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caRDIOLOGIA @laura.medstudies Laura Catarine – M4 Angina Estável Introdução Síndrome clínica caracterizada por dor ou desconforto no tórax, epigástrio, mandíbula, ombro, dorso ou membros superiores, desencadeada ou agravada por atividade física ou emocional É a forma sintomática crônica da doença coronariana Caracterizada pela ocorrência de isquemia miocárdica transitória, induzida por esforço, que melhora com o repouso Causa: obstrução hemodinamicamente significativa (> 50% do lúmen) de uma ou mais coronária epicárdicas por placas de ateroma estáveis o Em alguns casos não há obstrução, apenas fluxo inadequado que promove a isquemia miocárdica o A avaliação de risco cardiovascular possui 3 fases: 1 – doença aterosclerótica significativa 2 – aplicação do escore de risco Identificação dos fatores agravantes Ocorre principalmente em homens o Em mulheres a prevalência aumenta após a menopausa História Todo homem > 50 anos ou mulheres > 60 anos de idade, com queixa de desconforto torácico típico (dor anginosa) possui diagnóstico de doença coronariana até que se prove o contrário Características da dor anginosa: o 1 – Sensação de aperto, peso ou pressão retroesternal (raramente dor) o 2 – Início no esforço físico ou emoções o 3 – Alívio após o repouso ou nitrato sublingual o Presença de 2 ou mais características – desconforto torácico atípico Doença coronariana continua sendo o diagnóstico mais provável o Presença de 1 ou nenhuma característica – desconforto torácico não anginoso Provavelmente não é uma doença coronariana o Na dor anginosa o episódio dura alguns minutos o Sintomas associados: Sudorese, náusea, vômitos, palidez e dispneia O paciente esfrega a mão difusamente ou coloca o punho cerrado no meio do peito (sinal de Levine) o No desconforto não isquêmico o desconforto é bem localizado pelo paciente Em mulheres, idosos, diabéticos e receptores de transplante cardíaco o paciente pode manifestar os sintomas por meio de equivalentes anginosos o Equivalentes anginosos são sinais e sintomas diferentes da angina no peito, mas que também indicam isquemia miocárdica o Transplantados cardíacos normalmente não sente dor, uma vez que o enxerto cardíaco não possui conexão com os nervos sensitivos do paciente o Incluem os sinais e sintomas: dispneia, fadiga/tonteira/sensação de desmaio, sopro transitório de regurgitação mitral, palpitações, náuseas e vômitos, sudorese e palidez A angina pode irradiar para qualquer localização entre a mandíbula e o umbigo, incluindo o dorso o Tradicional – irradiação para o membro superior esquerdo o Dor isquêmica não irradia para o músculo trapézio Nesses paciente, geralmente há pericardite aguda, que promove Laura Catarine – M4 uma irritação no músculo diafragma, causando essa dor referida A angina também é desencadeada pelo decúbito, despertando o paciente no meio da noite o Explicações: Aumento do retorno venoso – aumento da pré-carga ventricular – aumento do trabalho miocárdico Súbita desoxigenação do sangue (como por apneia do sono), o que reduz a oferta de O2, aumenta o tônus adrenérgico e taquicardia o Pode causar uma depressão transitória da função ventricular, que leva à congestão pulmonar – Dispneia Paroxística Noturna O paciente com isquemia possui um limiar variável para surgimento da angina: o Limiar fixo – após um certo grau previsível de esforço, o desconforto aparece Quando ocorre, não representa isquemia o Na isquemia limiar depende do dia, horário, clima, estado emocional, ou seja, é imprevisível o Explicação: Esses pacientes possuem vasoespasmos funcionais Como a doença coronariana é comumente causada por aterosclerose, o paciente pode apresentar certos sinais e sintomas associados, como: o Claudicação intermitente (aterosclerose de membros inferiores) o História de AVC (aterosclerose cerebrovascular) o Massa abdominal pulsátil (aneurisma de aorta) Fatores de risco para aterosclerose: É importante diferenciar a angina estável da instável: o Estável – crônica o Instável – aguda É uma angina com diminuição progressiva do limiar anginoso, de início recente e de repouso Principais diagnósticos diferenciais da angina estável: o Dor esofágica o Dor musculoesquelética o Do pericárdica o TEP o Distúrbios psiquiátricos Classificação De acordo com a gravidade da angina estável – CCS: Laura Catarine – M4 Exame físico Pode ser totalmente normal com o paciente em repouso e sem sintomas Na presença de um episódio de angina, é possível detectar alterações transitórias, devido à disfunção cardíaca induzida pela isquemia Alterações que podem aparecer durante a angina: o Percepção de um impulso discinético no ápice cardíaco o Frêmito da regurgitação mitral o Surgimento de 4ªbulha (disfunção diastólica do VE) o Surgimento de 3ª bulha (disfunção sistólica do VE) o Sopro de regurgitação mitral o Estertoração pulmonar (edema pulmonar por falência do VE) Muitos pacientes possuem o exame físico alterado devido aos fatores de risco associados o Exemplo: Acantose nigrans Aspectos clínicos apresentam certo grau de certeza de doença coronariana, mas os exames complementares são importantes para confirmação e estratificação da gravidade e prognóstico Exames complementares 1ª Conduta – Estimar a probabilidade de DAC significativa por meio dos fatores de risco o Baixa probabilidade: exames para pesquisa de causas não cardíacas para a dor o Média probabilidade: exames para causas cardíacas e não cardíacas o Alta probabilidade: investigação da angina Exames laboratoriais gerais: o Hemograma, lipidograma, função renal, glicemia/hemoglobina glicada, pesquisa de microalbuminúria e função tireoidiana o Proteína C reativa: É um reagente de fase aguda, considerado um fator de risco independente para morbimortalidade em coronariopatas Quanto mais inflamado, maior o risco de instabilidade e de rotura das placas de ateroma ECG de repouso: o Obrigatório o Indicação: Paciente com suspeita de causa cardíaca para dor torácica, durante um episódio de crise o Pode ser normal na angina estável Isso não exclui o diagnóstico de obstrução coronariana o Isoladamente não confirma diagnóstico o A presença de indícios de infarto prévio (exemplo: presença de onda Q patológica) tem poder para confirmar a presença de coronariopatia Testes provocativos: o São exames que o coração é forçado a aumentar sua demanda metabólica, para visualização do surgimento de alterações dinâmicas indicativas de isquemia o Alterações dinâmicas: aparecem apenas quando há aumento da demanda metabólica, normalizando no repouso o Dois grupos: Teste eletrocardiográfico – teste ergométrico Teste de imagem – pet-scan, cintilografia, eco-stress e RNM cardíaca Teste ergométrico: o Teste provocativo mais utilizado o Principal indicação: Paciente com probabilidade intermediária de obstrução coronariana Laura Catarine – M4 o Na ausência de contraindicações, costuma ser o método confirmatório de primeira escolha o Permite estratificar o prognóstico o Monitora o ECG, PA, FC e sintomas antes, durante e após o esforço físico o Protocolo de Bruce – a velocidade e inclinação da esteira aumentam a cada 3 minutos o Suspensão imediata do exame: Desconforto precordial, dispneia, tonteira, exaustão, depressão de ST > 0,2mV, queda da PA > 10 mmHg ou taquiarritmias ventriculares o Critério diagnóstico: Infradesnível do segmento ST maior ou igual a 0,1 mV ou 1 mm + dor anginosa Pode apresentar 3 morfologias distintas: ascendente, retificado e descendente Ascendente– não confirma diagnóstico de isquemia, podendo ser vista em pessoas normais Retificado e descendente – em geral, confirmam a existência de isquemia miocárdica o Se o exame der resultado normal, só podemos confirmar que foi negativo se a FC do paciente atingir no mínimo 85% da FC máxima prevista para aquele paciente o Sensibilidade de 75% e especificidade de 85% o Critérios prognósticos: Quanto mais precoce, intensa e duradoura for as alterações isquêmicas no teste ergométrico, maior risco/probabilidade de eventos adversos no futuro O risco se correlaciona diretamente com a extensão da área isquêmica o Quando não realizar: ECG basal com alterações que impeçam a detecção do critério de isquemia Incapacidade de exercitar-se Contraindicação específica (exemplo: angina em repouso nas últimas 48 horas, ritmo cardíaco instável, e outros) Cintilografia de perfusão miocárdica: o Método não invasivo para detecção de isquemia miocárdica o Confirma diagnóstico + fornece o prognóstico o Visualiza diretamente a extensão da área isquêmica e as consequências da isquemia o Mecanismo: o radiotraçador se concentra no tecido miocárdico bem perfundido, mas não no miocárdio isquêmico o Realizado em dois momentos: Laura Catarine – M4 Stress – esforço físico ou fármacos que induzem isquemia Repouso o Realizar comparação das imagens durante stress e repouso, que revela defeitos perfusionais reversíveis (apenas no stress) ou fixos (ambas as fases) Defeito perfusional reversível – representa isquemia Defeito perfusional fixo – infarto prévio ou miocárdio hibernante o Após a injeção do radiotraçador, o paciente realiza uma TC para análise tridimensional da anatomia cardíaca Sensibilidade > 90% e especificidade 80-90% o