina por incapacidade de conceber ou desenvolver o feto: 
• Congênita → agenesia de órgãos do aparelho reprodutor ou infantilismo. 
• Patológicas → doenças infecciosas, venéreas, metabólicas, hormonais, obstrutivas, 
tumorais, inflamações agudas ou crônicas do trato genital ou urinário. 
• Fisiológicas → impurbedade, menopausa retroversão do útero e dismenorreias. 
 
 
Alterações do comportamento sexual: 
• Acopulia → inaptidão para conjugação carnal pela associação de defeito instrumental, 
associado ao temos da própria relação. 
• Coitofobia → repugnância sistemática e intransponível ao ato sexual (possíveis causas: 
cultural, religiosa, educacional, traumas familiares, “Electra”). 
• Frigidez → incapacidade absoluta de responder aos estímulos erógenos ou sexuais para 
realização do ato sexual ou incapacidade para o orgasmo. 
• Vaginismo → contratura espástica, involuntária, dolorosa, intensa e duradoura impedindo a 
penetração ou mesmo aprisionando o pênis em seu interior. 
• Dispaurenia → sensação dolorosa durante o ato ou na conjunção carnal. 
 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
Resumo de Medicina Legal – Sexta Aula 
 
ASFIXIAS 
 
1) Conceito 
É o impedimento da hematose (troca gasosa ao nível da membrana alveolar) devido à alterações: 
• da mecânica respiratória 
• do meio ambiente 
 
2) Lesões corporais e Necropsia 
No questionário preenchido durante a necropsia pergunta-se no 3º e 4º quesito: 
Se a morte foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura ou por outro meio 
insidioso ou cruel (resposta especificada). 
 
3) Classificação das Asfixias 
 
A) Asfixias Puras = manifestadas pela anoxemia e hipercapnéia. 
• Asfixia em ambientes por gases irrespiráveis: confinamento, asfixia por outros vícios de 
ambiente. 
• Obstáculo à penetração do ar nas vias aéreas: sufocação direta (oclusão de vias aéreas), 
sufocação indireta (compressão de tórax, afogamento, soterramento). 
B) Asfixias Completas = manifestadas por: 
• Constrição das vias respiratórias com anoxemia e excesso de gás carbônico. 
• Interrupção da circulação cerebral 
• Inibição por compressão dos elementos nervosos do pescoço 
Pode ser por: 
• Enforcamento 
• Estrangulamento 
• Esganadura 
(Manifestada pela combinação dos fatores respiratório, circulatório e nervoso). 
 
C) Asfixias Complexas e Mistas 
• Constrição passiva do pescoço exercida pelo peso do corpo = enforcamento. 
• Constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular humana = estrangulamento. 
• Esganaduras 
 
4) Características Gerais das Asfixias 
 
A) Externas 
Cianose da pele e extremidades (cor arroxeada decorrente do acúmulo de gás carbônico nosangue) 
Equimose conjuntivais 
Cogumelo de escuma ou espuma na boca 
Resfriamento lento do corpo 
Globo ocular e língua procidentes 
 
 
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B) Internas 
Equimoses pleurais (manchas de Tardieu ou Paltauf – são manchas puntiformes avermelhadas) 
Congestão visceral 
Fluidez sanguínea 
Edema pulmonar 
 
5) Asfixias por constrição do pescoço 
 
A) Enforcamento 
É a modalidade de asfixia mecânica determinada pela constrição do pescoço por um laço cuja 
extremidade se acha fixa a um ponto dado, agindo o próprio peso do indivíduo como força viva. 
Laço acionado pelo peso da própria vítima 
Natureza jurídica = suicida, homicida, acidental ou execução judicial. 
 
