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Perícia contábil
Introdução
A perícia, de maneira geral, busca investigar determinada questão. Ela é baseada em diferentes princípios e em uma lógica que está ligada com a matéria à qual se relaciona. Existem perícias em diferentes áreas do conhecimento humano. Assim, elas possuem premissas das suas próprias 
ciências. O mesmo ocorre com a perícia contábil. Partindo dos preceitos da ciência contábil e tendo o patrimônio como objeto, a perícia visa principalmente a explicar eventuais divergências e apurar haveres entre 
partes interessadas. Assim, fornece uma base confiável para a tomada da decisão judicial. 
Neste texto, você irá acompanhar a formação da perícia como ciência, a sua base lógica, deontológica, doutrinária e pericial. Também aprenderá como ela se desenvolveu como um instrumento de verificação e investigação.
Fundamentos lógicos e deontológicos da perícia contábil
Para compreender a perícia, você precisa entender os diferentes fundamentos que formam os pilares dessa ciência. A perícia pode atuar em diversas áreas. 
Mas, independentemente de sua espécie ou natureza, ela sempre será perícia. Assim, a sua adjetivação irá buscar, na expressão composta, qual é a natureza da sua matéria. Nesse sentido, a perícia se combina com a profissão que detém a prerrogativa de atuação na área em que a matéria que está sendo investigada se insere (ALBERTO, 2012).
A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF, c2017) elaborou uma listagem com os principais tipos de perícia. Ela demonstra as diferenças e principais abordagens de cada um dos tipos em relação às distintas matérias analisadas.
A perícia em informática, por exemplo, é aquela relacionada à solução de 
crimes na área da internet e também de assuntos relativos a outros recursos informatizados da atualidade. Esse trabalho é desempenhado, assim como a perícia contábil, com exames minuciosos. Entretanto, esse tipo de perícia trabalhará com análises na internet e diferentes mídias de armazenamento. 
Também contará com o rastreamento de mensagens eletrônicas e terá como produto final a identificação e a localização de internautas e sites ilegais. Outro exemplo bastante conhecido, de acordo com a APCF (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PERITOS CRIMINAIS FEDERAIS, c2017), são as perícias documentoscópicas. Elas estão presentes em quase todas as ações da Polícia Federal. São realizadas em território nacional com vistas a combater crimes relacionados à fraude documental, a grande maioria destes contra o Sistema Financeiro Nacional (SFN).
Os peritos documentoscópicos utilizam exames, comparações e análises 
baseadas em documentos. Dessa forma, buscam verificar a autenticidade do que foi recolhido, visando a esclarecer a sua autenticidade. O trabalho desses profissionais acaba por revelar métodos e processos utilizados em falsificações. 
EXEMPLOS
A APCF (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PERITOS CRIMINAIS FEDERAIS, c2017) afirma que um dos ramos mais importantes da perícia documentoscópica é a grafoscopia. Ela é utilizada para estabelecer a autenticidade ou ainda a real autoria de textos que foram 
escritos à mão. Entre os documentos que podem ser periciados estão passaportes, 
carteiras de habilitação, cédulas de identidade e carteiras profissionais. Também estão 
inclusos papel-moeda, certidões, formulários, entre outros (ASSOCIAÇÃO NACIONAL 
DOS PERITOS CRIMINAIS FEDERAIS, c2017).
Outros exemplos de perícia são as de audiovisual e eletrônicos, de química forense, 
de engenharia, de genética forense, de balística, em locais de crime, de bombas e 
explosivos, de veículos, na área de odontologia forense, sobre o patrimônio cultural, 
entre outras (ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PERITOS CRIMINAIS FEDERAIS, c2017).
Com isso, você certamente compreendeu que a perícia pode existir em diferentes áreas do conhecimento humano. Assim, ela utilizará técnicas voltadas ao objeto de sua investigação. Porém, o foco da maioria das perícias é o exame minucioso, bem como a conferência e a verificação de evidências, buscando como objetivo final provar algo.
