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Hipertensão Arterial Sistêmica

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HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA LUÍS NUNES 
 
Hipertensão Arterial Sistêmica
Definição 
Hipertensão arterial é definida por uma pressão arterial igual ou acima de 140x90mmHg em mais de uma ocasião. 
 
HAS Primária 
- Ela é a doença e não o sintoma. 
- Não existe uma doença que ocasiona a hipertensão, somente há a hipertensão e ela é o alvo do tratamento. Sem 
causa identificada, mas bem associada aos fatores de risco. Dessa forma corresponde a grande maioria dos casos. 
- Hipertensão aumenta o risco de se desenvolver doenças cardiovasculares (Infartos, acidentes vasculares, etc.) 
 
Fatores de risco 
» Maior Idade (Homens > 55 anos; Mulheres > 65 anos); 
» Afrodescendentes; 
» Pessoas obesas; 
» Dislipidemia; 
» Alta ingestão de sal e de álcool; 
» Sedentarismo; 
» Resistência a insulina, 
» Histórico Familiar. 
 
Fisiopatologia da Hipertensão Arterial Primária 
 
1) MECANISMO HORMONAL (Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona) 
- Alterações nos sistemas vasodilatadores e vasoconstritores 
- Nos rins, tem-se o hormônio chamado Pró-Renina inativa. Em situações de hipertensão, tem-se uma hipoperfusão 
sanguínea, onde esse hormônio é transformado em Renina, que atua na conversão do Angiotensinogênio (Inativo) em 
Angiotensina I (também inativo). 
- A enzima conversora de Angiotensina (ECA, produzida nos pulmões) vai converter Angiotensina I em Angiotensina II, 
que finalmente é a forma ativa. 
- Essa Angiotensina II provoca a vasoconstrição das arteríolas, ao se ligar ao receptor ATR1, além de provocar a 
ativação da adrenal e liberar Aldosterona que, por sua vez, promove a reabsorção de água e sódio no aparelho 
justaglomerular, causando o aumento da volemia sanguínea). 
- Essa vasoconstrição e essa reabsorção/retenção de água e de sódio promovem o aumento da pressão arterial. Por 
isso, uma desregulação/ativação exacerbada desse mecanismo tem grande importância para causar a hipertensão 
arterial. 
Obs.: 
o Um adendo importante é que a Angiotensina II também causa uma maior ativação do Sistema Nervoso Simpático. 
 
2) MECANISMO NEURAL - Sistema nervoso simpático 
- Hipertensos possuem uma maior atividade do sistema nervoso central, onde este possui como efeitos: 
» Uma maior liberação da renina; 
» Uma maior reabsorção de sódio e água; 
» Além de causar a vasoconstrição. 
- O importante é notar que a Angiotensina II estimula a ativação do sistema nervoso simpático, que por sua vez ativa 
uma maior liberação de renina para a produção de Angiotensina II. Assim, nota-se que há um circuito de 
retroalimentação entre o sistema RAA e o sistema nervoso simpático, em um processo de feedback positivo. 
 
Quadro clínico 
- Na maioria dos casos, assintomático. 
- Diagnóstico só por inúmeros registros de pressão elevada. Essa é a fase em que se deve tratar esse paciente para 
evitar a evolução do quadro. 
- Cefaleia só aparece em casos de PA extrema. 
- Outros sintomas só começam a aparecer quando apresentam lesão de órgãos-alvo. 
 
Exame Físico 
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA LUÍS NUNES 
 
- Aferir PA nos dois membros superiores. 
Obs.: 
o Diferença muito grande entre os dois membros, pensar em alguma doença como dissecção ou coarctação da 
aorta. 
 
Diagnóstico 
- Diagnóstico é dado quando paciente apresenta PA maior ou igual a 140x90 mmHg, em pelo menos duas aferições 
de PA em momentos diferentes. 
- Além da aferição em consultório, onde o valor de referência é de 140x90 mmHg, temos os medidores ambulatoriais 
(MAPA 24H) e os medidores residenciais (MRPA) de pressão arterial onde os valores de referência são respectivamente 
130x80 mmHg e 135/85 mmHg. 
- PA alta no consultório e baixa no MAPA e no MRPA: é a chamada Hipertensão do avental branco, indica grande 
risco para desenvolver doenças cardiovasculares. 
- PA alta no consultório e alta no MAPA e no MRPA: Hipertensão ou Hipertensão não controlada 
- PA baixa no consultório e alta no MAPA e no MRPA: Hipertensão mascarada, já é hipertensão e merece um cuidado 
e um tratamento especial para o paciente. 
- PA baixa no consultório e baixa no MAPA e no MRPA: Sem hipertensão ou Hipertensão controlada. 
 
Estágios da Hipertensão 
 
» Diretriz Brasileira de HAS 
 
Classificação Pressão Sistólica Pressão Diastólica 
Pressão Normal <120 mmHg <80 mmHg 
Pré- Hipertenso 120-139 mmHg 80-89 mmHg 
HAS Estágio 1 140-159 mmHg 90-99 mmHg 
HAS Estágio 2 160-179 mmHg 100-109 mmHg 
HAS Estágio 3 >180 mmHg >110 mmHg 
Hipertensão Arterial Sistólica 
Isolada (Comum no Idoso) 
>140 mmHg <90 mmHg 
» Na classificação americana (American Heart Association): 
o Faixa entre 120-129 mmHg para Pressão sistólica e 80-84 mmHg para Pressão diastólica: o paciente é 
considerado normal. 
o Entre 130-139 mmHg para pressão sistólica e 85-89 mmHg para a Pressão diastólica: o paciente é 
considerado pré-hipertenso. 
Obs.: 
o No estadiamento da HAS em um paciente, sempre que estiver na dúvida entre 2 estágios de HAS (no caso da 
pressão sistólica se encaixar em uma faixa diferente da pressão diastólica), consideramos adequado o maior 
estágio. 
 
