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Resumo - Teoria Critica da Arquitetura

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Arquitetura Medieval
A arte românica é figurativa, imagens e ícones transmitiam a palavra sagrada. A Arte medieval era marcada pela clareza e essencialidade, dando mais importância à eficiência da mensagem do que ao refinamento compositivo. Nessa época, se buscava a integração total entre Arte e Arquitetura. 
O primeiro estilo bem definido da Idade Média é o Românico, cujo nome remete à herança técnico-construtiva romana. Toda a arquitetura da Idade Média deriva do uso e da transformação dos sistemas em arco e, principalmente, abóbadas.
Período Românico
Divergências dogmáticas, especialmente relacionadas à aceitação e ao uso de ícones e imagens artísticas, acabaram por dividir a igreja cristã entre a vertente romana e a ortodoxa, baseada na antiga capital do Império romano do oriente, Constantinopla. Os ortodoxos criaram uma Arte e uma Arquitetura próprias, fortemente relacionadas à cultura e à iconografia árabe, denominada bizantina. 
A Arte bizantina foi marcada pelo uso intensivo de mosaicos, cores fortes e contrastantes. Com a função exclusiva de servir à religião, era definida por regras compositivas rígidas, aproximando- se da concepção artística dos egípcios.
As construções românicas são baseadas na concepção estrutural, da qual sua forma deriva. A firmitas tem um papel muito importante na venustas dessas obras. O período românico foi o primeiro a utilizar a modulação para fins eminentemente estruturais.
Arquitetura gótica
Construções mais leves e altas, onde a luz assume seu papel definitivo no espaço interno, através de grandes vitrais. Três elementos novos foram os grandes responsáveis por essa transformação arquitetônica: o arco ogival, a abóbada de aresta e o arcobotante.
Figura 17: O arco ogival, a abóbada de aresta e o contraforte com arcobotante.
Figura 18: O esquema estrutural de uma catedral gótica.
Isso cria uma arquitetura elegante e basicamente vertical, composta de pontas e agulhas que indicam a direção do céu.
A partir do século XIII, as catedrais góticas se disseminaram por quase todas as cidades e burgos da Europa. Esses templos altíssimos dominavam a paisagem, em profundo contraste com a escala do entorno, destacando a presença de Deus na comunidade. Assim se definiu a tipologia da grande catedral gótica, paradigma da era medieval, lógica e geométrica, de três ou até cinco naves e duas enormes torres na fachada, como dois menires a valorizar sua presença.
Após essa fase de esplendor, o mundo medieval começa lentamente a entrar em decadência, a partir da formação dos Estados nacionais e da consequente diminuição do poder da Igreja. As cidades se fortaleciam como importantes centros de vida cultural e de trocas econômicas.
Na Arquitetura, a lógica e a perfeita integração entre Arte e Matemática começam a ceder lugar a obras de ornamentação luxuosa, muitas vezes gratuita. A arquitetura gótica passa a ser utilizada em construções privadas, não sendo mais associada ao uso exclusivo da religião, demonstrando o enfraquecimento gradual da ideia de religiosidade.
A CIDADE MEDIEVAL
Com o desenvolvimento do comércio e das manufaturas, os burgos – inicialmente pequenas fortalezas construídas pelos senhores feudais para defender seu território –, dão origem a aglomerações humanas maiores. Essas cidades, porém, eram bastante fechadas e marginais no sistema feudal, essencialmente agrário.
Tal como faziam os romanos, no tempo do Império, a Igreja constrói uma rede de monastérios por toda a Europa, com a função de marcar sua presença e disseminar a fé cristã. Esses monastérios passaram a ser os centros da vida econômica e intelectual na Idade Média, ao redor dos quais muitas comunidades se estabeleciam.
Na Idade Média, tanto as cidades nascidas ao redor de mosteiros quanto às já existentes passaram a ter sua dinâmica regida pelos preceitos da religião. Das atividades comunitárias aos símbolos arquitetônicos construídos na paisagem, tudo representava a existência de uma sociedade cristã. Dessa forma, a cidade profana greco-romana foi sendo substituída pela Civitas Dei (Cidade de Deus). 
