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Revista Rupe Edição 001 Hist da Arq

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rupe
001
História da Arquitetura : Moderna e Contemporânea. 2021-1.
AM5AU. Bacharelado em arquitetura e urbanismo. FEBASP-SP.
EDITORIAL: QUAL 
A IMPORTÂNCIA 
DO ESTUDO DE 
HISTÓRIA DA 
ARQUITETRA?
ENTREVISTA COM 
TERRA E TUMA: A 
HABITAÇÃO PARA 
POPULAÇÃO DE BAI-
XA RENDA: COMO 
FAZER MUITO , COM 
POUCO
LINHA DO TEMPO: 
PANORAMA DA AR-
QUITETURA PRODU-
ZIDA DESDE O FIM 
DO SÉCULO XVIII ATE 
DIAS ATUAIS
A REVISTA | QUEM SOMOS
LINHA DO TEMPO
ARQUITETURA MODERNA E CON-
TEMPORÂNEA
ARQUITETURA INTERNACIONAL
RESIDÊNCIAS MODERNAS
ENNIS HOUSE
VILLA TUGENDHAT
RESIDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS
CASA VI
CASA GEHRY
SUMÁRIO
06
04
10
12
22 
32 
42 
52
54
64
74
82
84 
94 
96 REFERÊNCIAS
EDITORIAL
PORQUE ESTUDAR HISTÓRIA DA AR-
QUITETURA?
CASA PARATY
ENTREVISTA TERRA E TUMA
CASA VILA MATILDE
RESIDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS
RESIDÊNCIA ELZA BERQUÓ
RESIDÊNCIA JOSÉ MARIO BITTEN-
COURTY
RESIDÊNCIAS MODERNA
ARQUITETURA NACIONAL
a 
revISTA
Rupe, do latim “rocha”, remete a nosso modo de morar antes mesmo 
da inovação da escrita: nossos abrigos em meio as pedras, as cavernas.
Desde então muitos anos se passaram e a humanidade acumulou 
história, experiências, invenções, guerras, os sistemas construtivos 
passaram por renovações, mas ainda assim, moramos em meio a 
pedras, essas por sua vez, moldadas ao gosto do toque humano, 
maiores em escala e conforto, mas ainda grandes pedregulhos, 
aconchegados em meio a nossa experiência primitiva, as rupes 
atuais são em concreto armado, alvenaria, e tantos outros sistemas 
construtivos existentes, da pedra a pedra, do abrigo ao morar.
A revista que traz em seu foco residências com exteriores que 
apresentam uma estética que busque essa aparência “rochosa”, 
ou seja, mais dura, irreverente ou que causam impacto ao serem 
vistas num primeiro momento, não poderia ter então outro nome.
introdução
quem
somos
4 5rupe edição 001
Bruno Santos
Redator
Mayara Fernandes
Fotógrafa
Naama Malaquias
Designer Gráfico
Samuel Aragão
Articulista
6 7rupe edição 001
BAHAUS
Fundação da escola.
*Prédio inaugurado 
em 1925
RESIDÊNCIA 
SCHRODER
Gerrit Ritveld
5 PONTOS DA 
ARQUITETURA 
MODERNA
Le Courbusier
VILLA SAVOYE
Le Courbusier
CASA 
MODERNISTA
R. SANTA CRUZ
Gregori Warchavchik
INAUGURAÇÃO 
DE BRASÍLIA
Lúcio Costa 
(Projeto)
PAVILHÃO DO 
BRASIL
Lúcio Costa e Oscar 
Niemeyer
FAU USP
Villa Nova Artigas
CASA CASCATA
Frank Lloyd Wright
CASA 
FARNSWORTH 
Mies Van Der Rohe
UNITÉ D’ 
HABITACION
Le Courbusier
SEAGRAM 
BUILDING
Mies Van Der Rohe
PAVILHÃO DO INAUGURAÇÃO UNITÉ D’ 
linha do tempo
Séculos XX
1919 1924 1926 19291928 19511935 1937 1952 1958 1960 1961
8 9rupe edição 001
CENTRO 
COMUNITÁRIO 
MASON’S BEND
Samuel Mockbee
MILWAUKEE
ART MUSEUM
Santiago
Calatrava
SEDE DA CCTV 
PEQUIM
Reem Koolhas
GHERKIN
Norman Foster
CENTRO HEYDAR 
ALIYEV
Zaha Haddid
CAPELA BOSJES
Steyn Studio
CASA 
QUAREN-
TENER
HiperStudio
MUSEU 
GUGGENHEIM
Frank Gehry. Bilbao, 
Espanha.
CENTRO DE 
PROTEÇÃO 
AMBIENTAL
Severiano Porto
MASP
1968
PAVILHÃO 
DE OSAKA
1968
1997 2000 2001 2004 2008 2013 2016 2020
linha do tempo
Séculos XX e XXI
19831968 1970
10 11
ARQUITETURA 
ARQUITETURA 
ARQUITETURA 
internacional
internacional
internacional
1
2
3
12 13rupe edição 001
RESIDÊNCIAS modernas ennis house
ennis
HOUSE
Arquiteto: Frank Lloyd Wright
Data de Construção: 1923
Tipo de Projeto: Residencial (Textile House)
Material: Bloco de concreto texturizado
Localização: Los Angeles,Califórnia, EUA
Uma das quatro ‘Textiles Houses ‘ de Frank 
Lloyd Wright, tem uma aparência forte que 
remete a arquitetura maia, a qual Lloyd 
admirava. Foi produzida para um casal por 
sobrenome Ennis, daí o nome da casa. É 
feita inteiramente de blocos de concreto 
que são de um molde único, feito para 
ela, com dimensões de 40mcx40cmx9cm, 
totalizando cerca de 27 000 blocos apoiados 
em uma plataforma principal de concreto. 
O concreto era um material que estava 
surgindo e o arquiteto viu um potencial 
construtivo forte, além de considerar que o 
material ainda tinha sido pouco explorado.
Deslumbrando por sua distinta característica 
visual, foi cenários de mais de 80 
fi lmes, entre eles Blade Runner (1982).
A Ennis House Foundation, que cuida 
da residência, tem buscado apoio 
fi nanceiro parar reparar os danos sofridos 
pela casa com o passar do tempo.
1. Fotografi a por trás do jadrdim mostrando a relaçã da casa com o entorno.
Fonte: Frank Lloyd Wright Foundation
2. Face sul da casa onde se concentra o programa íntimo. Fonte: The Atlantic
3.Mapa de localização. Fonte: Google Maps
Fonte: Experience 
Fonte: Frank Lloyd Wright 
14 15rupe edição 001
ennis houseRESIDÊNCIAS modernas
Planta Pavimento Térreo
Sem escala
Corte Transversal
Sem escala
Corte Longitudinal
Sem escala
A casa é composta por dois 
pavimentos: a casa principal, que 
fi ca no nível de acesso com a rua e 
um apartamento / garagem menor 
com motorista no andar inferior. 
Ao contrário da orientação vertical 
das outras três casas de bloco 
têxtil - Textile Houses - projetadas 
pro Wright, a Ennis House tem 
uma longa loggia horizontal, 
que conecta no lado norte salas 
públicas e as privadas ao sul, e 
é bastante extensa, com 930 m. 
A casa conta com 3 dormitórios 
e 3 banheiros, um lavabo, uma 
sala de estar e uma de jantar 
que se abre para a cozinha
A área de lazer fi ca na face 
norte, contendo uma piscina.
O acesso de pedestres da casa 
é marcado por uma marquise e 
ao passar por ela o usuário entra 
em um grande pátio, que se 
abre para a cidade , com visuais 
privilegiadas, alcançadas 
graças a localização do 
terreno e sua topografi a, a qual 
Wright soube bem aproveitar.
Do pátio de entrada o usuário 
tem 3 possibilidades de 
entrada na casa: uma por um 
hall que dá na loggia, outra 
para a área de lazer e um 
ainda para a sala de jantar.
1
2
3
4
16 17rupe edição 001
ennis houseRESIDÊNCIAS modernas
A residência é bem diferente 
do convencional: tem traços 
pertinentes a arquitetura moderna, 
com linhas ortogonais bem 
marcadas e, ao mesmto tempo, 
traços que relembram um templo 
antigo. Possuindo um desenho 
assimétrico, a linguagem estética 
vai sendo construída pelos blocos 
de concreto aparente, ora lisos ora 
vazados com desenhos decorativos. 
A horizontalidade da casa também 
é bem marcada: a residência 
vai se espargindo pela costa de 
Los Feliz, garantindo vistas 
para a cidade de Los Angeles. 
Como as outras 3 textile houses 
projetadas por Wright na região, 
a similiaridade com arquitetura 
pré-colombiana maia é bem 
marcada, presente na forma da 
residência, seus traços externos 
e internamente em pontos 
específicos como presentes na 
lareira e também nos candelários. 