E a perícia contábil? Especificamente em relação à perícia contábil e do ponto de vista deontológico, você precisa compreender que há a necessidade de um referencial profissional. Isso é feito com normas que buscam a uniformidade, a segurança jurídica e também a previsibilidade em relação aos atos dos peritos. É necessário observar todos esses aspectos sob a perspectiva da equidade (HOOG, 2017).
Ainda com base no entendimento do autor, se pode concluir que, sem essa base lógica e deontológica, a perícia não pode existir. Afinal, para ela existir como ciência e também como atividade do perito, esses quesitos funcionam como uma parte estrutural. Eles interferem no seu desempenho e na sua condução. Nesse contexto, se pode afirmar que essa base irá determinar alguns pontos. Por exemplo: a direção dos atos do perito, a aplicabilidade das fontes do direito e também a concretização da perícia propriamente dita. Outro ponto de destaque para o trabalho do perito é que ele, segundo o que dispõe o Código de Processo Civil no seu artigo 149 (BRASIL, 2015), é um auxiliar da Justiça. Além dele, há outros auxiliares cujas atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária. Entre estes, você pode considerar o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de Justiça, o perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias (BRASIL, 2015).
Hoog (2017) afirma que, com base nesse entendimento, se pode compreender que o perito se equipara a um funcionário público. Afinal, é um auxiliar da Justiça. Logo, ele também deve estar atento a algumas normas a que os funcionários públicos estão submetidos e que são essenciais ao desempenho da sua função no ambiente público. Ou seja, além das questões lógicas e deontológicas, 
é preciso que o profissional esteja atento a pontos legais observados dentro 
do âmbito público devido às características específicas de tal função.
Entre estes, estão, de acordo com a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988): Princípio da impessoalidade: determina condutas obrigatórias, impedindo a adoção de comportamentos que levem ao favoritismo. Além disso, serve para orientar a interpretação das normas positivadas.
Princípio da moralidade: baseado na observância do decoro, da confiança e da boa-fé. Esse princípio impõe a observância de princípio séticos baseados na moralidade por meio dos meios corretos de investigação, como é o caso da perícia e também da auditoria. De acordo com esse princípio, nenhuma conduta inaceitável ou transgressora da ética deverá ser aceita. É necessária a adoção de princípios contabilísticos, bem como a valorização da ordem econômica, da livre iniciativa e da
concorrência. Também é necessário que o perito se baseie nos valores
sociais aceitos.
Princípio da dignidade da pessoa humana: prega a dignidade da pessoa humana, protegendo as pessoas de qualquer forma de constrangimento. Esse princípio está ligado a uma limitação ao trabalho do perito. Afinal, preservar a dignidade das pessoas envolve condições que facilitem o exercício da cidadania e a produção da defesa e da prova pericial. Assim, o perito deverá respeitar a dignidade e a liberdade de produzir provas de cada indivíduo.
Princípio da eficiência: possui ligação com questões burocráticas que devem ser superadas em razão da realização do trabalho do perito. De acordo com os preceitos desse princípio, se devem buscar alternativas que tragam um resultado positivo, mediante o menor dispêndio de recursos possível. Essas alternativas também devem trazer os melhores resultados.
SAIBA MAIS 
Você pode perceber que a perícia contábil precisa de um complexo arcabouço para que possa existir como ciência. Da mesma forma, há uma série de fatores em jogo para que o perito possa desempenhar as suas funções de forma adequada, além de cumprir seu papel perante a sociedade. 
Hoog (2017) ainda afirma, dentro do contexto deontológico, queo perito também deverá observar outros princípios em sua rotina. Um deles é o princípio da razoabilidade. Assim, esse profissional, no desempenho de suas funções de interpretação de atos e fatos patrimoniais, deve considerar o que geralmente acontece, e não o extraordinário. Considere, por exemplo, a mensuração do 
preço de um ativo. Para essa mensuração, o perito deve levar em consideração a 
temporalidade. Com base nisso, deve definir qual valor deverá atribuir a esse bem.