A própria definição de cidade à época denotava o conceito de recinto fechado por muros. O traçado das cidades se conformava organicamente e crescia de acordo com a necessidade, sem um planejamento global.
CONCEITO E PARTIDO EM ARQUITETURA
Muitas vezes, a intersecção entre a nave e o transepto replica a forma de uma cruz, símbolo máximo do cristianismo, fazendo da planta um ideograma da função que abriga.
A forma de cruz, organizada a partir da intersecção entre duas barras retangulares, e sua volumetria inicialmente horizontal e fechada é o que denominamos partido arquitetônico: a forma básica que estrutura todo o edifício.
Figura 27: A referência ao Cristo crucificado na planta das igrejas.
O conceito está relacionado a algo abstrato e intangível, à ideia ou percepções que o arquiteto deseja transmitir com a obra. O partido é a estruturação formal e volumétrica que organiza essencialmente o edifício.
A LUZ NA ARQUITETURA
Ao separar as funções estruturais das de fechamento e criar uma nova lógica estrutural, a arquitetura gótica trocou as paredes de pedra por grandes vitrais coloridos e inaugurou uma espacialidade interna construída pela luz. A luminosidade quase mágica dessas edificações tem o poder de desmaterializar a massa construída, criando uma ambientação etérea e misteriosa.
ESTRUTURA E FORMA ARQUITETÔNICA
Na Idade Média, especialmente no período Gótico, que a concepção estrutural atingirá o ápice de seu desenvolvimento, a ponto de se fundirem nas grandes catedrais a firmitas e a venustas. Nas obras medievais, compreendemos com clareza como o desenho da estrutura pode derivar na forma arquitetônica, criando um diálogo onde uma reforça o sentido e a presença da outra.
A IDADE DO HUMANISMO: O RETORNO AO CLÁSSICO NO RENASCIMENTO E NO BARROCO
O termo clássico, em Arquitetura, se refere ao repertório formal e compositivo desenvolvido pelos gregos e enriquecido pelos romanos. Após a queda de Roma e a assunção do período medieval, tais princípios ficam esquecidos e surge uma nova linguagem arquitetônica e artística cuja rigorosidade matemática que caracterizava sua composição vai se diluindo ao longo do tempo em favor de um repertório estilístico amplo, mas muito ornamentado e por vezes confusas.
O retorno aos princípios greco-romanos marca o desenvolvimento artístico e arquitetônico desse novo período, não por acaso batizado de Renascimento.
O Humanismo representa esse tempo de ruptura com a forte influência da Igreja e do pensamento religioso da Idade Média. O teocentrismo (Deus como centro de tudo) cede lugar novamente ao antropocentrismo, devolvendo ao homem o lugar central no interesse das artes e da ciência.
RENASCIMENTO: A RESSURREIÇÃO DOS IDEAIS CLÁSSICOS
O fortalecimento das cidades e do comércio entre elas, juntamente com o enfraquecimento do poder da Igreja completam os ingredientes necessários para uma grande transformação nas bases da sociedade da época, inaugurando a idade do humanismo.
A descoberta dos escritos de Vitrúvio é um dos fatores que impulsionam o resgate aos ideais clássicos na Arquitetura. Esse fato estimula os arquitetos renascentistas a escreverem novos tratados, difundindo a arquitetura renascentista por toda a Europa.
Nesse processo de renascimento, demarca-se uma diferença conceitual entre o que é velho e o que é antigo. Velho seriam as arquiteturas medievais, consideradas variáveis e instáveis, enquanto o antigo carrega a eternidade e a estabilidade, e por isso possui valor absoluto, transcendente, a exemplo das realizações greco-romanas. A Idade Média passa a ser vista como um desvio de rota civilizacional, um tempo de trevas onde a curiosidade científica teria dado lugar ao obscurantismo religioso. A revalorização dos preceitos clássicos seria, dessa forma, um meio de resgatar os valores sociais humanistas greco-romanos.
O projeto em perspectiva
Na Arquitetura, o uso de figuras geométricas elementares, de relações matemáticas simples e a reutilização das ordens gregasserão a base do sistema compositivo renascentista.