1. Área externa de lazer da residência. Fonte: LA Times
2. Vista protegida por marquise. Fonte: LA Times
3. Sala de jantar com desenho dos blocos texturizados marcados.
Fonte: Architect Magazine
4. Sala de estar, candelários e presença da mesma estética do 
exteriror.. Fonte: Architect Magazine
18 19rupe edição 001
Wright então assume o desafi o de criar 
um material quente e decorativo a 
partir do concreto industrial frio padrão, 
e consegue isso por meio de entalhes 
de um desenho geométrico repetido. 
Como as paredes são sólidas de concreto, 
tem-se a visão que a penetração da luz 
em seu interior seja mínima. Mas, após 
olhar de forma mais apurada, é aparente 
que muitas das peças de blocos têxteis 
são perfuradas para criar espaços 
através dos quais a luz é revelada.
Fora o concreto, Wright usa vidro para 
as esquadrias e madeira em abundância 
nos caixilhos e internamente, no forro, 
piso de determinadas áreas e mobiliário.
O Sistema construtivo e então estrutral é em 
blocos de concreto aparente, feitos a partir 
de granito e cascalho já presentes in loco, 
característica na obra presente de Wright. 
Com esses blocos, Frank criou um sistema 
que modular que gera uma grande integração 
com o contexto em que está inserido.
ennis houseennis house
Fonte:Frank Lloyd Wright Foundation
Fonte: FLW Foundation Fonte: FLW Foundation Fonte: FLW Foundation
Fonte: Architec Digest
MATERIALIDADE E 
ESTRUTURA
RESIDÊNCIAS modernas
Por que blocos de concreto? “Era a coisa mais barata (e mais feia) 
do mundo da construção”, diz Wright. “Ele vivia principalmente na 
sarjeta arquitetônica como uma imitação de pedra com face rochosa. 
Por que não ver o que pode ser feito com aquele rato de sarjeta? ” 
20 21rupe edição 001
Frank Lloyd Wright nasceu em 8 de junho de 1867, em Richland Center, 
Wisconsin, cresceu em um ambiente com fazendas, campos e vales, o 
que o influenciou futuramente a pensar formas de conciliar o projeto 
construído e a paisagem. Em 1897 após dois anos de faculdade e 
um baixo resultado, saiu e foi estudar além do núcleo acadêmico, se 
mudando para tentar ser arquiteto em Chicago, onde entrou para 
o escritório de Louis Sullivan, onde trabalhou por cinco anos e saiu 
após Sullivan descobrir clientes desviados por Wright, egocêntrico, 
cria seu próprio escritório e inicia a carreira solo com muitos projetos 
das ‘Prairie Houses’, residências que buscavam integração entre 
interior e exterior, com uma forte presença de horizontalidade, 
o arquiteto
1. Robbie House. Prairie House. Chicago, 
IL. 1906.
2. Millard House. Textile House. 
Pesadena, CA. 1923
3. Rosenbaum House. Usonian House. 
Florence, AL. 1923
4. Waterfall House. Usonian House. 
Pittsburg, PA. 1936
ennis house
1 2
4
Com a investigação de maneiras 
construtivas, desenvolveu seu próprio 
bloco estrutural, que deu origem as 
‘Textiles Houses’, umas das fases mais 
curtas e destoantes do arquiteto. 
Por fim, sua terceira e última fase, a 
Usoniana, se deu após novas reflexões 
se acumularem e culminarem em 
casas para a classe média, menores. 
RESIDÊNCIAS modernas
22 23rupe edição 001
1
2
3
RESIDÊNCIAS modernas villa tugendhat
villa
TUGENDHAT
Arquiteto: Ludwig Mies Van der Rohe
Contexto: Subúrbio
Finalidade: Residencial
Sistema construtivo: Esqueleto de aço
Área total de piso: Aprox. 2000 m
Período de Construção: 1928-1930
Proprietários: Grete e Fritz Tugendhat (indústria têxtil)
A casa se deu pelo interesse do casal Grete 
e Fritz Tugendhat, logo após conhecer o 
renomeado Mies Van Der Rohe, assim a 
casa deveria abrigar 11 pessoas tratando-
se do casal, três fi lhos e seis empregados 
(babá, duas funcionárias domésticas, 
cozinheiro e o chofer juntamente a sua 
esposa) em uma extensão de 2000m2 e um 
declive alto, teve como resultado uma das 
primeiras residência a ser representante do 
movimento modernista, contribuindo para 
aceitação no mundo, de tal maneira que 
levou o tombamento pela Unesco, em 2001. 
A residência conta com equipamentos 
técnicos, que, por sua vez, foi inovador 
à época, comportando laboratório 
fotográfi co e ambiente para projeção de 
fi lmes a qual o proprietário era amador. 
1. Fundos da residência. Fonte: Metalocus
2. Inserção da casa no terreno e acertos 
topográfi cos. Fonte: Archdaily
3. Mapa de localização. Fonte: Google Maps
Fonte: TurboSquid
24 25rupe edição 001
villa tugendhatRESIDÊNCIAS modernas
Em 1927 através do projeto 
Zehlendorf House de Edward Fuchs, 
os futuros proprietários da Villa 
Tugendhat Grete e Fritz conheceram 
Mies Van Der Rohe em Berlim. 
Foi a partir da identifi cação com estilo 
arquitetônico que surgiu o interesse 
do casal em contratar o arquiteto 
para projetar uma residência 
espaçosa e de forma simples, ideias 
que condiziam com o conceito de 
planta livre dos projetos de Mies.
Pensando nas necessidades do casal 
e na topografi a, o arquiteto projetou 
a distribuição espacial em três níveis:
O pavimento térreo conta com duas 
entradas a partir da área externa e é 
transitável na área interna através de 
uma escada em formato de espiral. 
A residência é composta por áreas 
de serviços domésticos contendo 
dormitórios para os funcionários. 
Além disso, comporta áreas de 
manutenção, operação técnica 
e um laboratório de fotografi a.
O primeiro andar conta com 
acesso por escada e pela parte 
frontal que se da pela sala 
principal e sala social com uma 
conexão ao jardim, contendo 
também um quarto junto a uma 
mini biblioteca e junto a uma 
sala semicircular. Na outra parte 
da planta se encontra a cozinha 
conjugada com uma sala de 
preparativos, em outra parte é 
composto por separação de salas 
com o intuito de serviço pessoal.
O segundo andar contém 
acesso direto com a rua. Sua 
escada é escondida a partir de 
uma parede semi circular de 
vidro, criando uma sala para os 
hóspedes e um corredor que leva 
para os quartos das crianças, 
lavanderia e a casa de banhos. 
Planta 1° Nível
Fonte: Holodeck
Planta 2° Nível
Fonte: Holodeck
Planta 3° Nível
Fonte: Holodeck
A residência foi construída com 
3 volumes assimétricos, um 
pavimento visível na rua contendo 
a área íntima o quarto dos donos 
e a das crianças. e os outros 
dois pavimentos ficam em parte 
enterrados no solo tendo acessos 
diferentes acessos para cada um, 
sendo um separado para as áreas de 
serviço e outro para áreas sociais.
A forma que foi feita a 
implantação da casa no terreno 
permitiu grandes aberturas, o 
aquecimento da casa durante 
as épocas mais frias do ano, 
e ao mesmo tempo garantido 
a privacidade dos moradores 
pois essas aberturas são feitas 
para parte interna do terreno 
criando uma parede de vidro.
Sendo assim, o sol pode penetrar 
profundamente no interior da casa 
que se encontra elevada. Já nas 
épocas mais quentes foi instalado 
elementos para sombreamento 
e um ar condicionado para 
manter a temperatura agradável. 
Proporcionando ambientes 
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily26 27rupe edição 001
RESIDÊNCIAS modernas villa tugendhat
Fonte: Open House Magazine
28 29rupe edição 001
A área principal e área social são divididos por 
divisórias de cinco peças feitas de ônix amarelo, 
parcialmente transparentes quando recebem luz direta. 
A madeira de Ébano de Makassar com veios de marrom escuro 
e amarelo para o meio cilindro na sala de jantar e para a biblioteca 
embutida (preservada até o presente em seu estado original).
Utilizando a cor natural do material (areia) o reboco foi feito sem utilizar 
revestimento por cima, que costumeiramente é feito na cor branca.
O gesso na parte interna conta com um brilho 
aveludado por causa do estuque lustro na camada fi nal. 
As escadas são revestidas com pedra 
travertino exterior de vários tipos e cores.
MATERIALIDADE E 
ESTRUTURA
A estrutura da Villa Tugendhat é metálica, 
uma inovação para a construção de casas 
no período. Mas ,Mies ousou para conseguir 
grandes ambientes livres e paredes pouca 
espessas, trazendo janelas maiores dando 
conectivdade ao jardim. A estrutura é 
formada por pequenos pilares metálicos 
cruciformes que liberam a área da planta.
