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MECÂNICA APLICADA Centro de Formação Profissional – CFP/JCG SANTA LUZIA 2004 www.cliqueapostilas.com.br Presidente da FIEMG Robson Braga de Andrade Gestor do SENAI Petrônio Machado Zica Diretor Regional do SENAI e Superintendente de Conhecimento e Tecnologia Alexandre Magno Leão dos Santos Gerente de Educação e Tecnologia Edmar Fernando de Alcântara Elaboração Equipe Técnica do SENAI Unidade Operacional CFP JOÃO CARLOS GIOVANINI CFP GERSON DIAS CFP MICHEL MICHELS www.cliqueapostilas.com.br Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................................................... 5 1. INTRODUÇÃO À FÍSICA ................................................................................................. 6 1.1. Física e seu método ............................................................................... 6 1.2. Medidas e Unidades ............................................................................... 7 1.3. Potências de Dez .................................................................................... 9 2. MOVIMENTO...................................................................................................................12 2.1. Referecial .............................................................................................. 13 2.2. Ponto Material e Trajetória .................................................................... 13 2.3. Localização de um móvel....................................................................... 13 2.4 Deslocamento ....................................................................................... 14 3. MOVIMENTO UNIFORME ............................................................................................. 16 3.1 Velocidade Média .................................................................................... 16 3.2 Velocidade Instantânea ........................................................................... 16 3.3 Movimento com velocidade constante .................................................... 16 3.4 Equação horária e gráficos do M.U. ........................................................ 17 4. MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO................................................................. 19 4.1 Aceleração Média .....................................................................................19 4.2 Aceleração Instantânea ............................................................................19 4.3 Movimento com aceleração constante .................................................... 20 4.4 Equação da velocidade e gráficos .......................................................... 20 4.5 Equação Horária do M.U.V. ..................................................................... 21 5. VETORES......................................................................................................................... 24 1ª PARTE 3.1 Grandezas Escalares ............................................................................. 24 3.2 Grandezas Vetoriais ................................................................................ 24 3.3 Vetores ...................................................................................................25 3.4 Adição de dois vetores ............................................................................26 5.5 Adição com mais de dois vetores ............................................................ 27 5.6 Subtração de Vetores .............................................................................. 27 5.7 Multiplicação de um número por um vetor ................................................... 28 5.8 Projeção de um vetor .............................................................................. 29 2ª parte 5.9 Vetor deslocamento ................................................................................ 29 5.10 Vetor velocidade ..................................................................................... 30 5.11 Vetor aceleração...................................................................................... 30 www.cliqueapostilas.com.br 6. FORÇA E MOVIMENTO ................................................................................................... 31 6.1 Força ....................................................................................................... 31 6.2 Inércia ...................................................................................................... 32 6.3 Primeira Lei de Newton ............................................................................ 33 6.4 Segunda Lei de Newton ........................................................................... 35 6.5 Unidades de massa e força ...................................................................... 37 6.6 Terceira Lei de Newton ............................................................................ 37 7 TRABALHO E ENERGIA .................................................................................................. 39 7.1 Trabalho realizado por força constante .................................................. 39 7.2 Cálculo do Trabalho pelo gráfico ............................................................ 40 7.3 Energia Cinética ..................................................................................... 42 7.4 Teorema da Energia Cinética ................................................................ 43 7.5 Energia Potencial Mecânica .................................................................. 44 7.5.1 Energia Potencial da Gravidade .............................................................45 7.5.2 Energia Potencial Elástica ..................................................................... 45 7.6 Energia Mecânica e sua conservação ................................................... 47 7.6.1 Energia Mecânica de um corpo sujeito à ação de seu peso ................. 47 7.6.2 Energia Mecânica de um sistema sujeito à ação da Força Elástica ..... 48 7.7 Potência ................................................................................................. 49 8 IMPULSO E QUANTIDADE DE MOVIMENTO ................................................................. 51 8.1 Impulso ................................................................................................... 51 8.2 Quantidade de movimento ..................................................................... 51 8.3 Teorema do Impulso .............................................................................. 52 8.4 Conservação da Quantidade de movimento .......................................... 52 8.5 Conservação de Q de um só corpo ........................................................ 53 8.5.1 Conservação de Q de 2 corpos .............................................................. 53 9 MOVIMENTO CIRCULAR E FORÇA CENTRÍPETA ........................................................ 56 9.1 Movimento Circular e Uniforme .............................................................. 56 9.1.1 Período e Freqüência ............................................................................. 56 9.1.2 Velocidade Angular ................................................................................56 9.3 Aceleração Centrípeta e Tangencial ...................................................... 58 9.4 Força Centrípeta .................................................................................... 59 10 EQUILÍBRIO DOS SÓLIDOS ...................................................................................... 