1- Sinais Externos 
Sulco cervical – Características: 
• Oblíquo, de baixo para cima e de diante para trás (raramente transverso e 
excepcionalmente invertido). 
• Interrompido ao nível do nó 
• Bordas desiguais (superior saliente) 
• Face congestionada e cianótica (às vezes pálida) 
• Petéquias conjuntivas e às vezes na pele 
• Livores cadavéricos acima do sulco 
• Língua protusa 
• Livores cadavéricos nas extremidades (Hipóstases) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2- Posições dos informados 
 
 
 
3- Sinais Internos 
• Equimoses do subcutâneo e musculatura cervical 
• Sufusões (extravasamentos) adventícias dos grandes vasos cervicais (Sinal de Friedberg) 
• Roturas musculares no pescoço 
• Rotura transversal da íntima da carótida (Sinal de Amussat) 
• Fraturas de osso Hióide 
• Fraturas de cartilagens laríngeas 
• Rotura de tireoide 
• Lesões vertebrais (raras) 
• Linha Argentina: linha brilhante no fundo do sulco, aderente aos planos subjacentes. 
• Gerais de asfixia 
 
4- Tipos de Laço 
• Corda 
• Cinto 
• Fios de arame 
• Lençóis 
• Gravata 
 
5- Pontos de apoio do laço 
• Árvore 
• Caibros 
• Telhados 
• Janelas 
• Chuveiros 
• Portas 
 
 
 
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6- Tipos de Suspensão 
• Completa – sem apoio 
• Incompleta – apoiada pelos pés, joelhos, ou outras partes do corpo. 
 
B) Estrangulamento 
É a asfixia mecânica por constrição do pescoço por laço tracionado por qualquer outra força que 
não seja o próprio peso da vítima 
Natureza jurídica = homicídio, acidente, suicídio e execução judicial. 
 
C) Esganadura 
• É a figura contundente constritiva 
✓ Efetivada pelas mãos do oponente 
✓ Joelhos e os pés 
✓ “Gravatas” com os membros (superiores e inferiores) 
• É a modalidade restritiva ao uso dos segmentos corporais do oponente para efetivação da 
manobra 
• É exclusivamente homicida 
• Podem ser 
✓ Típicas – uso das mãos 
✓ Atípicas – uso de joelho, braço 
 
D) Sufocação 
Sufocação é modalidade de asfixia mecânica produzida pelo impedimento da passagem do ar 
respirável por meio direto ou indireto de obstrução 
• Por meio direto 
✓ Oclusão dos orifícios ou dos condutos respiratórios 
• Por meio indireto 
✓ Compressão do tórax 
✓ Sufocação posicional 
Sufocações podem ser: 
• Diretas – é a obstrução devida ao impedimento de entrada de ar 
✓ Pela boca e/ou narinas 
✓ Vias aéreas superiores (glote) 
• Indiretas – consiste no bloqueio à expansão torácica extrinsecamente (movimentos 
respiratórios) 
✓ Observa-se nestes casos a denominada Máscara Equimótica de Morestin 
(pergunta de concurso) 
✓ O mecanismo de morte por circulação é por asfixia indireta 
 
E) Gases Inertes 
É a asfixia do indivíduo por: 
• Permanecer em ambientes saturados de gases inertes e pouco tóxicos como 
✓ Butano 
✓ Metano 
✓ Propano 
• Ação destes gases como bloqueadores mecânicos da respiração 
 
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F) Soterramento 
• Ocorre quando o meio gasoso (ar) foi substituído por meio sólido (terra, areia, farinha ou 
outros) 
• A natureza jurídica desta asfixia é, na maioria dos casos, acidental, podendo, no entanto, 
ser criminosa. 
 
1- Sinais externos 
• Lesões contusas pelo impacto do material de soterramento 
• Resíduos do meio (terra, areia, farinha, etc.) 
 