Se os primeiros arquitetos apareceram no Egito, será no Renascimento que a figura desse profissional assumirá uma nova dignidade pessoal e valor social. Pela primeira vez na história, o projeto (teoria) e a construção (prática) passam a ser encarados como etapas distintas e possivelmente independentes. Essa nova divisão do trabalho concede ao arquiteto a figura de intelectual, e a autoria das obras passa a ter importância cada vez maior. A partir de então, nos referimos às obras de Arquitetura vinculadas ao nome de seu autor.
Dessa forma, os desenhos devem ser capazes de subsidiar os construtores no processo de execução das obras. O aparecimento da perspectiva científica será a base da forma de projetar renascentista. Exatamente da forma como a utilizamos hoje, o método da perspectiva designa uma maneira de representar em uma superfície plana (o papel) objetos como os vemos na realidade, ou seja, em três dimensões.
No Renascimento, as maquetes de madeira passam a ser o principal instrumento de apresentação do projeto. Ela é a representação escultórica dos desenhos, que possuem linguagem mais abstrata, técnica e científica.
Florença: o Quattrocento
A transição da Idade Média para o Renascimento tem um nome e um lugar preponderantes: o arquiteto Fillipo Brunelleschi (1377-1446) e a cidade de Florença, na Itália. Brunelleschi constrói o marco simbólico da virada para a arquitetura humanista: a cúpula da catedral de Santa Maria del Fiore (1420-1434), dominando a paisagem florentina. As cúpulas haviam, praticamente, desaparecido ao longo da Idade Média e seu resgate representou o ponto de retorno aos ideais clássicos.
Mas será na igreja de São Lourenço e na Capela Pazzi que a linguagem clássica retornará em toda sua plenitude, sem qualquer vestígio da velha arquitetura gótica, através do uso de colunas e capitéis clássicos, entablamentos e arcos romanos.
Além de Brunelleschi, é destacável o gênio de Leon Battista Alberti (1402- 1472), que utilizou a referência ao arco de triunfo romano como base de suas composições. Na igreja de Santo André de Mântua, aparecem motivos que se repetiriam em inúmeros edifícios renascentistas: arcos baixos e altos, pilastras e a cúpula.
O novo estilo surgido, em Florença, retomava os preceitos gregos que consideravam o homem e as proporções de seu corpo como base referencial para o processo compositivo.
Roma: o Cinquecento
O protagonista do período romano será Donato Bramante (1444-1514).
Após o fim da Idade Média a capital italiana começava a recuperar seu esplendor perdido a partir da reorganização dos Estados Pontifícios pela Igreja. Grandes obras são erguidas pelo Vaticano para construir a nova Roma renascentista e monumental. Esse período será considerado a apoteose do Renascimento, onde os arquitetos e os artistas atingirão o grau máximo de perícia no uso da linguagem clássica.
Seu pequeno templo de São Pedro de Montorio (1499), conhecido como Tempietto surge como um novo paradigma da arquitetura renascentista. Sua planta perfeitamente circular rodeada de colunas, com um corpo central menor e mais alto, coroado por uma cúpula é uma releitura dos templos circulares da Roma antiga.
No cinquecento, a escala humana florentina cede lugar à escala monumental, repetindo a transição do antropomorfismo grego para a monumentalidade na Roma antiga. A monumentalidade, juntamente com a adoção da planta centralizada são características marcantes desse período.
A obra de Bramante influencia gerações de arquitetos renascentistas, entre os quais devemos citar Rafael Sanzio, Giacomo da Vignola, Antonio da Sangallo, Baldassare Peruzzi e Jacopo Sansovino, que levarão os princípios de sua obra para Verona e Veneza.
O Renascimento artístico e arquitetônico surge e permanece como um fenômeno especificamente italiano na maior parte desse tempo. O resto da Europa, mergulhado em guerras e nacionalismos demora a adotar os modos renascentistas, e ainda que tenham erguido obras importantes, não chegaram a transcender os exemplares italianos.
O Maneirismo
Uma vez atingido o domínio total da linguagem clássica, nas Artes e na Arquitetura, a rigorosidade, a proporcionalidade e a simplicidade das obras renascentistas começaram a parecer entediantes e mecânicas.
O próprio Michelangelo, em seu projeto para a catedral de São Pedro, havia subjugado a extrema rigidez compositiva da época e iniciado novas experimentações sobre a escala e o espaço. Antecipando estratégias que influenciarão as obras seguintes, elementos de escalas diferentes são colocados lado a lado, criando um jogo entre a escala monumental e a escala humana.
