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Infecções sexualmente transmissíveis Saúde Sexual Saúde sexual é uma estratégia para a promoção da saúde e do desenvolvimento humano (COLEMAN, 2011) e integra aspectos somáticos, emocionais, intelectuais e sociais do ser sexual, de maneiras que são positivamente enriquecedoras e que melhoram a personalidade, a comunicação, o prazer e o amor (WHO, 1975). A escuta ativa e a promoção de um ambiente favorável ao diálogo sobre as práticas sexuais devem estar presentes na rotina dos serviços de saúde. Essa abordagem possibilita vínculos e facilita a adesão às tecnologias disponíveis ofertadas pelos profissionais de saúde. A escuta qualificada deve ser realizada com atenção e respeito, livre de preconceitos, possibilitando que a própria pessoa encontre soluções para suas questões (BRASIL, 2010b). Sexo seguro Geralmente, o termo “sexo seguro” é associado ao uso exclusivo de preservativos. Por mais que o uso de preservativos seja uma estratégia fundamental a ser sempre estimulada, ele possui limitações. Assim, outras medidas de prevenção são importantes e complementares para uma prática sexual segura, como as apresentadas a seguir: · Usar preservativo; · Imunizar para HAV, HBV e HPV; · Conhecer o status sorológico para HIV da(s) parceria(s) sexual(is); · Testar regularmente para HIV e outras IST; · Tratar todas as pessoas vivendo com HIV –PVHIV (Tratamento como Prevenção e I=I1 ); · Realizar exame preventivo de câncer de colo do útero (colpocitologiaoncótica); · Realizar Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), quando indicado; · Conhecer e ter acesso à anticoncepção e concepção; › Realizar Profilaxia Pós-Exposição (PEP), quando indicado. Importância das IST · Doenças muito prevalentes, de alta infectividade; · Todas as IST, incluindo a Sífilis, atualmente com incidência crescente; · Existe um comportamento sinérgico entre a infecção pelo HIV e as outras IST, sendo a coinfecção responsável pela mudança no comportamento clínico e epidemiológico de ambas; · A presença de uma IST não tratada aumenta o risco de infecção pelo HIV; · Podem, se não tratadas adequadamente numa fase inicial, gerar grande ônus pessoal num futuro devido às suas complicações ( sífilis terciária, carcinomas espinocelulares de colo de útero, pênis e canal anal, hepatites virais crônicas e suas complicações, doença inflamatória pélvica e a própria infecção pelo HIV). Quesitos importantes frente a um caso novo de IST · Identificar as práticas e frequências dos comportamentos sexuais; · Identificar o número de parcerias e investigar outras IST nelas; · Discutir a necessidade de evitar relações sexuais desprotegidas; · Informar e orientar sobre a IST apresentada no momento; · Discutir a melhor forma de convocação de parceria para avaliação. As principais síndromes · Úlceras genitais; · Corrimentos vaginais (uretrites); · Corrimentos vaginais; · Endocervicite mucopurolenta; · Desconforto e dor pélvica; · Epididimite; · Proctites; · Verrugas anogenitais. ÚLCERAS GENITAIS a) Herpes-genital: transmissão por contato direto; b) Herpes simples tipo 1: Acometimento peri-oral, cutâneo sistêmico e genital – transmissão cutânea, mesmo sem lesão ativa, por mucosas e transmissão sexual; c) Herpes simples tipo 2: Acometimento predominantemente genital, com transmissão sexual. d) Cancro mole (cancroide) · Causada pela bactéria Haemophilus ducreyi; · Doença mais comum em regiões tropicais; · Período de incubação: 5 a 12 dias; · Múltiplas úlceras pequenas dolorosas que acometem os órgãos sexuais (pênis, vagina e ânus); · As lesões habitualmente apresentam pús; · Em metade dos casos há surgimento de linfonodomegalias inguinais. Em 65% dos casos, unilaterais. Pode haver fistulização; · Transmissão por relações sexuais desprotegidas. e) Linfogranuloma venéreo · Causada pela Chlamydia trachomatis; · Manifestação clínica mais comum: Linfonodomegalia inguinal e femoral. d) Donovanose · Causada pela bactéria Klebsiella granulomatis; · Habitualmente de evolução mais lenta e insidiosa, podendo ter curso crônico se não tratada; · Também é mais comum em regiões tropicais; · Acometimento preferencial de pele de regiões genitais, ânus e mucosas; · Inicialmente lesão avermelhada com evolução para úlcera que pode atingir grandes extensões f) Sífilis · A lesão primária de sífilis pode apresentar-se como uma úlcera, única, de fundo limpo e indolor; · Acomete pele da região genital; pode também acometer mucosas. g) Corrimentos uretrais · Causa mais comum de corrimento uretral: infecciosa; · Na etiologia infecciosa, a transmissão tem como principal via a sexual, sem uso de preservativos; · Principais patógenos associados: Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoea, Micoplasma sp, Trichomonas vaginalis, Herpes simplex · Causas inflamatórias: granulomatose de wegener e doença behçet; · Causas químicas ou mecânicas: uso de cateteres de sondagem vesical e instrumentos e substâncias com objetivo erótico; · A coinfecção com a Chlamydia trachomatis ocorre em 10 a 30% dos casos de uretrite; · A detecção da clamídia exige métodos mais complexos dos que os habitualmente disponíveis em laboratórios de rotina; · Sendo assim, a coinfecção com a clamídia nunca pode ser afastado, o que faz com que seja sugerido sempre o tratamento deste agente; · A recorrência ou persistência da uretrite é bastante comum, nessa situação deve-se avaliar: Se trata mesmo de uretrite, avaliação dos parceiros sexuais, nova infecção, infecção por outro patógeno (atípico), considerar resistência ao antibiótico prescrito e considerar outras causas (ITU, fimose com má higiene, lesões tumorais) Tratamento dos parceiros sexuais: Convocação e tratamento empírico de todos os parceiros sexuais nos últimos 60 dias antes do diagnóstico. · Sinal mais importante: presença de corrimento uretral purulento ou mucopurulento; · Sintomas mais comuns: prurido uretral e disúria (mas também pode ser assintomática). h) Corrimentos vaginais · Podem ser acompanhados de prurido e mau odor; · Pode significar infecção apenas da região vaginal ou infecção da região do colo uterino; · Doenças mais comuns: Vaginose bacteriana – agente: Gardnerella vaginalis Tricomoníase – agente: Trichomonas vaginalis Candidíase – agente: Candida sp i) Verrugas anogenitais · Lesões proliferativa benignas; · Transmissão sexual; · Agente causador: papilomavírus humano (HPV), subtipo mais comuns: 6 e 11, porém podendo haver participação de tipos mais oncogênicos; · Localização genital; · Podem ser assintomáticas, pruriginosas ou dolorosas.
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