2- Sinais internos 
• Sinais gerais de asfixia 
• Presença de sólidos nas vias aéreas 
 
G) Afogamento 
• É a modalidade de asfixia, na qual ocorre a troca do meio gasoso por meio líquido, 
impedindo a troca gasosa necessária à inspiração. 
• Na água doce a morte ocorre por fibrilação ventricular devido alterações eletrolíticas do 
sangue pela entrada de água nos pulmões indo até o coração. 
• Na água salgada a morte ocorre por intenso edema dos pulmões uma vez que a água 
salgada é uma solução mais concentrada que o sangue. 
 
1 – Sinais Externos 
Pele anserina (arrepiada) 
Cogumelo de espuma (boca, narinas) 
Erosão nos dedos 
Resíduos minerais e/ou vegetais na pele e roupa 
Corpos estranhos sob as unhas 
Maceração epidérmica (palma das mãos e planta dos pés rugosos) 
Lesões de pele por “arrastamento” no fundo 
Lesões pós-mortais produzidas por peixes e crustáceos 
 
2- Sinais Internos 
Presença de líquido nas vias respiratórias 
Manchas de Paltauf nos pulmões 
Diluição do sangue 
Presença de líquidos no sistema digestivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES DE CONCURSO 
1) O cadáver de um “AFOGADO BRANCO” não pode apresentar: 
R= cianose. 
 
2) O “AFOGADO BRANCO” se caracteriza por: 
R= Não ter sinais de asfixia 
 
3) O chamado “AFOGADO BRANCO” é aquele que morreu: (questão formulada também no DP 2 
e 4/90) 
R= Dentro da água, mas não por asfixia 
 
4) Diz-se que a morte teve uma causa biodinâmica: 
R= No caso de “AFOGADO BRANCO” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AMANDA SALOMÃO, DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
 
Resumo de Medicina Legal – Sétima Aula 
 
Traumatologia II - Lesões de Ação mecânica 
 
Formas de Ação 
FERIDA MODO DE PRODUÇÃO INSTRUMENTO TÍPICO 
Punctória Pressão em um ponto Prego, alfinete, agulha, estilete, etc. 
Incisa/Cortante Deslizante maior que pressão 
Navalha, bisturi, lâminas, estilhaços 
de vidro, folha de papel, linha de 
cerol. 
Contusa 
Choque (pode haver ou não 
deslizamento) 
Martelo, marreta, caibro, cassetete, 
soco-inglês, bastão, pedra. 
 
• As lesões de ação Punctória apresentam caráter PERFURANTE 
• As lesões Incisas apresentam caráter CORTANTE 
• As lesões Contusas apresentam caráter CONTUNDENTE 
Porém o caráter dessas lesões pode mudar de acordo com a força e forma de aplicação ou até 
mesmo de como o objeto foi utilizado para provocar a mesma. Exemplos: 
Uma pessoa é ferida por um prego → se o diâmetro do prego for grande, ela ocasionará além de 
perfuração, uma lesão por afastamento de tecidos, o que gera uma inflamação local. Assim, a 
ferida deixa de ser PUNCTÓRIA para ser uma ferida PERFUROCORTANTE. 
Uma lesão ocasionada por uma machado → a lâmina do machado é cortante, porém se a lesão 
for ocasionada pelo cabo do machado, a força empregada é a do próprio peso do objeto. Assim, a 
lesão deixa de ser CORTANTE e passa a ser CORTOCONTUNDENTE. 
Logo, a classificação do tipo de instrumento depende do tipo de ação que ele promove. Os 
objetos possuem uma classificação, porém podem ocasionar mais de um tipo de ferida. Ex.: O 
machado é um objeto cortante, porém pode ocasionar feridas cortantes, contundentes e 
cortocontundentes. 
 
