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Pós-graduação em Direito Público Disciplina: Direito Constitucional Aula 2/4 Prof.ª Bruna Vieira Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Profa. Bruna Leyraud Vieira Moniz Ribeiro Mestranda em Direito no UNISAL, aluna especial no Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu da USP (Faculdade de Direito - Universidade São Paulo) MIDIAS SOCIAIS: Instagram: profabrunavieira Facebook: @professorabruna E-mail: professorabrunavieira@gmail.com Senha de desconto para livros da Editora FOCO (https://www.editorafoco.com.br/): professorabruna Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 ... 8. Poder Constituinte 8.1. Poder constituinte originário 8.2. Poder constituinte derivado Se divide em: a) Derivado DECORRENTE b) Derivado REFORMADOR c) Derivado REVISOR Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 a) Derivado DECORRENTE (art. 11 do ADCT e 25 da CF) Art. 11 do ADCT. Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta. Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em dois turnos de discussão e votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Art. 25 da CF. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. Art. 32 da CF. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 b) Derivado REFORMADOR (art. 60 da CF). Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. c) Derivado REVISOR (art. 3º do ADCT) Art. 3º do ADCT. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Eficácia jurídica das normas constitucionais - Normas constitucionais de eficácia PLENA Exemplos: arts. 1º, 2º, 13, 18,§1º, todos da CF/88 - Normas constitucionais de eficácia CONTIDA . Exemplo: art. 5º, XIII, CF. - Normas constitucionais de eficácia LIMITADA. Exemplos: arts. 88 e 102, §1º, CF etc. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Direitos e Garantias Fundamentais Prof. ª Bruna Vieira Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 1.Direitos e garantias fundamentais Os direitos fundamentais são gênero do qual são espécies: -DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS (art. 5º) -DIREITOS SOCIAIS (arts. 6º a 11) -NACIONALIDADE (arts. 12 e 13) -DIREITOS POLÍTICOS (arts. 14 a 16) - DOS PARTIDOS POLÍTICOS (art. 17) Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 DIREITOS SOCIAIS (arts. 6º a 11) Art. 6º São direitos sociais - a educação, - a saúde, - a alimentação (EC 64/10), - o trabalho, - a moradia (EC 26/00), - o transporte (EC 90/15), - o lazer, - a segurança, - a previdência social, -a proteção à maternidade e -à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Embora os direitos fundamentais não possam ser suprimidos do texto constitucional, há situações em que poderá ocorrer a suspensão ou restrição temporária de direitos e garantias: a) na vigência de estado de defesa; b) na vigência de estado de sítio; c) na hipótese de intervenção federal. É possível que seja acrescentado um direito fundamental ao rol das cláusulas pétreas? R: art. 5º, LXXVIII, da CF – Princípio da razoável duração do processo. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Art. 5º, §2º, da CF: “os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”. O Supremo Tribunal Federal já afirmou reiteradas vezes que os direitos e garantias fundamentais não se esgotam no artigo 5º da lei maior, podendo ser encontrados em diversos dispositivos inseridos na Constituição, como por exemplo: sistema tributário constitucional, a partir do artigo 145 da CF. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Características dos direitos fundamentais: a) Universalidade b) Limitabilidade ou caráter relativo c) Cumulatividade ou concorrência dos direitos fundamentais d) Irrenunciabilidade e) Irrevogabilidade f) Imprescritibilidade g) Historicidade (gerações ou dimensões) Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Direitos fundamentais em espécie - Direito à vida e à integridade (art. 5º, “caput”, da CF). Obs.: a CF admite a pena de morte em caso de guerra externa declarada (art. 5º, XLVII, "a“, e art. 84, XIX, CF). - O STF, ao julgar a ADI 3.510, declarou que o artigo 5º da Lei de Biossegurança (Lei 11.105/05) é constitucional, autorizando, portanto, as pesquisas com células-tronco. - Interrupção da gravidez do feto anencefálico Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 -Princípio da igualdade ou isonomia (art. 5º, I, da CF); -Direito de resposta (art. 5º, V, da CF), desde que proporcional ao agravo. Art. 220, CF – manifestação de pensamento, de informação e proibição da censura política; -Princípio da liberdade religiosa (art. 5º, VI, da CF + art. 19, I, da CF): o nosso país é considerado laico ou leigo (sem religião oficial); -Liberdade de pensamento e manifestação (art. 5º, IX, da CF): Essa garantia abrange também o direito de opinião, de informação e de escusa de consciência. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 STF: O primeiro é o RE 511.961, que declarou como não recepcionado pela Constituição o artigo 4º, V, do Decreto-Lei 972/1969, que exigia diploma de curso superior para o exercício da profissão de jornalista; e o segundo é dado na ADPF 130 ao considerar como não recepcionada toda a Lei de Imprensa (Lei 5.250/1967). -Princípio da inviolabilidade domiciliar (art. 5º, XI). Exceções. - Direito de exercer qualquer profissão (art. 5º, XIII, da CF): Exame de Ordem e atividade de jornalismo. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 - Direito de reunião (art. 5º, XVI, da CF); -Direito de associação (art. 5º, XVII a XXI, da CF; -Direito de propriedade (art. 5º, XXII a XXV, da CF); -Direito à informação (art. 5º, XXXIII, da CF), regulamentado pela Lei nº 12.527/11; -Direito de petição e de certidão (art. 5°, XXXIV, “a” e “b”, da CF): são assegurados a todos, independentementedo pagamento de taxas. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 - Hipóteses de prisão civil (art. 5º, LXVII, da CF): impossibilidade de prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel. O STF decidiu que é ilegal a prisão do depositário infiel (Súmula Vinculante nº 25). -Direito à celeridade processual (art. 5º, LXXVIII): a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 - Controle concentrado de constitucionalidade -(...) Lei Estadual 8.008/2018 do Rio de Janeiro, que impõe a obrigatoriedade de que as crianças e adolescentes do sexo feminino vítimas de estupro sejam examinadas por perito legista mulher (...). Lei impugnada em sintonia com o direito fundamental à igualdade material (art. 5º, I, da CRFB), que impõe especial proteção à mulher e o atendimento empático entre iguais, evitando-se a revitimização da criança ou adolescente, mulher, vítima de violência. -[ADI 6.039 MC, rel. min. Edson Fachin, j. 13-3-2019, P, DJE de 1º-8-2019.] Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 -• NOVO: Afronta aos princípios da liberdade de manifestação de pensamento e da autonomia universitária. (...) Inconstitucionalidade de interpretação dos arts. 24 e 37 da Lei n. 9.504/1997 que conduza a atos judiciais ou administrativos que possibilitem, determinem ou promovam ingresso de agentes públicos em universidades públicas e privadas, recolhimento de documentos, interrupção de aulas, debates ou manifestações de docentes e discentes universitários, a atividade disciplinar docente e discente e coleta irregular de depoimentos pela prática de manifestação livre de ideias e divulgação de pensamento nos ambientes universitários ou equipamentos sob administração de universidades púbicas e privadas e serventes a seus fins e desempenhos. -[ADPF 548, rel. min. Cármen Lúcia, j. 15-5-2020, P, DJE de 9-6-2020. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 -A Democracia não existirá e a livre participação política não florescerá onde a liberdade de expressão for ceifada, pois esta constitui condição essencial ao pluralismo de ideias, que por sua vez é um valor estruturante para o salutar funcionamento do sistema democrático. A livre discussão, a ampla participação política e o princípio democrático estão interligados com a liberdade de expressão, tendo por objeto não somente a proteção de pensamentos e ideias, mas também opiniões, crenças, realização de juízo de valor e críticas a agentes públicos, no sentido de garantir a real participação dos cidadãos na vida coletiva. São inconstitucionais os dispositivos legais que tenham a nítida finalidade de controlar ou mesmo aniquilar a força do pensamento crítico, indispensável ao regime democrático. Impossibilidade de restrição, subordinação ou forçosa adequação programática da liberdade de expressão a mandamentos normativos cerceadores durante o período eleitoral. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 -Tanto a liberdade de expressão quanto a participação política em uma Democracia representativa somente se fortalecem em um ambiente de total visibilidade e possibilidade de exposição crítica das mais variadas opiniões sobre os governantes. O direito fundamental à liberdade de expressão não se direciona somente a proteger as opiniões supostamente verdadeiras, admiráveis ou convencionais, mas também aquelas que são duvidosas, exageradas, condenáveis, satíricas, humorísticas, bem como as não compartilhadas pelas maiorias. Ressalte- se que, mesmo as declarações errôneas, estão sob a guarda dessa garantia constitucional. Ação procedente para declarar a inconstitucionalidade dos incisos II e III (na parte impugnada) do artigo 45 da Lei 9.504/1997, bem como, por arrastamento, dos parágrafos 4º e 5º do referido artigo. -[ADI 4.451, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 21-6-2018, P, DJE de 6-3-2019.] Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Retirar de circulação produto audiovisual disponibilizado em plataforma de “streaming” apenas porque seu conteúdo desagrada parcela da população, ainda que majoritária, não encontra fundamento em uma sociedade democrática e pluralista como a brasileira. Por se tratar de conteúdo veiculado em plataforma de transmissão particular, na qual o acesso é voluntário e controlado pelo próprio usuário, é possível optar-se por não assistir ao conteúdo disponibilizado, bem como é viável decidir-se pelo cancelamento da assinatura contratada. Além disso, é de se destacar a importância da liberdade de circulação de ideias e o fato de que deve ser assegurada à sociedade brasileira, na medida do possível, o livre debate sobre todas as temáticas, permitindo-se que cada indivíduo forme suas próprias convicções, a partir de informações que escolha obter. [Rcl 38.782, rel. min. Gilmar Mendes, j. 3-11-2020, 2ª T, Informativo 998.] Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Remédios Constitucionais Prof. ª Bruna Vieira Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 1. Remédios constitucionais São cinco os remédios constitucionais judiciais: - habeas corpus; - habeas data; - mandado de injunção; - ação popular e - mandado de segurança. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Habeas Corpus (art. 5º, LXVIII, da CF ) Conforme o art. 5º, LXVIII, da CF: conceder-se-á "habeas- corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. O habeas corpus pode ser classificado em: a) Preventivo ou salvo-conduto b) Repressivo ou liberatório c) Suspensivo – prisão ilegal decretada, ainda não cumprida – contramandado de prisão Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 NOVO: A jurisprudência da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal consolidou-se no sentido de possibilitar a impetração de habeas corpus coletivo, notadamente nos casos em que se busca a tutela jurisdicional coletiva de direitos individuais homogêneos, sendo irrelevante, para esse efeito, a circunstância de inexistir previsão constitucional a respeito. [HC 172.136, rel. min. Nunes Marques, j. 10-10-2020, 2ª T, DJE de 1º-12-2020.] Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Súmulas do STF sobre o habeas corpus: "Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade." (Súmula 695) “Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública." (Súmula 694.) “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada." (Súmula 693.) “Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito." (Súmula 692.) Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 “É nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda instância, sem prévia intimação, ou publicação da pauta, salvo em habeas corpus.” (Súmula 431) “Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção." (Súmula 395) - Pergunta-se: cabe HC de ofício? - Art. 142, § 2º, da CF. Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Decisão da 1ª Turma do STF HC 88747, AgR/ES: não há possibilidade de impetração de HC em que o beneficiário seja pessoa jurídica, pois tal remédio protege a liberdade de locomoção. Cabe HC em varas cíveis? Competência para análise do habeas corpus Em regra, a competência para o julgamento de habeas corpus é determinada em razão da pessoa que figura no polo passivo (a autoridade coatora) e daquele que figura como paciente Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 O art. 102, I, “c”, da CF, diz que o habeascorpus será da competência originária do Supremo Tribunal Federal quando o paciente for, por exemplo, o Presidente da República, Ministro de Estado, comandantes do exército, marinha e aeronáutica, entre outros. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Habeas Data (art. 5º, LXXII, “a” e “b”, da CF e Lei 9.507/97) “É uma ação de natureza constitucional de caráter civil, conteúdo e rito sumário, que tem por objetivo a proteção do direito líquido e certo do impetrante em conhecer todas as informações e registros relativos à sua pessoa e constantes de repartições públicas ou particulares acessíveis ao público para eventual retificação de seus dados pessoais” (Hely Lopes Meirelles). Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Fundamento: Art. 5°, LXXII, “a” e “b”, da CF: “conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo”. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 É entendimento pacífico que a ação de habeas data visa à proteção da privacidade do indivíduo contra abuso no registro e/ou revelação de dados pessoais falsos ou equivocados. O habeas data não se revela meio idôneo para se obter vista de processo administrativo (HD 90-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 18-2-2010, Plenário, DJE de 19-3-2010). Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Art. 7° da Lei nº. 9507/97 Conceder-se-á habeas data: I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; *III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Súmula nº 2 do STJ Cabimento - Habeas Data Não cabe o habeas data (CF, Art. 5º, LXXII, letra a) se não houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa. Art. 8°, parágrafo único, da Lei nº 9.507/97 determina que a petição inicial preencha os requisitos previstos no CPC e seja instruída: I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Atenção! Existindo recusa no fornecimento de certidões - art. 5º, XXXIV, “b”, da CF ou informações de terceiros o remédio cabível é o mandado de segurança e não o habeas data. Art. 10, caput, da Lei 9.507/97 determina que a inicial será desde logo indeferida, quando não for o caso de habeas data, ou se lhe faltar algum dos requisitos previstos nesta Lei. Art. 10, parágrafo único, da Lei 9.507/97 determina que do despacho de indeferimento caberá recurso previsto no art. 15, qual seja, o de apelação. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Art. 19 da Lei 9.507/97 determina que os processos de habeas data tenham prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto habeas-corpus e mandado de segurança. Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que, feita a distribuição, forem conclusos ao relator. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Mandado de Injunção Art. 5º, LXXI, da CF: “conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania” LEI Nº 13.300, DE 23 DE JUNHO DE 2016. Disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo e dá outras providências. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Devido ao princípio da separação dos poderes, o Poder Judiciário não pode legislar ativamente. Com isso, por muito tempo prevaleceu o entendimento de que caso um mandado de injunção fosse julgado procedente, o resultado seria meramente de informar o órgão responsável pela solução de sua mora em legislar. Tal entendimento vem sendo modificado pela Suprema Corte sob o argumento do combate à “síndrome da inefetividade” das normas constitucionais que possuem eficácia limitada, ou seja, aquelas que dependem de regulamentação. O STF tem tornado o mandado de injunção um remédio que visa a concretizar direitos fundamentais. Fundamento parágrafo 1º do art. 5ª da CF: aplicação imediata dos direitos e garantias fundamentais. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 • NOVO: “I - A Constituição Federal não prevê adicional noturno aos Militares Estaduais ou Distritais. II – Mandado de Injunção será cabível para que se apliquem, aos militares estaduais, as normas que regulamentam o adicional noturno dos servidores públicos civis, desde que o direito a tal parcela remuneratória esteja expressamente previsto na Constituição Estadual ou na Lei Orgânica do Distrito Federal”. [RE 970.823, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 18-8- 2020, P, DJE de 4-9-2020, Tema 1.038.] STF reconhece cabimento de mandado de injunção para pleitear direito previsto em Constituição estadual Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 A Lei Nº 13.300/16, ao regulamentar o mandado de injunção, adotou a chamada teoria concretista intermediária, prestigiando a efetividade das normas constitucionais. Além disso, respeitando o princípio da separação dos poderes e buscando proteger a força normativa da Constituição, a nova norma estabeleceu condições para o ativismo judicial, dando a ele legitimidade democrática. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 LEI Nº 13.300, DE 23 DE JUNHO DE 2016. Art. 1o Esta Lei disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo, nos termos do inciso LXXI do art. 5o da Constituição Federal. Art. 2o Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Art. 3o São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2o e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora. Art. 4o A petição inicial deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual e indicará, além do órgão impetrado, a pessoa jurídica que ele integra ou aquela a que está vinculado. § 1o Quando não for transmitida por meio eletrônico, a petição inicial e os documentos que a instruem serão acompanhados de tantas vias quantos forem os impetrados. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 § 2o Quando o documento necessário à prova do alegado encontrar-se em repartição ou estabelecimento público, em poder de autoridade ou de terceiro, havendo recusa em fornecê-lo por certidão, no original, ou em cópia autêntica, será ordenada, a pedido do impetrante, a exibição do documento no prazo de 10 (dez) dias, devendo, nesse caso, ser juntada cópia à segunda via da petição. § 3o Se a recusa em fornecer o documento for do impetrado, a ordem será feita no próprio instrumento da notificação. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Art. 5o Recebida a petição inicial, será ordenada: I - a notificação do impetrado sobre o conteúdo da petição inicial,devendo- lhe ser enviada a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste informações; II - a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, devendo-lhe ser enviada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito. Art. 6o A petição inicial será desde logo indeferida quando a impetração for manifestamente incabível ou manifestamente improcedente. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Parágrafo único. Da decisão de relator que indeferir a petição inicial, caberá agravo, em 5 (cinco) dias, para o órgão colegiado competente para o julgamento da impetração. Art. 7o Findo o prazo para apresentação das informações, será ouvido o Ministério Público, que opinará em 10 (dez) dias, após o que, com ou sem parecer, os autos serão conclusos para decisão. Art. 8o Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma. Art. 9o A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 § 1o Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração. § 2o Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator. § 3o O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios. Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido de qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de fato ou de direito. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedimento estabelecido nesta Lei. Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável. Parágrafo único. Estará prejudicada a impetração se a norma regulamentadora for editada antes da decisão, caso em que o processo será extinto sem resolução de mérito. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: I - pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis; II - por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária; Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial; IV - pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5o da Constituição Federal. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria. Art. 13. No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1o e 2o do art. 9º. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Parágrafo único. O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração coletiva. Art. 14. Aplicam-se subsidiariamente ao mandado de injunção as normas do mandado de segurança, disciplinado pela Lei no 12.016, de 7 de agosto de 2009, e do Código de Processo Civil, instituído pela Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973, e pela Lei no 13.105, de 16 de março de 2015, observado o disposto em seus arts. 1.045 e 1.046. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 23 de junho de 2016; 195o da Independência e 128o da República. MICHEL TEMER Alexandre de Moraes Fábio Medina Osório Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Ação Popular (art. 5ª, LXXIII, CF e Lei nº 4.717/65 ) “Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência”. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Legitimados: é parte legítima para propor ação popular o cidadão. Conforme a Súmula 365 do Supremo Tribunal Federal, pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular. Atuação do Ministério Público O MP participa como fiscal da lei, podendo manifestar-se pela procedência ou improcedência da ação. - O MP pode ingressar com ação popular? Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Mandado de Segurança A Constituição de 1934 foi a primeira a prever expressamente a possibilidade da impetração de mandado de segurança. Depois disso, as Constituições que se seguiram trataram do tema, com exceção da de 1937 (da época de Getúlio Vargas). Previsão constitucional Art. 5, LXIX, da CF: “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por ‘habeas-corpus’ ou ‘habeas-data’, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público” Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 São legitimados ativos as pessoas físicas ou jurídicas, as universalidades reconhecidas por lei, os órgãos públicos, os agentes políticos e ministério público. Figuram no polo passivo, as autoridades públicas, os representantes ou órgãos de partidos políticos, administradores de entidades autárquicas e os dirigentes de pessoas jurídicas e pessoas naturais no exercício de atribuições do Poder Público. A ação não está isenta de custas perante o Poder Judiciário e a assistência de advogado é necessária. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 Prazo: a lei do mandado de segurança, Lei nº 12.016/09, em seu artigo 23, traz o prazo decadencial de 120 dias para que o sujeito ingresse com a ação de mandado de segurança, contados da ciência do ato impugnado. A constitucionalidade de tal prazo já foi questionada no Supremo e ele entendeu que o prazo é constitucional. É cabível liminar desde que demonstrados o fumus boni jurise o periculum in mora. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 O pedido de reconsideração feito na via administrativa não tem o condão de interromper o prazo para a impetração do mandado de segurança. Súmula 625 do STF: controvérsia sobre matéria de direito não impede a concessão de mandado de segurança. A Constituição admite também a impetração de mandado segurança coletivo, para a proteção dos direitos coletivos e individuais homogêneos. O art. 5º, LXX, da CF, dispõe que “o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408 a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.” Obs: o prazo de um ano se refere às associações, não tem aplicação em relação à organização sindical e à entidade de classe. Súmula 629 do STF: a impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe de autorização destes. Elayne Albertina Gomes Macêdo - 11068040408
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