Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ana Valéria Dantas de Araújo Góis Manejo de Via aérea e Intubação Orotraqueal Via Aérea Definitiva ➵ Definição – tubo alocado na traqueia com cuff e balão insuflado ➵ Situação em que é possível ventilar e proteger a via aérea de aspiração ➵ Um dos exemplos – traqueostomia Oferta de Oxigênio por formas não invasivas ➵ Cânula nasal – fluxo máximo de 4 litros por minutos; OBS – Estima-se que cada litro oferecido pela cânula, aumenta 4% na FIO2 O ambiente tem 21% de oxigênio + valor do cálculo de 4% em relação ao litro = FIO2 total que o paciente vai ter que receber ➵ Máscara simples – fluxo de 5 a 3 litros por min ➵ Máscara com reservatório – o paciente inspira o oxigênio que preenche o reservatório, e o ar exalado sai pelas válvulas, proporcionando uma alta oferta de FIO2; Fluxo de 6 a 15 litros por mim; é melhor que a de Venturi ➵ Máscara de Venturi – Sistema de alto fluxo, oxigênio passa por orifício sob pressão; FIO2 varia de 24 a 50% Dependendo da cor, muda o valor de FIO2 ofertado O máximo é de 50% Intubação Orotraqueal Considerações Gerais ➵ Não deve exceder 30 segundos – o movimento da laringoscopia; faz a laringoscopia e já deve passar o tubo ➵ Permite controle das vias aéreas ➵ Protege contra aspiração – impede que o paciente broncoaspire Ana Valéria Dantas de Araújo Góis ➵ Possibilita elevadas concentração de O2 – os ventiladores conseguem ofertar uma taxa de FIO2 de 100%, quando se utiliza só oxigênio ➵ Permite aspiração traqueal – aqueles pacientes que tem muita secreção, pode ser aspirada pelo tubo ➵ Possibilita administração de drogas via endotraqueal – casos de PCR e que o paciente perdeu o acesso Naloxona Epinefrina Lidocáina Atropina Avaliação das Vias Aéreas ➵ Distancia inter-incisivos – tem que ser maior que 3 cm; se for menor que isso, já pode esperar uma intubação difícil ➵ Comprimentos dos incisivos superiores – o ideal é que eles sejam curtos ➵ Conformação do palato – se tiver algum estreitamento, pode dificultar a intubação ➵ Protusão voluntaria da mandibula – observar se os dentes mandibulares ultrapassam a linha dos maxilares (ver se o paciente tem mobilidade) ➵ Avaliação de Mallampati I: vê todas as estruturas (palato duro, mole, úvula completa) II: vê só parte da úvula III: vê só palato duro e mole IV: só vê o palato duro – maior dificuldade para intubação ➵ Comprometimento e largura do pescoço – se for curto e largo dificulta o procedimento ➵ Movimentação de flexão do pescoço – pelo menos 35º e extensão da cabeça pelo menos de 80º Preditores de laringoscopia direta difícil ➵ Abertura de boca limitada ➵ Protusão mandibular limitada Ana Valéria Dantas de Araújo Góis ➵ Palato arqueado ➵ Distancia tireomentoniana reduzida – Menor que 5 cm é considerada via aérea difícil ➵ Teste de Mallampati classe III ou IV ➵ Complacência submandibular diminuída – faz com que o paciente não tenha tanta movimentação ➵ Distância esternomentoniana reduzida ➵ Extensão cervical limitada ➵ Circunferência cervical aumentada Preditores para ventilação difícil sob máscara facial ➵ Presença de barba – não acopla direito ➵ Índice de massa corporal maior que 26 kg/m² - paciente não ventila de forma adequada ➵ Ausência de dentes – por que não vai permitir que o ar passe pela boca e orofaringe; o paciente tende a deixar a boca mais fechada ➵ Idade maior que 55 – devido as alterações fisiológicas, maior enrijecimento das estruturas musculares, dificulta a passagem do ar ➵ História de ronco – relação com apneia de sono Indicação para Intubação Traqueal ➵ Proteção da via aérea Alterações do estado de consciência; ECG <8 Comprometimento anatômico da via aérea – se o paciente sofreu algum acidente na região cervical Diminuição dos reflexos – pacientes sépticos, bastantes graves; evita broncoaspiração Sedação em locais de difícil acesso (ex. TC e RM) Aspirações de secreções