Outras formas de Ação 
• Quando estes modos de ação se associam, a lesão passa a ser chamada de mista: 
• Pérfurocortante (faca, canivete, espada, punhal, estilete, etc.) 
• Cortocontundente (machado, guilhotina, facão, foice, dentes, ect.) 
• Pérfurocontundente (projétil de arma de fogo, porta de grade de ferro, ponteira de guarda-
chuva, etc.) 
• Lácerocontundente (acidentes com trem ou automóvel) 
 
 
 
AMANDA SALOMÃO,DIEGO ESCOCARD, GUSTAVO LIMA E MONIQUE FORTES 
1) Lesões Punctórias 
 
Produzidas por instrumentos perfurantes. Embora circulares, podem ser deformadas pelas linhas 
de força das fibras elásticas e musculares subcutâneas (ferida oval, triangular, em seta, em 
quadrilátero), seguindo as Leis de Filhos e Langer, que não se cumprem no cadáver mas apenas 
no vivo. 
Leis de Filhós e Langer 
As feridas punctórias ou puntiformes sofrem ação das linhas de tração da pele, podendo tomar 
forma de botoeira, em ponta de seta e pode ter forma quadrilátera de acordo com a confluência 
de linhas de tração. 
• Primeira lei de Filhos: As soluções de continuidade dessas feridas assemelham-se às 
produzidas por instrumentos de 2 gumes ou tomam a aparência de casa de botão. 
 
• Segunda lei de Filhos: Quando essas feridas se mostram numa mesma região onde as 
linhas de força tenham um só sentido, seu maior eixo tem sempre a mesma direção. 
 
• Lei de Langer: Na confluência de regiões de linhas de forças diferentes, a extremidade da 
lesão toma o aspecto de ponta de seta, triângulo ou quadrilátero. 
 
2) Lesões Cortantes 
Atuam por pressão e deslizamento (pressão e deslocamento), com “gume afiado”, atingindo a 
superfície em ângulos variados, produzindo feridas incisas ou ferimentos incisos ou ferimentos 
cortantes. 
Exemplos: navalhas, gilete, bisturi lâminas metálicas afiadas, papel, guilhotina, estilhaços de 
vidros, capim navalha e outros. 
Tipos de lesões cortantes: 
• Incisa simples – com bordas regulares, fundo liso (sem trabéculas), possui comprimento 
maior que a profundidade, sendo frequentemente superficial. 
• Em bisel – resultado da ação oblíqua de instrumentos cortantes. 
 
A) Lesões Incisas 
São típicas dos instrumentos cortantes. Chama-se incisão apenas quando é cirúrgica. Apresenta-
se mais profunda na parte central (corpo), superficializando-se nos extremos (cabeça e cauda, ou 
cauda de entrada e cauda de saída). A lesão incisa exibe bordas e vertentes regulares que se 
coaptam perfeitamente. Margens sem escoriações ou equimoses. Fundo sem trabéculas. 
B) Lesões Cortantes - Feridas Especiais 
DEGOLA → Degola é lesão incisa profunda na porção POSTERIOR do pescoço. A degola 
corresponde ao corte na região da GOLA da camisa, por isso o nome. Corta-se a garganta do 
condenado de orelha à orelha – GOLA. 
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ESGORJAMENTO → corta-se a traquéia do condenado. O ferimento dá-se na parte ANTERIOR 
ou nas partes LATERAIS do pescoço. 
• Suicida: descendente, progressivamente superficial com cauda de escoriação. 
• Homicida: Mesma profundidade, levemente ascendente. 
DECAPITAÇÃO → É uma agressão incisa na região do pescoço, que SEPARA a cabeça do 
tronco. Decapitação é incisão completa, na região cervical (pescoço), separando a cabeça do 
corpo. 
ESQUARTEJAMENTO 
EVISCERAÇÃO (haraquiri) 
LESÕES DE DEFESA → Ferimentos corto-contundentes, cortantes ou contundentes com sinais 
de vitalidade tecidual em mãos e braços. 
OBS: 
Sinal do espelho → visto no esgorjamento pelo esguicho de sangue, se não houver este sinal, 
provavelmente o cadáver foi colocado naquele local. 
Degolamento → só ocasiona a morte se houver secção medular. Lesões a níveis mais baixos na 
cervical acabam causando tetraplegia e não a morte. 
Esgorjamento → a morte é ocasionada por aspiração de sangue para traqueia ou por choque 
hipovolêmico devido a lesão de vasos importantes do pescoço. 
 