Outro princípio norteador é o da proporcionalidade. Ele tem a ver com a relação entre a medida adotada e o critério que esta dimensiona. Ou seja, o perito sempre deve escolher para o seu trabalho os meios e as métricas adequadas, promovendo o fim a que se propõe. Já o princípio da probabilidade se baseia no fato de que a contabilidade, considerada como uma ciência social aplicada, não permite certeza absoluta sobre a matéria investigada. Isso gera uma probabilidade negativa, caso exista uma dúvida razoável.
Tais princípios e a construção do arcabouço lógico e deontológico não se esgotam com o que você aprendeu aqui. Como um profissional da área, você deve estar atento a cada situação que irá exigir um comportamento distinto. Além disso, precisa observar as diferentes normas e ordenamentos para a realização de seu trabalho.
Fundamentos doutrinários da perícia contábil
Segundo Hoog (2015), se pode compreender a doutrina como uma opinião ilibada ou ainda respeitada sobre algo. Aqui, você pode compreendê-la como uma opinião sobre uma ciência. Essa opinião irá lastrear posições ou intepretações privilegiadas. A doutrina também pode significar opiniões particulares admitidas por um ou vários professores a respeito de um determinado ponto. 
Assim, é possível concluir que a interpretação doutrinária, em um primeiro momento, consiste em uma análise crítica baseada em diversos textos legais, autores da área e legislação pertinente. Ela servirá como base para o desenvolvimento da ciência em si.
A seguir, você pode ver alguns dos principais influenciadores da ciência 
contábil e da doutrina da área. Por consequência, eles também influenciaram a perícia contábil (HOOG, 2015).
- Professor Antônio Lopes de Sá: mais de 190 obras publicadas em vários países, editoras e línguas, sendo que sua principal contribuição foi para a Teoria Neopatrimonial.
- Professor Frederico Herreman Junior: 10 livros, com contribuição para a Teoria Econômica da Contabilidade.
- Professor Hilário Franco: diversos livros e artigos publicados na área, além de contribuição na área de contabilidade industrial.
- Professor Francisco D’Áuria: 23 livros; apresentou a Teoria Positiva da Contabilidade, com destaque para os fundamentos científicos da contabilidade.
Hoog (2015) ainda destaca os primórdios da contabilidade como ciência nos estudos das partidas dobradas de Frei Luca Paciolli, do controlismo de Fabio Besta, do patrimonialismo de Vincenzo Masi, do reditualismo de Gino Zappa, entre outros que construíram essa ciência. A compreensão da perícia contábil como ciência, para além das questões lógicas e deotonlógicas, também necessita da definição doutrinária. Ou seja, precisa do conceito ligado à própria matéria analisada, no caso a ciência contábil (ALBERTO, 2012). 
Lembre-se de que a ciência contábil está inserida no ramo das ciências sociais aplicadas. Assim, possui uma metodologia própria. Já a perícia, como uma parte dessa ciência, será altamente influenciada por essa metodologia que é utilizada dentro da ciência contábil. 
Para diferenciar a perícia contábil de outros tipos de perícias, é essencial que você entenda essa base científica. Afinal, para o desenvolvimento desse tipo de investigação, será necessário o uso de diferentes técnicas e conhecimentos específicos relacionados à área de ciências contábeis. Esse fato é tão notável que somente os profissionais que são bacharéis em ciências contábeis e com amplos conhecimentos na área podem desempenhar as funções de perito contábil. Isso ocorre pois a necessidade de entendimento dos preceitos da ciência é fundamental para o desenvolvimento das funções dessa profissão e suas prerrogativas. 