Falência respiratória, ex. insuficiência respiratória grave ➵ Hipoxemia SARA, IRpA (insuficiência respiratória pulmonar aguda) Edema agudo de pulmão Atelectasia OBS – A intubação é feita quando o paciente não possui uma resposta adequada mesmo com a ventilação não invasiva (cateter ou máscara) ➵ Causas ventilatórias Hipercapnia – retenção de CO2 no sangue Hipoventilação – aqueles pacientes que estão com bradipneia e baixa saturação Doença neuromuscular, ex. ELA Overdose de droga, ex. uso de opióide (causando rebaixamento da respiração) ➵ Causas circulatórias Parada cardiorrespiratória Choque Sepse ➵ Outras causas Hiperventilação por aumento da pressão intracraniana – pacientes com avc hemorrágico ou TCE Transporte do doente em risco de deteriorização – importante que ele seja intubado antes de ser transferido Abertura das Vias Aéreas ➵ Manejo manual Jaw thrust – mandíbula Chin lift – mento Ana Valéria Dantas de Araújo Góis ➵ Cânula de Guedel Coloca a abertura direcionada para as fossas nasais, ai quando ela chega no palato mole, faz- se o giro para a região mentoniana ➵ Posicionamento do paciente Uso de coxim – deixa os eixos mais alinhados Eixos – oral, faríngeo e laríngeo ➵ Pré-oxigenação Pode ser com uma ou duas pessoas * 1 pessoa – mais difícil e menos eficaz * 2 pessoas – mais fácil e eficaz O que eu preciso para intubar? ➵ Monitorização – monitor cardíaco + oxímetro + PANI ➵ Paramentação completa p/ toda equipe – máscara, óculos e luvas ➵ Carrinho de parada deve estar próximo de onde o paciente está sendo intubado – desfibrilador + drogas para PCR ➵ Acesso Venoso ➵ Medicações – sedação + bloqueio neuromuscular ➵ Máscara fácil + ambu + O2 úmido = pre- oxigenação ➵ Material para aspiração + vácuo (vai precisar da pressão para aspirar) ➵ Laringoscópio + tubo orotraqueal + fio guia ➵ TOT testado – cuff ➵ Posicionamento adequado do paciente Ana Valéria Dantas de Araújo Góis Técnica de sequencia rápida ➵ Técnica em que se reduz ao mínimo o tempo que a via aérea fica desprotegida, assegurando condições adequadas para – vai durar de 30 a 60 segundos Laringoscopia IOT ➵ Deve ser possível em 60 segundos após a administração de medicações depressora dos reflexos ➵ Princípios principais Pré-oxigenação – já que o paciente vai ficar em apneia; geralmente é feita por 5 min Cuidados com estômago cheio – se não souber como está o jejum, o ideal é não AMBUZAR * Paciente com estão com estomago cheio, pode fazer associação de ranitidina + antiemético * Um caso de um paciente que está com COVID, que esteja com baixa saturação e com o estomago cheio, ai pode colocar so uma máscara de ventilação (de preferencia uma máscara com reservatório, pois vai ter a válvula como proteção) Analgesia e sedação Bloqueio Neuromuscular Medicações ➵ Analgesia Fentanil 1 a 5 mcg/kg EV bolus Alfentanil 15 a 30 mcg/kg EV – é mais indicado usar ele pois ele tem um mecanismo mais rápido de atuação e é o mais disponível ➵ Sedação – vai depender da hemodinâmica do paciente (pois muitos pacientes estão hipotensos) Midazolan 0,1 a 0,5 mg/kg Etomidato 0,3 a 0,4 mg/kg EV bolus – tem uma melhor resposta hemodinâmica Propofol 1 a 2,5 mg/kg EV bolus Tiopental sódico 2,5 a 5 mg/kg EV ➵ Bloqueio Neuromuscular Succinilcolina 1 a 1,5 mg/kg EV bolus – um dos mais utilizados, pois atuam mais rápido Rocurônio 0,6 a 1,2 mg/Kg EV bolus – um dos mais utilizados, pois atuam mais rápido Vecurônio 0,1 a 0,3 mg/Kg EV Atracúrio 0,4 a 0,6 mg/Kg EV Anatomia laringoscópica ➵ Classificação segundo Cormack e Lehane Ana Valéria Dantas de Araújo Góis TubosOrotraqueais Vai variar de acordo com a idade nas crianças e nos adultos vai variar pelo tamanho e se é homem ou mulher Esse tamanho é para calcular o diâmetro do tubo Importante escolher 2, um ideal e um menor Ex. Uma criança com seis anos * Tamanho = (6/4) + 4 = 5,5 * Lâmina = 4/2 = 2 (tamanho do tubo dividido por 2) No adulto