Desvantagens: cara, trabalhosa e menos disponível o É preferível esse teste quando o paciente possuir alguma limitação ao teste ergométrico ou quando este for inconclusivo Ecocardiograma com stress: o Método que visualiza diretamente o coração, com análise em tempo real da fuça contrátil global e segmentar o Possui auxilio diagnóstico importante quando a história e o ECG não são conclusivos o Boa acurácia para pacientes com alta e média probabilidade de DAC o Indicações: Sintomáticos com TE não diagnóstico Paciente com quadro clínico não compatível com coronariopatia, mas com TE positivo ou duvidoso o Se durante o exame for aplicado um stress, pode-se diagnosticar isquemia miocárdica caso haja déficit na contração segmentar que melhora com o repouso o Determina o prognóstico ao avaliar a área isquêmica e suas repercussões sobre o VE o Atualmente, pode ser realizado junto com contraste o Formas de stress: Esforço físico Dobutamina IV – é um agonista beta-1-adrenérgico que estimula a contratilidade miocárdica, aumentando o consumo miocárdico de oxigênio Dipiridamol IV o Mais sensível e específico que o teste ergométrico o Desvantagens: baixa disponibilidade e alto custo o Indicado na presença de limitações de realização de teste ergométrico e cintilografia de perfusão o Realizado na avaliação pré-operatória (risco cirúrgico) de pacientes com vários fatores de risco para doença coronariana que não consegue se exercitar o Pode ser realizado para avaliar o prognóstico em paciente que já teve doença isquêmica confirmada por outro método o Avalia a viabilidade miocárdica Ressonância nuclear magnética: o Avalia a anatomia cardíaca e vascular, função ventricular, perfusão miocárdica e outras características dos tecidos, sem expor o paciente à radiação ionizante o Padrão-ouro para avaliar volume ventricular, fração de ejeção e massa miocárdica o Exame de escolha para diferenciar o miocárdio viável e não viável o Detecção da isquemia miocárdica: 1 – Achado mais específico: visualização do déficit contrátil segmentar induzido por stress e reversível com repouso 2 – Achado mais sensível: visualização de alterações regionais na perfusão miocárdica o Principal indicação: Pacientes com limitação ao teste ergométrico, eco-stress e cintilografia Coronariografia: o CATE Laura Catarine – M4 o Padrão-ouro para diagnóstico de doença coronariana É considerada significativa quando há obstrução de uma ou mais artérias epicárdicas o Baixo risco de complicações o Avalia com grande precisão a anatomia, obstruções coronariana secundárias à aterosclerose e outras lesões nos vasos o Indicação: Quando as informações fornecidas por ele forem benéficas ao paciente, superando o risco e custo da realização do procedimento Exemplo: paciente que necessita de revascularização, e quando os teste não invasivos não puderem ser realizados ou possuírem resultados conflitantes Angio-TC de coronárias: o Avaliação anatômica das artérias coronárias o Indicação: Pacientes sintomáticos com risco intermediário o Muito sensível para aterosclerose coronariana Um exame normal é capaz de afastar diagnóstico de coronariopatia Não é realizado de rotina no paciente com angina estável Desvantagens: Radiação Contraste Escore de cálcio: o Quando elevado, representa placas de ateroma na coronária Porém, a presença de calcificação não garante a existência de estenose luminal Isso pode ocorrer porque muitas lesões ateroscleróticas calcificadas apresentam crescimento em direção à túnica adventícia, poupando o lúmen do vaso – nesses casos, não há justificativa para o surgimento de isquemia miocárdica o Não é útil nos pacientes sintomáticos, pois não confirma a existência de estenose luminal e isquemia o Útil apenas para pacientes assintomáticos o Principal utilização é como ferramenta para estratificação do risco cardiovascular Raio-x de tórax: o Realizado em pacientes com dor torácica para diagnóstico diferencial, como pneumotórax, pneumomediastino, fratura de costela e infecções o Indicações: Pacientes com DAC e sintomas de ICC Pacientes com sintomas de doença pulmonar Tratamento Objetivos: Laura Catarine – M4 o Redução dos sintomas, melhora na qualidade de vida e aumento da tolerância ao esforço o Redução de eventos como IAM e morte Mnemônico: o A – AAS e antianginosos o B – Betabloqueadores e PA o C – Colesterol e tabagismo o D – Dieta e Diabetes o E – Educação e exercício Mudança no estilo de vida: o Cessação do tabagismo e atividade física regular Atividade física extenuante e competitiva deve ser proibida Pode ser necessário cessar atividade sexual Frequência de exercício aeróbico recomendado é de 7 vezes na semana, durando no mínimo 30 minutos O uso de nitrato sublingual profilático previne a angina por atividade física (exemplo: sexual) se tomado 15-30 minutos antes o Controle dos fatores de risco – HAS, DM, dislipidemia e obesidade0 o Medidas complementares – Vacinação anual contra a gripe Drogas antianginosas: o Reduz a isquemia miocárdica, controlando a angina ou aumentando o limiar anginoso, com melhora da classe funcional do paciente o São drogas que devem ser usadas em conjunto com os antiplaquetários e estatinas, nos pacientes com angina estável o Inicialmente, usa-se 1 antianginoso, mas com a progressão da doença pode haver associação deles o Betabloqueadores: 1ª escolha Contraindicado na angina vasoespática Reduz a FC, contratilidade e condução atrioventricular, e aumenta a perfusão de áreas isquêmicas ao prolongarem o tempo de diástole Não possui ação vasodilatarora como os nitratos e antagonistas de cálcio Anti-isquêmicos de primeira linha Possui eficácia como agentes antianginoso, aumentando a tolerânciaao esforço físico, diminuindo os episódios isquêmicos sintomáticos e silenciosos Efeitos colaterais: fadiga, bradicardia, broncoespasmos FC de repouso em alvo: 55 a 60 bpm o Nitratos: Aumentam a produção endotelial de óxido nítrico, um vasodilatador Reduz a pré-carga, a pós-carga e promove vasodilatação coronariana direta Pode ser de ação rápida ou longa Nitratos de ação rápida: Isossorbida e propatilnitrato Via sublingual ou spray oral, com ação em 5 minutos e efeito por até 45 minutos Droga de escolha para o tratamento abortivo das crise anginosas Devem ser utilizados com o paciente sentado, pois em outras posições há o risco de síncope e hipotensão Podem ser utilizados de maneira profilática, para evitar angina em eventos causadores Nitratos de ação longa: Pioram a morbimortalidade na DAC estável crônica Laura Catarine – M4 Indicação: associado a betabloqueadores + antagonistas de canais de cálcio, na angina refratária o Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC): Promovem vasodilatação e redução da resistência arterial periférica Bloqueiam a entrada de cálcio nos canais dependentes de voltagem levando ao efeito inotrópico negativo, depressão do marca-passo cardíaco, retardo na condução e relaxamento do musculo liso vascular Classes: Di-idropiridínicos – Nifedipina e Anlodipina : Nifedipina de ação curta não deve ser utilizada no paciente anginoso pois pode causar taquicardia reflexa Fenilalquilaminas – Verapamil Benzotiazepinas – Diltiazem Aumentam a oferta miocárdica de O2 o IECA e BRA: IECA é indicado em paciente de alto risco cardiovascular Melhora a perfusão subendocárdica e a estabilidade da placa de ateroma BRA – em caso de intolerância aos IECA Antiagregantes plaquetários: o AAS: Dose: 75 mg/dia a 325 mg em dias alternados Dose recomendada: 100 mg/dia Deve ser sempre prescrito, exceto em casos de contraindicações Reduz a chance de IAM e morte cardíaca Mecanismo de ação: inibe de forma irreversível a enzima COX das plaquetas, impedindo a formação do tromboxane A2 O efeito antiagregante só acaba quando há novas plaquetas circulantes, após 5 a 7 dias da administração Efeitos adversos: doença péptica gastroduodenal, hemorragia digestiva, outros sangramentos e alergia o Tienopiridinas: Inibe a ativação plaquetária ADP-induzida Clopidogrel é a droga de escolha Dose – 75 mg, 1x ao dia Indicado em todo paciente com contraindicação ou intolerância ao AAS Outra indicação: paciente que realizou angioplastia o Utilização de clopidogrel por 30 dias Anticoagulante oral – cumarínico: o Warfarina + AAS – indicado em pacientes coronariopatas que apresentam alguma indicação específica para anticoagulação o A dose deve manter o INR entre 2 e 3 o Indicado também em pacientes eu não toleram AAS e clopidogrel Nesse caso, a dose deve manter o INR = 2 Drogas antilipêmicas – estatinas: o Estatinas são as drogas mais importantes para a diminuição do risco cardiovascular Pode ser associada ao ezetimibe e quelantes intestinais Laura Catarine – M4 de ácidos biliares em pacientes que só as estatinas não obtêm a meta lipêmica Inibem a absorção de colesterol nas vilosidades intestinais o Mecanismo de ação: inibição da enzima HMG-CoA-redutase, responsável pela síntese de colesterol nos hepatócitos Isso promove uma maior depuração de LDL da circulação o A aterosclerose se trata de uma doença crônica inflamatória do endotélio, além da diminuição dos níveis de colesterol, as estatinas possuem efeito anti- inflamatório direto no organismo o Promove diminuição e maior estabilidade da placa, além de queda dos