E aqui surge um importante questionamento doutrinário para a perícia como ciência: já que esta nasce da ciência contábil e tem como base todo o arcabouço desta, qual seria então o seu objeto de estudo? Agora, você precisa compreender que a ciência contábil é definida como ciência justamente por ter suas próprias técnicas e formas de desenvolvimento. Além de, é claro, ter um objeto de estudo em particular. Este será também a base para a perícia: o patrimônio.
SAIBA MAIS 
O patrimônio, constituído pelo conjunto de bens, direitos e obrigações, seja de pessoa física ou jurídica, possui existência real e concreta. Além disso, pode ser estudado sob diferentes pontos de vista. Afinal, a contabilidade possui diversos campos de estudo. Estes vão desde a ciência contábil propriamente dita, passando pela investigação como perícia e auditoria, pela análise e por diversos outros setores (ALBERTO, 2012).
Depois de definir que o objetivo da ciência contábil é o patrimônio, já é possível, por lógica, inferir que a perícia contábil sempre irá recair sobre os elementos que fazem parte, ou ainda que possuem alguma relação com esse patrimônio. 
A partir desse momento, fica fácil distinguir quando uma perícia deve ser chamada de contábil ou não. Nesse sentido, você deve lembrar que, mesmo que não exista uma relação direta com a questão patrimonial, ela poderá ser assim intitulada. Isso ocorre pois mesmo algumas relações externas podem caracterizar essa ligação.
E quanto aos objetivos? Você sabe como defini-los? E imagina por que influenciam tanto a ciência contábil e, posteriormente, a perícia? A contabilidade tem como objetivo principal o registro e o armazenamento de informações baseadas no respeito às normas e à legislação vigentes, bem como às formalidades aplicáveis. Adicionalmente, a contabilidade tem como intuito evidenciar as mutações no patrimônio, subsidiando dados para a correta tomada de decisões. 
Alberto (2012) afirma que os objetivos dessa ciência são saber onde, quando, como, quanto e principalmente por que ocorrem as alterações da riqueza patrimonial.
Nesse campo, a perícia pode ser utilizada para responder, quando necessário, a esses questionamentos. Ela também pode mostrar com clareza onde estão os recursos, trazer a valor presente questões históricas ou ainda representar quanto cada um dos sócios realmente possui e como as alterações patrimoniais ocorreram. Ela irá se adaptar a cada uma das situações. Além disso, irá apresentar as respostas necessárias de acordo com o que for requisitado naquele determinado momento.
SAIBA MAIS
A contabilidade, em sua base, é norteada pela Teoria Contábil. Esta é definida por Hoog (2015) como um conjunto de conhecimentos que apresentam sistematização e credibilidade. Ela se propõe tanto a explicar quanto a elucidar ou interpretar um fenômeno ou acontecimentos que estão relacionados à atividade da práxis da ciência.
Você não pode confundir a ciência contábil, a administração e a economia, assim como outras ciências utilizadas como base conceitual da perícia. Essas áreas são muito próximas e por vezes até relacionadas, mas possuem diferenças entre si. Alberto (2012) cita, por exemplo, que a administração interfere na gestão do patrimônio de forma particular e individualizada. Já a economia possui relação com a somatória dos patrimônios, sua concentração e desconcentração social, distribuição e transferência em diferentes níveis. Entretanto, a contabilidade é a ciência responsável pela avaliação, pela quantificação e pela projeção dos resultados em um microcampo, seja ele de pessoas ou empresas, ou em um macrocampo, este relacionado às classes sociais, cidades ou países. 
Assim, tendo como base o objeto fundamental da contabilidade, que é o patrimônio, e entendendo que ele sofre os efeitos tanto da administração quanto da economia e de outras ciências, os contadores compartilharão algumas funçõesafins. Apesar disso, cada um tem um ponto vista particular e relacionado com o seu campo de domínio
Fundamentos periciais
De acordo com Magalhães etal. (2004), é comum a utilização dos peritos para 
que certifiquem os fatos registrados. Isso principalmente em determinadas situações em que os interesses estão em oposição. Nessas situações, será a informação esclarecedora do profissional da perícia que irá orientar os litigantes. 