Essa etapa final do período renascentista será conhecida como Maneirismo, que enriquece o vocabulário da linguagem clássica, subvertendo as normas e as regras em nome de uma arquitetura mais livre e inventiva, que relega a um segundo plano a busca pela perfeição através da rigorosidade compositiva.
A figura de Andrea Palladio (1508-1580) emerge entre os maiores arquitetos maneiristas. Diferencia-se pelo controle das regras clássicas e pela elegância de suas obras, na maioria, residenciais. Utiliza os jogos de escala e as estratégias típicas do maneirismo, mas nunca parece cair no exagero ou na ironia que caracteriza a obra de muitos de seus contemporâneos. Sua arquitetura exibe as duas mais apreciadas qualidades renascentistas: a precisão matemática e as plantas centralizadas.
Pela qualidade e clareza de suas composições, Palladio foi o arquiteto renascentista mais influente ao longo dos séculos posteriores.
O BARROCO: ARQUITETURA DO ESPETÁCULO
Enquanto o Renascimento é caracterizado pela serenidade, o Barroco é conhecido pelo exagero e pela volúpia. Na renascença prevalecem a lógica e a simplicidade, ao passo que na Arquitetura e na Arte barroca explodem o populismo e a emoção.
Em comum entre os dois encontramos o uso da linguagem clássica, utilizada no Renascimento para conferir equilíbrio e estabilidade às obras e, contrariamente, para criar surpresa e movimento nas obras barrocas.
A Igreja Católica lança um ambicioso programa de construção de novos templos que se opunha totalmente ao minimalismo protestante, como forma de marcar uma diferença clara e reafirmar sua força. A Igreja convoca os melhores arquitetos e artistas para a missão de criar uma atmosfera mística e sublime, uma espécie de céu na terra marcado pelo luxo e pela ostentação.
O impacto perceptivo e psicológico causado pela exuberância inebriante das novas igrejas transportariam os fiéis a um universo paralelo, radicalmente distinto de sua experiência mundana. Era uma arquitetura, sobretudo, destinada à propaganda dos valores e do poderio católico.
As obras funcionam como suporte para grandes cenários urbanos e a teatralidade será uma das maiores marcas do Barroco. O ideal barroco é compor uma obra de arte total, resultante da fusão entre Arquitetura, Escultura e Pintura.
As plantas circulares da renascença dão lugar a elipses, referenciando a recém-descoberta forma da órbita dos planetas. O gosto pela curvilínea quebra a composição geometricamente limpa e se expressa em espaços definidos por planos oblíquos.
A elipse barroca
Diversas descobertas científicas da época influenciaram as formas e as composições barrocas. Nicolau Copérnico, por exemplo, desenvolveu a teoria heliocêntrica do sistema solar. O astrônomo Johann Kepler havia provado que as órbitas dos planetas eram elípticas, e não circulares. Da mesma forma, Isaac Newton acabava de formular suas leis do movimento, estimulando a imaginação dos arquitetos e artistas da época.
A manipulação da luz será outra estratégia fundamental para atingir o mais alto grau de surpresa e impacto arquitetônico e potencializa o desejado caráter cenográfico barroco.
Roma é o berço e a capital do Barroco, que posteriormente espalha-se por outros países da Europa.
O Rococó
Na última etapa do período Barroco, aparece, na França, uma variação do estilo, denominada
Rococó, termo originado da palavra francesa rocaille, que significaconcha. Resumidamente,
manifestou-se por formas delicadas e graciosas e pelo uso de cores suaves e claras, em
oposição ao peso e à coloração forte das obras barrocas.
NOSSA HISTÓRIA COMEÇA: O BARROCO BRASILEIRO
Introduzido no país, no século XVII, pelos jesuítas, o acervo Barroco brasileiro é basicamente composto por obras de arte e arquitetura sacras.
Nosso Barroco nasce de uma intrincada confluência da herança europeia, especialmente portuguesa, e de transformações e releituras locais. O caráter popular e espontâneo será a grande marca do Barroco nacional, cuja arquitetura é feita com base nas técnicas construtivas tradicionais.