A estrutura deixa bem claro o minimalismo 
de Mies Van der Rohe: pilares elegantes com 
pequena seção, poucas paredes, grandes 
aberturas, compondo um visual limpo.
Se fosse necessário defi nir a casa em uma 
frase, sem dúvida, seria: “menos é mais”
1. Vista ‘voo de passáro’ dos fundos da 
edifi cação.
Fonte: Czechtourism
2. Pilar metálico cruciforme independente 
para possibilitar grandes panos de vidro.
Fonte: Divisare
3. Permeabilidade visual
Fonte: Archdaily
4. Sala de estar com cadeiras projetadas por 
Mies para a residência
Fonte: Divisare
5. Divisória de madeira. Fonte: Divisare
1
2 3 4
5
RESIDÊNCIAS modernas villa tugendhat
30 3130 rupe edição 001
Nascido em 27 de março de 1886, em Aachen, na Alemanha. cresceu 
seguindo os passos do pai na construção civil que influenciou suas 
primeiras obras de residências populares em estilos medievais 
tradicionais alemães, isso se deu após sua mudança para Berlim em 1908. 
Na segunda guerra serviu no corpo de engenharia, que o fez 
voltar com o objetivo de ser um grande arquiteto. Com o passar 
do tempo, começou a se interessar por novas tendências como 
o construtivismo russo que consequentemente transformouseu 
estilo passando a ter poucos projetos construídos mas muito elogiados. 
. 
Em 1930 chama a atenção do 
respeitado arquiteto Gropius que 
propõe que ele seja seu sócio 
na Bauhaus, ficando durante 3 
anos na direção e então partindo 
para os Estados Unidos para 
residir em Chicago, onde após 
um ano se tornou diretor do 
Instituto de Tecnologia de Illinois.
sendo responsável pela criação da 
nova cidade de Chicago que tinha 
como características vidro e aço
Suas construções refletiam seu 
rigor das proporções, enaltecendo 
a infraestrutura como elemento 
estético e sua exatidão na resolução 
dos detalhes, se tornando os 
três pilares para a concepção de 
suas obras. Como frase marcante 
para justificar seus estilo ascético 
de projeto costumava dizer: 
‘less is more’ (menos é mais).
o arquiteto
1. Pavilhão Barcelona. Barcelona, 
Espanha. 1928. Fonte: Archdaily
2. Neue Nationalgalerie. Berlim, 
Alemanha. 1968.Fonte: Archdaily
3. Casa Farnsworth. Illinois, EUA. 1951. 
Fonte: Archdaily
4. Seagran Building. Nova York, EUA. 
Fonte: Archdaily
RESIDÊNCIAS modernas villa tugendhat
1 2
3
32 33rupe edição 001
Arquiteto: Peter Eisenman
Construção: 1972-1975
Área Construída: 185,8 m
Localização: Cornwall, Connecticut, Estados Unidos
Promotor: Suzanne Frank, Richard Frank
A Casa VI de Peter Eisenman, à primeira 
vista, se assemelha a uma escultura 
contemporânea, geometrizada, com planos 
horizontais e verticais que se encontram, 
mas jamais uma casa , e foi justamente 
isso que Eisenman desejava: construir 
uma casa onde o homem era forçado a 
viver em uma obra de arte, uma escultura.
A casa foi projetada para o Sr. e a Sra. 
Richard Frank, um casal de fotógrafos, 
entre 1972-1975, que encontraram grande 
admiração pelo trabalho do arquiteto, 
apesar de te-lo conhecido anteriormente 
como um arquiteto apenas teórico, sem 
projetos executados. Ao dar a Eisenman a 
chance de colocar suas teorias em prática, 
surgiu uma das casas mais conhecidas e 
complexas dos Estados Unidos, do período.
Situada em um terreno plano na 
Cornualha, em Connecticut, a residência 
se destaca totalmente do entorno.
1. Uma das fachadas da residência. Fonte: Archi 1011 Jacky Yuen
2. Vista interna com plano caterisiano bem marcado, planos que se concectam. 
Fonte: Wikiarquitetura
3. Mapa de localização da casa. Fonte: Google Maps
RESIDÊNCIAS contemporâneas casa VI
casa
VI
2
3
1
34 35rupe edição 001
casa VIRESIDÊNCIAS contemporâneas
O partido arquitetônico surgiu 
de um processo conceitual que 
começou com uma malha, ou ‘grid’. 
Eisenman manipulou a malha de 
forma que a casa fosse dividida em 
quatro seções e, quando concluída, 
a própria construção poderia ser um 
‘registro do processo de projeto’, ou 
seja, a residência é uma espécie de 
manifestação cinematográfi ca do 
processo de transformação, assim, 
o objeto não é apenas o resultado 
fi nal de sua própria história 
geradora, mas também retém essa 
história, servindo como um registro 
completo dela, o processo e 
produto se tornar intercambiáveis.
A concepção começa a partir de 
um cubo, junto com a grade, 4 
linhas são extrudadas e se tornam 
paredes que se cruzam. As paredes 
se estendem e se invertem, depis se 
esticam e 2 delas caem fazendo 
diferença de nível vertical. Em 
seguida, parte das paredes é 
removida e outra parte continua 
estendida, subtraída e deslocada. 
Finalmente, a sequência das 
paredes cria espaço e forma. 
A casa contempla uma 
justaposição de sólidos e vazios 
que produz uma situação 
que só é resolvida quando a 
mente descobre a necessidade 
de mudar sua posição. Essa 
tentativa mental de reordenar os 
elementos é desencadeada por 
causa da propensão da mente 
para ordenar ou conceituar fatos 
físicos de certas maneiras, como 
a necessidade de completar 
uma sequência A-B ou de ler 
simetrias em uma linha reta.
Fonte: Archinet
1. Uma das fachadas 
da residência. Fonte: 
Eisenman Architects
2. Vista interna com 
plano caterisiano bem 
marcado, planos que 
se concectam. Fonte: 
Escala Visual
3. Mapa de localização 
da casa. Fonte: Escala 
Visual
4. Mapa de localização 
da casa. Fonte: The 
Modern House
36 37rupe edição 001
RESIDÊNCIAS contemporâneas casa VI
Complexa, a residência atinge o 
desejo do arquiteto que buscou 
conceber uma obra que não 
fosse entendida em uma visada, 
mas atissase a curiosidade do 
visitante para entende-la em 
sua totalidade. É possível fazer 
um paralelo com a arte cubista, 
cujos principais expoentes 
foram Pablo Picasso e George 
Braque, os quais buscavam 
uma arte cuja complexidade 
forçasse o apreciador a 
debruçar-se para compreende-
la. Tal fato denota ainda mais a 
similiaridade da casa com uma 
escultura ou uma obra de aret 
e a distancia de uma habitação.
Ignorando propositalmente 
arte eia de que a forma segue a 
função, Eisenman criou espaços 
peculiares e bem iluminados, 
mas pouco convencionais 
para se viver, norteando como os 
usuários viveriam e os forçando 
a estarem constantemente 
cientes da arquitetura. 
No quarto há uma fenda de vidro 
no centro da parede continuando 
pelo chão que divide o quarto ao 
meio, obrigando a haver camas 
separadas em cada lado do quarto 
para que o casal fosse forçado a 
dormir separado de uns aos outros.
Outro aspecto curioso é uma 
escada invertida, elemento que 
retrata o eixo da casa e é pintada de 
vermelho para chamar a atenção. 
Existem também muitos outros 
aspectos difíceis que atrapalham 
a vida convencional, como a 
coluna pendurada sobre a mesa 
de jantar que separa os comensais 
e o banheiro único que só é 
acessível por meio de um quarto
1
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38 39rupe edição 001
RESIDÊNCIAS contemporâneas casa VI
MATERIALIDADE E 
ESTRUTURA
A casa foi construída usando um sistema simples de pilares e vigas. 
No entanto, alguns pilares ou vigas não desempenham nenhum papel 
estrutural e são incorporados para aprimorar o projeto conceitual. 
Por exemplo, uma coluna na cozinha paira sobre a mesa da cozinha, 
mas nem mesmo toca o chão. Em outros espaços, as vigas se 
encontram, mas não se cruzam, criando um agrupamento de suportes. 
Robert Gutman, sociólogo devotado ao estudo da arquitetura, escreveu 
sobre a casa dizendo: “a maioria desses pilares não tem função no suporte 
dos planos de construção, mas estão lá, como os planos e as fendas 
nas paredes e tetos que representam planos, para marcar a geometria.”
A estrutura foi incorporada à malha de Eisenman para 
transmitir o módulo que criava os espaços internos com 
uma série de planos que deslizavam uns através dos outros. 