níveis de proteína C reativa Revascularização miocárdica: o Indicações gerais: Angina estável refratária ao tratamento clinico otimizado, ou intolerância a este Situações de alto risco em que a revascularização apresente ganho de sobrevida, mesmo na ausência de sintomas Laura Catarine – M4 Insuficiência Cardíaca Crônica Conceito IC é a síndrome clínica decorrente das alterações estruturais e/ou funcionais do coração que resultam em prejuízo ao seu enchimento e/ou esvaziamento de sangue, gerando aumento nas pressões intracavitárias que culminam em congestão pulmonar e/ou venosa sistêmica Pode cursar com débito cardíaco (DC) baixo e má perfusão orgânica Crônica – evolução gradual ao longo do tempo Dividida em dois grupos: o Fração de ejeção normal do VE ICFEN FE> ou igual a 50% o Fração de ejeção reduzida do VE: ICFER FE < 40% o IC com FE entre 40-49% é chamada de FE boderline ou intermediária A FE normal é, em média, 62% no homem e 64% na mulher o Uma FE de 50% não é normal, mas é considerada parâmetro porque um tratamento antes disso não reduz a mortalidade Epidemiologia Em média, 1-2% da população possui IC, e a prevalência aumenta com a idade É a principal cauda de hospitalização por doença cardiovascular, e a terceira causa em idoso Mortalidade na IC descompensada – 5 a 15% Incide mais em homens, mas a prevalência nos sexos é igual devido à maior expectativa de vida das mulheres A ICFER é um pouco mais prevalente, segundo alguns autores Etiologia Qualquer condição que altere a estrutura ou função do coração pode causar IC o A IC é a via final comum das doenças cardiovasculares A Doença Arterial Coronariana (DAC) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) são as principais causas de IC o A HAS pode levar à DAC DM também é uma causa associada Algumas causas de ICFEN: o DAC o HAS o Estenoses valvares o Envelhecimento Algumas causas de ICFER: o DAC – IAM e miocárdio hibernante o Sobrecarga de pressão – HAS e estenoses valvares o Pneumopatias crônicas – cor pulmonale o Cardiotoxicidade, infecções (Doença de Chagas), arritmias crônicas e distúrbios metabólicos o 20 a 30% - causa idiopática IC de alto débito: o Fenótipo incomum da IC, que costuma aparecer em corações previamente doentes o Raramente acontece no coração normal o Fisiopatologia multifatorial – Há uma queda acentuada da resistência vascular periférica, o que faz o débito cardíaco aumentar exageradamente, o que aumenta o trabalho miocárdico Prognóstico Prognóstico ruim: o 30-40% dos pacientes morrem dentro de 1 ano após o diagnóstico de IC sintomática o 60-70% morrem dentro de 5 anos Metade das vezes a morte é súbita e no restante por progressão da falência circulatória Laura Catarine – M4 O principal determinante do prognóstico é a classe funcional Escore NYHA – classe funcional: o Usa apenas parâmetros clínicos o O prognóstico é igual na ICFEN e ICFER da mesma classe funcional Classificação ACC/AHA: o Classifica o prognóstico de acordo com o estágio evolutivo em que o paciente se encontra Fisiologia Diástole – fase de enchimento ventricular o Ao término da diástole há Volume Diastólico Final (VDF) Valor normal: média de 100ml O VE saudável mantém esse volume mantendo uma baixa Pressão Diastólica Final (PDF) ou pressão de enchimento Sístole – fase de ejeção do sangue o Sístole = batimento o Ejeta cerca de 60ml de sangue – chamado de débito sistólico (DS) o O volume que fica dentro do ventrículo após o término da sístole é o Volume Sistólico Final (VSF) Débito cardíaco – volume de sangue que o coração bombeia por minuto o DC = FC x DS o 4,5 a 6,5 L/min A FE possui um valor normal de 50 – 70% O DS é determinado por 3 parâmetros independentes: o 1 – Pré-carga Se refere ao VDF Determinado pelo retorno venoso, que é determinado pela volemia O DS aumenta em proporçãocom a pré-carga ventricular A relação entre a pré-carga e o DS é proporcional até certo ponto, uma vez que uma dilatação ventricular excessiva resulta em perda de força e diminuição do DC o 2 – Contratilidade FC – cronotropismo Contratilidade - inotropismo Refere-se à geração de força pelo miocárdico A contratilidade é determinada por fatores que modificam a quantidade de cálcio liberada pelo retículo sarcoplasmático para o citoplasma do cardiomiócito Um dos principais determinantes – tônus adrenérgico, ou seja, estimulação dos receptores beta-1 Bloqueadores de canais de cálcio e descargas vagais diminuem o inotropismo e a eficiência da bomba cardíaca, reduzindo o DS e o DC o 3 – Pós-carga Refere-se a tudo que promove resistência à ejeção de sangue do ventrículo Laura Catarine – M4 Principal determinante – grau de vasoconstrição das arteríolas periféricas Estenose e rigidez aumentam a resistência Aumento da pós-carga diminui o DS e o DC Uma dilatação ventricular exagerada aumenta a pós- carga A tensão da parede ventricular é diretamente proporcional ao raio da cavidade e à pressão dentro do ventrículo, e inversamente proporcional à espessura do miocárdio - uma Hipertrofia do Ventrículo Esquerdo diminui a pós-carga e facilita a ejeção do sangue, o que ajuda a manter o DC Fisiopatologia ICFER: o Ocorre um evento índice (como IAM) que leva à perda de cardiomiócitos (alteração estrutural) e/ou perda da força dos cardiomiócitos (alteração funcional), que diminui a capacidade do VE em bombear sangue para o corpo o O paciente pode se manter assintomático devido aos mecanismos compensatórios o Mecanismos compensatórios: Sistema adrenérgico: A estimulação de barroreceptores ativa o sistema nervoso simpático levando à secreção de catecolaminas Sistema renina-angiotensina- aldosterona: Uma menor distensão da arteríola aferente do glomérulo e o sistema adrenérgico estimulam a secreção de renina Sistema de citocinas: Aumentam para contrabalancear os outros 2 mecanismos o Ação dos sistemas para restaurar a função sistólica ventricular: O aumento do tônus adrenérgico estimula a FC e a contratilidade dos cardiomiócitos funcionantes e promove a vasoconstrição arteriolar periférica, mantendo a PA Uma maior reabsorção de água e sal em resposta ao sistema RAA aumenta a volemia e o retorno venoso, melhorando a pré-carga o que aumenta o DC As citocinas possuem ação vasodilatadora, que preserva a ejeção de sangue do VE e promove o efeito natriurético, evitando uma congestão cardiocirculatória Inclui os peptídeos natriutéricos ANP e BNP, óxido nítrico e prostaglandinas vasodilatadoras O sistema de citocinas diminui suaação com o avançar do dano miocárdico o A ativação ininterrupta dos sistemas culmina em um processo de remodelamento cardíaco Isso ocorre porque uma exposição exagerada dos cardiomiócitos às essas substâncias possui efeito tóxico Em um primeiro momento ocorre hipertrofia compensatória, mas depois há sérios prejuízos funcionais e estruturais – disfunção contrátil, necrose/apoptose/auto Laura Catarine – M4 fagia dos cardiomiócitos, substituição da matriz extracelular por fibrose irregular, que faz o ventrículo ficar duro (diminuição da complacência ventricular) Também há uma disfunção endotelial – vasoconstrição, hipertrofia do músculo liso na parede vascular e estado pró- trombótico Criação de um ciclo vicioso, com remodelamento macro e microvascular o Sem tratamento, o paciente possui declínio na função sistólica, surgindo sinais e sintomas de congestão, baixo DC, podendo causar óbito por morte súbita ou falência circulatória refratária o Base terapêutica da ICFER: Bloqueio farmacológico dos sistemas compensatórios, inibição da neprilisina e/ou uso combinado de hidralazina + nitrato Objetivo: atrasar o processo de remodelamento cardíaco Outras classes farmacológicas para controle dos sintomas: diuréticos e digitálicos o Outro sistema compensatório ativado: secreção de ADH/vasopressina Indução da vasoconstrição periférica e retenção renal de água livre Quanto maior a queda do DC, maior a secreção de ADH, causando hiponatremia Ou seja, hiponatremia é um mau prognóstico da ICFER ICFEN: o Fatores cardíacos + extracardíacos o O VE não se dilata, geralmente havendo hipertrofia concêntrica, com aumento nas pressões de enchimento o Tratamento das doenças de bases + controle de sintomas Manifestações clínicas Sintomas: o Dispneia – sensação subjetiva de falta de ar Inicia aos esforços e, por fim, nos esforços A maior pressão de enchimento do VE é transmitida retrogradamente para o átrio esquerdo e veias pulmonares, que não possuem valvas para impedir o refluxo de sangue A microcirculação pulmonar sofre aumento da pressão hidrostática causando transudação de líquido para o interstício pulmonar e alvéolos – edema pulmonar Os receptores J são ativados e contribuem para a percepção do sintoma O distúrbio vascular afeta os músculos respiratórios, favorecendo a fadiga Com frequência o paciente possui anemia, o que auxilia no surgimento da dispneia o Ortopneia – dispneia que surge com o decúbito dorsal É uma queixa tardia Paciente com ortopneia na ausência de obesidade mórbida, ascite volumosa e/ou DPOC, possui IC até que se prove o contrário Mecanismo – aumento do retorno venoso ao deitar, que aumenta a pressão de enchimento do VE e agrava a congestão pulmonar de forma rápida Alívio imediatamente ao elevar a cabeceira o Dispneia paroxística noturna – o paciente desperta 1-3h após deitar, com Laura Catarine – M4 intensa tosse e falta de ar, e necessidade de se levantar da cama para melhorar A dispneia persiste por alguns minutos após levantar-se o A piora aguda da função do VE pode desencadear Edema Agudo de Pulmão (EAP) A congestão pulmonar pode evoluir com insuficiência respiratória aguda Causas comum na ICFER: síndrome coronariana aguda, aumento súbito da pós-carga e arritmias o A insuficiência do coração direito é devido à insuficiência do coração esquerdo Na maioria das vezes a IC afeta inicialmente o VE, causando congestão venocapilar pulmonar O lado arteriocapilar da circulação pulmonar promove vasoconstrição e remodelamento O estreitamento luminal aumenta a resistência vascular pulmonar, o que sobrecarrega o VD por aumento da pós- carga Com o tempo o VD sofre insuficiência sistólica igual o VE Assim, ocorre maiores sinais e sintomas de congestão venosa sistêmica, como TJP, derrame pleural e edema de membros inferiores o Fadiga: Origem multifatorial Pode culminar em caquexia cardíaca – perda ponderal involuntária do paciente com IC avançada superior a 6% do peso basal em período menor ou igual a 6 meses Sinal de péssimo prognóstico e fator de risco para mortalidade o Queixas gastrointestinais: Dor, anorexia, náuseas, saciedade precoce, distensão abdominal e desnutrição o Na ICFER avançada, principalmente em idosos, ocorre manifestações neuropsiquiátricas, refletindo uma má perfusão tecidual o Noctúria: Acordar para urinar 2 vezes ou mais Secundária à secreção excessiva de peptídeos natriuréticos Causa insônia no paciente Sinais: o Ectoscopia e sinais vitais: Fases avançadas – dispneia em repouso com caquexia PA pode estar alta ou normal no início, mas diminui com o avançar da doença Na ausência de tratamento, devido à hiperatividade adrenérgica, há taquicardia sinusal e vasoconstrição periférica, como extremidades frias, pálidas e as vezescianóticas Tempo de enchimento capilar aumentado o Veias jugulares: TJP – ingurgitamento das veias jugulares com o paciente inclinado à 45º Ocorre devido ao aumento da pressão venosa central Identificação clínica da congestão circulatória sistêmica Nas fases iniciais da IC as jugulares podem estar normais, mas a compressão da região mesogátria durante 15 segundos pode desencadear TJP o Ausculta pulmonar: Estertores inspiratórios indicam a presença de fluido no interior dos alvéolos A altura dos campos pulmonares até onde os Laura Catarine – M4 estertores são audíveis se relaciona com a intensidade da congestão Estertores finos – pouco líquido e estertores grossos – muito líquido A ausência de estertores não descarta IC Edema agudo de pulmão: Paciente com taquidispneia aguda, uso de musculatura acessória, e sinais e sintomas de congestão pulmonar grave, como estertores e ortopneia Pode ter hipoxemia e cianose Casos extremos podem cursar com expectoração rosa, que seria o transudato alveolar que está nos pulmões do paciente Derrame pleural – ocorre quando há insuficiência biventricular Costuma ser bilateral, mas tende a ser maior na direita (drenagem linfática direita menor que a esquerda) Derrame pleural apena a esquerda não é explicado apenas por IC o Exame do precórdio: Deslocamento do ictus cordis para baixo e para a esquerda A 1ª bulha cardíaca pode se tornar hipofonética quando o VE perde a força contrátil, devido à hipertensão pulmonar A 3ª bulha pode ser auscultada na disfunção sistólica, enquanto a 4ª bulha ocorre na disfunção diastólica o Abdome e extremidades: Hepatomegalia em caso de congestão sistêmica importante Pulsações perceptíveis na borda hepática indicam insuficiência tricúspide Ascite e icterícia – achados tardios No indivíduo que deambula, há edema simétrico, mole, frio e indolor nos membros inferiores No paciente acamado, o edema é sacral, no escroto ou grandes lábios Exames complementares Laboratório: o Em todo paciente com IC – hemograma, lipidograma, hepatograma, função renal, eletrólitos, glicemia, hormônios tireoidianos e EAS o Em áreas epidemiológicas – sorologia para doença de Chagas ECG: o Quando normal afasta a existência de disfunção sistólica do VE o Todo portador de IC deve fazer um ECG de 12 derivações Raio-x de tórax: o Avalia a silhueta cardíaca, permitindo identificar aumentos das câmaras – cardiomegalia A ausência de cardiomegalia não exclui IC o PA: Aumento do VE – a ponta do coração mergulha na hemicúpula diafragmática esquerda Aumento do VD – a ponta do coração se eleva (em bota) o Perfil: Aumento do VE – dilatação da borda cardíaca posterior Aumento do VD – a borda cardíaca anterior ocupa > 1/3 da porção inferior do espaço retroesternal o Congestão pulmonar: Surgimento das linhas B de Kerley – pequenas linhas Laura Catarine – M4 paralelas ao diafragma localizadas na região justapleural dos compôs pulmonares inferiores Os septos interlobares podem ficar espessados Os vasos sanguíneos ficam mais calibrosos nos ápices do que nas bases pulmonares, devido ao edema que comprime os vasos basais No edema pulmonar avançado pode haver também infiltrado alveolar o Derrame pleural: Pacientes em ortostase – apaga os seios costofrênicos e, quando volumoso, produz a parábola de Damoiseau Pacientes deitados – o derrame se espalha por baixo dos pulmões Costuma ser bilateral, mas é maior à direita A ausência de sinais de edema pulmonar não exclui IC Ecocardiograma: o O eco transtorácico é obrigatório o Define se é ICFEN ou ICFER o Confirma o diagnóstico o Fornece informações prognósticas o Avalia as estruturas do coração, funções diastólica e sistólicas, pericárdio e vasos da base o Pode detectar a presença de trombos intracavitários o Indicação de repetir exames: Casos de ICFER, após 3-6 meses de tratamento com drogas modificadoras de doença Mudanças evolutivas no quadro clínico e em casos de descompensações agudas o Quando solicitar: Presença de valvopatias, cardiopatias congênitas complexas, suspeita de dissecção da aorta ou endocardite infecciosa, e afastar trombo Ressonância magnética: o Faz a avaliação não invasiva da estrutura e função cardíaca o Padrão-ouro para quantificar volumes, massa miocárdica e fração de ejeção dos ventrículos o Avalia a viabilidade miocárdica em casos de cardiopatia isquêmica – permanência de contraste em determina porção do miocárdio, identifica a necrose irreversível o Limitações do método: Alto custo e baixa disponibilidade Claustrofobia Presença de próteses ou implantes com material ferrimagnético Contraindicação do contrate em indivíduos com clearence de creatinina < 30 ml/min Biomarcadores: o Os níveis séricos dos peptídeos natriuréticos (BNP e NT-proBNP) aumentam na ICFER e na ICFEN o Ajuda nos casos de dúvida diagnóstica o Níveis baixos dos peptídeos afastam causa cardíacas o Níveis altos = pior prognóstico o A dosagem não é obrigatória para o tratamento o Outras afecções que aumentam os peptídeos natriuréticos: Anemia, DRC, idade avançada, sexo feminino, falência isolada do VD e uso de inibidores da neprilisina Teste de esforço: o Não é rotina o Avalia a elegilibidade para o transplante cardíaco Critérios diagnósticos Critérios de Framingham: Laura Catarine – M4 Tratamento Tratamento da ICFER Drogas que prolongam a sobrevida: o Objetivo: bloquear a compensação neuro-hormonal que leva ao remodelamento cardíaco o Principais medidas: IECA + betabloqueadores o IECA: Qualquer IECA pode ser utilizado Pacientes com intolerância podem utilizar BRA o Betabloqueadores (BB): Carvedilol, metoprolol e bisoprolol Possuem efeitos tardios, podendo levar meses para serem notados Paciente asmáticos ou com DPOC devem utilizar, preferencialmente, o bisoprolol, por possuir menos chance de broncoespasmos o Associação IECA + BB: Indicação – todo paciente com queda significativa na FE do VE (<40%), mesmo que estejam assintomáticos o A dose começa baixa e, se o paciente tolerar, pode aumentar a dose a cada duas semanas o Se o paciente possui franca congestão pulmonar (ortopneia, creptações), antes de iniciar os BB deve-se controlar a hipervolemia com diuréticos de alça Os BB possuem ação inotrópica negativa, por isso podem piorar a congestão pulmonar o Alguns pacientes com avançado grau de disfunção ventricular não toleram a introdução ou aumento de doses dos IECA e BB o Antagonistas da aldosterona devem ser associados aos IECA + BB em pacientes com ICFER sintomática Espironolactona – ICFER com NYHA III a IV Reduzem a apoptose e a fibrose miocárdica Efeitos colaterais: hipercalemia, principalmente em pacientes com DRC prévia Evitar espironolactona em pacientes com creatinina maior que 2,5 ou potássio sérico elevado o Hidralazina + nitrato: Chamada de vasodilatação balanceada (arterial e venosa) Indicada em pacientes que não toleram o uso de IECA e BRA Efeito sobre a mortalidade é mais baixa que a dos IECA, porém em negros o benefício é maior Essa terapia pode ser associada ao uso de IECA+BB+antagonistas da aldosterona, que ainda assim continuam sintomáticos o Sucubitril: Reduz a mortalidade na ICFER É um inibidor da neprisilina, enzima que degrada o BNP e a bradicinina Para usar essa droga em paciente que usava IECA, Laura Catarine – M4 deve-se aguardar 36h sem o uso deste No caso dos BRA isso não é necessário