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Exame físico do abdome

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1 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
SEMIOLOGIA GASTROINTESTINAL 
 
 
 
→ Hipocôndrio direito (HCD): fígado, vesícula biliar, rim direito; 
→ Epigástrio: lobo esquerdo do fígado, piloro, duodeno, cólon transverso e cabeça e corpo do pâncreas; 
→ Hipocôndrio esquerdo: baço, estômago, rim esquerdo, cauda do pâncreas; 
→ Flanco direito (ou região lateral): cólon ascendente, rim direito e jejuno; 
→ Mesogástrio (ou região umbilical): duodeno, jejuno, íleo, aorta abdominal, mesentério, linfonodos; 
→ Flanco esquerdo (ou região lateral): cólon descendente, jejuno, íleo; 
→ Fossa ilíaca direita (ou região inguinal): ceco, apêndice, ovário e tuba uterina direita; 
→ Hipogástrio: bexiga, útero, ureter; 
→ Fossa ilíaca esquerda (ou região inguinal): cólon sigmoide, ovário e tuba esquerda. 
 
 
➔ INSPEÇÃO ESTÁTICA 
Deve ser realizada com o paciente em decúbito dorsal com pernas estendidas. São observadas, 
forma, volume e alterações cutâneas do abdome. 
Forma: avaliar se há presença de assimetria, como pode ocorrer na hepatoesplenomegalia, hérnias 
de parede abdominal, neoplasias e obstruções. 
 
Reconhecer o tipo de abdome do paciente: plano, 
globoso, escavado, avental, pendular, em ventre de 
batráquio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abaulamentos: presença de massas abdominais, como neoplasias ou hérnia da parede abdominal. 
Retrações (depressões): bridas pós-cirúrgicas, caquexia. 
Circulação colateral: pode ser visível em caso de obstrução do sistema venoso porta (cabeça de 
medusa) ou veia cava. 
 
2 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
Lesões cutâneas: sinal de Cullen (região periumbilical) e sinal de Grey-Turner (região dos flancos), 
presentes na pancreatite aguda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➔ INSPEÇÃO DINÂMICA 
 
Manobra de Valsalva: provoca aumento da pressão abdominal devido a 
contração do diafragma e dos músculos abdominais. Evidencia hérnias. 
 
 
 
Manobra de Smith-Bates: paciente contrai os músculos abdominais, 
elevando os membros inferiores sem fletir os joelhos. Essa manobra é útil 
para diferenciar hérnia, lipoma ou massas abdominais. 
 
 
 
 
OBS: diferente do sistema cardiovascular e respiratório, a ausculta deve ser o primeiro elemento a 
ser avaliado após a inspeção. A explicação é que a palpação ou percussão do abdome pode alterar 
os movimentos peristálticos. 
 
➔ AUSCULTA 
Deve ser realizada nos quatro quadrantes de forma superficial para avaliar os ruídos hidroaéreos. 
Para avaliar alterações do fluxo aórtico (sopros ou aneurismas), aprofunda-se o estetoscópio ao 
longo do trajeto da aorta. 
Principais alterações a serem pesquisadas na ausculta: 
- Presença de ruídos hidroaéreos (descrever intensidade ++++/IV); 
- Peristaltismo de luta: obstrução; 
- Íleo paralítico: silêncio abdominal; 
- Sopros: sugerem aneurismas e compressões arteriais. 
Em condições patológicas os ruídos hidroaéreos podem estar com intensidade aumentada (exemplo: 
diarreias, hemorragias digestivas, suboclusão intestinal ou obstrução intestinal) ou diminuída ou 
ausente (exemplo: íleo paralítico). Os ruídos hidroaéreos podem assumir o tom metálico, nos casos 
de obstrução de intestino delgado. 
➢ Auscultar artérias renais (paramediana supraumbilical, bilateralmente), ilíacas (paramediana 
infraumbilical, bilateralmente), femorais (região inguinal). 
➢ Auscultar aorta abdominal; 
 