62 10.1 Equação de forças concorrentes ..............................................................62 10.2 Momento de Força ....................................................................................65 11 REFERÊNFIA BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 67 www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 5 Apresentação “Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do conhecimento. “ Peter Drucker O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, coleta, disseminação e uso da informação. O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e ,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de educação continuada.” Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão importante quanto zelar pela produção de material didático. Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos. O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada ! Gerência de Educação e Tecnologia www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 6 1. INTRODUÇÃO À FÍSICA Ao iniciarmos este curso, não pretendemos que você nos responda de imediato o que é Física ou tente conceituá-la, pois esta não é uma tarefa muito fácil. A resposta virá, gradualmente aperfeiçoada, somente na medida em que você for assimilando os diversos tópicos da Física, acompanhados de aulas com experimentações e leituras de boas obras científicas. No momento, aconselhamos a leitura e a resolução de algumas questões do assunto que se segue, e esperamos que o contínuo aprimoramento do seu conhecimento seja proporcional à conscientização da seriedade e rigor de uma atividade científica, seu objetivo e sua função na sociedade. 1.1 Física e seu método Os sábios da antiga Grécia investigaram os fenômenos da natureza, como o movimento dos corpos terrestres e celestes, baseando-se na intuição e nas argumentações filosóficas, pois, não conheciam métodos experimentais que pudessem explicar os fatos corretamente. Desde esse tempo até o início do século XIX, a Física, que em grego significa natureza, fazia parte de um ramo de conhecimento mais amplo chamado Filosofia Natural. 1)Valendo-se somente do raciocínio (sem efetuar experiências) ditado pela intuição, verifique o seguinte: “Dois corpos de mesmo material, sendo um de 1 Kg e outro de 2kg, quando abandonados simultaneamente da mesma altura e no mesmo local, o mais pesado cai com mais rapidez duas vezes maior que o outro e, portanto, para atingir o solo, gastará metade do tempo do mais leve”. Esta afirmação é falsa ou verdadeira? Agora, para dirimir as dúvidas, faça experiências abandonando, ao mesmo tempo, dois corpos de massas diferentes; por exemplo, dois gizes, sendo o tamanho de um deles o dobro do outro. Qual a sua conclusão? Eles chegam ao solo quase juntos, independentes da sua massa? A sua intuição estava certa errada? Você pode confiar nela? A partir do século XVII, sábios notáveis como Galileu (1564-1624) e Isaac Newton (1642-1727) deram grande impulso à Física através da introdução, por Galileu, de métodos experimentais na ciência, considerados uma das conquistas mais importantes do pensamento humano. 2) Com respeito à queda dos corpos, dependendo do seu grau de interesse, poderia dar um passo na sua indagação formulando as seguintes perguntas: “ Será que a presença do ar influi no tempo de queda? Como seria o resultado se repetíssemos a experiência no vácuo?” No momento, muito mais do que a exatidão da sua resposta, é importante que se desenvolva em você o hábito de observar, indagar, analisar e interpretar os fatos. www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 7 3) Tente dar um empurrão num corpo apoiado sobre um plano horizontal. Por que após percorrer certa distância ele pára? Se polirmos a superfície cada vez mais, o corpo irá cada vez mais longe? Qual a sua conclusão? Sim ou não? Valendo-se do raciocínio, você consegue generalizar (ou estender) a sua conclusão para uma situação ideal (aquilo que é impossível na prática), afirmando que o corpo, uma vez colocado em movimento sobre uma superfície horizontal, plana e lisa, nunca irá parar se nada dificultar o seu deslocamento. As teorias científicas são freqüentemente estabelecidas com base nas condições ideais onde, por exemplo, se imagina uma superfície 100% lisa ou um ambiente totalmente vazio (100% vácuo). E, a partir destas idealizações, partem para situações mais complexas. A partir do século XVII até o fim do século passado, gerações de cientistas dedicaram suas atenções ao estabelecimento das teorias de movimentos dos corpos, calor, som,. Luz, eletricidade e magnetismo. 4) Quais são algumas das aplicações das teorias da Física citadas acima, desenvolvidas até o final do século passado? Utilizando métodos de investigação cada vez mais aprimorados e convenientes para a sua finalidade, a partir do início deste século, os conhecimentos adquiridos no passado têm sido unificados e refinados, servindo de base para as incessantes descobertas científicas e para o estabelecimento de novas teorias, principalmente no domínio da estrutura da matéria. Manipulando complexos instrumentos de medição e análise, muitas vezes acoplados a um sistema de computadores, muitos físicos trabalham nas universidades, institutos de pesquisa mantidos pelos governos, centros de pesquisa das indústrias e outras organizações, todas elas realizando pesquisas nos diversos ramos em que a Física se subdividiu, tais como a física nuclear, física o estado sólido, física dos reatores, física espacial, astrofísica, biofísica, geofísica, oceanografia física, física das partículas elementares e física dos plasmas. 5) Tente citar algumas das aplicações decorrentes do progresso da Física deste século. 1.2)Medidas e unidades 1) Baseando-se somente na observação: a) As retas r e s da figura são paralelas? b) Os segmentos AB e BC têm comprimentos iguais? c) As distâncias EF e GH são iguais? www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 8 2) Agora, utilize uma régua e responda à questão anterior. Você estava absolutamente certo ou foi ludibriado por ilusões ópticas? Por meio dos nossos sentidos como a visão, audição e tato, colhemos informações de muita coisa a respeito do mundo ao nosso redor. Percebemos, por exemplo, os diferentes comprimentos, volumes, massas e temperaturas de objetos, bem como as diferentes durações de um fenômeno; conseguimos, também distinguir sons de vários tipos e luzes de intensidades e cores diferentes. Nas atividades científicas, onde o objetivo é ampliar o conhecimento acerca do universo que nos rodeia, através da explicação de um número cada vez maior de fenômenos que nele ocorrem, são exigidas realizações de medições precisas das grandezas envolvidas nos mesmos. Consideremos um fenômeno físico como a queda de um corpo e suponhamos que queremos determinar a relação entre a distância percorrida e o correspondente tempo gasto. Para isto, é necessário efetuar a medição destas duas grandezas, distância e tempo, envolvidas no fenômeno em observação. 3) A figura representa duas Escalas E1, E2 e um segmento AB, cujo comprimento se deseja medir. A) Pela escala E1, quanto você acha que vale o comprimento AB em cm? É possível estimar o valor da 2ª casa decimal (2º número após a vírgula)? B) Utilizando a escala E2, estime o valor de comprimento AB em cm. C) Qual das escalas oferece leitura mais precisa? www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 9 Na questão anterior, se você obteve 2,7 cm pela primeira escala, o algarismo 2 é correto, enquanto que a primeira casa decimal 7 é duvidosa, pois esta foi estimada, tanto é que poderia ser também 6 ou 8. Pela segunda escala, se você obteve 2,78 cm, os algarismo 2 e 7 são corretos, enquanto que 8 é duvidoso, pois foi estimado, da mesma forma poderia ser 5,6,7 ou 9. 