o Pacientes com DM2: Droga deprimeira escolha – metformina Segunda escolha – inibidores da SGLT2 As glitazonas são contraindicadas na ICFER NYHA III ou IV Estimula a reabsorção de sódio, agravando a hipervolemia e a disfunção cardíaca do paciente Drogas APENAS para melhora dos sintomas: o Não prolongam a sobrevida o Diuréticos de alça: Objetivo: manter o paciente euvolêmico Furosemida – droga de escolha Dose individual O médico vai vendo a resposta clínica do paciente, reajustando a dose se necessário Vias IV e IM – casos graves A refratariedade dos diuréticos de alça pode ser combatida com a associação a diuréticos tiazídicos Hidroclorotiazida Força os rins a excretar mais sódio Pacientes refratários aos diuréticos de alça + tiazídicos devem receber diálise + ultrafiltração para tirar sódio e água do paciente Pacientes alérgicos à sulfa devem utilizar apenas o diurético ácido etacrínico o Glicosídeos cardíacos – digitálicos: Agente inotrópico positivo leve – reduz o tñus adrenérgico ao atenuar a atividade dos barorreceptores carotídeos Índice terapêutico baixo em mulheres e idosos Deve ser monitorado o nível sérico Indicado em pacientes que estão utilizando todas as medicações anteriores e permanece sintomático Outra indicação: controle da frequência cardíaca em pacientes que tem FA o Se o paciente possuir ferropenia, deve- se utilizar ferro parenteral Exercícios físicos: o O paciente com ICFER controlada deve realizar exercícios físicos supervisionados o Melhora o bem-estar e a capacidade física o Não há benefício sobre a mortalidade o Na ICFER não controlada ou refratária recomenda-se o repouso Outras medidas não farmacológicas: o Dieta com limitação na ingesta de sódio o Restrição de líquidos na presença de hiponatremia e/ou ICFER avançada refratária ao tratamento farmacológico Prevenção da morte súbita cardíaca: o Ocorre por taquiarritmias ventriculares malignas como a FA o Uso de cardiodesfibrilador implantável (CDI) o Indicações: Paciente que sobreviveram a um episódio de MSC Pacientes com taquicardia ventricular espontânea ou TV induzida Tratamento cirúrgico: o Aneurismectomia – indicada para pacientes com aneurisma do VE que possuem refratariedade ao tratamento clínico, taquiarritmias ventriculares e/ou episódios cardioembólicos Tratamento da ICFEN Objetivos: o Controle da congestão pulmonar Laura Catarine – M4 o Controle da PA o Prevenção e tratamento da taquicardia e manutenção do ritmo sinusal o Tratamento das comorbidades associadas Nenhuma droga reduz de forma específica a mortalidade na ICFEN O ritmo cardíaco deve ser controlado, evitando taquicardia, principalmente FA Doença coronariana e apneia obstrutiva do sono são frequentes, devendo ser pesquisadas e tratadas Não indica-se o uso de digitálicos o Não há problema com a contratilidade do paciente, e sim com o relaxamento do miocárdio Espironolactona diminui a fibrose miocárdica e supostamente melhora a rigidez tecidual associado à disfunção diastólica o Não mostra redução na mortalidade e nem melhora da qualidade de vida o Aumenta a incidência de hipercalemia Congestão pulmonar – diuréticos o Ter cuidado para não reduzir muit a pré-carga, uma vez que esse ventrículo endurecido precisa de pré-carga para ter um DC satisfatório Laura Catarine – M4 Miocardite Epidemiologia Difícil de ser estimada Incidência entre 0,2 a 12% dependendo da população estudada Incidência de 9,65 em pacientes com IC É um dos principais determinantes do desenvolvimento da cardiomiopatia dilatada idiopática Maior prevalência no sexo masculino, principalmente adulto jovem Uma das principais causas de morte súbita em pessoas com menos de 40 anos de idade Crianças que sobrevivem à miocardite possuem maior risco de mortalidade e necessidade transplante cardíaco Etiologia Causas infecciosas e não infecciosas o Infecção viral é a mais prevalente Vírus: adenovírus, enterovirus, parvovirus-B19, vírus da hepatite C, citomegalovírus e Epstein- Barr o 30% dos pacientes possuem infecção por mais de um tipo de vírus Infecção não viral: o Clostridium, Streptococcus o Miocardite chagásica Fármacos: o Causam miocardite de hipersensibilidade hipereosinofílica ou agressão direta do miocárdio o Ciclofosfamida, fenitoína e anfetaminas o Diagnostico deve ser suspeitado na presença de eosinofilia ou infiltrado eosinofílico miocárdico Vacinação pode causar miocardite eosinofílica linfocítica Doenças sistêmicas autoimunes: o Síndrome de Churg-Strauss o Artrite reumatoide o LES Fisiopatologia Dividida em fase aguda, subaguda e crônica Fase aguda: o Presença de viremia o Ocorre perda de miócitos por necrose por ação direta do vírus, efeitos citotóxicos de mediadores inflamatórios e estresse oxidativo o Ação direta: Entrada do vírus na célula, por meio de receptores de membrana e lesão citoplasmática e nuclear Depois há ativação do sistema imune com infiltrado inflamatório com natural killers e macrófagos o A produção de citocinas pode danificar os miócitos o Os anticorpos possuem pico no 14ª dia e está relacionado com a eliminação do vírus no coração próximo ao 10º dia Fase subaguda: o Do 4º ao 14º dia da inoculação o O infiltrado de linfócitos T segue na invasão do miocárdio, com pico de 7 a 14 dias o Fase que ocorre maios dano celular miocárdico o A infiltração dos linfócitos B aumenta gradativamente do 1º ao 3º mês o A lesão aos miócitos libera anticorpos contra a miosina e estimula os linfócitos TCD4, que pode perpetuar e amplificar a lesão das células cardíacas Há também estimulação da presença citotóxicas de linfócitos TCD8 Laura Catarine – M4 Fase crônica: o Do 15º ao 90º dia após a inoculação viral o Ocorre deposição intensa de colágena no interstício miocárdico com fibrose miocárdica evoluindo para dilatação, disfunção e IC Miocardite bacteriana: o Agressão direta, produção de toxinas e resposta inflamatória intensa com a produção de níveis elevados de citocinas o Predomina infiltrado de macrófagos e células NK Miocardite induzida por drogas: o Ocorre hipersensibilidade em resposta a componentes quimicamente reativos que se ligam a proteínas promovendo modificações estruturais o Essas partículas são fagocitadas pelas células de defesa, principalmente macrófagos, que apresentam aos linfócitos T o Ocorre liberação de citocinas como interleucina-5, estimulante de eosinófilos O infiltrado eosinofilico aumenta a resposta de hipersensibilidade e maior lesão miocárdica A síndrome hipereosinofílica ocorre em associação com síndrome de Churg-Strauss, câncer, infecções parasitárias e helmínticas, e vacinações o Ocorre intenso infiltrado eosinofílico no miocárdio, que promove liberação de mediadores agressivos aos miócitos, levando necrose e perda da estrutura miocárdica Miocardite de células gigantes: o Forma autoimune de agressão miocárdica o Histologicamente: infiltrado de células gigantes multinucleadas, de células T, eosinófilos e histiócitos o Não há granuloma bem definido o Presença de células TCD8 – citotóxicas o Associada a doenças autoimunes o Leva à perda de miócitos e reposição por fibrose, com evolução acelerada, perda rápida da função ventricular e evolução clínica desfavorável Diagnóstico Suspeita clínica + métodos diagnósticos não invasivos Confirmação diagnóstica: análise histológica por biópsia endomiocárdica do ventrículo direito (BEM) o Poucos pacientes são obtidos a essa investigação Clínico: o As características clínicas são variáveis, desde formas subclínicas a formasagudas de IC descompensada, fulimante com quadro de choque cardiogênico, dor precordial o 30% dos pacientes com manifestações agudas possuem infecção res´piratória, gastrointestinal ou sistêmica de infecção viral o Nas formas agudas com dor torácica, pode se manifestar de modo similar à dor anginosa e achados semelhantes aos de uma síndrome coronariana aguda Alterações no ECG e elevação dos biomarcadores de necrose miocárdica o Outros casos tem quadro de IC aguda, arritmias ventriculares e atriais frequentes, choque cardiogênico e morte o Outros sintomas que podem acontecer: rash, febre, eosinofilia periférica Avaliação laboratorial: o Marcadores laboratoriais de agressão inflamatória: VHS, PCR e leucometria – podem estar elevados ou normais A elevação dos biomarcadores de necrose miocárdica na miocardite aguda depende da fase evolutica e da extensão da agressão inflamatória Elevações das troponinas é mais comum que a de CK-MB, conferindo pior prognóstico o Marcadores laboratoriais de pesquisa etiopatogênica: Laura Catarine – M4 A pesquisa do fator causal da miocardite depende da suspeita clínica Investigação para doenças inflamatórias autoimunes A doença de Chagas deve ser investigada de forma rotineira Eletrocardiograma: o As alterações no ECG depende da fase evolutiva o Sensibilidade diagnóstica de 47% o Fase aguda: Distúrbios de repolarização e bloqueios atrioventriculares Isquemia coronariana com infra ou supradesnível de ST Presença de onda Q indica pior prognóstico É frequente a presença de arritmias supraventriculares o Fase subaguda e crônica: ECG com sinais de remodelamento de câmaras o Na perimiocardite (acometimento do pericárdio e miocárdio) é comum supradesnível de ST e infra de Pr Ecocardiograma: o Os achados são inespecíficos o Pode