A casa que começou em 4 planos, através 
do processo de deslocamento e subtração, 
passou a ter várias grandes aberturas 
e fendas nas janelas. A sua escolha de 
materiais foi madeira e concreto, Eisenman 
usou molduras e painéis de madeira 
lacrados para a estrutura e os interiores são 
coloridos com branco e cinza, exceto para as 
escadas que são vermelhas e verdes vivas.
A falta de experiência em obra do arquiteto 
extendeu o período de construlção e 
elevou para acima do orçamento. O cliente 
notou que embora o detalhamento fosse 
altamente intrincado, os desenhos careciam 
de especificação e a maior parte das 
despesas era com vidros das janelas. Assim, 
a construção foi concluída em 3 anos e 
não muito depois o telhado apresentou 
vazamento e surgiram problemas estruturais 
que exigiram ajustes na construção.
Apesar dessas ocorrências, Peter Eisenamn 
conseguiu construir uma estrutura que 
funcionasse ao mesmo tempo como casa e 
obra de arte, mas mudando a prioridade de 
ambas para que a função acompanhasse a arte.
Fonte: Wikiarquitetura
Fonte: Escala visual Fonte: Technohaus Fonte: Technohaus
Fonte: Vivadecora
40 41rupe edição 001
Peter Eisenman é formado pela Universidade de Cornell, é mestre e 
PhD em Filosofia e Artes pelas universidades de Cambridge e Chicago.
Começou a vida profissional trabalhando para os arquitetos Percival 
Goodman e Walter Gropius, e para a empresa Architecs Collaborative. 
E, finalmente,em 1980, fundou o seu próprio estúdio de arquitetura.
Antes disso, nos anos 60, Eisenman fez parte de um grupo chamado “New 
York Five”, que compartilhava interesses sobre a natureza das formas.
Foi um líder, ao lado de Hejduk, Graves, Gwathmey e Meier. Na 
mesma década, ele fez vários projetos experimentais de casas 
com volumes baseados na grade cartesiana e ainda fundou o 
Instituto de Arquitetura e Estudos Urbanos – que dirigiu até 1982.
Embora Peter Eisenman tenha projetado e construído 
obras premiadas, ele é, antes de tudo, um teórico.
o arquiteto
RESIDÊNCIAS contemporâneas
1 2
3
4
1. O Greater Columbus Convention 
Center, Ohio, EUA. Fonte: Vivadecora
2. Cidade da Cultura da Galiza, 
Santiago de Compostela. Fonte: 
Vivadecora
3. Memorial aos Judeus Mortos da 
Europa. Fonte: Vivadecora
4. O Koizumi Sangyo. Fonte: 
Vivadecora
casa VI
42 43rupe edição 001
RESIDÊNCIAS modernas casa ghery
casa
GHERY
Arquiteto: Frank Gehry
Construção: 1977-1979
Reforma: 1991
Endereço: Santa Monica - Los Angeles Estados Unidos
Tipo de projeto: Residencial
Status: Construído
Materialidade: Metal, Aço, Madeira e Vidro.
Localização: Santa Monica, Los Angeles, Estados Unidos da América
Estilo arquitetônico: Arquitetura desconstrutivista
Em 1977 Frank Gehry remodelou 
um bangalô de dois andares que foi 
originalmente construído em 1920. Ele 
havia acabado de se separar da sua 
primeira esposa e tinha aberto o seu 
próprio escritório de arquitetura quando 
decidiu tornar o bangalô seu novo lar com 
a sua nova esposa Berta, grávida de seu 
fi lho Sam, e o seu fi lho mais velho Alejandro. 
Em 1978 começou a obra, envolveu a 
parte externa de sua casa com um novo 
material, mas ainda deixando o antigo 
visível e nas outras fachadas colocou 
cubos de vidros inclinados A casa Gehry 
foi reformada após 10 anos da abertura de 
seu escritório, ela foi a primeira obra do 
arquiteto a atrair muita atenção, pois ele 
não tinha um cliente para orienta-lo, tinha 
total liberdade para explorar suas ideias e 
correr riscos. Gehry tinha uma proposta 
interessante: deixar a casa intacta mas ao 
mesmo tempo colocar sua marca nela.
1. Fachada Nordeste. Fonte: vaumm.com
2. Vista da residência da calçada. Fonte: ebiografi a.com
3. Mapa de localização. Fonte: Google Maps
44 45rupe edição 001
RESIDÊNCIAS modernas casa ghery
O antigo bangalô teve suas paredes reduzidas e limitadas a paredes 
essenciais. A planta do térreo conta com a cozinha, sala de estar e dois 
quartos. A cozinha encontra-se na fachada da casa, com uma janela em 
formato de cubo feita de madeira e vidro, permitindo a entrada de muita 
luz, chegando até a sala de estar, que fi ca no centro da casa. O primeiro 
pavimento conta com mais dois quartos, sendo um suíte com closet.
“Tive a ideia de construir a nova casa ao redor da antiga. Nos disseram 
que haviam fantasmas na casa… Eu decidi que eram fantasmas 
do Cubismo. As janelas… eu queria fazer como se elas estivessem 
rastejando para fora dessa coisa. À noite, por causa do vidro inclinado 
a luz é espelhada nele. Então, quando você está sentado nessa 
mesa, você vê todos esses carros passando, você vê a lua no lugar 
errado… a lua está ali, mas se refl ete aqui… e você pensa que está lá 
em cima, e você não sabe onde diabos você está…” – Frank Gehry.
Planta Térro
Fonte: ArchEyes
Planta 1° Pavimento
Fonte: ArchEyes
Perspectiva Axonométrica
Fonte: ArchEyes
Fachada Nordeste
Fonte: ArchEyes
Fachada Sudeste
Fonte: ArchEyes
Fachada Noroeste
Fonte: ArchEyes
Fachada Sudoeste
Fonte: ArchEyes
46 47rupe edição 001
RESIDÊNCIAS modernas casa ghery
Apesar da casa aparentar ter sido feita sem muitas regras, foi 
planejada e detalhada com bastante antecedência. Seu formado 
gera a sensação de que a casa ainda está em construção, 
grande parte dessa sensação é por causa do material que 
foi utilizado, como se a obra ainda estivesse inacabada.
Ao olharmos para ela, torna-se difícil diferenciar o novo do antigo, já 
que tudo ganhou visibilidade em sua obra. Gehry borrou os limites 
entre um e outro, tornando-a uma residência totalmente diferente do 
que era antes e do que a cidade Santa Mônica estava acostumada.
“Fiquei fascinado em criar uma concha em torno dela [que] definiria 
a casa, mostrando apenas partes da casa antiga de uma forma 
editada… Comecei a envolver a casa em um diálogo, cortando-a, 
expondo algumas partes e encobrindo outras.” - Frank Gehry
Fonte: ArchEyes
Fonte: ArchEyes
Fonte: Valum
48 49rupe edição 001
RESIDÊNCIAS modernas casa ghery
Os materiais que Frank Gehry utilizou na construção da casa 
eram considerados baratos e sem muitos critérios, são materiais 
que não eram costumeiramente usados para a construção 
residencial como alumínio e alambrados. Isso dava a casa um 
ar de mistério e a sensação de ser um objeto experimental.
MATERIALIDADE E 
ESTRUTURA
“Minha casa não poderia ser construída em 
outro lugar a não ser na Califórnia, devido ao 
seu clima, poderia ser construída com uma 
única vidraça. Eu estava experimentando 
os materiais que são usados aqui (nas 
industrias). Também não é uma técnica de 
construção cara. Decidi usá-los para aprender 
o ofício, para tentar descobrir como usar 
esses materiais, essa força. “ - Frank Gehry
Por ser sua própria residência, Gehry 
teve liberdade para explorar ideias sobre 
diferentes materiais e correr alguns 
riscos. Isso permitiu que ele usasse os 
materiais do dia-a-dia de quando ele era 
criança e passava um tempo na loja de 
ferragens do avô. Alguns dos materiais 
utilizados como o metal corrugado e o 
elo de corrente eram considerados na 
época materiais feios e utilizados apenas 
como acessórios industriais. O topo do 
bangalô rosa se sobressai dentro dessa 
mistura de materiais dando a impressão 
de que a casa está sempre em construção.
