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1 Laís Flauzino | HABILIDADES MÉDICAS | 4°P MEDICINA UniRV 1M2 – Caderneta de Saúde da Criança e Curva de Crescimento: Cartão da cr iança: Com o intuito de melhorar as desfavoráveis condições de saúde da população infantil brasileira, o MS criou a partir de 1984 o PAISC – programa de Atenção integral a Saúde da criança. O PAISC possui como eixos: • Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento • Incentivo ao aleitamento materno • Orientação para o desmame • Prevenção e o tratamento das doenças diarreias e respiratórias agudas • Imunização. Foi lançado o cartão da criança (CC) • Objetivo de unificar as informações entregues a família. • Curva de crescimento. • Cartão de vacina. O CC deveria atuar como: • Instrumento de conscientização • Participação ativa da família e doa comunidade na promoção da sua própria saúde. • Informações apresentavam linguagem acessível • Preenchido por qualquer membro da equipe de sáude, e não apenas pelo médico. • Explicado detalhadamente ao acompanhante da criança. • Uma ficha para cada sexo • Pequenas variações do referencial de normalidade para o peso esperado em meninas e meninos. • A referência utilizada para a curva de crescimento foi a do estudo norte-americano do NCHS (National Center for Health Statistics) de 1977. • O gráfico apresentava duas linhas de referência: o percentil 10 e o percentil 90 • Percentil 10: alta sensibilidade para o diagnóstico da desnutrição infantil. Acompanhamento do desenvolv imento: Ficha com alguns marcos do desenvolvimento motor e social-adaptativo. Observados e anotados no decorrer da consulta, de acordo com o seguinte código: • Presente (P) • Ausente (A) • Não verificado (NA). Na década de 90, um segundo modelo do CC foi lançado pelo Ministério da Saúde. Novos dados foram acrescentados à identificação da criança. Há um espaço destinado aos direitos da criança. A curva de acompanhamento do crescimento permaneceu a mesma. A avaliação simplificada do desenvolvimento de crianças até quatro anos. Sugestões acerca de: • Cuidados com a criança, • Incentivo à amamentação • Recomendações de estimulação para o desenvolvimento • Prevenção de acidentes • Orientações de desenvolvimento infantil para os pais. Espaço para anotar idade em que a habilidade foi adquirida. No final da década de 90, o MS adotou outra versão do CC. Modificações no limiar de normalidade para acompanhamento do crescimento infantil. O percentil 3 foi adotado como limite inferior e ponto de corte para o diagnóstico de desnutrição. Além da curva correspondente ao percentil 3, são apresentadas as curvas do percentil 10 e 97. Percentil 3: ponto de corte para desnutrição Percentil 97: obesidade. As crianças com pesos entre os percentis 3 e 10 eram consideradas com risco para desnutrição e deveriam ser acompanhadas. Caderneta de saúde da cr iança: Criada a partir da visão do CC em 2005. Aprovação da Resolução do Mercosul na qual os países membros pactuaram informações básicas comuns para instrumentos de acompanhamento da saúde infantil. A CSC foi organizada em duas partes: Primeira: • Preenchida pelo sresponsaveis da criança • Dados de identificação da criança e dos pais • Orientações relacionadas à saúde e direitos da criança e dos pais. Segunda: • Registro pelos profissionais de saúde • Na maternidade ou durante o acompanhamento da criança, nos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) ou em outros serviços. • Dados sobre a gravidez, parto e puerpério • Dados do recém-nascido, além de registros úteis à vigilância do desenvolvimento da criança. • Desenvolvimento dos dentes, cárie dentária • Orientações para a limpeza da boca/dentes • Espaço para registros dos procedimentos da saúde bucal, com cronograma de erupção e odontograma. Destinada a todos os pequenos cidadãos nascidos em território brasileiro. Entregue às famílias nas maternidades. Acompanhar a criança sempre que esta for levada a qualquer serviço de saúde. A CSC, na terceira versão desde 2007, contém ainda orientações para a promoção da saúde e prevenção de agravos como acidentes e violência doméstica. Registros devem ser efetuados por todos os profissionais de saúde que assistem à criança. 2 Laís Flauzino | HABILIDADES MÉDICAS | 4°P MEDICINA UniRV Todos os cenários da atenção à saúde devam se responsabilizar pela verificação e o preenchimento da CSC. Registro correto e completo das informações. Diálogo com a família sobre as anotações realizadas Instrumento de comunicação, educação, vigilância e promoção da saúde infantil. Curva de crescimento: Método transversal: • Mais barato e rápido. • Medidas tomadas uma única vez de uma amostra de determinada população de um país, região ou cidade. • Ex: curva do National Center for Health Statistics (NCHS). Método longitudinal: • São obtidas dos mesmos indivíduos, em idades determinadas ao longo de um período de tempo, desde o nascimento até a idade adulta. • Longo tempo de seguimento. • Usado nas curvas de velocidade de crescimento. • Ex: Curva de Tanner e cols. Longitudinal misto: • Baseado em crescimento de crianças amamentadas exclusivamente ao seio, usando dados transversais e longitudinais. • EX: Multicentre Growth Reference Study ( MGRS). • Combinou um estudo longitudinal realizado com crianças do nascimento aos 24 meses de idade com um estudo transversal que teve a participação de crianças com idade de 18 e 71 meses. Patrocinada pela OMS Até maio de 2006 a OMS adotou O NCHS (a maioria das crianças usavam fórmulas. Avaliadas a cada 2 semanas