SAIBA MAIS 
A informação esclarecedora do perito também pode ser compreendida como a 
opinião ou parecer desse profissional devidamente habilitado sobre a matéria que litiga os interesses. Nesse caso, as informações são caracterizadas como informativas ou opinativas, tendo em vista a matéria contábil julgada. 
A perícia contábil tem como fundamento a geração de informações fidedignas. Ela possui ligação com a discriminação e a definição de interesses e de controvérsia entre litigantes. Também pode ser requisitada por partes interessadas ou autoridades judiciárias, dependendo do tipo de perícia e interesse. 
Essa fundamentação está pautada nos seguintes pilares: discriminação de interesses e requisitos técnicos/científicos, legais, psicológicos, sociais e profissionais. Mas o que significa cada um deles? É o que você vai agora, com base nos conhecimentos de Magalhães et al. (2004). A perícia, do ponto de vista técnico/científico, está relacionada com o pleno conhecimento da matéria. Nesse sentido, tanto o exame quanto o relato se baseiam nos princípios da disciplina contábil e também em outros conhecimentos, como administração, economia, direito e matemática.
SAIBA MAIS 
Psicologicamente, a perícia produz o efeito do juízo arbitral que está fundamentado em princípios tanto técnicos quanto científicos e que possui como base o critério da imparcialidade. Para que um laudo pericial possua qualidade indiscutível, deve ser aceito pelas partes interessadas e também pelo julgador do litígio. 
Outro fundamento pericial é o social. A perícia é uma valiosa ferramenta na administração da Justiça e também um fato de ordem nas instituições. Isso ocorre porque o profissional da área possui fé pública e sua função possui alta complexidade. Esta pode ser maior quanto maior for a soma de interesses em conflito. Assim, o perito assume a reponsabilidade em relação às suas afirmações, que serão uma importante fonte de apoio para decisões de autoridades judiciárias. Além disso, levarão a soluções definitivas para litígios de natureza econômica ou ainda pecuniária, ou ainda terão importância capital na aplicação da Justiça no interesse da sociedade. 
Desse ponto de vista, Alberto (2012) afirma que a responsabilidade desse profissional é enorme. Ele exerce uma função de auxiliar da Justiça. Esta, por sua vez, é um dos pilares da sociedade, uma vez que o órgão que lhe corresponde na estrutura estatal é o Poder Judiciário. A ele cabe “[...] dar a cada um o que é seu, segundo o direito [...]” (ALBERTO, 2012). Assim, se garante a paz e o progresso social. 
Atualmente, não é uma tarefa fácil se sentir moral e socialmente responsável. Isso ocorre pois a sociedade, em virtude da degradação e afrouxamento dos laços sociais, passou à valorização de questões econômicas. Porém, o perito, com base em todos os seus fundamentos, precisa buscar a imparcialidade e mostrar a realidade que lhe é exigida. 
SAIBA MAIS 
A cidadania é uma ação permanente. Ela pode ocorrer de forma individual ou não. Além disso, se relaciona ao cumprimento dos deveres civis, sociais e profissionais e, simultaneamente, à busca da defesa dos direitos. O exercício da cidadania busca realizar a criação de novas condições, a renovação e a transformação da realidade social com vistas à promoção do bem comum (ALBERTO, 2012).
Os fundamentos periciais também poderão ser compreendidos do ponto de vista profissional. Nesse sentido, você deve lembrar as exigências que se fazem em relação ao perito. Ele deve ter formação na área, amplos conhecimentos técnicos aliados à orientação ética e outros conhecimentos que lhe proporcionarão autoridade técnica/científica para a sua atuação. Esse pensamento ético deve levar em consideração alguns pontos. A seguir, você pode ver orientações às quais o perito deve estar atento (ALBERTO, 2012): 
-Submeter tudo ao crivo da razão. É necessário utilizar o rigor lógico, evitando aceitar o verdadeiro como se verdadeiro fosse.