4) Você acaba de verificar que a precisão de uma medida depende do instrumento de medição e do indivíduo que está medindo. Mas, o que quer dizer medir uma grandeza? Para medir um comprimento, você não vai cometer o erro de tomar como unidade de medida o m2 ou kg, que são de espécies diferentes de unidade de comprimento. Além disso, a escolha da unidade de medida é feita arbitrariamente; por exemplo, para se medir um comprimento, você poderia tomar como unidade de medida o metro, a jarda, a polegada, a milha ou uma outra. 5) Quando se diz “a duração de um fenômeno é igual a 8s”, isto significa que o fenômeno dura 8 vezes mais que o tempo de 1s? 6) O que quer dizer massa de um objeto é igual a 12 kg? 1.3 Potências de Dez Os cientistas trabalham em medidas desde as muito pequenas até as muito grandes. Exemplos: Velocidade da luz no vácuo = 300 000 000 m/s Volume da Terra = 1 000 000 000 000 000 000 000 m3 Massa do elétron = 0,000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 911 Kg Neste item você vai aprender a expressar tais números, difíceis de ler e escrever, em forma mais simples usando a potência de dez. 1º caso: expoente > ou = 0 1 = 10 0 10 = 101 100 = 10 2 Medir uma grandeza significa compará-la com uma outra da mesma espécie tomada como unidade e escolhida arbitrariamente. No intuito de facilitar o intercâmbio mundial de informações científicas, em1960, pela 11ª Conferência Geral de Pesos e Medidas realizada em Paris, foi adotado o Sistema Internacional de Unidades (abrevia-se SI), onde as unidades fundamentais adotadas são metro, quilograma, segundo, ampère (intensidade de corrente elétrica), Kelvin (temperatura absoluta) e a candela (intensidade luminosa). www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 10 1000 = 10 3 286= 2,86 . 100 = 2,86 . 10 2 3600 = 3,6 . 1000 = 3,6 . 10 3 327,6 = 3,276 . 100 = 3,276 . 10 2 Regra: Quando a vírgula é deslocada para a esquerda, o expoente de 10 é positivo e é igual ao número de casas deslocadas. Ex.: 2 386,5 . 10 3 (3 casas deslocadas para a esquerda) 1) Escreva os seguintes números na forma de potência de 10: a) 1 000 000 = b) 27 806 = 27,806 . c) 3002,86 = 30,0286 . 2) Escreva na forma decimal a) 26 . 10 4 = b) 0,14 . 10 3 = c) 0,0715 . 10 5 = 2º caso: expoente < 0 0,1 = 1 = 10 –1 10 0,005 = _5__ = 5 . 10 –3 1000 Regra: Quando a vírgula é descolada para a direita, o expoente de 10 é negativo e é igual ao número de casas deslocadas. Ex.: 3,542 = 354,2 . 10 –2 (2 casas deslocadas para a direita) 1) Escreva em potência de 10: a) 0,00001 = b) 50,00096 = 50 000,96 . 2) Escreva na forma decimal: a) 10 -6 b) 0,57 . 10-3 Denomina-se notação científica um número expresso na forma N . 10n com n inteiro e 1 N < 10 Exemplos: 2,7 . 10 8; 3,82 . 10 –6 www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 11 10a . 10b = 10a + b Expresse em notação científica: a) 3700 = b) 0,0034 = Lembrete: 10a = 10 a-b 10b www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 12 2) MOVIMENTO 2.1 Noção de Movimento Observe os corpos que estão ao redor. Alguns , como a mesa, o livro, a lâmpada e muitos outros estão em repouso, enquanto outros, como os ponteiros do seu relógio e as partículas do ar que você está respirando, estão em movimento. O movimento é um dos fenômenos mais comuns, porém fundamental para um físico no decurso de suas investigações científicas. O estudo do movimento de um corpo que percorre distâncias iguais em tempos iguais e da queda de um corpo vão servir de base para compreender os movimentos mais complexos realizados por partículas menores que os átomos, até corpos como os planetas e as estrelas. Você é capaz de citar alguns movimentos que a Terra possui? Lembre-se que as estrelas estão em movimento e o sol é uma delas. Como é o movimento de um pião? Observando com cuidado você vai notar que, além dos movimentos de rotação e translação, ele se inclina e o seu eixo, também gira em torno da direção vertical, principalmente quando ele vai parando. Compreender o movimento de um pião não é uma tarefa simples; ela faz parte do estudo da Física em estágios mais avançados e será útil na compreensão das teorias relativas aos átomos e outros corpos que também se comportam como o pião. Muitos fenômenos são originados pelo movimento de certos corpos. Numa usina hidrelétrica, o movimento das águas é aproveitado paragerar corrente elétrica; no cilindro de um motor, as partículas do combustível queimado (gases) empurram os pistões; nas lâmpadas fluorescentes, a luz é produzida pelos choques das partículas de gás contidas no seu interior; o atrito de um corpo sobre o outro produz calor e cargas elétricas, como o pente atritado no cabelo; cargas elétricas em movimento nos metais provocam o seu aquecimento, como nas resistências elétricas; as ondas de rádio e TV são produzidas pelo movimento de cargas elétricas, o som pode ser produzido pela vibração de uma lâmina metálica. www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 13 Um dos objetivos da Física é compreender os diversos tipos de movimento, bem como prever e controlar, enquanto que a tecnologia tem por finalidade tomar esses estudos úteis à humanidade. O estudo do movimento sem se preocupar com as suas causas e efeitos chama-se cinemática. 2.2 Referencial Você é alto ou baixo? De imediato, talvez você se embarace com a resposta, pois poderá ser alto em relação a um indivíduo e baixo em relação a outro. Você acabou de verificar que as noções de alto e baixo, ou mesma de posições (esquerda ou direita) são relativas; elas dependem da fixação de um referência ou das condições de observação. 2.3 Ponto Material e Trajetória O estudo de um determinado fenômeno, por exemplo o movimento de um corpo, é facilitado quando podemos desprezar o seu tamanho em relação à distância percorrida e passamos a considerá-lo como se fosse um ponto material (partícula ou corpúsculo) em movimento. Entretanto, observe que um ponto material não tem existência real; portanto, ao procedermos assim, estamos fazendo uma idealização ou abstração, com o intuito de simplificar o estudo. 1) Assinale os corpos que podem ser considerados um ponto material: a) um carro indo de uma cidade a outra b) uma pedra caindo de uma janela c) a Terra em movimento de translação d) o Sol em movimento no universo 2) Para estudar o movimento de rotação da Terra, podemos considerá- la um ponto material? Um corpo ou ponto material em movimento é denominado móvel. As sucessivas posições ocupadas por um móvel descrevem uma linha a qual chamaremos de trajetória. Já vimos que o fato de um corpo estar ou não em movimento depende do referencial. Será que a trajetória de um móvel também depende do referencial? 2.4 Localização de um móvel Quando se diz: “às 9 horas o carro passou pelo quilômetor 60 de uma estrada”, isto significa que naquele instante o carro se localizava a 60 Km do marco zero (Km 0) da estrada. Assim, os marcos quilométricos das estradas servem para localizar ou dar a posição de um móvel. A afirmação “o carro está passando pelo quilômetro 120”, sempre indica que até aquele instante ele percorreu 120 Km? O carro poderia estar cruzando a estrada no quilômetro 120? www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 14 Os espaços podem ser negativos? Na trajetória da figura o ponto O é a origem dos espaços (marco zero) e A, B, C, ... são pontos cujos espaços são positivos. Na Física, às vezes, é conveniente considerar também os pontos situados no outro lado da origem, como os pontos A’, B’, C’ ... serão negativos. A seta na extremidade da trajetória indica que naquele sentido os espaços (ou posições) são crescentes. 