Exames complementares 
» Hemograma 
» Função Renal com eletrólitos (Ureia, Creatinina, Sódio, Potássio) 
» Glicemia de jejum, pois um hipertenso pode ter quadro de hiperglicemia ou até diabetes 
» Perfil lipídico 
» Pesquisar proteinúria no exame de urina, uma vez que pode indicar alteração renal 
» ECG, avaliar sobrecargas ventriculares e arritmias 
» RX torácico, para avaliar pulmão e áreas cardíacas 
» Ecocardiograma, para avaliar massa ventricular e também doenças 
» valvares 
» USG de carótidas, para avaliar espessamento das carótidas (marcador de lesão do órgão-alvo) 
» Avaliar fundo do olho, para possíveis retinopatias hipertensivas (Indicativo de lesão de órgão-alvo) e o estágio. 
 
Lesão de órgãos alvo 
 
Órgãos 
 
Lesões 
Coração Doença Coronariana, Hipertrofia ventricular esquerda (ECG ou ECO), Insuficiência Cardíaca 
(Aumento da pós-carga). 
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA LUÍS NUNES 
 
SNC Em casos de Acidentes Vasculares Cerebrais apresentando paresias, afasias. 
 
Rim apresentando Oligúria e Anasarca (Edema generalizado por acúmulo de fluido no espaço 
intercelular), Albuminúria (Elevada excreção proteica). Doença renal crônica até o seu estágio 3 
ainda é lesão de órgão alvo. 
Retina Retinopatias hipertensivas (Pelo exame do fundo de olho, nos estágios I e II), onde se tem 
alterações na microcirculação. 
 
Doenças cardiovasculares estabelecidas 
- O Hipertenso com DCV estabelecida é tratado como de alto risco. Os principais tipos são: 
» Tipo cerebrovascular (AVC) 
» Doença coronariana ou periférica (Carótida e artérias da perna) 
» Doença Renal estágio IV e V 
» Diabetes melitus I e II, em função do alto risco que os pacientes diabéticos apresentam em desenvolver a 
hipertensão e as DCVs 
» Retinopatia hipertensiva (III e IV) 
» Insuficiência cardíaca 
 
Estadiamento do paciente 
- Pacientes de alto risco: 
» Todos os pacientes com lesão de orgão-alvo ou Doenças 
» Cardiovasculares estabelecidas 
» Pacientes com HAS estágio 3 e geralmente os pacientes com HAS estágio 2 
» Pacientes com HAS estágio 1 com mais de 3 fatores de risco 
 
Tratamento da HAS primária 
- Medidas não-farmacológicas (Eficiente em casos leves e moderados): 
» Perda de Peso 
» Redução de sódio e de álcool e restrição do tabagismo 
» Realização de Atividade Física regular 
- Medidas farmacológicas (Principalmente quando as medidas não farmacológicas são eficientes): 
» IECA/BRA: Impedem os efeitos do sistema RAA 
» Bloqueadores dos canais de cálcio: Provocam vasodilatação 
» Diuréticos tiazídicos: Aumentam a eliminação de sódio e de água pelo aumento da excreção 
 
Algoritmo do tratamento 
- Pré-Hipertensos e sem risco adicional: Medida não farmacológica isolada 
- Risco baixo: Medida não farmacológica isolada por 6 meses. Não atingindo as metas, deve-se adicionar a medida 
farmacológica ao tratamento.- Risco moderado, alto ou muito alto: Medida farmacológica imediata atrelada a medidas não farmacológicas. 
Obs.: 
o Diabéticos, pacientes com Insuficiência Cardíaca e Nefropatas, mesmo no estágio de Pré-Hipertensão, deve-se 
estabelecer as medidas farmacológicas de forma imediata. 
 
Meta de tratamento 
- HAS estágios 1 e 2 com risco baixo e médio: Menor que 140x90mmHg 
- Para os demais casos: Menor que 130x80mmHg 
Obs.: 
o Diabéticos > 120x70mmHg e os Idosos< 150x90mmHg 
 
HAS resistente 
- Sem controle da pressão arterial, mesmo com mais de 3 classes diferentes de fármacos (Onde o diurético tiazídico 
é obrigatoriamente uma das classes). 
 
Hipertensão Maligna 
- HAS Estágio 3 + Retinopatia Estágio 3 ou Estágio 4 
 
HAS secundária 
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA LUÍS NUNES 
 
A hipertensão é uma consequência de outra doença pré-estabelecida, sendo o Hiperaldosteronismo primário (devido 
ao adenoma da suprarrenal) a causa mais frequente de HAS secundária e entre outras doenças (doença 
renovascular, doenças renais). Se essas patologias forem tratadas, é conseguido resolver a hipertensão. Como 
indícios, tem-se: 
» Comum em pessoas novas (abaixo de 30 anos), sem obesidade ou sem histórico familiar. 
» A HAS resistente também pode ser um indício de HAS secundária. 
» Por último, quando o quadro de Hipertensão não ocorre com uma gravidade progressiva e sim em um estágio 
bastante elevado de forma súbita (Estágio III com retinopatia estágio 3 ou 4) 
 
Crises Hipertensivas 
- Emergência Hipertensiva: Aumento da pressão arterial com sintomas (Lesão de órgão alvo) 
- Urgência Hipertensiva: Sem lesão de órgão alvo

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