nos primeiros 2 meses). Depois de 2006 o MS passou a adotar o MGRS (Usavam aleitamento materno. Acompanhadas trimestralmente). MGRS: Estudo realizado em 6 regiões do mundo: Brasil, Gana, Índia, Noruega, Omã e EUA. Realizado entre 1997 e 2003 e publicada em 2006. As mães do estudo seguiam as recomendações da OMS quanto a aleitamento materno e introdução adequada de alimentos, cuidados pediátricos padrão e exigências como não fumar, entre outras. Base populacional bem definida, critérios de inclusão e exclusão explícitos, medidas padronizadas e controles de qualidade, alto índice de seguimento. Índices, indicadores e classif icações: Índices são combinações de medidas que permitem uma interpretação clínica. Os mais utilizados na criança e no adolescente são: • Peso para idade (P/I), • Comprimento/estatura para a idade (E/I), • Peso para comprimento/estatura (P/E), • Perímetro cefálico para idade e para estatura (este último mais adequado para avaliação), • Índice de massa corpórea ou IMC (peso em quilogramas dividido pela estatura em metros quadrados). Os índices podem ser analisados como Percentil, Porcentagem da Mediana ou Escore-Z. Índice peso para idade: • Variações mais rápidas • Depende do aporte aproveitamento dos nutrientes e antecedem variação de estatura. Índice estatura para idade: • Avalia crescimento físico linear que se realiza mediante ossificação endocondral a partir da cartilagem de crescimento do osso longo e sofre influencia de outros fatores além da nutrição • Altera mais lentamente, necessitando de um agravo mais intenso e duradouro Índice peso para estatura: • Dispensa a idade • Expressa a harmonia entre massa corporal e estatura • Déficit nesse índice significa um processo biológico de comprometimento recente que interferiu no ganho de peso, mas que ainda não acometeu estatura Perímetro cefál ico: Muito importante principalmente até os 6 meses. • Indicador de problemas de crescimento do sistema nervoso central nos primeiros dois anos de vida, quando sua velocidade de crescimento é máxima. • Considera-se que nos primeiros seis meses de vida suas alterações sejam mais sensíveis para detectar alterações neurológicas do que os atrasos do desenvolvimento neuro-psico-motor.Percenti l : Se uma criança está com percentil 40: crianças menores que ela e 60 maiores que ela. • Indica a porcentagem do total de observações que são iguais ou se situam abaixo de um determinado valor. • É obtido dividindo a população organizada em 100 partes iguais. • O Percentil 50 corresponde à mediana, isto é, valor acima e abaixo do qual se encontra 50% da população. • Ex: estar no Percentil 10 de peso é pertencer a 10% da população referência que tem o mesmo peso ou menos. • Quando a curva é adequada para a população avaliada, quando corresponde ao P3 e P97 da curva de referência. • Assim, os percentis extremos da referência são interpretados como posições pouco frequentes 3 Laís Flauzino | HABILIDADES MÉDICAS | 4°P MEDICINA UniRV na população e, portanto, de maior risco em relação à população em geral. O escore-z: Avaliado por meio de desvios padrões a partir do ponto central. • Representa o número de desvios-padrão a partir do ponto central da população referência. • Enquanto o Percentil quantifica os indivíduos desde o início até o final da distribuição (de próximo a zero até próximo a 100), o Escore-Z quantifica a partir da Mediana ou Percentil 50. • Um valor negativo de Escore-Z indica que a medida está à esquerda da Mediana e abaixo do Percentil 50. Peso para idade: Peso elevado para idade: P > 97 Z> +2 Peso adequado para idade: 3 <= p <= -2 < Z < +2 Peso baixo para idade: 0,1<= p < 3 -3 < z < -2 Peso muito baixo para idade: p < 0,1 z , -3 Comprimento / altura para idade: Comprimento adequado para idade: p >= 3 -2 <= z < +2 Comprimento baixo para idade: 0,1 <= p < 3 -3 <= z < -2 Comprimento muito baixo para idade: p < 0,1 z < 3 IMC adequado: 3 <= p < 85 -2 =< z < +1 Magreza: 0,1 <= p < 3 -3 <= z < -2 Magreza acentuada: p < 0,1 ou z < -3 4 Laís Flauzino | HABILIDADES MÉDICAS | 4°P MEDICINA UniRV IMC para idade menor de 5 anos: Risco de sobrepeso: 85 < p < 97 ou +1 < z < +2 Sobrepeso: 97 < p < 99,9 ou +2 < z < +3 Obesidade: p> 99,9 ou z > +3 IMC para idade maior de 5 anos: Sobrepeso: 85 < p < 97 ou +1 < z < +2 Obesidade: 97 < p < 99,9 ou +2 < z < +3 Obesidade grave: p> 99,9 ou z > +3 Velocidade de crescimento: Além de colocar na curva. Mede a criança e depois de 3 meses mede de novo e verifica se está dentro do esperado para cada idade. • Melhor parâmetro para avaliar o crescimento • Pelo menos 3 meses o tempo de intervalo • Durante a puberdade, a utilização de curvas transversais torna-se mais limitada, principalmente devido às variações na velocidade de crescimento de acordo com o estádio puberal. • Em 1976, Tanner e Whitehouse publicaram uma curva longitudinal de crianças inglesas, incorporando velocidade de crescimento e estadiamento puberal, de acordo com maturadores precoces (2 DP antes da média) e tardios (2 DP depois da média). • Dez anos mais tarde, Tanner publicou uma curva de velocidade de crescimento e estadiamento puberal para crianças norte-americanas. • Tanto na curva inglesa como na norte-americana, os maturadores precoces ou tardios atingem estatura final semelhante, porém os maturadores precoces apresentam maior pico de velocidade de crescimento. Estatura: 1 ano: 25 cm 1 semestre: 15 cm 2 semestre: 10 cm 2 ano: 2 cm ao ano 3 ano: 8 cm ao ano 4 até puberdade: 5 – 7 cm ao ano
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