3) Lesões Contusas 
A ação contundente é consequência de: 
• Compressão que determina esmagamento, mormente quando há uma resistência 
subjacente; 
• Contato tangencial, por atrito; 
• Tração que pode produzir arrancamentos e lacerações. Quando a tração se exerce sobre 
uma víscera, esta pode ocasionar ruptura do aparelho suspensor da mesma, dos 
ligamentos e/ou do pedículo vascular, obviamente além das produzidas na própria víscera 
nas inserções. 
• Sucção, que determina uma depressão circunscrita. 
• Explosão que decorre do aumento primário ou secundário da pressão interna. 
OBS: A escoriação é uma lesão contusa! 
4) Lesões Mistas 
A) Lesões Pérfuro-Cortantes 
Provocadas pelos instrumentos perfurocortantes com um ou dois gumes (faca, peixeira). Feridas 
mais profundas do que largas, que têm a maioria dos elementos das lesões incisas (bordos, 
margens, vertentes, fundo). 
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Estas lesões podem ser: 
 
• Penetrantes (entra em cavidades preexistente: pleural, pericárdica, peritoneal); 
• Perfurantes (penetram numa parte maciça do corpo, sem saída); 
• Transfixantes (atravessam um órgão ou uma parte do corpo); 
 
Pode haver modificação da lesão perfurocortante pelo movimento da mão que empunha o 
instrumento. Ex.: alargamento por inclinação, rotação da mão, etc. 
 
B) Corto-contundentes 
Possuem um gume que age no primeiro momento e um peso que exerce a ação contundente 
pelo esmagamento e destruição dos tecidos podendo causar fraturas e até amputações, 
produzem as chamadas lesões corto-contusas, que são lesões mistas, com algumas das 
características dos ferimentos incisos (efeito de cunha), mas produzido pelo mecanismo das 
contusas = pressão sem deslizamento. Quando o instrumento, em acréscimo, tem um gume 
afiado, pode provocar lesões que se assemelham mais com as incisas. 
1 – Borda ou lábio 
2 – Vertente 
3 – Fundo 
 
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OBS: Empalamento → lesão perfurocontundente realizada pela introdução de instrumento em via 
anal. 
C) Lesões Perfurocortantes 
Agem por pressão (perfuram) e contusão. Sendo a mais comum delas a por projétil de arma de 
fogo (PAF). Podem causar lesão corporal ou morte por homicídio, suicídio ou acidente. Atentar 
para o número de lesões, localização, direção, lesões de defesa, e no caso de disparo de arma 
de fogo, observar vestígio de pólvora nas mãos. 
OBS: Analisar com atenção a lesão, para verificar se houve rotação do instrumento. Pois lesões 
com rotação do instrumento não caracterizam legitima defesa. 
D) Lesão Lácero-contusa 
É resultado de uma ação que provoca dilacerações teciduais, consequente a ação tangencial do 
instrumento devido a força de tração ou arrasto do mesmo, as lesões resultantes são 
semelhantes as corto-contusas sem a nitidez provocada pelo gume daqueles instrumentos. Ex.: 
dedo na porta do carro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adendos da professora 
1 - Em caso de atendimento de mulheres agredidas não se fecha o laudo no mesmo dia 
da denúncia, pois não se sabe a gravidade da ferida em longo prazo, se vai ter 
debilidade, deformidade ou perda de função. Isso influenciará diretamente no 
julgamento do agressor, de acordo com a classificação das lesões em leve, grave ou 
gravíssima. Logo, solicita retorno da vítima em trinta dias para nova avaliação. 
2 - A lesão não some após a morte ou apodrecimento, ela muda de cor, mas não some! 
 