-Nunca julgar ou opinar somente por aproximações.
-Não utilizar presunções, já que o cientista não opera dessa forma. Esse
profissional deve deduzir a verdade com base em todo o embasamento
que possui e na matéria examinada.
-Não ter nenhum tipo de preconceito em relação à matéria examinada.
-Observar, de maneira criteriosa, todas as condições psicoambientais em que o exame ocorre.
-Exercer os exames com autocrítica e rigor, porém com benevolência.
-Não estar “armado” intelectualmente, imaginando o que pode acontecer.
-Manter distância em relação ao objeto periciado, para que não exista
confusão.
-Compreender que o objeto de estudo é sempre um recorte da realidade
em que está inserido. Assim, a análise e a conclusão não poderão escapar
dessa realidade.
Do ponto de vista pessoal, o profissional deve estar atento à responsabilidade de autocrítica e disciplina. A função exercida tem importância pelas implicações socioeconômicas que possui. O profissional que a exerce responde de forma ilimitada tanto pelo conteúdo de seu trabalho quanto por suas atitudes. 
Assim, você pode concluir que na perícia é necessário agir com rigor. Isso vale tanto para a formação quanto para a seleção. Esse rigor também é aplicável na educação de continuidade e na atuação dos profissionais. Caso não haja cuidado, há risco de prejudicar o próprio instrumento pericial e suas implicações dentro da sociedade. 
SAIBA MAIS 
Os princípios e o rigor sobre os quais você aprendeu aqui devem ser aplicados e 
observados por todos aqueles que se valem ou ainda que desempenham o trabalho pericial. Isso tanto em juízo quanto fora dele. Tais cuidados servem para que os peritos e aqueles assistidos por ele possam buscar a verdade mediante o emprego das melhores técnicas e dos conhecimentos científicos da área
UA 2. Conceitos de perícia contábil
Introdução
Você conhece o processo para instaurar uma perícia contábil? Perícia contábil é o conjunto de procedimentos técnico-científicos que se destinam a oferecer as provas necessárias – as quais vão subsidiar a Justiça na solução de um litígio – a serem levadas ao juiz por meio do laudo pericial 
contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais e a legislação específica no que for pertinente. 
Neste texto, conheceremos situações aplicáveis sobre perícia contábil e os processos instaurados pelos profissionais em organizações.
Conceitos de perícia contábil
Perícia contábil é o conjunto de procedimentos técnico-científicos que se destinam a oferecer as provas necessárias, que vão subsidiar os argumentos que os defensores de uma causa em litigio apresentarão a um juiz. A perícia é fornecida por meio de um laudo ou parecer emitido pelo perito nos moldes regidos pela Lei e nos moldes exigidos pela justiça.
A perícia contábil surgiu pela necessidade de se estabelecer as provas que subsidiam a solução de litígios ou constatação de um fato. Essas provas são oferecidas por meio de laudos realizados de acordo com as normas jurídicas e profissionais, e obedecem a legislação específica no que for pertinente. 
O laudo pericial contábil e o parecer contábil devem obedecer aos objetivos da perícia, a qual é estabelecida pelo juiz ou pela entidade que contratar o parecer contábil. As normas estabelecem que tanto a perícia contábil judicial quanto a extrajudicial devem ser realizadas exclusivamente pelo contador, que deve estar registrado em Conselho regional de Contabilidade.
Perícia extrajudicial, conforme estabelecido pelas normas contábeis, é aquela exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária. Aperícia arbitral é regida pela lei de arbitragem, enquanto que a perícia estatal é o estado que estabelece o controle. Os demais tipos de perícias contábeis – administrativas, as solicitadas por Comissões Parlamentares de Inquérito, a criminal e as perícias voluntárias – são contratadas pelos interessados e, por isso, seguem o estabelecido em contrato entre as partes.