2.5 Deslocamento Se s1 é o espaço de um móvel num certo instante T1 e s2 é o espado no instatne posterior t2, chama-se deslocamento escalar ou simplesmente deslocamento a seguinte diferença s = s2 – s1 A letra grega (delta) está indicando variação de s. O comprimento da estrada entre o marco zero e um marco quilométrico qualquer é, normalmente, chamado espaço, distância, abscissa, posição e é indicado com letras s, d, x ou uma outra letra. www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 15 Exercício: 1) Ás 2 h um veículo passa pela posição s = 50 km; às 3 h passa pela posição s = 150 km e às 4 h, passa pela posição s = 120 km. Calcule o deslocamento do veículo entre os instantes: a) 2 h e 3 h b) 3 h e 4 h c) 2 h e 4 h 2) Dê a interpretação física de s < 0. Atenção: O deslocamento s nem sempre fornece o espaço realmente percorrido pelo móvel. Ele fornece somente a diferença entre os espaços nas duas posições ocupadas pelo móvel. Exemplos: 1º) Se um móvel vai do km 40 ao km 60, temos: Deslocamento s = espaço percorrido = 60 km – 20 km = 20 km. 2º) Se o móvel sai do km 40 às 8 h, percorre 160 km e chega no km 60 às 11 h, temos: Deslocamento s entre 8 h e 11 h = 60 km – 40 km = 20km Espaço percorrido entre 8 h e 11 h = 160 km Exercício: 1) Se você anda 50 m e, logo em seguida, retorna 20 m pelo mesmo caminho, determine: a) o deslocamento da ida b) o deslocamento da volta c) o deslocamento total d) o espaço total percorrido www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 16 3 MOVIMENTO UNIFORME 3.1 Velocidade Média A idéia da velocidade está relacionada com a maior ou menor rapidez em percorrer uma determinada distância. Se você correu 100m em 10 s (campeão!?), isto significa que correu uma média de 10 m em cada segundo. Se s1 e s2 são os espaços de um móvel nos instantes t1 e t2, a velocidade média (símbolo vm) entre t1 e t2 é definida por: Sendo s = s2 – s1 e t = t2 – t1 Observação: a definição acima vale para qualquer tipo de movimento. Exercício: Um carro percorre uma estrada passando pelo km 20 às 2,0 horas e pelo km 60 às 2,4 horas. Então: t = 2,4 h – 2,0 h = 0,4 h s = 60 km – 20 km = 40 km vm = s = t 3.2 Velocidade Instantânea 3.3 Movimento com velocidade constante Se um carro percorrer uma estrada com o ponteiro do velocímetro sempre indicando 80 km/h, dizemos que a sua velocidade se mantém __________ no decorrer do tempo. Velocidade instantânea (símbolo v) de um móvel é a velocidade em cada ponto de sua trajetória. Na prática, esta velocidade é indicada pelo ponteiro do velocímetro. Vm = s t www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 17 Cada um dos ponteiros de um relógio se move com velocidade ____________. Quando você está andando normalmente, a sua velocidade é praticamente ____________. Um corpo executa Movimento Uniforme (abrevia-se M.U.) quando a sua velocidade se mantém constante no decorrer do tempo, qualquer que seja a forma da trajetória descrita. Observação: salvo afirmações em contrário neste texto, velocidade constante significa valor da velocidade constante. 3.4 Equação horária e gráficos do M.U. De acordo com o que foi visto no item 2 (exercício 5 em diante), a velocidade de um móvel animado de M.U.pode ser escrita: Se no intervalo de tempo 0 (zero) a t o espaço de um móvel animado de M.U. varia de 0 (zero) a s, temos: t = t – 0 = t e s = s - 0 = s que substituindo em v = s t Resulta: v = s => t Se no intervalo de tempo 0 (zero) a t o espaço do móvel varia de s0 a s, temos: t = t – 0 = t e s = s – s0 que substituindo em V = s resulta: t v = s – s0 => s - s0 = vt t s0 = espaço do móvel no instante t = 0. Denomina-se espaço inicial V = s t logo: s= vt Logo: s = s0 + vt www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 18 (abscissa inicial ou também posição inicial). As expressões s = vt e s = s0 + vt são denominadas Equações Horárias ou Funções Horárias e relacionam a posição do móvel com o tempo. www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 19 4 MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO 4.1 Aceleração Média A velocidade de um carro pode ser variada através do acelerador ou do freio. Se em 10 segundo a velocidade de um carro sofreu variação de 0 a 100 km/h, isto significa que a velocidade de um carro sofreu variação de 0 a 100 km/h em cada 1 segundo. Se v1 e v2 são as velocidade de um móvel nos instantes t1 e t2, a aceleração média (símbolo am) entre t1 e t2 é definida por: Sendo v = v2 – v1 e t = t2 – t1 Observação: a definição vale para qualquer tipo de movimento. Exercício 1) No exemplo anterior, onde em 10 s a velocidade do carro varia de 0 a 100 km/h, a aceleração média será: am = v = 100km/h = 10 km . 1 = 10 km t 10 s h s h .s (leia-se 10 km por hora por segundo) Se em 5 s a velocidade de um carro varia de 40 km/h a 120 km/h, temos: t = 5 s v = ________ am = v = ___________ = ____ km t h . s Isto significa que, em cada segundo, a velocidade aumenta numa média de 16 km/h. 4.2 Aceleração Instantânea Aceleração instantânea (símbolo a ) de um móvel é a aceleração em cada ponto de sua trajetória. am = v t www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 20 Quando a aceleração instantânea de um móvel permanecer constante em relação ao tempo, ela será igual à sua aceleração média e vice-versa. 4.3 Movimento com aceleração constante A figura representa os sucessivos instantes e as velocidades de um móvel: De um modo geral, o movimento cujo valor absoluto da velocidade cresce com o tempo, é dito acelerado, caso contrário, será retardado. Isto é: IvI crescente -> movimento acelerado IvI decrescente -> movimento retardado O movimento vertical dos corpos no vácuo, sob ação exclusiva da gravidade, pode ser considerado uniformemente variado quando o deslocamento não é muito grande. A aceleração é denominada aceleração da gravidade (símbolo g) e seu valor médio na Terra é de 9,8 m/s2 . Observação: salvo afirmações em contrário, neste texto, aceleração constante significa valor da aceleração constante. 4.4 Equação da velocidade e gráficos Se no intervalo de tempo 0 (zero) a t a velocidade de um corpo em M.U.V. varia de vo a v, temos: t = t – 0 = t e v = v – v0 que substitui em a = v, resulta: t a = v – v0 v – v0 = at Um corpo executa movimento uniformemente variado (abrevia-se M.U.V) quando a sua aceleração se mantém constante (0) no decorrer do tempo qualquer, qualquer que seja a forma da trajetória descrita. Am = a = v t www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 21 v = v0 + at (equação da velocidade ou função da velocidade) v0 = velocidade no instante t = 0; denomina-se velocidade inicial. N.B. Na fórmula s = so + vt do M.U., fazendo s = v e v = a, obtém-se a fórmula V = vo + at do M.U.V.. Isto significa que os itens 1,2,3,4 do capítulo anterior (M.U.) são semelhantes aos itens 1,2,3 e 4 deste capítulo (M.U.V.), bastando, para isto, trocar algumas palavras e unidades do M.U. M.U M.U.V. Espaço velocidade Velocidade aceleração Metro m/s m/s m/s² equação horária equação da velocidade 4.5 Equação Horária do M.U.V. 1) A área compreendida entre o gráfico da velocidade em função do tempo e o eixo dos tempos fornece o deslocamento s. Para cada um dos gráficos de (v,t) dados, calcule o s entre 0 e 6 segundos. 