ser encontrados trombos intraventriculares ou atriais o Disfunção ventricular direita é incomum e indica pior prognóstico o A presença de derrame pericárdico na ausência de IC congestiva sugere perimiocardite o Importante para o diagnóstico diferencial e serve como um guia durante a realização da BEM RNM cardíaca: o Identifica a injúria miocárdia inflamatória e as lesões cicatricial nas fases aguda e subaguda o 3 principais técnicas: Sequencias ponderadas em T2 Realce miocárdico global precoce Realce tardio o Indicada na avaliação de pacientes com suspeita de miocardite aguda e crônica, além de portadores de disfunção ventricular de início recente com suspeita de miocardite prévia o Possui importância nos pacientes com elevação de biomarcadores de necrose miocárdica, mas que estão com angio- TC de coronárias normais o Não é indicada para pacientes com miocardite fulminante com instabilidade hemodinâmica AngioTC: o Vantagens: mais rápida e acessível que a RNM o Desvantagens: contraste iodado e radiação ionizante o Pode fornecer imagens de coronárias noprmais, excluindo IAM e isquemia o Usada no diagnóstico diferencial com síndrome coronariana aguda Medicina nuclear: o Avalia a função ventricular esquerda, presença de inflamação cardíaca, identifica os subtipos de miocardites e monitora a resposta terapêutica Patologia: o Análise patológica: Miocardite fulminante – a causa mais comum é uma miocardite linfocítica difusa, com edema intersticial e miocitólise, e boa Laura Catarine – M4 resposta ao tratamento imunossupressor Miocardite de células gigantes – inflamação crônica difusa acompanhada de células gigantes Miocardite necrotizante eosinofílica – infiltrado inflamatório difuso, predomínio de eosinófilos e extensa necrose Miocardite aguda – inflamação com infiltrado linfo-histocitário, edema intracelular e intersticial, com presença de miocitólise Miocardite crônica ativa – miocardite linfocítica ativa ou borderline, alterações degenerativas da fibra com hipertrofia e fibrose intersticial a contagem de linfócitos o Análise histológica por imuno- histoquímica: Maior acurácia na detecção do processo inflamatório miocárdico Técnica: marcação das células T e B e de leucócitos Identifica a ativação inflamatória induzida por citocinas Diagnostica a agressão inflamatória miocárdica mesmo distante do foco primário de infecção Possui maior acurácia que a análise histológica convencional Tratamento Medidas gerais e preventivas: o Objetivam cuidados com as formas sintomáticas ou não de IC o Dieta: Restrição dietética de sódio a 2 a 3g/dia – apenas na ausência de hiponatremia Restrição calórica o Restrição hídrica entre 1L e 1,5L por dia na fase sintomática o Tabagismo e consumo excessivo de álcool está contraindicado o Evitar obesidade e caquexia o AINES não devem ser utilizados na fase aguda e na presença de IC o Não realizar exercícios vigorosos por até 6 meses após a fase aguda o Prevenção: vacinação Não realizar vacinação enquanto houver atividade de doença BB, IECA, BRA e anticoagulantes: o A modulação do sistema renina- angiotensina-aldosterona atenua a progressão da disfunção ventricular, diminuindo a fibrose, necrose e inflamação miocárdica IECA e BRA são utilizados em todos os pacientes com disfunção ventricular, exceto se houver contraindicação, com doses progressivas até a máxima Recomenda-se a manutenção dos IECA/BRA se houver normalização da função ventricular BRA são usados se houver intolerância aos IECA o Betabloqueadores: Impede a progressão da disfunção miocárdica e pior prognóstico Utilizado em todos pacientes com disfunção ventricular e IC manifesta, salvo contraindicações Manutenção dos BB por no mínimo 1 ano após a normalização da função ventricular o Anticoagulante oral (ACO): Indicado em casos de miocardite associado a FA paroxística ou permanente, trombos intracavitários ou fenômenos tromboembólicos prévios Terapia específica: o Imunossupressão: Laura Catarine – M4 Tem como objetivo suprimir a resposta inflamatória e atividade autoimune Para ser indicada, é necessário a confirmação do diagnóstico pela BEM Não possui benefício na melhora da mortalidade A terapêutica imunossupressora mais utilizada é a associação de prednisona com azatioprina pelo período de 6 meses o Antivirais: Objetivo: eliminação viral e impedir sua replicação Infusão subcutânea de interferon-beta e imunoglobulina intravenosa o Imunomodulação: Objetivo: reduzir a agressão inflamatória e autoimune através da remoção e modulação de possíveis agentes agressores envolvidos na patogênese da miocardite Técnica: Plasmaférese seletiva que visa a retirada de autoanticorpos específicos + terapia com imunoglobulina intravenosa para imunomodulação inflamatória das citocinas e da produção de anticorpos Pentoxifilina – 1200mg e 2400 mg/dia Coadjuvante nas cardiomiopatias inflamatórias crônicas Laura Catarine – M4 Pericardites Epidemiologia Ocorre em 5% dos pacientes com queixa de dor torácica que foi afastada a insuficiência coronariana aguda e 1 % daqueles com supra desnível de ST Derrame pericárdico e tamponamento cardíaco é mais frequente quando há comprometimento por tuberculose ou neoplasia Classificação Pericardite é a inflamação do pericárdio Possui múltiplas causas Geralmente é benigna e autolimitada, mas pode cursar com derrame ou constrição pericárdica Classificação de acordo com a evolução e a forma de apresentação clínica: o Pericardite aguda o Pericardite crônica o Derrame pericárdico e tamponamento cardíaco o Pericardite constritiva o Pericardite recorrente Etiopatogenia Causas infecciosas e não-infecciosas Infecções pericárdicas:o Pericardite viral é a mais comum, por agressão direta do vírus ou resposta autoimune Enterovírus, ecovírus, Epstein- Barr, herpes simples, influenza e citomegalovírus o Pericardite bacteriana normalmente cursa com derrame pericárdico Origem: pneumonia, empiema, disseminação hematogênica e pós-cirurgia cardíaca ou torácica Autoimune: o LES, artrite reumatoide, esclerodermia e dermatomiosite A pericardite pós-infarto pode ocorrer precocemente após os 3 primeiros dias de IAM Insuficiência renal é causa comum de pericardite, produzindo derrame em 20% dos pacientes Diagnóstico clínico Pericardite aguda: o Síndrome febril com frequente acometimento de vias aéreas superiores, dor torácica e atrito pericárdico o A dor torácica varia com a respiração ou posição do tórax, variando de intensidade e duração o Pode ter acometimento pleural, associado a derrame ou atrito pleural o Pode estar associada à miocardite, devendo ser suspeitada quando há disfunção ventricular aguda o Marcadores de alto risco: Elevação de enzimas de necrose miocárdica Febre > 38ºC Leucocitose Laura Catarine – M4 Derrames pericárdicos volumosos com ou sem tamponamento cardíaco Imunocomprometidos História prévia de anticoagulação oral Disfunção global do ecocardiograma, sugerindo miopericardite Tamponamento cardíaco: o Acúmulo de uma quantidade significativa de líquido no saco pericárdico o Ocorre progressiva compressão de todas as câmaras cardíacas decorrente do aumento da pressão intrapericárdica, redução do volume de enchimento cardíaco e maior interdependência ventricular o Depende da velocidade de instalação e do fator causal: O tamponamento cardíaco agudo ocorre em minutos, resultando em um quadro de choque O tamponamento subagudo ocorre em dias e semanas, podendo estar associado a fadiga e dispneia Tamponamento oculto ou de baixa pressão ocorre em pacientes hipovolêmicos, com redução da pressão cardíaca. Tamponamento regional ocorre quando um derrame localizado ou um hematoma produz compressão regional em uma única câmara o Diagnóstico: taquicardia + pressão venosa elevada + hipotensão arterial + pulso arterial paradoxal Pericardite constritiva: o Está frequentemente associada a um paciente sintomático com dispneia de esforço e/ou fadiga associada a disfunção diastólica e ascite desproporcional ao edema de membros inferiores o Formas transitórias de pericardites constritivas podem acontecer na pericardite aguda, frequentemente associada a tuberculose, neoplasias malignas Marcadores laboratoriais: o Marcadores de atividade de doença: Marcadores de necrose miocárdica: Elevados no paciente com pericardite aguda, sendo mais frequente o aumento da Troponina I do que de CKMB O pico ocorre no segundo dia após o início dos sintomas Elevação de TnI é marcador de miopericardite Marcadores de atividade inflamatória: VHS, leucocitose e PCR estão elevados em 75% dos pacientes o Quando ausentes, não afasta diagnóstico, principalmente em pacientes em uso de AINE ou com comprometim ento imunológico Normaliza os valores em 2 semanas, mas se continuar elevado há a necessidade de terapia anti-inflamatória prolongada e risco de recorrência da pericardite Dosagem seriada do PCR é importante para monitorar o tratamento da pericardite aguda BNP/NT-proBNP: Podem estar elevados Laura Catarine – M4 Não indicado o uso rotineiro para diagnóstico o Marcadores de diagnóstico etiológico: Buscar o fator causal: Hemocultura, na suspeita de infecção bacteriana; função renal; dosagem de hormonios tireoidianos; provas reumatológicas Pesquisa viral por meio de sorologia não deve ser solicitada Na presença