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Resumo de Medicina Legal – Oitava Aula 
 
TRAUMATOLOGIA FORENSE – INSTRUMENTO PÉRFURO-CONTUNDENTE (PAF) 
As lesões perfurocontundente mais comuns são por 
Projétil de arma de fogo (PAF). São lesões que deveriam 
ser apenas perfurantes, porém a energia transmitida aos 
tecidos pelo projétil é tão grande que os lesa. São lesões 
que causam: perfuração e ruptura de tecidos. Os 
instrumentos mais comuns são o revólver calibre 38, 
espingarda, escopeta e carabina. 
Pelo projétil conseguimos identificar muitas das vezes a 
arma usada, pois o cano de algumas delas deixam 
ranhuras no projétil, que funcionam como uma “digital”, 
tendo em vista que essas marcas são únicas e 
específicas de cada arma. 
Assim dividimos as armas de acordo com a alma do cano, 
em: 
• Armas de alma raiada → Imprimem ranhuras ao lançar o projétil (rifles, as carabinas, as 
pistolas e os revólveres).• Armas de alma lisa → Não imprimem ranhuras ao lançar o projétil (espingardas modernas) 
Lembrando que o responsável pelo exame do projétil e da arma é o Perito Legal no 
Departamento de Balística do DML, emitindo por fim seu laudo conclusivo. 
Características do ferimento 
• Bordas irregulares 
• Predomínio da profundidade 
• Caráter penetrante ou transfixante 
 Ao atingir o corpo, o projétil provoca: 
• Rompimento na pele, formando um orifício em forma de tubular no qual se enxuga de seus 
detritos (orla de enxugo) 
• Arrancamento da epiderme (orla de contusão) 
Ao se formar o túnel de entrada: 
• Pequenos vasos se rompem formando equimoses em torno do ferimento (orla equimótica) 
Lesões por projétil de arma de fogo 
1) Ferimento de entrada: 
• Tiro encostado (tiro de contato. Distância zero) 
• Tiro a queima-roupa (até 10 cm) 
• Tiro a curta distância (10 a 50 cm) 
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• Tiro à distância: 
✓ Média distância – 50 a 70 cm 
✓ Longa distância – 70 cm em diante 
2) Ferimento de saída 
• Lesão evertida 
• Aspecto estrelado 
• Sem presença de orlas ou zonas. 
• Independe da distância de entrada do projétil 
OBS: o PAF perfura e rompe os tecidos na entrada e em sua saída, deixando marcas que 
permitem a identificação da sua entrada e da sua saída. É de extrema importância saber identifica 
a entrada e saída do projétil, pois nos casos em que ele transfixa a vítima, isso irá nos dizer se o 
tiro foi de frente ou pelas costas, o que muda completamente a solução do caso e muitas vezes a 
pena empregada. 
 
Orifício de entrada 
A) Orlas sempre presentes 
• Orla de Contusão = a pele se invagina e se rompe devido à diferença de elasticidade da 
derme e epiderme. 
• Orla Equimótica = zona da hemorragia oriunda da ruptura de pequenos vasos 
• Orla de Enxugo = zona de cor escura que se adaptou às faces do projétil, limpando-o dos 
resíduos da pólvora. Não está presente na saída, pois “enxugou a sujeira toda na entrada”. 
B) Zonas 
• Zona de Tatuagem = é resultante da impregnação de partículas de pólvora em 
incombusta que alcançam o corpo. 
• Zona de Esfumaçamento = é produzida pelo depósito de fuligem da pólvora ao redor do 
orifício de entrada. 
• Zona de Chamuscamento = tem como responsável a ação superaquecida dos gases que 
atingem e queimam o alvo. 
Tiro encostado 
No disparo encostado não haverá as zonas ou orlas, porque o cano estava encostado na vítima. 
Porém, se o tiro encostado for na cabeça, ele irá de encontro com a tabua óssea do crânio, tendo 
a lesão de entrada aspecto estrelado podendo se confundir com o orifício de saída. Entretanto, na 
necropsia, ao realizar o escalpe da região haverá um orifício redondo bem delimitado. A lesão 
cutânea é estrelada porque os gases liberados no tiro batem na tabua óssea, retornam e 
“explodem” a pele, é o que chamamos de Câmara de mina de Hoffmann. Outros sinais que 
podem estar presentes, são: 
 