2) Se o número de retângulos for aumentando de modo que os degraus forem desaparecendo, teremos um trapézio cuja área vai fornecer o s. www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 22 3) De um modo geral, qualquer que seja o tipo do movimento, a “área” compreendida entre o gráfico de (v,t) e o eixo t fornece s. 4) Os gráficos abaixo representam a variação da velocidade de um móvel em função do tempo. Para cada gráfico, calcule o deslocamento (ou o espaço percorrido) s entre 0 e 4 segundos. Resolução a) 1º gráfico: área do trapézio =(B + b) h 2 Como B = 9, b =3 e h = _______ lembrete: Área = s Temos s = __________ b) 2º gráfico: Área do triângulo: b .h s = 2 c) 3º gráfico: Este gráfico mostra que de 0 a 4 segundos a velocidade está diminuindo de 9 m/s a 0; portanto o movimento é Acelerado retardado Área do triângulo = b . h s = 2 www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 23 Agora vamos deduzir uma expressão que forneça o espaço em função do tempo t para M.U.V. Para isto, consideremos o gráfico abaixo e determinemos o deslocamento s. Área do trapézio = (B + b) h 2 Na figura: B = v, b = v0 , h = t Como área s, vem: s = (v + v0 )t 2 Substituindo v por v0 + at, temos: s = (v0 + at + v0) t = (2v0 + at) t = 2 v0t + at² = 2 v0t + at² = v0t + 1a t² 2 2 2 2 2 Se enquanto o tempo varia de 0 a t, o espaço (ou posição) varia de s0 a s, temos que, substituído na expressão anterior, resulta: (equação horária do M.U.V.) Observação: em geral, o tempo é contadoa partir do marco zero (origem dos espaços) e, portanto, neste caso, so = 0 e, consequentemente, s = v0t + 1a t² 2 S = so + v0t + 1 a t² 2 s = s – 0 = s = v0t + 1 a t² 2 www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 24 5 VETORES 1ª parte 5.1 Grandezas escalares Ao afirmarmos que o resultado da medida da área de uma superfície é 7 m², estará faltando ainda algo para caracterizar esta grandeza? Em outras palavras, devemos pensar por exemplo, “em que direção” ou “para que lado” a medida é de 7 m²? A resposta é não, pois só o número (7) e a unidade de medida (m²) caracterizam perfeitamente a grandeza área. Grandezas que ficam perfeitamente caracterizadas por um número e uma unidade convenientemente de medida denominam-se grandezas escalares. Exemplos: massa, área, volume, densidade, temperatura, energia e outras. 5.2 Grandezas vetoriais O móvel pode se deslocar em diversos sentidos, por exemplo, para cima, para baixo, para a esquerda, para a direita, para o norte, para o sudeste etc. Se o móvel foi do ponto P a Q, o deslocamento será representado por um segmento orientado com origem no ponto p e extremidade no ponto Q. Q P 1) No exemplo anterior, se em linha reta o móvel gasta 6 segundos para ir de P a Q, a velocidade será _____ m/s. Esta velocidade também será representada por um segmento orientado de comprimento 6 vezes menor do que PQ e com a mesma orientação. 2) Em uma linha vertical existem dois sentidos de movimento: para cima e para ______. 3) Quando afirmamos que um ponto material se move verticalmente para cima com a velocidade de 5 m/s², significa que a velocidade é caracterizada por: a) número 5 b) Unidade de medida m/s c) Direção vertical d) Sentido __________ 4) Um avião voa para o Nordeste com velocidade de 800 km/h. Esta velocidade é caracterizada por: e) número ______ f) Unidade de medida _____ www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 25 g) Direção formando o ângulo de 45º com h) o sentido Leste e Norte. i) Sentido __________ Exemplos: Velocidade, aceleração, força e outras. 5.3 Vetores As grandezas vetoriais são representadas; graficamente, por segmentos orientados, que chamaremos de vetor. Os vetores são indicados, simbolicamente, por letras minúsculas ou maiúsculas, sobre as quais se coloca uma seta. Exemplos: x, V, F, α X v F α Um vetor de origem no ponto A e extremidade no ponto B também pode ser indicado por AB A B Os módulos dos vetores são indicados por: IxI, IVI, I FI, I α I e IABI Ou simplesmente: x, V, F, α e AB Exemplos: IvI = 10 m/s ou v = 10 m/s IgI = 9,8 m/s² ou g = 9,8 m/s² Grandezas que, além do número e da unidade de medida, exigem para a sua perfeita caracterização o conhecimento de direção e sentido denominam-se grandezas vetoriais. www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 26 Vetores contidos na mesma reta ou em retas paralelas têm a mesma direção, mas podem ter sentidos iguais ou contrários. 5.4 Adição de dois vetores Dados os vetores a e b, o vetor soma (ou resultante) s é obtido da seguinte maneira: Aplicação Se um avião, que se desloca para leste com velocidade V1=800 km/h, for atingido por um vento sul de velocidade v2 = 70 km/h, a velocidade resultante v do avião será obtida efetuando-se a adeição dos vetores v1 e v2. Pelo teorema de Pitágoras: V² = v1² + v2² V = V (800)² + (70²) V = 803 km/h Vetores de mesma direção, mesmo sentido e módulo são iguais entre si. 1º) Desloca-se, paralelamente a si mesmo, os dois vetores ou qualquer um deles até que a origem de um deles coincida com a extremidade do outro. 2º) O vetor que vai da origem de um à extremidade do outro, conforme o esquema, é, por definição, o vetor soma s. www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 27 5.5 Adição de mais de dois vetores Dados os vetores a, b e c, o vetor soma s é determinado da seguinte maneira: 1º) Obter o vetor soma s1 = a + b 2º) Obter o vetor soma s = s1 + c s é o vetor soma de a, b e c De fato, substituindo s1 = a + b em s = s1 + c, temos S = a + b + c a, b e c são chamados componentes de s. Em síntese, o vetor soma s pode ser obtido sem traçar o s1 deslocando- se os vetores paralelamente a si mesmo, de modo que as origens coincidam com as extremidades. O vetor soma s vai da origem do primeiro à extremidade do último. Os vetores podem ser adicionados em qualquer ordem. 5.6 Subtração de vetores Vetores de mesma direção, mesmo módulo e sentidos contrário são denominados opostos. Indica-se o oposto de um vetor x por –x. Exemplos: Dados os vetores a e b, o vetor diferença d = a – b é obtido fazendo-se a adição de a com –b. De fato: d´ = a – b é o mesmo que d = a + (-b) - b = vetor oposto de b www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 28 O vetor diferença d´ = b – a é obtido fazendo-se a adição de b com – a. De fato: d = b – a é o mesmo que d´ = b + (-a) 5.7 Multiplicação de um número por um vetor 1) Dado o vetor x , obter os vetores: 2x, 4x, 1 x, -x, -3x e 3 x 2 6 Dados os vetores A e B, represente os vetores: a) X = 2 A + B b) Y = B – 2A c) z = A – 3 B 2 www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 29 5.8 Projeção de um vetor: A figura representa um feixe de raios de luz paralelos, projetando uma flecha perpendicularmente a um eixo (reta orientada). Represente a sombra projetada sobre o eixo. 2ª parte 5.9 Vetor deslocamento Se um ponto material se desloca desde um ponto A até um ponto B descrevendo trajetória qualquer, o vetor AB) origem em A e extremidade em B) chama-se vetordeslocamento. AB = vetor deslocamento Observação: a curva AB é conhecida com o nome de deslocamento escalar, cuja indicação se faz com o símbolo s. Dado um vetor AB e um eixo x, projetando os pontos A e B perpendicularmente ao eixo x, obtém-se A´ B´ que é chamado componente ortogonal de AB em x. www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 30 O deslocamento resultante de vários deslocamentos é obtido efetuando-se a adição dos vetores deslocamentos. 