Fonte: Valum Fonte: ValumFonte: ArchEyes
Fonte: ArchEyes Fonte: ArchEyes
50 51rupe edição 001
1 2
3
41. Museu Guggenheim - Bilbao, Espanha, 1997
2. Neuer Zollhof - Alemanha, 1996
3. Vitra Design Museum - Weil na 
Rhein, Alemanha - 1989
4.Walt Disney Concert Hall - Los 
Angeles, Califórnia - 2003
RESIDÊNCIAS modernas casa GEHRY
O arquiteto Frank Owen Gehry nasceu no dia 28 de fevereiro na cidade de 
Toronto no Canadá e migrou para Los Angeles em 1947. Desde pequeno 
gostava de construir, fazia casas brinquedo utilizando os materiais mais 
inusitados que tinham para vender na loja de seu avô. De família judaica 
e polonesa futuramente trocou seu nome Goldberg para Gehry, o nome 
pelo qual ficaria conhecido. Casou-se com Anita Smjder, sua primeira 
esposa, em 1956, e entrou para um curso de desenho da Harvard 
Graduate School. Se separou e abandonou a faculdade, sua carreira 
passou por alguns escritórios de arquitetura, inclusive em Paris, mas foi 
em 1962 quando abriu o “Gehry & Associates”. Interessado em construir 
casas, em 1979, remodelou uma casa da sua família em Santa Mônica, 
quando utilizou materiais inusitados, com isso, acabou desenvolvendo, 
ao longo dos anos de 1970 e 80, uma grande identificação com a cidade 
de Los Angeles e seus arredores, construindo várias casas residenciais.
o arquiteto
52 53
ARQUITETURA 
ARQUITETURA 
ARQUITETURA nacional 
nacional 
nacional 
54 55rupe edição 001
Arquitetos: João Batista Vilanova Artigas / Carlos Cascaldi
Ano Projeto: 1959 
Ano da construção: 1959 - 1962
Área do Terreno: 549 m
Área construída: 410 m
Materiais: Concreto
Localização: Rua Votuporanga, 275 - Sumaré - SP.
Tombamento: CONDEPHAAT (2016) | CONPRESP (2017)
Desde 1945 José Mario Taques 
Bittencourt médico, militante do 
partido comunista e amigo pessoal 
do arquiteto Artigas, o mesmo 
projetou três casas na mesma rua 
do bairro do Sumaré na cidade de 
São Paulo. A casa José Mario Taques 
Bittencourt II de 1959 (segunda 
casa para a família), que pode ser 
vista como experimentação tanto 
tipológica, estrutural e social, 
a qual a estética e a forma de 
expressão fosse notória, sendo ela 
a casa mais famosa e uma das mais 
importantes pelo arquitetoArtigas. 
Portanto, foi aprovado pelo Conselho 
de Defesa do Patrimônio Histórico, 
Arqueológico, Artístico e Turístico 
do Estado (CONDEPHAAT) o 
tombamento da residência José 
Mario Taques Bittencourt II, projetada 
pelo Vilanova Artigas que por sua 
vez foi concluída no ano de 1962, 
contendo mais de 400 m² localizada 
no bairro do Sumaré de São Paulo. 
1. Residência José Mario Bittencourt
2. Croqui Vilanovartigas
3. Residência José Mario Bittencourt
residÊncia 
JOSÉ MARIO
BITTENCOURT
1 2
3
RESIDÊNCIAS modernas RESIDÊNCIA JOSÉ MARIO BITTENCOURT
57
Sua aprovação se deu pela sua 
linguagem de concreto sem 
revestimentos aparentes, seu 
espaço público tem um volume 
cego que acaba articulando 
todos os espaços através de 
rampas para o jardim interno, 
sendo assim o respeito todos 
elementos caracterizadores 
externos da edificação, pela sua 
representatividade chamado de 
“brutalismo da Escola Paulista” de 
arquitetura, tornando o residência 
de bem cultural de interesse 
histórico, arquitetônico, turístico, 
paisagístico, artístico e ambiental.
O primeiro andar conta com 
130 m composto por ambientes
generosos como entrada e ao 
lado a garagem logo a cima da 
entrada temos a sala de jantar e 
ao lado uma rampa com acesso 
para o segundo pavimento e ao 
lado da rampa a sala de estar, a 
cozinha perto da sala de janta que 
dá acesso ao jardim interno. O 
pavimento superior tem uma área 
de 170 m² com três dormitórios 
cada um com grandes aberturas, 
com banheiro no corredor, uma 
suíte e estúdio com banheiro 
com vista para o jardim do 
fundo e rampas na lateral. O 
subsolo conta com uma área de 
32 m² que contém apenas um 
dormitório, banheiro e lavanderia.
Planta Pavimento Térreo
Sem Escala
Planta Pavimento Superior
Sem Escala
Fachadas
Sem Escala
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
56 rupe edição 001
RESIDÊNCIAS modernas RESIDÊNCIA JOSÉ MARIO BITTENCOURT
A residência José Mario Taques 
Bittencourt II foi a segunda casa 
construída para a família com 
mais de 400 m², distribuída em 
três pavimentos, sua linguagem 
de concreto sem revestimentos 
aparentes, seu espaço público 
tem um volume cego que 
acaba articulando todos
os espaços através de rampas 
que contorna o jardim interno. 
permitindo assim uma vista 
linda para a área central da casa 
com grandes aberturas para o 
espaço, ambientes generosos e 
iluminados em torno do jardim, 
casa ajardinada com paisagismo 
delicados que da o charme
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
58 rupe edição 001 59
RESIDÊNCIAS modernas RESIDÊNCIA JOSÉ MARIO BITTENCOURT
A residência com concreto 
armado mostra seu acabamento 
em cor branca para os pórticos 
estruturais laterais e beirais de 
cobertura, Seu acabamento 
“bruto” liso de concreto com 
grandes vão de aberturas que 
permite essas janelas de vidro 
enormes, uma de suas paredes 
contém um mural do artista 
Recifense Francisco Bernnand e 
no segundo pavimento a madeira 
no piso e uma das paredes 
dando um contrate com o liso do
concreto, com acesso as rampas 
que da outro contrate através 
no piso. A residencia Residência 
José Mário Taques Bittencourt 
II tem sua estrutura solucionada 
em caixote de concreto armado, 
a sua valorização estrutural é o 
concreto armado, abandonando 
as formas tradicionais de vigas e 
pilares possuindo laje nervurada 
possibilitando ampla visão de todos 
os espaços no pátio interno. como 
podemos ver o estudo da IAU-USP.
MATERIALIDADE E 
ESTRUTURA
A redução dos componentes de sua 
estrutura foi decisiva, resumindo-os a 
duas empenas de 21,50m posicionadas de 
maneira perpendicular à rua. O conjunto, 
como já foi dito, forma dois pórticos 
nos quais se fundem todas as vigas e 
os quatro únicos pontos de apoios da 
estrutura. As duas empenas são unidas 
por lajes nervuradas (unidirecionais) 
interligadas por rampas articuladas 
em níveis intermediários. As rampas 
assumem, além das funções de circulação 
vertical e horizontal, função estrutural. 
Fora esses elementos – todos estruturais 
– foram utilizados apenas fechamentos e 
divisórias de madeira, vidro ou alvenaria 
convencional, com exceção de dois 
muros em concreto ciclópico. Ainda 
assim, ao utilizá-los, Artigas marcou sua 
independência da estrutura principal 
através de outros materiais, como vidros 
ou grelhas para circulação de ar nos 
dormitórios. A imagem final alcançada 
pelo edifício releva de forma definitiva 
a intenção de determiná-lo por seus 
elementos estruturais. “ (IAU-USP, 2015)
Fonte: Archdaily Fonte: Archdaily Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
6160 rupe edição 001
RESIDÊNCIAS modernas RESIDÊNCIA JOSÉ MARIO BITTENCOURT
Nascido em 23 de junho de 1915, em Curitiba - PR. Arquiteto, 
engenheiro, urbanista, professor. formado em engenheiro-arquiteto 
na Poli/USP. Em 1937 logo após ser estagiário na construtora Bratke 
e Botti abriu sua empresa projeto e construção com Duílio Marone 
a Artigas & Marone Engenheiros. afasta-se em 1944 por decisão 
de ter seu próprio escritório ao lado do calculista Carlos Cascaldi, 
com interesse na política de regulamentação da profissão, Artigas 
com seus colegas abrem o Instituto dos Arquitetos do Brasil em 
São Paulo. em 1945 junta-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), 
No ano de 1946, consegue uma 
bolsa de estudo na Fundação 
Guggenheim, que por sua vez lhe deu 
a oportunidade de viajar durante 13 
meses no Estados Unidos, ao voltar 
para o Brasil participa da criação 
da Faculdade de Arquitetura e 
Urbanismo da Universidade de 
São Paulo (FAU/USP) em 1948. 