O URBANISMO RENASCENTISTA E BARROCO: DA CIDADE IDEAL À CIDADE TEATRAL
Os arquitetos do Renascimento inventaram modelos urbanos novos, a partir do que acreditavam ser uma cidade ideal (Conceito de Utopia).
As cidades brasileiras
Diferentemente das cidades de colonização espanhola, no Brasil, os núcleos urbanos foram construídos de forma orgânica, seguindo a declividade e respeitando as características do relevo, sem uma normativa ou projeto. Enquanto, na América espanhola, prevalecia a razão do homem sobre a natureza, na colônia portuguesa a cidade vai se construindo entrelaçada à paisagem e à topografia.
A LINGUAGEM CLÁSSICA DA ARQUITETURA
O período Barroco termina de forma relativamente abrupta, com a Europa vivendo um tempo de impérios mais sóbrios e ponderados, inaugurando um período que acabaria por culminar na Revolução Francesa de 1789, motivada pelos ideias do Iluminismo.
Esse novo momento de austeridade social, junto a um entusiasmo por novidades na sociedade da época, foi decisivo para a ruptura com a extravagância barroca e a um retorno a princípios clássicos mais estritos.
Ao emergir na Inglaterra, o movimento se baseia inicialmente em uma releitura da arquitetura de Palladio. Variações de sua Villa Rotonda passam a aparecer em diversas casas de campo e sua obra como um todo inspirou o que veio a ser denominado classicismo romântico.
Na segunda metade do século XVIII, o classicismo palladiano vai se transformando em um neoclássico rigoroso e erudito, evidenciado pela competência na manipulação do idioma arquitetônico fundado pelos gregos.
Nas origens da arquitetura clássica a harmonia e a proporção entre as partes eram aspectos fundamentais de sua composição. As ordens sempre foram entendidas como se incorporassem uma personalidade. Determinadas ordens, como a toscana e a dórica, representam rudeza e força, enquanto a coríntia, por outro lado, sugere abundância, luxo e opulência. Assim, a escolha da ordem confere caráter ao edifício, relacionando sua aparência ao seu uso e simbolismo social.
Assim, mesmo a arquitetura moderna, que se proclamava livre de qualquer referência histórica direta, continha em suas formas o legado clássico. Os mestres do século XX eliminaram as ordens, acabando com o uso da linguagem clássica na Arquitetura, mas partes de sua essência continuavam presentes em muitas obras modernas.
DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL À ARQUITETURA MODERNA
O Iluminismo, movimento intelectual francês que surgiu no século XVIII, afirmava a supremacia científica e a racionalidade humana sobre qualquer tipo de dogmatismo ou crença.
Nessa época científica, os pensadores passam a buscar leis e princípios universais.
A Revolução Francesa de 1889 pregava liberdade, igualdade e fraternidade, as velhas instituições, como a monarquia e a Igreja, perderam grande parte de sua força, passando por um momento de crise e profunda renovação. Os arquitetos se agarravam aos estilos históricos, as novidades trazidas pelo advento da indústria exigiram uma reinvenção da própria Arquitetura, as novas condições sociais, os novos materiais e meios de produção se combinaram e abriram o caminho para uma Arquitetura cada vez mais relacionada ao universo tecnológico industrial.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: A BUSCA DO ZEITGEIST
Enquanto a sociedade mudava e a ciência avançava rapidamente, a Arquitetura buscou a segurança dos estilos históricos, apegando-se ao passado, a arquitetura do século XIX será marcada pelo historicismo, derivado da apropriação da linguagem de arquiteturas do passado, de locais e culturas diferentes.
A referência clássica já não era a única, e o estilo utilizado passou a ser definido em função do gosto ou do caráter que se desejava dar a cada nova edificação. A arquitetura perde sua vinculação com o tempo em que é produzida e passa a ser escolhida como um produto de catálogo.
Passaram a conviver nas cidades edifícios neoclássicos, neogóticos, neobarrocos, entre uma infinidade de referências a outros estilos. A mistura de elementos de diversos estilos, em uma mesma obra, gera um estilo arquitetônico novo, chamado Eclético.