5.10 Vetor velocidade No início deste capítulo verificamos que a velocidade é uma grandeza vetorial e, portanto, graficamente, é representada por um segmento orientado. Se um veículo em alta velocidade, perde a direção num ponto P da curva da figura, ele sairá da curva pela reta: t s com velocidade que possuía no ponto P. 5.11 Vetor aceleração Você aprendeu que, para M.U.V. ou M.U., a aceleração é dada por a = v t No M.U. v = constante v = 0 a = 0 No M.U.V. v = varia v 0 a 0 Observação: para evitar confusão com outros tipos de aceleração, essa aceleração a é chamada aceleração escalar ou aceleração tangencial. Neste item veremos que, embora o módulo da velocidade permaneça constante como é o caso do M.U., o móvel pode possuir aceleração, isto é, ele pode estar acelerado. www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 31 6 Força e Movimento Até o presente, estudamos o movimento, analisando as relações entre as grandezas como espaço (posição), velocidade, aceleração e tempo. Mostramos também que a velocidade e a aceleração são grandezas vetoriais e, portanto, são representadas, graficamente por segmentos orientados. Neste capítulo daremos mais um passo estudando o movimento, juntamente com as causas que o originam. Este estudo denomina-se Dinâmica. A primeira contribuição à Dinâmica foi dada por Galileu (1564 – 1642), que refutou as teorias filosóficas de Aristóteles as quais sustentavam, por exemplo, que corpos pesados caíam mais rapidamente que os mais leves, sendo necessária uma força constante para manter constante a velocidade de um corpo. Isaac Newton (1642 – 1727), através dos trabalhos de Galileu, deu uma formulação precisa às leis do movimento, estabelecendo uma base sólida à Dinâmica. 6.1 Força A noção de força é intuitiva, estando relacionada com o puxão ou empurrão dado em um corpo através de esforços musculares. Esta noção de força foi gradativamente ampliada para outras causas de movimento. Por exemplo, a atração de um corpo pela Terra é uma força chamada força de gravidade ou peso; um ímã atrai um pedaço de ferro exercendo força magnética; pedacinhos de papel podem ser atraídos por um pente atritado no cabelo por forças chamadas elétricas, as superfícies de sólidos exercem forças de atrito sobre os corpos que se movem sobre eles; um estilingue atira um pedra pela ação da força elástica; um barco flutua devido à ação da força exercida pela água chamada empuxo. Na figura, os segmentos orientados representam as forças F1 e F2 de sentidos contrários, intensidades e direções iguais aplicados no mesmo corpo. www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 32 a) Poderá haver deslocamento do corpo se ele está parado? b) Neste caso, a intensidade da resultante das forças é obtida adicionando-se ou subtraindo-se as suas intensidades? c) Se as forças tivessem sentidos iguais, a intensidade da resultante seria a soma ou a diferença das suas intensidades? Acabamos de verificar que as forças de direções iguais se adicionam ou se subtraem como vetores. Além disso, como é possível mostrar experimentalmente que forças de direções diferentes também são adicionadas, obedecendo á regra da adição de vetores, podemos dizer que: 6.2 Inércia A figura 1 representa um corpo parado na posição vertical sobre um carrinho em repouso. Quando o carrinho se movimenta para frente, o corpo tende a inclinar-se para trás conforme a figura 2, porque insiste em manter o seu estado de repouso, isto é, insiste em manter a nulidade da sua velocidade. Exercício 1) A figura 5 representa uma bolinha pendurada através de um fio no teto de um carro que se move em linha reta com velocidade constante. Se este carro Força é uma grandeza vetorial www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 33 faz uma curva, o corpo insiste em manter a direção da velocidade que era reta (conforme as figuras 6 e 7) Nota: nas figuras 6 e 7, em relação ao motorista do carro, a bolinha está se afastando para a lateral; portanto, para ele existe uma força agindo na bolinha. Esta força chama-se força centrífuga inercial. 7 Quando um veículo faz uma curva com velocidade constante, os passageiros tendem a se inclinar para frente, trás, ou lado? O fato dos corpos insistirem em manter o módulo, a direção e o sentido da velocidade é uma propriedade da matéria chamada inércia. (Propriedade da matéria significa algo que é próprio ou característico da matéria) Em outras palavras: Observação: o módulo da velocidade pode ser nulo ou não. A insistência (resistência ou teimosia) em manter o módulo, a direção e o sentido da velocidade depende da massa do corpo. Exemplo: a) nas mesmas condições, é mais difícil movimentar uma caixa cheia do que vazia. b) É mais difícil acelerar, frear ou fazer curva com um carro lotado do que vazio. Isto permite-nos dizer que a inércia depende da massa do corpo ou que a inércia de um corpo pode ser avaliada pela sua massa. 6.3 Primeira Lei de Newton É possível o movimento de um corpo em linha reta, com velocidade constante, sem a ação da força? A concepção aristotélica (Aristóteles, 384 – 322 a.C.) do Universo, onde a idéia de que um movimento retilíneo com velocidade constante só pode ser mantido pela ação de uma força constante, permaneceu durante quase 2000 anos. Inércia é a propriedade comum a todos os corpos materiais, mediante a qual eles insistem em manter o módulo, a direção e o sentido da velocidade. www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 34 Foi somente no século XVII, através da introdução de métodos experimentais na Física, que Galileu provou o contrário. As questões que se seguem estão baseadas nas experiências realizadas por Galileu. Tente respondê-las e vejamos se você raciocina como o grande gênio do passado. 1) A figura representa dois planos inclinados e um plano horizontal. Quando um corpo desce o plano, a velocidade aumenta, e quando sobe, ela diminui; logo, se o plano for horizontal, a velocidade não aumentará e, se não existir qualquer tipo de atrito, ela não diminuirá. Você concorda com essa afirmação? Nota:na prática, é impossível eliminar o atrito totalmente; logo, quando afirmamos “se não existir qualquer tipo de atrito”, estamos idealizando ou imaginando uma experiência. 2) Se não existir nenhuma causa (força) que aumente ou diminua a velocidade de um corpo, ela permanecerá constante? 3) Agora, vamos ligar os planos conforme as figuras abaixo e, partindo da idealização de que se não existisse qualquer tipo de atrito o corpo abandonado na posição A atingiria a posição B situada no mesmo nível de A (veja a 1ª figura abaixo), responda: a) Se diminuirmos a inclinação (veja a 2ª figura), para atingir o mesmo nível, o corpo percorrerá distância maior que a anterior? b) Agora, diminuindo até zero e considerando, teoricamente, que o plano tem comprimento infinito e que não existe qualquer tipo de atrito, o corpo se moverá eternamente em linha reta com velocidade constante? www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 35 As conclusões anteriores, devidas a Galileu e confirmadas por Newton, constituem a primeira Lei de Newton ou Princípio de Inércia, cujo enunciado é o seguinte: 6.4 Segunda Lei de Newton As intensidades das forças podem ser comparadas pelas deformações produzidas em uma mola. Um mesma mola sofre deformações x sob a ação da força F e deformação 2x pela ação da força F´, aplicada no mesmo ponto, na mesma direção e sentido da anterior. Então, pode-se concluir que F’ é _____________ vezes mais intensa que F. As intensidades das forças também podem ser comparadas, medindo-se as acelerações produzidas nos corpos, conforme veremos a seguir. A segunda Lei de Newton estabelece a relação entre força, massa e aceleração. Para verificarmos como estas grandezas estão relacionadas, consideremos um corpo apoiado sobre um plano horizontal liso e vejamos os seguintes fatos experimentais: 1º) A aceleração produzida no corpo é diretamente proporcional à intensidade da força aplicada e possui a mesma direção e sentido desta força. Isto é, se uma força F produz aceleração a, a força 2F produzirá aceleração 2a, a força 3F produzirá aceleração 3a e assim por diante. Um ponto material livre de ação das forças está em repouso ou em movimento retilíneo e uniforme. www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 36 Observação: durante a experiência, a força é mantida constante e o atrito é reduzido ao mínimo para que a aceleração medida seja produzida apenas por esta força. 