3 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
➔ PERCUSSÃO 
A partir da percussão é possível identificar presença de ar livre, líquidos e massas intra-abdominais. 
A técnica é digito-digital, em que o examinador posiciona uma das mãos sobre o abdome e percute 
com o dedo indicador. 
• Som normal: maciço (baço e fígado), timpânico (vísceras ocas); 
• Percussão normal: macicez hepática no hipocôndrio direito; timpanismo no espaço de 
Traube, timpanismo nas demais regiões. 
• Massas abdominais sólidas ou líquidas (ascite) são maciços. 
• Timpanismo generalizado pode indicar obstrução. 
Algumas manobras são fundamentais para avaliar o paciente com suspeita de ascite, que é o acúmulo 
de líquido na cavidade peritoneal. Essa avaliação baseia-se justamente na percussão como veremos 
nas duas principais manobras abaixo: 
➢ Macicez móvel: ocorre em casos de ascite de médio volume. Quando o paciente está em 
decúbito dorsal o líquido acumula-se na região lateral do abdome, revelando timpanismo na 
região anterior, quando o paciente posiciona-se em decúbito lateral, o líquido desloca-se para 
o mesmo lado, onde fica maciço e a região acima fica timpânica. 
➢ Semi-círculo de Skoda: com o paciente em decúbito dorsal percute-se a regiçao periumbilical 
do meio para as extremidades. Em casos de ascite, observa-se alteração do timpanismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➔ PALPAÇÃO 
Palpação superficial: Avaliar sensibilidade, integridade anatômica e grau de distensão da parede 
abdominal. Os pacientes com dor abdominal devem ser solicitados a localizá-la. Só então inicia-se a 
palpação da área mais distante da região dolorosa, deixando esta por último. Deve ser feita com uma 
mão a 45 graus ou duas mãos superpostas. 
 
Palpação profunda: tem como objetivo palpar órgãos abdominais em busca de visceromegalias e 
tumorações. 
- Palpação do fígado: o método mais utilizado na prática é o de Lemos 
Torres, em que o examinador com a mão esquerda na região lombar direita 
do paciente tenta evidenciar o fígado para frente e com a mão direita 
espalmada sobre a parede anterior, tenta palpar a borda hepática anterior 
durante a inspiração profunda. 
Deve ser avaliado a borda hepática, se tem borda fina ou romba; 
regularidade da superfície, sensibilidade, consistência, presença de 
nodulações. 
 
4 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
- Palpação do baço: normalmente não 
é palpável, exceto quando atinge duas 
ou três vezes seu tamanho normal. 
Para palpá-lo, o examinador posiciona-
se à direita do paciente e com a mão 
direita em garra tenta sentir o polo 
esplênico inferior durante a inspiração 
profunda próximo ao rebordo costal 
esquerdo. 
 
Uma das formas mais conhecidas de palpar o baço é pela posição de Schuster. O 
paciente deve estar posicionado em decúbito lateral direito com o membro inferior 
esquerdo fletido a 90° e o joelho serve como ponto de apoio sobre a mesa do exame, 
garantindo equilíbrio ao paciente. 
 
 
Pontos dolorosos: 
- Ponto epigástrico: sensível na úlcera péptica 
em atividade; 
- Ponto cístico: situa-se no ângulo formado pelo 
rebordo costal direito com a borda externa do 
músculo reto abdominal, na interseção da linha 
hemi clavicular com o rebordo costal direito. 
Deve ser palpado em busca do Sinal de Murphy 
que pode estar presente na colecistite aguda. 
 
Ponto de McBurney: união do terço externo 
com dois terços internos da linha que une a 
espinha ilíaca ântero-superior à cicatriz 
umbilical. Dor nessa região sugere apendicite 
aguda. O Sinal de Blumberg, dor a 
descompressão, pode ser pesquisado na 
palpação profunda. 
 
 
 
 
MANOBRAS ESPECIAIS 
 
➢ SINAL DE BLUMBERG 
O sinal de Blumberg é um sinal médico caracterizado por dor ou piora da dor à compressão e 
descompressão súbita do ponto de McBurney. Importante notar que o verdadeiro sinal de Blumberg 
positivo ocorre somente quando a dor ocorre em dois tempos: (1) durante a compressão e (2) na 
descompressão, sendo nesta de muito maior intensidade. À palpação abdominal, observa-se 
contração voluntária da parede abdominal como um todo, com dor principalmente a descompressão 
brusca da fossa ilíaca direita (FID), caracterizando sinal de Blumberg positivo, típico da apendicite 
aguda. 
 