geralmente usa a lamina curva e na criança a lamina reta Intubação Difícil ➵ Intubação traqueal difícil – a inserção de um tubo endotraqueal com laringoscopia convencional requer mais de 3 tentativas ou mais de 10 minutos durante todo o procedimento ➵ Via Aérea difícil – situação clínica que um médico com experiência tem dificuldade para ventilar com máscara e tem dificuldade para intubação traqueal Cuidados imediatos pós intubação ➵ Insuflar o cuff ➵ Checar posição do tubo (verificar a ausculta na região do estômago, pulmão esquerdo e pulmão direito) ➵ Fixar o tubo e se necessário aspirar TOT (técnica asséptica com luva e sonda estéril) ➵ Ajustar parâmetros do respirador e colocar em VM – FiO2 100% (ao menos no começo, até fazer gasometria e fazer os ajustes) ➵ Checar sinais vitais – FC, ritmo cardíaco, pressão arterial e saturação de O2 (importante pois esse procedimento gera muito PCR) ➵ Iniciar sedação e analgesia em infusão contínua em bomba de infusão – mais utilizada midazolam e fentanil, mas outras medicações poderão ser necessárias ➵ Elevar cabeceira do leito a 30º ➵ Solicitar Rx de tórax – checar posição do tubo (ideal que esteja 2 cm acima da carina) ➵ Solicitar gasometria arterial – após 30 minutos de ventilação ➵ Reajustar parâmetros ventilatórios e reduzir FiO2 (Po2 .60 ou Sat >90%) ➵ Passar SNG (manter aberta, em drenagem) e sonda vesical ➵ Checar pressão do cuff com manovacuômetro – manter pressão em 20cm/ H2O Confirmação da IOT ➵ Ausência de ruídos epigástricos – através da ausculta com estetoscópio ➵ Sons respiratórios bilaterais ➵ Elevação simétrica do tórax ➵ Melhora da cianose Ana Valéria Dantas de Araújo Góis ➵ CO2 expirado/ capnografia (por meio do capnógrafo) ➵ Oximetria de pulso Alternativas ➵ Máscara laríngea Alternativa para situação de máxima emergência – não intubo e não ventilo Fácil aprendizagem Consegue inserir com uma abertura bucal de 1,2 cm interdentária, pois não precisa de laringoscópico Os critérios de intubação difícil parecem não ter correlação com dificuldades no uso da máscara laríngea Tempo de permanência – até 2hrs p/ providenciar uma via área definitiva Os tubos variam de acordo com o peso do paciente ➵ Combitube Coloca sem laringoscópio até o esôfago e insufla os 2 balonetes, permitindo que o ar siga até a traqueia do paciente Por isso não é considerado via aérea definitiva e ele fica alojado no esôfago do paciente ➵ Ventilação a Jato ➵ Cricotireoidostomia Indicações * Via aérea difícil – dificuldade na intubação traqueal ou ventilação com máscara * TCE extenso atingindo cervical * Trauma maxilo-facial * Politrauma generalizdo * Obstrução respiratória por corpo estranho onde não da p/ passar o tubo * Angioedema e outros Contraindicações * Inabilidade de identificar as estruturas * Tumor laríngeo * Infecção laríngea * Trauma laríngeo * Crianças menores de 12 anos devido a imaturidade das estruturas anatômicas (plano B seria a traqueostomia) OBS – Bouge = pode ser utilizado na via aérea difícil e na crico; ele é importante por ser mais fino, permitindo a passagem nas cordas vocais. Passa o tubo e retira o BOUGE que é de estrutura plástica, evitando lesões traqueais Ana Valéria Dantas de Araújo Góis ➵ Traqueostomia A única considerada via aérea definitiva Consiste na abertura da parede anterior da traqueia, comunicando-a com o meio externo, tornando a via aérea pérvia Indicações * Obstruções de vias aéreas superiores – anomalias congênitas, corpo estranho em VAS, trauma cervical, neoplasias, paralisia bilateral de cordas vocais * Intubação orotraqueal prolongada (mais de 15 intubados) * Edema devido a queimaduras, infecções ou anafilaxia * Tempo prévio ou complementar a outras cirurgias bucofaringlaringológicas * Facilitar a respiração das secreções das vias respiratórias baixas * Síndrome da apneia hipopneia obstrutiva do sono OBS – Algorítmo via aérea difícil
Compartilhar