de derrame pericárdico volumoso, solicitar análise histológica e imuno- histoquímica do pericárdio e do líquido Eletrocardiograma: o As alterações no ECG são amplas e variam de acordo com a fase da pericardite o Pode haver alterações no ritmo o Baixam amplitude do QRS acontece no derrame pericárdico, que melhora após pericardiocentese o Principais diagnósticos diferenciais: IAM, TEP e repolarização precoce o Na pericardite crônica há ondas T invertidas e baixa amplitude do QRS Radiografia: o Na pericardite aguda, o Rx é normal na maioria das vezes o Há cardiomegalia quando há mais de 200ml de liquido no saco pericárdico Resulta em formato globular da silhueta cardíaca o Não é possível definir pericardite apenas com Rx o A presença de calcificação do pericárdio sugere a presença de pericardite constritiva em pacientes com IC, mas ocorre apenas em 25% desses pacientes Ecocardiograma: o Útil para diagnóstico, acompanhamento da resposta terapêutica e do prognóstico o Guia para drenagem do derrame pericárdico o Pericardite aguda: espessamento do pericárdio e derrame pericárdico Há casos que não há alteração no Ecocardiograma, é chamada de pericardite aguda seca o Derrame pericárdico: Derrame pequeno < 10mm; moderado – entre 10 e 20mm; derrame importante > 20 mm O eco pode oferecer informações quanto a etiologia do derrame: Natureza do liquido – exsudato ou transudato Presença de fibrina – ocorre na tuberculose Cálcio, coágulos, massas sugestivas de tumor Na suspeita de pericardite constritiva, deve-se realizar a medição da espessura do miocárdico o Tamponamento cardíaco: Alterações: Dilatação das cavas com pouca variação respiratória, colapso diastólico da parede livre do VD, do AD, do AE e raramente do VE Colapso do AD é mais sensível de tamponamento, e colapso do VD é mais específico o Pericardite constritiva: 80% possuem espessamento do pericárdio TC do coração: o Pode demonstrar pericárdio uniformemente espessado, derrame pericárdico e algum realce precoce após contraste venoso o A presença de gás no derrame é associada à presença de microorganismos o Densidade do derrame: Laura Catarine – M4 Transudatos possuem baixa densidade, e exsudatos, hemorragias e neoplasias possuem alta densidade o Identifica espessamento pericárdico e calcificações pericárdicas na pericardite constritiva Derrame pericárdico e ascite também podem ser demostrados nesses pacientes RNM: o Indicada na avaliação de pericardites agudas e crônicas o Quantifica o grau do espessamento pericárdico e o volume do derrame o Permite a identificação de injuria inflamatória miopericárdica através da técnica do realce tardio Pericardiocentese e biópsia pericárdica: o A pericardiocentese possui objetivo terapêutico e diagnóstico Indicada na presença de quadro clínico de tamponamento pericárdico, como medida terapêutica salvadora Indicada na suspeita de hemopericárdio pós trauma, pericardite bacteriana ou neoplásica Pode ser feita a beira do leito, com agulha para punção guiada por algum método de imagem (ecocardiograma), assim o alívio dos sintomas deve ser imediato O liquido pericárdico deve ser enviado para análise citológica, cultura, pesquisa de células neoplásicas e viral por PCR, dosagem de adenosina deaminase Contraindicação absoluta: dissecção de aorta Contraindicação relativa: coagulopatia, anticoagulação, derrame pequeno, posterior ou loculado o Biopsia pericárdica: Indicada para investigação diagnóstica em pacientes com pericardite persistente refratária ao tratamento clinico, sem diagnóstico definitivo estabelecido Pode ser coadjuvante à drenagem pericárdica terapêutica Enviar o tecido para análise histológica e imunohistoquímica Análise histológica: o A etiologia da tuberculose é mais frequente o Pode ser classificadaem: Pericardite fibrinosa; fibrino- purulenta; crônica inespecífica; hemorrágica; granulomatosa; constritiva; ou pós IAM e síndrome de Dessler Tratamento A hospitalização é preferível em todos os casos Observar os sinais de tamponamento e iniciar AINE + tratamento sintomático AINE é a droga de escolha para início do tratamento o Ibuprofeno Tratamento com corticoide: restrito a pacientes com doenças do tecido conjuntivo, autoimunes ou pericardite urêmica o Aplicação intrapericárdica de corticosteroides evita efeitos colaterais sistêmicos Se o paciente precisar de anticoagulantes, a heparina é preferível AINE e colchicina: o AINH: Principal medicamento para tratamento da pericardite idiopática e viral Objetivo: aliviar a dor e melhorar a inflamação AAS – 500 a 750 mg a cada 6 ou 8 horas, por 7 a 10 dias, seguido de redução gradual de 500 mg por semana, por 3 semanas Ibuprofeno – 400 a 800mg a cada 6 ou 8 horas, por 14 dias Laura Catarine – M4 Duração do tratamento em torno de 14 dias Análise da resposta terapêutica por meio do PCR Retirada deve ser lenta e progressiva para evitar recorrência de pericardite Utilizar IBP para proteger a mucosa gástrica o Colchicina: Terapia adjuvante para alivio da dor e prevenção da recorrência em 18 meses 0,5 mg de 12/12h, ou 0,5 mg a cada 24 h em pacientes com menos de 70 kg, durante 3 meses no primeiro evento e 6 meses na pericardite recorrente Efeito adverso: diarreia, hepatotoxicidade, supressão da medula óssea Imunossupressão: o Permite boa melhora clínica e inflamatória o Desvantagens: Favorece o desenvolvimento de recorrência Deve-se tentar definir o fator etiológico para ter uma previsão da resposta terapêutica e da dose Deve-se afastar a presença viral por meio de análise do liquido pericárdico e biópsia pericárdica, antes de utilizar corticoides o Indicações: Pericardite aguda idiopática sem melhora com AINE e colchicina Pericardite secundária a doença autoimune, do tecido conjuntivo ou pericardite urêmica o Posologia: 1mg/kg por 2 a 4 semanas o Para evita a recorrência imunológica com reativação da pericardie, deve-se retirar o corticoide lentamente e associar a colchicina 1mg ao dia o Melhor técnica é corticoide intrapericárdico Evita efeito sistêmico e recorrência da pericardice Os pacientes devem ser submetidos a biopsia pericárdica e epimiocárdica, para comprovação do processo inflamatório e afastar a presença de infecção viral ou de outros agentes etiológicos Antivirais: o Objetivo: melhora dos sintomas, remissão da doença e evitar a recorrência o Hiperimunoglobulina, interferon-alfa e imunoglobulina intravenosa – depende do fator etiológico Tratamento no tamponamento cardíaco: o Drenagem do liquido pericárdico o Antes da drenagem: Estabilizar o paciente hemodinamicamente com infusão rápida de cristaloides para melhorar a perfusão, e uso de aminas ou atropinas em casos de bradicardia o A drenagem cirúrgica é indicada em casos de recidiva do derrame após a drenagem via cateter ou em casos de coágulos ou derrames localizados não acessíveis por via percutânea Vantagem: realização da biópsia pericárdica Tratamento cirúrgico das afecções pericárdicas: o Síndrome da constrição pericárdica – excisão do pericárdio Objetivo: liberar os ventrículos do pericárdio densamente aderido Há casos especiais que precisam de tratamento mais específico, como as pericardites bacterianas e o uso de antimicrobianos Laura Catarine – M4 Embolia pulmonar (EP) é a obstrução de vasos da circulação arterial pulmonar causada pela compactação de partículas, cujo diâmetro é maior que o do vaso acometido A maioria dos casos é devido ao Tromembolismo Venoso (TEV), em que o TEP é uma complicação aguda o O TEV divide-se em duas entidades: TEP e TVP Outras causas menos comuns: o Corpos estranhos o Gotículas de gordura o Líquido amniótico o Êmbolos sépticos A circulação pulmonar funcionam como um filtro, uma vez que todo o sangue do corpo passa por ela o Ela impede que embolos de origem venosa atinjam a circulação arterial As manifestações clínicas do TEP varia de acordo com a carga embólica e com a função cardiorrespiratória basal do indivíduo Não é possível confirmar TEP baseado em quadro clínico, é necessário alguns exames complementares em caso de situações de risco Quando suspeitar de TEP? o Todo paciente com fatores de risco e alteração cardiorrespiratória aguda o Quando o paciente for de alto risco para TEP, inicia-se o tratamento até que a doença seja excluída ou confirmada totalmente TVP é terceira doença cardiovascular mais comum o Perde pra doença cerebral e doença coronariana TVP é 3x mais frequente que a TEP o A TEP continua sendo a complicação pulmonar aguda mais comum em pacientes hospitalizados Predomina em pacientes terminais, mas há casos de acometimento em pacientes saudáveis Possui dificuldade diagnóstica, com baixa sensibilidade e especificidade do diagnóstico clínico Mais de 90% dos êmbolos pulmonares se originam de trombos em veias profundas dos membros inferiores A TVP com maior risco de embolia é a íleo- femoral o A TVP de panturrilha é a principal causa de TVP íleo-femoral – propagação ascendente do trombo Trombose em veias pélvicas também possuem grande risco de embolia TVP de membros superiores: o TVP de subclávia é mais frequente do que se imagina o Manifestações específicas: dor, edema e empastamento muscular Presença de circulação colateral visível o Fatores de risco específicos: uso de muletas com apoio axilar, costela