Realiza uma sequência notável 
de projetos que definem as 
linhas mestras do que se chama 
“escola paulista”: o Anhembi 
Tênis Clube, a Garagem de Barcos 
do Iate Clube Santa Paula, e o 
edifício da FAU/USP, na Cidade 
Universitária, todos em São Paulo
o arquiteto
1. João Batista Vilanova Artigas
2. Casa Vilanova Artigas
3. Casa Rubens de Mendonça
4. FAU USP
62 rupe edição 001
4
2
1
3
63
Fonte: Archdaily Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
RESIDÊNCIAS modernas RESIDÊNCIA JOSÉ MARIO BITTENCOURT
Arquiteto: Vilanova Artigas
Ano Projeto: 1967
Período de Construção: 1967
Estrutura: Concreto
Área do Terreno: 556 m
Área Construída: 239 m
Endereço: Rua Paulo Roberto Paes de Almeida, n.º 51 - Chácara Monte 
Alegre - São Paulo - São Paulo - Brasil
Uso: Residencial
Estado de Conservação: Bom 
A casa para Elza Salvatori 
Berquó, demógrafa entre 
os fundadores do CEBRAP, 
serviu como abrigo para 
revolucionários contra a 
ditadura que aconteceu no 
período,e também como 
uma experimentação 
artística de artigas, 
pois une elementos da 
arquitetura tradicional, 
ao mesmo tempo que 
os reinterpreta para os 
ideais do moderno, como 
o desenho das aberturas 
na fachada, que remetem 
aos lambrequins usados 
em telhados de casas de 
madeira, a casa foi tombada 
pelo CONPRESP em 2019.
Fonte 1, 2 e 3: Archdaily 
3
1 2
residÊncia 
ELZA 
BERQUÓ
64 rupe edição 001 65
RESIDÊNCIAS modernas RESIDÊNCIA ELZA BERQUÓ
“A arquitetura reivindica para si uma liberdade sem limites no que 
tange ao uso formal. Ou melhor, uma liberdade que só respeite 
a sua lógica interna enquanto arte.” (Acrópole, nº 319, jul. 1965)
desenho que proporciona maior 
plasticidade ao pesado concreto. 
Com a entrada principal a partir 
da sala de jantar, um quadrado se 
forma, dando acesso de um lado 
a área molhada (cozinha e área 
de serviço) e também a sala de 
estar, por sua vez a sala de estar 
está conectada a varanda, que se 
projeta sobre a garagem, além de 
dar acesso ao escritório, ambos, 
escritório e cozinha, possuem um 
corredor que circunda a abertura 
central e dá acesso aos quartos, 
sendo um deles suíte, ambos 
os quartos possuem uma porta 
que conecta a uma sacada e a 
um grande quintal nos fundos.
A planta térrea articula de forma 
tradicional os espaços, e traz a 
experimentação de artigas em 
busca de uma planta livre, com 
corredores sem fechamento. 
Com um terreno irregular, Artigas 
aproveitou os desníveis para 
criaruma garagem inferior a 
casa, utilizando de escadas para 
o acesso, a fachada discreta 
possui pequenas aberturas e 
o concreto é desenhado de 
forma a lembrar os lambrequins 
tradicionais, funcionando como 
elemento de privacidade e 
proteção da fachada norte, 
possuindo leves recortes em seu 
desenho que proporciona maior 
Planta Pavimento Térreo
Sem Escala
Planta Pavimento Superior
Sem Escala
Corte Longitudinal
Sem Escala
6766 rupe edição 001
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
Residênciais mode3rnas RESIDÊNCIA ELZA BERQUÓ
conforto térmico é obtido através 
de um vão central, que funciona 
como as janelas da casa, permitindo 
entrada de luz e ventilação natural, 
e possui corrediças que permitem 
maior ajuste da residência ao 
clima, podendo elas serem 
mantidas fechadas em dias frios. 
O projeto, realizado no inicio da 
ditadura (1964), reflete muita da 
necessidade devido ao período 
histórico, fechando-se em si mesmo 
de uma forma que traz maior 
privacidade aos moradores, que 
se reuniam contra a ditadura, com 
fachadas com poucas aberturas, o 
69rupe edição 00168 Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
RESIDÊNCIAS modernas RESIDÊNCIA ELZA BERQUÓ
O sistema construtivo 
predominante é em concreto 
armado, muito utilizado 
pelo arquiteto também em 
outros projetos, e parte de 
um módulo estrutura onde os 
pilares de seção quadrada são 
distribuídos uniformemente 
num ritmo de 5,5/5/5,5m com 
balanços de 2,5m, e 4/4/4, os 
pilares são discretos, porém, 
os 4 pilares da abertura central
são com troncos de madeira.
A resistência do concreto permitiu 
criar desenhos geométricos na 
fachada a partir da abertura de 
pontos estratégicos na vertical, e 
para quebrar o “peso” transmitido 
pelo concreto, madeira foi usada 
no piso, os revestimentos de piso 
externo são em pedra, as paredes 
são pintadas em branco, cor que 
confere um caráter neutro a casa.
MATERIALIDADE E 
ESTRUTURA
71
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
7170 rupe edição 001
RESIDÊNCIAS modernas RESIDÊNCIA ELZA BERQUÓ
Arquitetos: Terra e Tuma Arquitetos Associados
Ano: 2015
Localização: São Paulo – SP
Materiais: Alvenaria Estrutural
Tipologia: Residencial
A Casa Vila Matilde, que possui esse 
nome por conta do bairro que está 
inserida, se destaca pela sua qualidade 
arquitetônica e o baixo custo, diferente 
de diversas casas comumente vistas 
em publicações sobre arquitetura, esse 
projeto possui uma condição diferente: 
foi feito para Dalva, uma diarista 
aposentada, que usou o dinheiro que 
economizou durante toda sua vida para 
realizar a construção de sua casa, devido 
aos poucos recursos da moradora, os 
arquitetos do escritório Terra e Tuma 
optaram por usar um sistema de 
alvenaria estrutural, mais econômico, e 
tiveram diversas limitações financeiras 
que foram superadas de forma criativa 
e com um resultado favorável, a casa 
anterior de Dalva, antes situada onde 
hoje se encontra o projeto, foi demolida 
para dar espaço a nova pois possuía 
diversos problemas, tanto de ventilação 
com janelas abrindo para corredores, 
quanto de risco a vida da moradora 
pois a estrutura já estava fragilizada, 
para agilizar o processo de construção, 
paralelamente a demolição foi realizado 
muros de arrimo para sustentação das 
casas que se apoiavam sobre a que 
estava sendo demolida, e a definição 
das fundações da nova residência.
Danilo Terra cita que era um projeto 
que não poderia ter erros, uma vez 
iniciado, deveria dar certo até o 
final, pois dona Dalva não teria mais 
recursos para uma nova moradia.
Segundo site do escritório, 
a casa recebeu os seguintes 
prêmios:
• Archdaily BUILDING OF 
THE YEAR 2016
• 15a Mostra Internacional 
de Arquitetura da Bienal de 
Veneza
• X Bienal Iberoamericana de 
Arquitectura y Urbanismo 
2016 
• Prêmio de Arquitetura 
Instituto Tomie Ohtake 
Akzonobel 2016
• Indicada ao Mies Crown Hall 
Americas Prize – Instituto de 
Tecnologia de Illinois
Fonte 1. 2: Archdaily
1
rupe edição 00172
2
73
RESIDÊNCIAS contemporâneas
CASA
VILA 
MATILDE
Fonte: Archdaily
CASA VILA MATILDE
Fonte: Archdaily
Implantada num terreno de 
4,8x25m, possui um programa 
tradicional, com garagem aberta, 
sala, lavabo, uma pequena 
cozinha, área de serviço e uma 
suíte no térreo, e escada para uma 
suíte de visitas no andar superior 
(imagem x planta térrea). Os 
espaços são articulados através 
de um corredor central, após a 
sala, os usos de área molhada 
se concentram numa parede, 
e do outro lado um pequeno 
jardim, que dá suporte a área 
de serviço e contribui para uma 
maior ventilação dos ambientes, 
dando acesso também a suíte e 
a escada. A escada se concentra 
ao lado da suíte e o banheiro do 
térreo possui ventilação por ela, 
além da suíte superior, uma laje 
usada como jardim possibilita a 
expansão da casa sobre a sala. 
(imagem x planta pav superior). 
rupe edição 00174
Planta Pavimento Térreo
Sem Escala
Planta Pavimento Superior
Sem Escala
Corte Longitudinal
Sem Escala
Fonte: Archdaily 75
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
RESIDÊNCIAS contemporâneas CASA VILA MATILDE
Historicamente e 
predominantemente a arquitetura 
sempre esteve vinculada e atuou 
através de algum tipo de poder 
financeiro, seja ele da igreja, 
do Estado ou privado. [...] Isso 
transforma, então, a maioria das 
pessoas em espectadores. E 
como espectador não é ator, as 
pessoas não estão acostumadas 
a trabalhar, a ver e a entender a 
arquitetura como algo importante 
na sua vida, então os arquitetos 
são inacessíveis. [...] E a arquitetura 
não encontra muito, nas pessoas, 
na maioria da sociedade, uma 
forma adequada de trabalhar.” – 
Danilo Terra
Isso traz a tona um aprendizado 
fundamental para os profissionais 
de arquitetura: a construção 
de habitações de qualidade, 
independente de renda. E 
evidencia a necessidade de a 
arquitetura estar mais inserida em 
meio a camadas mais necessitadas 
da população, comparando a 
casa com as do entorno, a sua 
arquitetura e qualidade se destaca.