2º) Aplicando forças iguais (em intensidade, direção e sentido) em corpos de massas diferentes, verifica-se que a aceleração produzida é inversamente proporcional à massa. Isto é, se uma força F produz aceleração a no corpo de massa m, a mesma força produzirá aceleração a/2 no corpo de massa 2 m, aceleração a/3 no corpo de massa 3 m e assim por diante. A reunião das conclusões anteriores constitui a segunda lei de Newton, assim enunciada: Uma força aplicada em um corpo produz uma aceleração que tem: a) a mesma direção e o mesmo sentido da força. b) O módulo diretamente proporcional à intensidade da força e inversamente proporcional à massa do corpo. Simbolicamente: ou E em módulo Quando o corpo está sob a ação de várias forças, F pode ser considerada a resultante R dessas forças e a, a aceleração resultante. R = m . a Ou, em módulo, R = m . a Quando o corpo está sob a ação da gravidade, a é a aceleração da gravidade (indica-se g) e F, a força da gravidade ou simplesmente peso (indica-se P). Portanto, neste caso, a segunda lei de Newton será escrita: ou em módulo a = F m F = m . a F = m . a P = m . g P = m . g www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 37 6.5 Unidades de massa e força A unidade de massa do Sistema Internacional (SI) é o quilograma (símbolo Kg). O quilograma é a massa de um corpo padrão de platina-irídio, consrvado no Instituto de Pesos e Medidas de Sèvres (Paris). A unidade de força do SI é o newton (N), definido a partir da lei F = m . a como sendo a intensidade de uma força que produz aceleração de 1 m/s², fazendo m = 1 kg e a = 1 m/s², temos: 6.6 Terceira Lei de Newton Pode-se observar que: a) quando se dispara uma arma de fogo, ela sofre um recuo. b) Os foguetes se movem no sentido contrário ao do jato de gases expelidos por ele. c) Dando um empurrão no corpo, temos a tendência de ser jogados no sentido contrário ao do empurrão. d) Um barco se move no sentido contrário ao do remo contra a água. Com base neste e em outros exemplos, o Princípio de Ação e Reação ou terceira Lei de Newton pode ser enunciado assim: Exemplos: 1º) Um corpo apoiado em um plano horizontal exerce força F sobre o plano na direção vertical, e o plano exerce no corpo uma força N de sentido oposto a F, chamada reação normal do plano. Quando um corpo exerce uma força sobre o outro, este reage com uma força de mesma intensidade, mesma direção e sentido oposto. N = 1 kg . 1 m/s² www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 38 N é chamada reação normal do plano. Observação: N = - F significa que N e F têm o mesmo módulo, mesma direção e sentidos opostos. Em módulo, escreve-se: N = F. 2º) Um corpo suspenso por um fio exerce força F de tração sobre o fio, enquanto que o fio exerce no corpo uma força T de sentido oposto a F. (Como T = F, a força T é também chamada de tração). 3º) os foguetes expelem gases exercendo força sobre eles e a força de reação exercida pelos gases movimenta o foguete. 4º) As forças exercidas entre um ímã e um pedaço de ferro e entre a terra e os corpos em geral são de ação e reação. Atenção: Forças de ação e reação não são aplicadas no mesmo corpo; portanto, elas não se anulam mutuamente. www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 39 7 Trabalho e Energia Quando movimentamos um corpo através do esforço muscular, estamos gastando energia proveniente dos alimentos ingeridos. Neste caso o alimento é o combustível que fornece energia ao corpo humano, considerado a máquina que pode realizar a tarefa, ou melhor, o trabalho de mover um corpo. Na Física, toda vez que um corpo é deslocado sob a ação da força dizemos que a força ou o agente que exerceu a força realizou um trabalho. 7.1 Trabalho realizado por uma força constante Se, sob a ação de uma força F constante (em módulo, direção e sentido), um corpo sofre um deslocamento d no mesmo sentido da força, o trabalho (abrevia-se W) realizado por esta força é definido da seguinte maneira: W = F . D ( com F > 0 e d > 0) No SI, em homenagemao físico inglês James Prescott Joule (1818 – 1889), o trabalho é medido em joules (símbolo J). De acordo com a definição de trabalho, a sua unidade de medida é igual ao produto das unidades de força e deslocamento. Portanto, no SI, temos: www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 40 De um modo geral, quando a força F forma ângulo com o sentido do deslocamento, o trabalho realizado por F será: W = F . d . cos O (com F > 0 e d > 0) Atenção: O é o ângulo entre a força e o sentido do deslocamento. O trabalho realizado pelo peso independente da forma da trajetória; ela depende somente do peso e do desnível entre as posições inicial e final. Wp (A B) = P Ih1 – h2I Wp (B A) = -P Ih1 – h2I 7.2 Cálculo do Trabalho pelo Gráfico O trabalho realizado pela força F é: 1 J = 1 N . m www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 41 W = F . d . cos 0 = Ft . d (Ft = força tangencial) Quando a força tangencial Ft é constante, o gráfico de Ft em função do deslocamento d é uma reta paralela ao eixo dos deslocamentos . A parte sombreada é um retângulo, cuja área é: A = Ft . d (numericamente) Como Ft . d = W, temos: Observação: pode-se demonstrar que Área = W, mesmo quando o gráfico é uma curva qualquer. Área = W www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 42 Exercício: Os gráficos abaixo representam a variação da força tangencial aplicada num ponto de um corpo, em função do deslocamento deste ponto. Para cada caso, calculo o trabalho para d = 6 m. 7.3 Energia Cinética Um corpo em movimento possui energia adquirida de “alguém que o colocou em movimento realizando trabalho. A energia gasta para realizar um trabalho durante o deslocamento de um corpo é transferida a este corpo. www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 43 V ocê agora sabe o que é energia cinética, mas isto não é o suficiente. Para o estudo quantitativo de muitos fenômenos é importante que a energia cinética seja expressa numa linguagem matemática (fórmula). Considere um corpo de massa m sofrendo deslocamento d, enquanto a sua velocidade varia de zero a v sob a a ação da força constante F, resultante das outras forças, eventualmente aplicadas no corpo: O trabalho realizado por F será w = F . d (1) Pela segunda lei de Newton: F = m . a (2) Substituindo (2) em (1): w = m . a . d (3) Pela equação de Torricelli: v² = 2 ad d = v² (4) 2a Substituindo (4) em (3): W = mv² 2 O trabalho W assim obtido mede a energia cinética aquirida pelo corpo. Logo, podemos dizer que mv² é a energia cinética (abrevia-se Ec) do corpo, isto é: 2 7.4 Teorema da Energia Cinética (T.E.C) No item anterior verificamos que o trabalho realizado por uma força, que varia a velocidade de um corpo desde zero até v, é dado por: W = mv² 2 Quando a velocidade do corpo varia de va para vb, a sua energia cinética variará de mv² A para mv²B, devido ao trabalho realizado sobre o corpo. Isto nos 2 2 permite enunciar o seguinte, conhecido como Teorema da Energia Cinética: A energia que um corpo possui devido ao seu estado de movimento chama-se energia cinética. Ec = mv² 2 O trabalho realizado pela resultante das forças aplicadas num corpo mede a variação da sua energia cinética. Isto é, quando um corpo se desloca de A para B, tem-se: WAB = ∆Ec ou WAB = mv² A - mv²B 2 2 www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 44 www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 45 7.5 Energia Potencial Mecânica A energia não se criam nem se perde, ela se transfere de um corpo a outro ou se transforma. Por exemplo, quando aceleramos um corpo, estamos transferindo energia a este corpo e a energia ganha pelo mesmo chama-se energia cinética. Um corpo em