5 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
Ponto de McBurney: Também chamado de ponto apendicular. 
É traçado uma linha que liga a cicatriz umbilical com a espinha ilíaca ântero-superior. Divide-se esta 
linha em 3 partes, sendo o ponto referido o local que corresponde ao encontro do terço médio com 
o terço distal da linha. Com o paciente em decúbito dorsal, é realizada uma compressão no ponto de 
McBurney, seguida de uma descompressão súbita, que será referida pelo pacientecomo dor ou piora 
da dor quando o sinal estiver presente. 
 
O sinal de Blumberg só é pesquisado 
no ponto de Mcburney, sendo que a 
descompressão dolorosa em qualquer 
outra parte do abdome não é 
reconhecida como este sinal. Indica 
alguma peritonite, porém não 
apendicite. 
 
 
➢ SINAL DE MURPHY 
É indicativo de colecistite, quando o paciente suspende a 
inspiração por dor à compressão do rebordo costal direito (onde 
se encontra a vesícula biliar). O examinador deve traçar uma linha 
imaginária da espinha ilíaca antero superior esquerda até o 
rebordo costal direito que passe pelo umbigo, encontrando o 
ponto de cruzamento com a linha hemiclavicular direita; coloca 
sua mão esquerda ao nível da borda interna do m reto anterior. 
Sem afrouxar a pressão exercida manda-se o paciente inspirar 
profundamente. Em caso de dor, o paciente interrompe o 
movimento respiratório, ao mesmo tempo que reclama da 
palpação dolorosa. 
 
 
➢ SINAL DE ROVSING 
É um sinal de apendicite. Se a palpação do quadrante inferior 
esquerdo do paciente resultar em dor no quadrante inferior direito, 
diz-se que o paciente é positivo para o sinal de Rovsing. Essa palpação 
é realizada procurando-se “ordenhar” o intestino grosso, a partir do 
sigmoide, retrogradamente, em direção ao cólon descendente, 
transverso e ascendente, onde o acúmulo de gases e/ou fezes gera a 
dor, pois é aí que se encontra o apêndice. 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
➢ SINAL DO PIPAROTE 
O sinal de Piparote é realizado com o paciente deitado de costas 
e auxilia no diagnóstico de ascites. No exame, o examinador 
coloca sua mão em um dos flancos do abdômen e um dedo médio 
do outro lado, empurrando contra o flanco contralateral. Este 
movimento fará com que o líquido ascítico se mova, formando 
uma onda que será percebida pelo tato das digitais. O exame será 
positivo para ascite quando a ascite tiver um grande volume 
líquido. 
 
 
➢ SINAL DE GIORDANO 
O paciente deve estar sentado e inclinado para a frente. O profissional faz 
uma súbita punho-percussão, com a borda ulnar da mão na região da fossa 
lombar do paciente, na altura da loja renal. Se a manobra evidenciar sinal 
de dor aguda, em pontada, é positivo, o que indica grande probabilidade 
de doença renal, como litíase e pielonefrite aguda. 
 
 
 
➢ SINAL DO OBTURADOR 
O sinal do obturador é um sinal indicador de irritação do 
músculo obturador interno. Para realizá-lo, com o paciente em 
decúbito dorsal, faz-se a flexão passiva da perna sobre a coxa 
e da coxa sobre a pelve, então procede-se com uma rotação 
interna da coxa. É um dos sinais da apendicite. Tem maior 
sensibilidade nas apendicites com posição retrocecal, aderido 
ao músculo obturador. Dá-se positivo quando se refere dor no 
hipogastro. 
 
 
➢ SINAL DO PSOAS 
O sinal do psoas é indicativo de irritação do músculo psoas, 
sendo um dos sinais de apendicite aguda. Posiciona-se o 
paciente em decúbito lateral esquerdo, e o examinador deve 
realizar a hiperextensão passiva de membro inferior direito 
(ou flexão ativa contra resistência). Em caso de dor a 
hiperextensão passiva ou a flexão ativa, o sinal é positivo. 
 
 
 
7 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2

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