 
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A) Sinal do Funil de Bonnet 
O Sinal de Funil de Bonnet caracteriza um ferimento de entrada ou de saída em ossos planos, 
mais comum em ossos do crânio. Define entrada e saída de projéteis em crânio. O orifício de 
entrada tem a forma de um cone invertido, ou seja, externamente o ferimento é regular e de forma 
arredondada enquanto internamente é irregular e maior do que o externo com um bisel bem 
definido; sua base e voltada para dentro da cavidade com traços de fraturas radias. 
B) Câmara de mina de Hoffmann 
É o nome dado à lesão provocada pelo disparo com o cano da arma encostado na pele da vítima. 
O orifício de entrada, diferente dos outros, terá as bordas evertidas (para fora), em razão da 
expansão dos gases do disparo. 
C) Sinal de Benassi 
É o depósito de fumaça (enfumaçamento) no plano ósseo, ao redor e no orifício de entrada, que 
decorre de disparos com a extremidade do cano da arma (boca) encostada na pele, que choca 
com uma placa óssea. 
D) Sinal de Puppe Werkgartner 
Marca do cano da arma tatuada ao redor do orifício nos tiros encostados. 
 
Tiro a distância 
A) Orifício de entrada 
• Forma arredondada 
• Diâmetro menor que o do projétil 
• Com orla de escoriação 
• Com orla equimótica e enxugo 
B) Orifício de saída 
• De forma irregular ou dilacerado 
• Maior que orifício de entrada 
• Maior sangramento (todo o sangramento da lesão vem vindo junto) 
• Ausência de zonas e halos 
• Bordos evertidos 
 
Trajeto/Trajetória 
Trajeto → é o caminho percorrido pelo projeto dentro do corpo da vítima, e quem realiza a 
avaliação é o médico do atendimento. Pode ser: 
• Transfixante 
• Não transfixante (projétil retido) 
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Trajetória → é o caminho percorrido pelo projétil fora do corpo da vítima (da arma até a superfície 
atingida), e quem define e avalia essa trajetória é o perito criminal. Pode ser: 
• Trajeto simples = resultante de projétil único 
• Trajeto múltiplo = resultante de projéteis múltiplos 
 
Gravidade das Lesões Corporais 
A) LEVE 
• Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. 
B) GRAVE 
• Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias; 
• Perigo de vida; 
• Debilidade permanente de membro, sentido ou função; 
• Aceleração de parto. 
C) GRAVÍSSIMA 
• Incapacidade permanente para o trabalho; 
• Enfermidade incurável; 
• Perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 
• Deformidade permanente; 
• Aborto. 
 
Adendos da Aula 
• O disparo denominado “de raspão” é um tiro tangencial, que causa escoriações na vítima. 
• O disparo a longa distância não vai apresentar as zonas e orlas, impedindo a identificação 
do orifício de entrada e de saída. 
• As lesões de defesa também apresentaram características que dirão que foram de longa, 
média ou a curta distância. 
• A escopeta não permite teste balístico, pois é uma arma de alma lisa. 
• O projétil que bate em estruturas ósseas também não proporciona um teste de balística, 
pois deformam ao chocarem com essas estruturas ósseas. 
• Os projéteis podem apresentar coberturas: 
• Chumbo nu (prateado) 
• Jaquetado (dourado) → melhora a performance do projétil. Comumente se solta do projétil, 
podendo ser encontrada pelo corpo.

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