movimento possui energia cinética. E um corpo em repouso? Também possui energia cinética? Toda vez que um corpo tem condição de realizar trabalho, diz-se que ele possui energia. Por exemplo, um corpo parado a certa altura do solo pode cair e cravar uma estaca realizando, pois, um trabalho. A queda da água represada numa barragem pode gerar energia elétrica (usina hidrelétrica). Um corpo elástico como a mola, a borracha e o arco, quando deformado, pode lançar uma pedra realizando um trabalho. A energia potencial pode ser de dois tipos: energia potencial da gravidade e energia potencial elástica. Corpos sujeitos à ação da gravidade (peso ) possuem energia potencial elástica. A energia que um corpo possui devido a sua posição ou configuração chama-se energia potencial mecânica. Energia potencial da gravidade Energia potencial mecânica { Energia potencial elástica www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 46 7.5.1 Energia Potencial da Gravidade Exercício: 1) Dado um corpo em repouso num ponto M a uma altura h do solo, pergunta-se: a) no ponto M, o corpo possui energia cinética? b) No ponto M, o corpo possui energia potencial? c) Qual será a expressão do trabalho realizado pelo peso, quando o corpo cai até o solo? d) O trabalho que você acabou de determinar mede a energia potencial do corpo no ponto M? Energia Potencial (Ep) de um corpo situado a altura h do solo é igual a P . h ou m .g .h, isto é: Ou 7.5.2 Energia Potencial Elástica Quando um corpo ou um agente produz deformação numa mola, comprimindo ou distendendo, ela exerce uma força chamada força elástica contra o corpo, sempre no sentido contrário ao da deformação. Ep = P . h Ep = m .g .h www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 47 Pode se demonstrar, experimentalmente, que a deformação x é diretamente proporcional à força elástica F da mola. Matematicamente, este fato pode ser expresso pelarelação: (Lei de Hooke) Onde k é a constante de proporcionalidade, a qual recebe a denominação de constante elástica da mola. Durante a deformação da mola, gasta-se energia e realiza-se trabalho, transferindo-se energia para a mola. A energia ganha pela mola chamas-se energia potencial elástica, conforme você já aprendeu. Como a área do gráfico da força em função do deslocamento fornece o trabalho realizado e o trabalho mede a energia, a energia potencial armazenada na mola pode ser determinada a partir da área do gráfico da força elástica em função da deformação: Área (triângulo hachurado) = F . x 2 Como a Área = E pot. elast. e F = K .x Substituindo, temos: Ep = (kx) . x F = K . x www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 48 2 ou Ep = Kx² (Energia potencial elástica) 2 7.6 Energia Mecânica e sua conservação A energia mecânica é a soma da energia cinética com a potencial mecânica. 7.6.1 Energia Mecânica de um corpo Sujeito à ação do Peso Ec = mv² e Ep = ___________ 2 Em = Ec + Ep Em = www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 49 De um modo geral, pode-se dizer que: Quando se diz: “o corpo move-se sob a ação do seu peso”, isto quer dizer que, além do peso, não existe outra força facilitando ou dificultando o movimento do corpo. As forças como a do atrito e da resistência do ar sempre agem no sentido contrário ao movimento do corpo, portanto, dificultando o seu movimento. 7.6.2 Energia Mecânica De um Sistema Sujeito à Ação da Força Elástica Um sistema, formado por um corpo preso à extremidade de uma mola, passa a oscilar quando damos um empurrão ou puxão, fornecendo energia ao sistema. Na condição ideal, onde a única força que age no corpo é a força elástica, a energia adquirida pelo sistema permanece no mesmo, indefinidamente, mantendo-o sempre em oscilação. Nestas condições, o sistema (mola + corpo) é denominado oscilador harmônico simples e o movimento é denominado harmônico simples. A energia mecânica de um corpo que se move sob a ação exclusiva do seu peso se mantém constante, independente da forma da trajetória descrita. Um corpo que se move num meio como o ar ou sobre superfície ásperas se aquece devido ao atrito. Neste caso, toda ou uma parte da energia mecânica do corpo transforma-se em energia térmica. www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 50 Num instante em que a velocidade do corpo é v e a deformação da mola é x, a energia mecânica do sistema será: Lembrete: Ec = mv² e Ep = kx² 2 2 A energia mecânica de um sistema, que se move sob a ação exclusiva da força elástica, mantém-se constante, independente da forma da trajetória descrita. Quando a energia mecânica de um sistema (um ou mais corpos) se conserva, as forças que agem no sistema são denominadas forças conservativas (exemplos: o peso e a força elástica). As forças que agem num sistema, onde a energia mecânica não se conserva, são denominadas forças dissipativas (exemplos: força de atrito e resistência do ar). 7.7 Potência A relação entre trabalho realizado por uma força e o intervalo de tempo gasto para realizá-lo chama-se, por definição, potência (abrevia-se P) desta força ou potência do sistema (máquina ou motor) ∆E = variação de energia No SI de unidades, em homenagem a James Watt (1763 – 1819), o inventor da primeira máquina a vapor, a potência é medida em watt (símbolo W). Ná fórmula P = w, fazendo w = 1 J e ∆t = 1 s Temos: Nota: além do watt, a potência é medida também em cv (cavalo-vapor) em HP (“horse-power”). Em = mv² + kx² 2 2 P = w ou P = ∆E ∆t ∆t 1W = 1 J 1 s www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 51 P = 735 N . 1 m = 735 J = 735 W 1 s s O quilowatt-hora (símbolo KWh) é a unidade de potência ou de energia? Vejamos: Como P = E ∆E = P . ∆t t Fazendo P = 1000W = 1 kW e ∆t = 1 hora Tem-se: E = 1kW . 1 hora = 1kWh Conclusão: 1 kWh é a unidade de medida da energia (e do trabalho). Esta unidade é muito usada para medir energia elétrica. 1 CV = 735 W 1 HP = 746 W www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 52 8 Impulso e Quantidade de Movimento 8.1 Impulso Quando você exerce força sobre um corpo, durante um intervalo de tempo e depois abandona-o, está dando um impulso ao corpo. O impulso de uma força constante F, que age num corpo durante um intervalo de tempo ∆t, é por definição: I = F . ∆t e em módulo I = F . ∆t I tem a mesma direção e mesmo sentido de F. Com a força sendo constante, o gráfico em função do tempo é uma reta paralela ao eixo dos tempos, conforme: A área sombreada é numericamente igual a 6, que é o valor do impulso Isto é: “Área” = I (numericamente) Quando a intensidade da força é variável, o gráfico é uma curva, e o impulso em linha reta também pode ser calculado pela área compreendida entre o gráfico e o eixo dos tempos. A área compreendida entre o gráfico (F; t) e o eixo dos tempos fornece, numericamente, o impulso num certo intervalo de tempo. Se Área = I e I F (média) . ∆t } F (média) = Área ∆t 6.2 Quantidade movimento Se num determinado instante, um corpo de massa m possui velocidade v, a sua quantidade de movimento é por definição: www.cliqueapostilas.com.br Mecânica Aplicada ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ Curso Técnico de Mecânica Industrial 53 Q = m . v e em módulo: Q = m . v Q tem mesma direção e mesmo sentido de v. Observação: A quantidade do movimento é também denominada momentum. A quantidade do movimento é também indicada pela letra P. 8.3 Teorema do impulso Quando várias forças agem num corpo de massa m, a relação entre a resultante F e a aceleração a é, de acordo com a segunda Lei de Newton: F = m . a (1) Substituindo (1) em I = F . ∆t, temos: I = m . a . ∆t (2) Sendo a = ∆v ∆v = a . ∆t (3) ∆t De (3) e (2) I = m . ∆v Ou I = ∆Q
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