Ainda que produzidos com extrema competência e beleza pelos arquitetos da época, ao recorrer ao passado de forma acrítica a Arquitetura perdia seu potencial reflexivo e propositivo, enfraquecendo seu papel social.
Os renascentistas confiavam nos valores sociais e nos princípios compositivos dos gregos e romanos. Os novecentistas, por sua vez, transformaram esse repertório em mera convenção, reduzindo o conceito de estilo de algo unificador e representativo da cultura para algo simplesmente decorativo.
Mas as inovações técnico-construtivas trazidas pela Revolução Industrial forçaram os arquitetos a redimensionar sua prática. Aos poucos, o uso do ferro foi se incorporando à Arquitetura. A arquitetura do ferro será a mais expressiva manifestação técnico-formal do século XIX, sendo a própria imagem da primeira arquitetura industrial. A produção industrial em série possibilita a pré-fabricação das partes da construção, projetada de forma modular e montada no canteiro de obras, de forma mais racional, rápida e econômica.
As novas técnicas e materiais produziram até mesmo novas tipologias, como o arranha-céu. As novas possibilidades da firmitas impulsionaram uma transformação na venustas, conjunção que estava de acordo com as novas necessidades da utilitas na vida moderna.
O desejo de renovação e de conexão ao zeitgeist dos tempos modernos levam alguns arquitetos mais vanguardistas a se distanciarem completamente das referências históricas. O Art Noveau (Arte Nova), por exemplo, vai reunir a esbelteza possibilitada pelas estruturas de ferro a referências às formas naturais e orgânicas.
Nas primeiras décadas do novo século, a limpeza de construções de linhas retas e simples configurou um movimento denominado Art Dèco, considerado em seu momento ultramoderno, elegante e funcional, abrindo as portas ao surgimento de uma nova expressividade: a arquitetura moderna.
INTERNATIONAL STYLE: A ASSUNÇÃO DA ARQUITETURA MODERNA
As artes plásticas responderam rapidamente à nova condição, através de uma série de movimentos de vanguarda que procuravam adequar a sensibilidade humana ao universo industrial.
A Bauhaus: o gênio coletivo
A posposta da escola se baseava nas possibilidades de unir arte e indústria, como forma de democratizar o acesso ao design e à arquitetura de boa qualidade a um grande número de pessoas.
A Bauhaus foi o mais importante e estruturado centro de formulação e disseminação dos ideais racionalistas, concentrando em seu corpo docente uma constelação de artistas e arquitetos que moldaram o ideário moderno.
Le Corbusier: o gênio individual
Foi o grande personagem da arquitetura moderna europeia e, como veremos, o mais influente na definição da produção moderna brasileira.
Corbusier propôs os célebres cinco pontos da arquitetura moderna:
A estrutura independente, configurada por uma malha de pilares que suspendem o edifício do solo, denominados pilotis; essa estrutura pontual permite a concepção da planta livre, desenvolvida a partir das necessidades funcionais do programa; da mesma forma, a estrutura libera os planos de vedação, possibilitando a fachada livre; se a fachada não é portante, pode-se imaginar nela qualquer tipo de abertura, inclusive a maior delas, a janela em fita, percorrendo toda a extensão horizontal da fachada sem interrupções; e, finalmente, aconsideração da laje cobertura da edificação como área útil, denominada terraço-jardim.
• Os “cinco pontos para uma nova arquitetura” 
1 - Pilotis, suspendem o edifício do solo
2 - Terraço jardim, consideração da laje cobertura da edificação como área útil
3 - Planta livre, resultado direto da independência entre estruturas e vedações, possibilitando maior diversidade dos espaços internos, bem como mais flexibilidade na sua articulação; 
4 - Fachada livre, também permitida pela separação entre estrutura e vedação, possibilitando a máxima abertura das paredes externas em vidro, em contraposição às maciças alvenarias que outrora recebiam todos os esforços estruturais dos edifícios; 
5 - A janela em fita também consequência da independência entre estrutura e vedações, se trata de aberturas longilíneas que cortam toda a extensão do edifício, permitindo iluminação mais uniforme e vistas panorâmicas do exterior. 
Ainda que para ser moderna uma obra não necessitasse obrigatoriamente possuir os cinco pontos, eles passaram a ser referência do grau de modernidade das edificações. A primeira fase da obra de Le Corbusier é caracterizada pela referência ao universo tecnológico e racional, pelo uso de linhas retas, concreto armado e paramentos brancos e leves.