76 rupe edição 001
Fonte: ArchdailyFonte: Archdaily
77
Fonte: Archdaily
RESIDÊNCIAS contemporâneas CASA VILA MATILDE
e lajes e piso em concreto, 
utiliza caixilhos de aço com 
pintura eletrostática preta e 
grande extensão de vidro no 
corredor, a fiação aparente 
utiliza de eletrodutos rígidos.
Com predominância de alvenaria 
estrutural (solução construtiva 
também utilizada por Frank Lloyd 
Wright em suas textiles houses), 
sistema modular e econômico, 
além de uma solução racional para
construções pouco verticalizadas 
MATERIALIDADE E 
ESTRUTURA
78 rupe edição 001
Fonte: Archdaily
79
Fonte: Archdaily Fonte: Archdaily
Fonte: ArchdailyFonte: Archdaily
RESIDÊNCIAS contemporâneas CASA VILA MATILDE
Então, inicialmente vocês podem 
falar um pouco sobre o escritório 
de vocês? Como se conheceram, 
se foi na mesma faculdade ou 
profissionalmente em outro 
lugar? Qual visão vocês carregam 
ao projetar no escritório? 
 
O Pedro e a Juliana estudavam na 
mesma sala (faculdade) e o Danilo, 
q ue também fez Mackenzie, era 
namorado da juliana, na época. 
O escritório surge em 2005... 
2006... não tenho a data precisa. 
Eu (fernanda) entrei no escritório 
em 2012, já formada como 
arquiteta e dps me tornei sócia. 
 
Sobre a casa vila matilde, como foi o 
processo do projeto considerando 
as circunstâncias limitadas? Isso 
foi dificil ou foi natural e abriu 
espaço pra testar possibilidades 
diferentes de quando se 
tem um orçamento maior? 
 
Com o orçamento restrito e 
sem margem para eventuais 
aditivos no valor da obra, desde 
o início projetamos a casa 
atentos ao desenho e a planilha 
de custos (orçamentista). Não 
sei se foi difícil, mas exigia uma 
responsabilidade grande em 
cada traço do nosso desenho. 
Deu pra perceber que o custo não 
é um fator primordial, e ainda 
se traz vantagens relacionadas 
a segurança, mas ainda não 
acontece com frequência a 
contratação de arquitetos nessas 
obras, vocês veem como uma 
pouca familiaridade da população 
com arquitetos,por acharem 
que ficaria mais caro, um certo 
“preconceito” mesmo que na 
pratica não fique? Se sim, como 
nós enquanto arquitetos ou 
estudantes podemos mudar essa 
visão? Ou é mais uma questão 
de familiaridade? No sentido 
de que alguns não conhecem 
o trabalho de arquitetos? 
 
Acredito sim em um 
desconhecimento da população 
em relação aos nossos serviços e 
as vantagens da nossa contratação. 
Acredito que a gente possa abrir 
um diálogo maior com as pessoas, 
para que entendam o nosso papel 
e que nós, como classe, possamos 
ser cada vez mais capacitados 
para desenvolver projetos de boa 
qualidade com responsabilidade.
O que é arquitetura pra vocês? 
Qual visão vocês carregam 
ao projetar no escritório? 
 
Essa pergunta poderia ser 
respondida de tempos em tempos de 
forma diferente hehehe. Talvez esse 
seja um bom exercício para vocês 
também... pegar um caderninho 
para ir anotando todo ano... 
Preferimos optar por um 
sistema construtivo que já 
havíamos testado (alvenaria 
estrutural + laje painel pré-
moldada) e nos sentíamos 
mais confortáveis em relação 
ao custo, tempo de obra, etc. 
 
O que vocês consideram 
que impede o projeto de 
arquitetura se tornar mais 
acessível nas camadas de 
menor renda da população? 
 
O projeto de arquitetura custa 
pouco em relação ao custo da 
obra. O que acreditamos é que os 
projetos (arquitetura, estruturas, 
instalações, etc) auxiliam em 
um bom planejamento e até 
em uma diminuição de custos 
globais. Comprar o material da 
obra de pouco em pouco nas 
lojas de material de construção 
custa mais do que negociar todo 
o concreto/aço/areia/blocos 
da obra inteira. Fazer um pilar, 
fundação, lajes calculadas pelos 
engenheiros traz segurança, 
mas tb pode trazer economia 
na construção de uma 
estrutura bem dimensionada 
(e não superdimensionada, 
exigindo mais aço e concreto 
do que o necessário)
Em contraposição à arquitetura do 
espetáculo, hoje nós acreditamos 
em uma arquitetura como suporte 
para a vida, para os encontros. 
Uma arquitetura sólida, com 
espaços de qualidade (altura, 
largura, proporção) e conforto 
(ventilação, insolação, acústica), 
mas que não seja o “espetáculo” 
em si. Uma arquitetura que seja 
capaz de sofrer alterações nas suas 
superfícies (teto, piso, parede), 
mas que não perca a sua essência 
em relação ao espaço concebido.
Entrevista cedida por
Fernanda Sakano
Sócia Terra e Tuma
21/05/2021
Terra e Tuma
entrevista
80 rupe edição 001 81
Arquitetos: Marcio Kogan e coautoria de Suzana Glogowski
Ano da construção: 2006 - 2009
Área do Terreno: 50.000 m
Área construída: 840 m
Materiais: Concreto / Madeira / Vidro
Localização: Paraty – Rio de Janeiro
Fonte 1, 2, 3 e 4: Archdaily
4
1
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RESIDÊNCIAS contemporâneas
CASA
PARATY
CASA PARATY
O andar base conta com uma 
entrada de deck com piscina 
para sala de estar e sala de jantar 
no fundo um espelho d’água 
com escada para os demais 
pavimentos, ao lado uma sauna 
com ginásio e ao lado o deposito 
com um banheiro e mais uma 
escada. O primeiro andar com 
acesso pelas escadas, temos sala 
de jantar integrado com sala de 
estar e o terraço com acesso para 
a área da churrasqueira, lavanderia 
que ao lado temos a cozinha com 
despensa e um pátio no fundo
dos ambientes. Com acesso para 
o outro retângulo da residência 
temos um terraço que interliga 
os dois retângulos com um 
espaço grandioso podendo 
ser aproveitado com vistas 
encantadoras para o mar. Já no 
segundo pavimento com acesso 
por apenas uma escada no terraço 
termos uma área de circulação 
que permite a entrada para os 
dormitório e suíte que fica a frente 
para valorizar a vista noturna para 
o mar, mas na parte do fundo 
temos sala TV e jogos e um pátio.
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
84 rupe edição 001
Planta Pavimento Térreo
Sem Escala
Planta Segundo Pavimento 
Sem Escala
Planta Terceiro Pavimento
Sem Escala
Corte Longitudinal
Sem Escala
Fonte: Archdaily
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RESIDÊNCIAS contemporâneas CASA PARATY
A casa Paraty é acessada através 
de barco da praia, a arquitetura é 
vista sigilosa devido se conectar a 
natureza ao mesmo tempo em que 
a arquitetura busca se afastar da 
natureza como um gesto artificial, 
ela se torna parte da paisagem, 
por outro lado a arquitetura se 
constrói uma segunda natureza, 
com concreto e vidro, que sua 
paisagem natural envolve a 
obra mimetizando a construção 
como intenção do kogan “A 
relação dialética entre homem-
natureza é o próprio radicalismo 
desse projeto.” (Gabriel Kogan, 
2009). Aliado com a sofisticação 
estrutural e a organização na 
distruibuição do programa de 
necessidades que se fez um 
esquema simples e ao mesmo 
tempo complexo devido os 
desafios enfrentado, como 
a topografia do terreno, a 
integração com a paisagem e 
a estrutura com avanço de 8 
metros de balanço e 27 m de vão.
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
86 rupe edição 001 87
RESIDÊNCIAS contemporâneas CASA PARATY
A casa toda revestida de pedra 
com madeira nos dormitório tem 
um painéis retráteis de graveto 
de eucalipto que protegem do 
sol. Os espaços voltados para 
o fundo do edificação, têm 
pequenos pátios internos com 
iluminação zenital e o uso do 
concreto armado aparente têm 
uma textura que enaltece todas as 
paredes. os móveis é uma coleção 
exclusiva e importante do século 
XX desenhados, entre outros, por 
George Nakashima, Luis Barragan, 
Lina Bo Bardi, Sérgio Rodrigues, 
Joaquim Tenreiro e José Zanine 
Caldas.. A Casa Paraty - Studio 
MK27 foi construída através 
da encosta da ilha com dois 
retângulos que repousam nela, 
com dois prismas modernos 
entre as grandes e brutas pedras 
do litoral, com um balanço de 8 
metros o volume avança quase na 
altura da praia. Os volumes contém 
uma generosidade estrutural a 
qual se conecta e equilibra-se 
na topografia do terreno intacta.