Histórico da perícia contábil
Os primeiros registros de perícia contábil remontam ao início da civilização. Entre os primeiros povos, sempre havia um indivíduo que, por sua experiência ou maior poderio físico, liderava o grupo. Segundo consta, esse líder era, ao mesmo tempo, juiz, legislador e executor, uma vez que, naquela época, a lei era a do mais forte.
Você encontra a primeira figura do árbitro na Índia, com o indivíduo ao qual era dado o poder da verificação dos fatos, do exame do estado das coisas e lugares, e a decisão judicial. Já a perícia, você vai encontrar no Egito e na Grécia, onde existiam especialistas que procediam verificações e exames de algumas matérias específicas.
Prática da perícia contábil
A perícia contábil, como as demais perícias, deve ser focada no fato que está sendo objeto de litígio extrajudicial ou judicial, para a qual o laudo deve ser estabelecido. Ela deve ser elaborada em linguagem acessível, para permitir seu fácil entendimento e propiciar o entendimento dos fatos apurados para agilizar o julgamento do processo.
A perícia deve ter como objetivo, entre outros: 
-Fornecer informações fiel;
-Esclarecer e eliminar as dúvidas suscitadas sobre o objeto.
-Ter fundamento cientifico da decisão;
-Estabelecer a medida, a análise e a avaliação, ou, se não for possível obter resultados exatos, o arbitramento sobre o quantum monetário do objeto.
Necessidades da perícia contábil
A necessidade da perícia contábil surge nas seguintes situações:
-Quando há vidências de irregularidades administrativas a serem comprovadas, as quais se resumem nos conflitos de interesses em funções como aquisição, guarda, conservação e alienação (vendas) dos bens materiais.
-Quando a negligência produz efeitos que requerem investigações para comprovação de causas e identificações dos culpados.
-Quando os erros – que podem ser traduzidos como omissão, cálculos inexatos, técnica mal aplicada, decisões inconvenientes, interpretações irreais, etc. – implicam na necessidade de verificações.
-Quando existem evidências de adulterações, com a finalidade de conseguir vantagens em seu próprio proveito ou de terceiros.
-Em casos de fraudes para enganar ou burlar, em proveito próprio ou de terceiros, que demonstram a necessidade de comprovação.
-Quando há culpas por deixar de cumprir obrigações que causem danos a terceiros.
-Em casos em que o responsável pela guarda e conservação de coisas alheias deixa de cumprir essa obrigação causando, com isso, danos a terceiros.
-Em casos em que causas de origem administrativa possam causar irregularidades contábeis.
-Em casos em que imperfeições técnicas nos registros contábeis desobedecem às normas contábeis predeterminadas. 
SAIBA MAIS 
As principais imperfeições técnicas estão contidas na desordem geral na escrituração, 
confusão e atraso; falta de balancetes e conferências; e outras que gerem frequência 
exagerada de estornos.
-Quando existe negligência profissional, mesmo que essa negligencia seja ocasionada por incapacidade técnica ou pessoal do contador.
-Quando uma determinação administrativa não é cumprida ou é cumprida parcialmente, desvirtuando ou deformando as normas ou preceitos contábeis.
-Quando há simulações, que ocorrem quando coisas e fatos administrativos não correspondem à verdade –por exemplo, de inventário, de operações ou negócios, de débitos e créditos, de despesas ou prejuízos.
-Em casos de adulterações em históricos, datas, quantias, lançamentos ou 
peças contábeis já elaboradas.
-Em casos de falências, com o intuito de apurar fraudes, através de falsificações de lançamentos, ou falsas situações de contas e lucros líquidos alterados.
-Na esfera extrajudicial, por iniciativa do interessado, quando, por exemplo, o empresário deseja confirmar a situação física de seu estoque, para confirmar a realidade dos registros contábeis, ou ainda, a existência do numerário constante no registro contábil da conta caixa, e outros.

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