Corbusier reafirmava sua convicção na Arquitetura como instrumento de reforma moral e social, exortando o compromisso político dos arquitetos através de uma arquitetura que transmite os ideais do coletivismo, padronização, utilidade e lógica técnico-construtiva.
A destruição da caixa: interior x exterior
A cabana moderna, onde a caixa é explodida e se dissolvem as barreiras existentes entre interior e exterior, O responsável pela destruição da caixa foi o arquiteto norte-americano Frank Lloyd Wright, seus projetos se estruturam do interior para o exterior, uma analogia direta à natureza.
A partir de um ponto central, os espaços de suas casas se desenvolviam, resultando em obras lineares, horizontais e com forte interação entre dentro e fora. Wright combina as operações compositivas de adição e subtração, interseccionando ambientes e criando espaços integrados e abertos.
A horizontalidade bem demarcada era uma referência à paisagem das grandes planícies do meio-oeste americano e, por isso, essas casas foram denominadas Casas da Pradaria. Mais que apenas homenagear o contexto paisagístico e cultural de suas obras, Wright buscava desenvolver uma linguagem tipicamente americana em seus projetos, e defendia que a Arquitetura deveria se integrar ao entorno e respeitar suas características.
De forma análoga, as obras de Ludwig Mies van der Rohe (886-1969) travavam um intenso diálogo entre o interior e os espaços externos. Considerado o dono de uma das mais elegantes obras do período moderno, o arquiteto alemão criou edifícios definidos por planos que virtualmente não se encontravam, através de uma estética que buscava o máximo impacto com o mínimo de elementos. É atribuída a ele a frase muito conhecida e repetida, “menos é mais”.
Mies se valia dos elementos e da estética industrial para idealizar obras que exprimiam a alma do mundo da técnica e da tecnologia. A intensa relação entre interior e exterior é típica e comum a toda a arquitetura moderna
Universal x Local: funcionalismo x organicismo
Enquanto Wright prega o respeito integral ao entorno, seja no tocante as suas características físicas quanto culturais, Mies reafirma a fé iluminista na supremacia do homem sobre a natureza, optando pela lógica universalizante, segundo a qual os mesmos princípios arquitetônicos seriam válidos em qualquer país do mundo.
A concepção da obra como um elemento que cresce de forma natural, se desenvolvendo em relação estreita com as condicionantes do local onde é implantada, é chamada por muitos críticos e historiadores de arquitetura orgânica, ou organicista.
O termo arquitetura orgânica não é usado para se referir exclusivamente a obras do período moderno. Está relacionada mais a uma atitude projetual que a uma época em específico.
JEITINHO BRASILEIRO: UNIVERSALIDADE COM PERSONALIDADE
O uso de curvas e sinuosidades será uma marca da arquitetura moderna brasileira
A REVISÃO DA ARQUITETURA MODERNA
A arquitetura moderna do International Style nasceu e se desenvolveu após o final da 1ª Grande Guerra, em 1919. A partir dos anos 1950, após o final da 2ª Guerra e seu rastro de ruína, um grande campo de aplicação se abre para arquitetura moderna levando-a, ao mesmo tempo, ao auge e à banalização de seus ideais.
A reprodução da imagem racionalista do aço, concreto e vidro demonstra um uso extensivo da linguagem moderna, porém cada vez mais esvaziada do seu discurso social original. Gradativamente, o objetivo estético passa a substituir a finalidade funcional, e a função social da Arquitetura passa a ser menos importante que o exercício compositivo.
CIDADE INDUSTRIAL E CIDADE MODERNA
Da mesma forma que o problema das condições de moradia das cidades industriais, agravado pela guerra, colocou a habitação como o centro da preocupação arquitetônica moderna, a explosão demográfica e a inserção da infraestrutura de transportes definiu o padrão urbanístico dos séculos XIX e, principalmente, do século XX.
Cidade Jardim, proposta por Ebenezer Howard (1850-1928), que buscava unir as virtudes do campo com as da cidade, em um modelo urbano de traçado, densidade e população controladas, onde as edificações se misturam ao verde.

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