MATERIALIDADE E 
ESTRUTURA
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
88 rupe edição 001 89
RESIDÊNCIAS contemporâneas
Fonte: Archdaily
CASA PARATY
Marcio Kogan (São Paulo, 6 de março de 1952) é um arquiteto, 
formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade 
Presbiteriana Mackenzie em 1976. Durante os primeiros anos de 
carreira, Marcio dividiu a atividade de arquitetura com a do cinema, 
em parcerias feitas com Isay Weinfeld, seu colega de faculdade. Em 
1988, a dupla produziu o longa metragem Fogo e Paixão e, entre 1995 
e 2004 fizeram juntos 5 exposições sobre arquitetura e humor. Desde 
2001, o escritório de Marcio Kogan passou a se chamar Studio MK27 
e partir de então começou a ganhar maior projeção internacional.
o arquiteto
Os trabalhos de Kogan se 
caracterizam pelo detalhamento 
arquitetônico, simplicidade 
formal, forte relação entre 
espaço interno e externo, grande 
conforto climático sobretudo por 
meio de sustentabilidade passiva, 
uso de volumes puros, aplicação 
de elementos tradicionais da 
arquitetura brasileira como os 
muxarabis e pelo desenho de 
plantas internas funcionais. Além 
disso, privilegia o emprego de 
materiais brutos como madeira, 
concreto e pedras. O crítico do 
New York Times Paul Goldberger 
citou o Kogan na FLIP de 
2013 como uma das principais 
referências da arquitetura 
brasileira contemporânea. 
1. Casa Pasqua - Studio MK27
2. Fazenda Catuçaba - Studio 
MK27 - Marcio Kogan + Lair Reis
3. Casa Plana - Lair Reis + Studio 
MK27 - Marcio Kogan
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RESIDÊNCIAS contemporâneas
Fonte: Archdaily
CASA PARATY
1
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
Fonte: Archdaily
qUAL A IMPORTÂN-
CIA DO ESTUDO DE 
HISTÓRIA DA AR-
QUITETURA?
A história tem o poder de 
traduzir o poema da transição 
do tempo, dessa forma o leitor 
pode emergir no passado, 
mergulhando e se debruçando 
sobre pensamentos levantados 
anteriormente, ao mesmo 
tempo em que percebe que 
embora moldassem o construir 
em regras, tempos depois tais 
regras foram quebradas, algo 
natural e que em seu própriotempo se mostrou necessário 
para vir o novo, sempre refletindo 
o espírito de sua era edificado, o 
poema da passagem do tempo, 
que nos faz entender desde 
mesmo antes da escrita, através 
de interpretações e evidências, 
e que possibilita, por meio de si, 
a fragmentação e organização 
da cronologia humana através 
de páginas, documentos, aulas.
visão dos autores
EDITORIAL
92 rupe edição 001 93
FARIAS, Nuri. “Casa Vila Matilde/ Terra e Tuma Arquitetos 
Associados”. 2015. Galeria da Arquitetura. Disponível em: 
<https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/terra-e-
tuma_/casa-vila-matilde/2546> Acesso em 26 Abril 2021.
FARIAS, Nuri. “Casa Vila Matilde/ Terra e Tuma Arquitetos Associados”. 
2015. Galeria da Arquitetura. Disponível em: <https://arquivo.arq.
br/projetos/residencia-elza-berquo> Acesso em 4 Maio 2021.
“Casa Elza Berquó, Vilanova Artigas - São Paulo/SP, 
1967”. Nelson Kon. Disponível em: <http://www.nelsonkon.
com.br/casa-elza-berquo/> Acesso em 4 Maio 2021.
HERMANN, Fernanda. MARCON, Guilherme. “Casas de artigas: uma 
análise sobre a evolução da produção arquitetônica do arquiteto”. 
Revista Thêma et Scientia v1, n1E. 2017. Acesso em 7 de Junho 2021.
ARCHDAILY. Casa Paraty / Studio MK27. Disponível em: 
h t tps : //www.archda i l y.com.br/br/01 -28918/casa-paraty-
studio-mk27-marcio-kogan. Acesso em: 5 jun. 2021.
ARCHDAILY. Estado de São Paulo aprova o tombamento da 
Residência José Mário Taques Bittencourt II de Vilanova Artigas. 
Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/803841/estado-
de-sao-paulo-aprova-o-tombamento-da-residencia-jose-mario-
taques-bittencourt-ii-de-vilanova-artigas. Acesso em: 4 jun. 2021.
ARQUIVO ARQ. Residência José Mário Taques Bittencourt 
II. Disponível em: https://arquivo.arq.br/projetos/
residencia-taques-bittencourt-ii. Acesso em: 3 jun. 2021.
FOLHA DE S.PAULO. Residência Taques Bittencourt 2. Disponível 
em: https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1643241847363051-
residencia-taques-bittencourt-2. Acesso em: 4 jun. 2021. 
GALERIA DA ARQUITETURA. Casa Paraty. Disponível 
em: https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/
studio-mk27_/casa-paraty/367. Acesso em: 6 jun. 2021.
PDF IAU-USP. O papel da casa Mario Taques Bittencourt II. Disponível 
em: OpapeldacasaMarioTaquesBittencourt.doc.. Acesso em: 5 jun. 2021.
PDF UFRGS. A linguagem da estrutura na obra Vilanova Artigas. 
Disponível em: Alinguaguemdaestrutura.doc. Acesso em: 5 jun. 2021.
STUDIO MK27. CASA PARATY. Disponível em: http://
studiomk27.com.br/pb/paraty/#21. Acesso em: 6 jun. 2021.
ARCHDAILY. Clássicos da Arquitetura: Casa Gehry / Frank Gehry. 
Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/01-75579/classicos-
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ARCHDAILY. Https://www.archdaily.com.br/br/01-75579/classicos-
da-arquitetura-casa-gehry-frank-gehry. Disponível em: https://
www.ebiografia.com/frank_gehry/. Acesso em: 8 jun. 2021.
ARCHEYES. Frank Gehry House em Santa Monica / 
Gehry Partners. Disponível em: https://archeyes.com/
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VAUMM. Casa de Frank Gehry. Disponível em: http://vaumm.
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SVEIVEN, MEGAN. AD Classics: Ennis House: Frank Lloyd 
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REFERÊNCIAS
94 rupe edição 001 95
ANÚNCIO
COELHO, VALÉRIA. Ennis House. Hardecor, Estados 
Unidos, 2005. Disponível em: <https://hardecor.
com.br/ennis-house/>. Acesso em 25/03/2021.
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GELMINI, Gianluca. Frank Lloyd Wright: Coleção folha grandes 
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Casa Vila Matilde: Terra e Tuma Arquitetos Associados. ArchDaily, 
Brasil, 2015. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/776950/
casa-vila-matilde-terra-e-tuma-arquitetos> Acessado 28/03/2021.
Casa Paraty / Studio MK27. ArchDaily, Brasil, 2016. Disponível 
em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-28918/casa-
paraty-studio-mk27-marcio-kogan>. Acesso em: 12/03/2021
Clássicos da Arquitetura: Villa Tugendhat/Mies van der 
Rohe. Archdaily, 2008. Disponível em: <https://www.
archdaily.com.br/br/01-106899/classicos-da-arquitetura-villa-
tugendhat-slash-mies-van-der-rohe>. Acesso em: 19 fev. 2021.
Mies van der Rohe. ARQUITAU WORDPRESS, 2012. 
Disponível em: <https://arquitau.wordpress.com/2016/08/25/
mies-van-der-rohe/>. Acesso em: 26/03/2021
Residência José Mário Taques Bittencourt II. Arquivo Arq, 
2017. Disponível em: <https://arquivo.arq.br/projetos/
residencia-taques-bittencourt-ii>. Acesso em: 12/03/2021.
Villa Tugendhat. Behance, 2013. Disponível em: <https://
w w w. b e h a n ce . n e t /g a l l e r y/4 6 4 3 2 3 5 1 / R E V I T-T R A I N I N G -
VILLA-TUGENDHAT>. Acesso em: 22/03/2021.
Vila Tugendhat. Tugendhat, 2015. Disponível em: <https://
www.tugendhat.eu/en/>. Acesso em: 12/03/2021.
96 rupe edição 001 97
Bruno dos Santos 18100369
Mayara Fernandes 19100565 
Naama Malaquias 19100410
Samuel Aragão 19100445
ARQUITETURA 
E URBANISMO

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