cervical, alterações anatômicas da clavícula, hipertrofia do escaleno e pequeno peitoral Pré-requisitos para TVP: o Tríade de Virchow – qualquer fator presente, há favorecimento da trombogênese: Estase – gerando hipóxia intravascular Lesão vascular – disfunção endotelial, com exposição do subendotélio Hipercoagulabilidade – hereditária ou adquirida Trombofilias (Hipercoagulabilidade) Hereditárias: o Caracteriza-se por: Excesso de pró-coagulantes Diminuição de anticoagulantes Laura Catarine – M4 Alterações no sistema hemostático Todas as ultimas anomalias juntas o Resistência à proteína C ativada: É a trombofilia hereditária mais comum O fator V mutante, ou fator V de Leiden, não consegue ser clivado pela proteína C ativada, diminuindo seu efeito anticoagulante, levando à trombose o Deficiência de antitrombina, proteína C e proteína S: Raras, porém possuem maiores risco de causar TEV o As trombofilias hereditárias quase sempre causam TVP a partir de um fator externo desencadeante Exemplo: uso de anticoncepcionais orais por mulheres com fator V de Leiden o Suspeita quando: TEV recorrente em pessoas < 50 anos TEV sem fatores de risco evidentes TEV em locais inusitados, como vasos cerebrais História familiar de TEV o Diagnóstico diferencial das trombofilias: TVP ileofemoral esquerda recorrente TVP bilateral recorrente Decorre de anomalias congênitas da veia casa inferior o A trombose e a anticoagulação podem modificar o resultado de alguns exames para trombofilia Recomendado iniciar a pesquisa para trombofilia apenas 2 semanas após o término da anticoagulação Trombofilias adquiridas: o Fatores de risco: TEV prévio Idade: aumenta com a idade Obesidade: IMC > 40 Tabagismo Trauma Cirurgia nos últimos 3 meses:^maior risco em ortopédicas e oncológicas, além das grandes cirurgias vasculares e neurológicas Imobilização e viagens prolongadas: risco significativos em viagens acima de 8 horas Câncer: Secreção de fatores pró-coagulantes pelo tumor + cateteres venosos + quimioterapia + compressão vascular do tumor + cirurgia + paciente acamado Ca de pulmão, pâncreas e próstata Gravidez, uso de ACO e terapia de reposição hormonal: Mais comum no puerpério Maior risco em partos cesarianos, devido ao maior período de restrição no leito Trombocitopenia relacionada à heparina: Plaquetopenia associada a TEV de recorrência em uso de heparina por falha da anticoagulação Indicado a troca da heparina por outro inibidores de trombina Doenças clínicas: ICC, DPOC, IAM, AVC Vida sedentária A embolia ocorre quando o trombo sai do seu local de origem e vai parar na circulação pulmonar Laura Catarine – M4 Os grandes trombos que se impactam na bifurcação do tronco da artéria pulmonar são chamados de trombos em sela Os lobos inferiores costumam ser mais afetados Consequências pulmonares: o Hipoxemia: Aumenta o espaço morto fisiológico – regiões bem ventiladas e mal perfundidas As áreas distantes do espaço morto começam a sofrer atelectasia, por diminuição da produção de surfactante - A isquemia dos ácinos alveolares libera mediadores inflamatórios que atuam nas proximidades dos ácinos, inibindo a ação dos pneumócitos tipo 2 Os mediadores inflamatórios também causam broncoespasmo, piorando a ventilação o Taquidispneia: Estimulação dos receptores J alveolares pelos mediadores inflamatórios, causando hiperventilação reflexa Alcalose respiratória Sensação de falta de ar Consequências cardiocirculatórias: o Hipertensão pulmonar aguda Devido ao aumento da resistência vascular do pulmão Aumento da resistência arterial pulmonar: o Obstrução mecânica devido aos êmbolos impactados o Vasoespasmos, devido a mediadores inflamatórios o A hipoxemia leva a um efeito vasoconstritor levando a um ciclo vicioso o Normalmente, o VD se dilata devido ao aumento da pós-carga para manter o DC o Se o aumento da pós-carga for intenso, o débito do VD diminui - isso ocorre por incapacidade na ejeção de sangue devido a uma resistência vascular pulmonar, e por disfunção isquêmica do VD o A dilatação do VD diminui o fluxo de sangue na parede cardíaca, podendo resultar em infarto agudo do VD Níveis elevados de troponina marca um mau prognóstico no TEP o Embolia maciça é definida por hipotensão + choque A dilatação extrema do VD reduz o volume do VE, diminuindo seu débito – resulta em cor pulmonale agudo (causa de óbito no TEP) Consequências da TVP: o A estase venosa provoca uma alta pressão no interior das veias profundas dos MMII Culmina na síndrome pós- flebítica: edema crônico unilateral + alterações da coloração da pele + varizes. Pode apresentar úlceras de estase, principalmente no maléolo medial Sintomas: o Dispneia de início súbito o Dor pleurítica o Dor na perna o Edema nos MMII o Tosse o Ortopneia o Chiado no peito Sinais: o Taquipneia o Taquicardia o Estertores o Redução do murmúrio vesicular o Turgência Jugular o Pode ocorrer febre em 10% dos casos O colapso circulatório demora a se manifestar, e quando inicia o paciente já apresenta taquipneia e dispneia Principal sintoma na TVP: dor na perna que vai aumentando ao longo dos dias Principal sintoma no TEP: dispneia súbita inexplicada TEP maciço: Laura Catarine – M4 o PAs < 90 mmHg ou queda > 40 mmHg na sistólica basal em mais de 15 minutos Não pode ser explicado po hipovolemia, sepse ou arritmias o Obstrução em metade ou mais do leito arterial pulmonar Altíssimo risco de morte o Indicação de uso de trombolíticos Em caso de contraindicação ou falha terapêutica, está indicado intervenções invasivas TEP moderado grande: o PA normal o Dilatação e hipocinesia do VD no ecocardiograma o Cintilografia ventilação-perfusão: 30% dos campos pulmonares sem perfusão o Disfunção do VD + aumento da troponina: obrigatoriamente, usar trombolíticos TEP pequeno a moderado: o PA normal o Sem sinais de disfunção de VD o Uso de anticoaagulantes Sempre desconfiar de TEP em pacientes com dispneia súbita que mantém os pulmões limpos na ausculta Considerações importante da TVP: o A maioria dos casos de TVP não apresenta sinais e sintomas o O clássico sinal de Homans possui baixa sensibilidade e especificidade Dor à dorsiflexão do pé o A TVP muito extensa pode evoluir com duas síndromes: Phlegmasia Alba Dolens – quadro típico de TVP (dor, edema e empastamento) + palidez do membro Phlegmasia Cerulea Dolens – cianose subsequente à Phlegmasia Alba Dolens TVP: o Celulite o Ruptura de cisto de Baker o Síndrome pós-flebítica (TVP prévia) TEP: o Pneumonia o DPOC o Asma Escore de Wells – utilizado para estimar a probabilidade de TVP quanto de TEP o Critérios para TVP: cada critério recebe 1 ponto Ca atual ou tratado nos últimos 6 meses Paralisia, paresia ou imobilização no membro inferior Restrição ao leito > 3 dias ou cirurgia nas últimas 12 semanas Dor localizada sobre o sistema venoso profundo Edema com cacifo Edema em todo membro inferior Assimetria > 3 cm entre uma perna e outra Circulação colateral não varicosa Outro diagnóstico é mais provável que TVP: único critério com pontuação -2 o Probabilidade de pré-testes para investigação de TVP: Moderada e alta: acima d zero Baixa: abaixo ou igual a zero o Critérios para TEP: Clínica de TVP – 3 pontos Um diagnóstico alternativo é menos provável que TEP – 3 pontos FC > 100 bpm – 1,5 pontos Imobilização > 3 dias ou cirurgias nas últimas 4 semanas – 1,5 pontos Episódio prévio de TVP-TEP – 1,5 pontos Hemoptise – 1 ponto Câncer – 1 ponto o Probabilidade de pré-teste para investigação de TEP: Moderada e alta: maior que 4 pontos Baixa: menor que 4 pontos Laura Catarine – M4 o Conduta: Probabilidade pré-teste moderada ou alta + quadro clínico compatível + fatores de risco – solicitar exames de imagem urgente e, se não houver contraindicação, usar anticoagulante na hora Escore de Genebra Revisado – utilizado para probabilidade de TEP: o Critérios: Idade > 65 anos – 1 ponto Episódio prévio de TEP-TVP – 3 pontos Cirurgia ou fratura ósseas nas últimas 4 semanas – 2 pontos Câncer atual – 2 pontos Dor em um dos membros inferiores – 3 pontos Hemoptise – 2 pontos Cordão venoso palpável e doloroso + edema assimétrico – 4 pontos FC: 75 a 94 bpm – 3 pontos Acima de 95 bpm – 5 pontos o Interpretação: Alta probabilidade – maior ou igual 11 pontos Probabilidade intermediária - 4 a 10 pontos Baixa probabilidade – 0 a 3 pontos Exames de imagem: o Duplex-scan de membros inferiores – melho método não invasivo pra TVP o AngioTC pulmonar com tomógrafo helicoidal, com ou sem venotomografia dos membros inferiores (para avaliar TVP concomitante) – melhor método não invasivo pra TEP o Na suspeita de TEP, encontrar TVP em membros inferiores encerra a investigação – tratamento com anticoagulantes Probabilidade pré-teste baixa – dosar d-dímero para exclusão de TVP-TEP o D-dímero menor que 500ng por dl – exclui a possibilidade de TEV o D-dímero maior que 500ng por dl – seguir com exame de imagem Exames inespecíficos: o Realizados em todos os pacientes com suspeita de TEP o Não confirma diagnóstico, apenas enfraquece ou fortalece a suspeita clínica o Radiografia de Tórax: Cardiomegalia, atelectasia, derrame pleural, infiltrados no parênquima Sinais específicos: são raros Westermamark – oligoemia focal Corcova de Hampton - infiltrado em forma de cunha, base apoiada sobre o diafragma