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Cefaleias Fontes - Medicina interna de Harrison - Protocolo nacional para diagnostico e manejo das cefaleias nas unidades de urgência do Brasil - Classificação internacional de cefaleias – ICHD-3(2018) - Medcurso: síndromes álgicas e sanar CLASSIFICAÇÃO -Na prática clínica você não necessita da classificação para os casos óbvios de migrânea ou de cefaleia do tipo tensão, mas ela é útil quando o diagnóstico é incerto e em pesquisas essas classificações são indispensáveis. -Cada distinto tipo, subtipo ou subforma de cefaleia que o paciente apresenta deve ser diagnosticado e codificado separadamente. Por exemplo, um paciente gravemente acometido pode receber, em um centro de cefaleia, três diagnósticos e códigos: 1.1 Migrânea sem aura, 1.2 Migrânea com aura e 8.2 Cefaleia por uso excessivo de medicamentos (MOH/CEM) Existem dois tipos de cefaleias: -As cefaleias primárias são doenças cujo sintoma principal, porém não único, são episódios recorrentes de dor de cabeça (ex.: migrânea, cefaleia do tipo tensional e cefaleia em salvas). -Podem sem dividias então: · Migrânea; · Cefaleia do tipo tensão; · Cefaleias trigeminoutonômicas: nas quais podem se dividir em 4 principais: a) Em salvas b) Hemicrania paroxística c) SUNCT d) SUNA · Outras cefaleias primárias: cefaleia primaria da tosse; do exercício físico, da ativida sexual, trovoada; estimulo frio; pressão extena; em facada... As cefaleias secundárias são o sintoma de uma doença subjacente, neurológica ou sistêmica (ex.: meningite, dengue, tumor cerebral). Deve-se sempre suspeitar de cefaleia secundária, quando as características da cefaleia não se encaixam em nenhum tipo de cefaleia crônica primária; quando a cefaleia é progressiva (surgiu há pouco tempo ou piorou o padrão de uma cefaleia antiga), refratária ao tratamento convencional ou associada a deficit neurológico ou sinais e sintomas de uma doença orgânica O diagnóstico diferencial entre cefaleia primária ou secundária é essencial. A causa da cefaleia secundária habitualmente deve ser investigada por meio de exames subsidiários SINAIS DE ALARME PARA CEFALEIAS SECUNDÁRIAS: CEFALEIAS SECUNDÁRIAS Alguns critérios são necessários para que uma cefaleia possa ser considerada secundária 1) que a condição em questão sabidamente seja capaz de causar cefaleia; 2) que a cefaleia se desenvolveu em relação temporal com a condição subjacente. asPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS GERAIS -1 a 6% da população apresentam cefaleia diariamente -Prevalência ao longo da vida é elevado(94% dos homens e 99% das mulheres) -Carca de 70% das pessoas apresentaram o sintoma no ano de 2018 - Nos ambulatórios de clinica medica, é a terceira queixa mais frequente, perdendo apenas por infecções de vias aéreas e dispepsias. -Nas Unidades de Saúde, a cefaleia é responsável por 9,3% das consultas não agendadas, e nos ambulatórios de neurologia é o motivo mais frequente de consulta -Pacientes com cefaleia representam 4,5% dos atendimentos em unidades de emergência, sendo o quarto motivo mais frequente de consulta nas unidades de urgência. Migrânea Epidemiologia - É uma das causas mais comuns de cefaleia recorrente, ficando em segundo lugar atrás, da cefaleia tensional. - 15% das mulheres e 6% dos homens num período de um ano. Em crianças não ocorre essa distinção . No Brasil, a prevalência anual da migrânea é de 15.8%, acometendo cerca de 22% das mulheres e 9% dos homens, -O paciente típico com enxaqueca é uma mulher, entre 30-50 anos, cujo quadro iniciou-se na infância ou adolescência, havendo um familiar próximo acometido em 60-80% dos casos. - A migrânea sem aura (75% dos casos) é mais frequente que com aura (25% dos casos). Cefaleias - ICHD-3 Fisiopatologia - Não existe fisiopatologia única e definitiva, mas pesquisas mostram que pacientes com migranea tem o encéfalo hiperexcitável e fatores desencadeantes podem inicia uma crise. - A sensibilidade sensorial, característica da enxaqueca, provavelmente se deve a uma disfunção dos sistemas de controle sensitivos monoaminérgicos localizados no tronco encefálico e no hipotálamo - A serotonina e a dopamina (neurotransmissores) certamente têm papel na fase de dor da crise de enxaqueca.-Estimulação - O peptídeo vasoativos relacionado ao gene da calcitonina (CGRP) também parece estar relacionado à patogênese da enxaqueca, tendo sido alvo de diversos estudos recentemente. - Esse tipo de migranea é divido em hemiplégica familiar com 4 subtipos(FHM1; FHM2; FHM3; OUTROS LOCI) e em migrânea hemiplégica esporádica. gene CACNA1A no cromossomo 19 (codificando para um canal de cálcio); na FHM2 há mutações no gene ATP1A2 no cromossomo 1 (codificando para uma K/NA-ATPase); e na FHM3 há mutações no gene SCN1A Existe um subtipo denominado “enxaqueca hemiplégica familiar” que parece estar ligado a mutações dos canais de cálcio e de sódio/potássio. As mutações que envolvem o gene CACNA1A do canal de cálcio dependente de voltagem tipo Cav2.1 (P/Q) são atualmente reconhecidas como as responsáveis pela EHF 1; essa mutação é responsável por cerca de 50% das EHFs. As mutações no gene ATP1A2 da Na+- K+ATPase, designadas EHF 2, são responsáveis por cerca de 20% das EHFs. As mutações de SCN1A do canal de sódio dependente da voltagem neuronal causam EHF 3. Quadro clinico Fatores desencadeantes, também chamados de “gatilhos”: ”: mudanças climáticas, estresse, esforço físico, calor, odores, alimentos, jejum, bebidas alcoólicas, fases do ciclo hormonal (período pré-menstrual). Alguns fatores podem ser dividos em pródromo, aura, dor, sintomas associados Sintomas premonitórios: precedem a cefaleia por horas ou até 2 dias. Nesta fase 60% dos paciente podem apresentar irritabilidade, com raciocínio e memorização mais lentos, dificuldade em concentração desânimo e avidez por alguns tipos de alimentos, principalmente doces, sono agitado, Aura: complexo de sintomas neurológicos que se desenvolve gradualmente (ao longo de no mínimo 5 minutos) e dura até 60 minutos. A aura típica é um distúrbio visual como escotomas cintilantes (zigue-zagues brilhantes em “espectro de fortificação”), escurecimento da visão, dormência ou parestesias), que podem surgir antes, durante (mais frequentemente) ou logo após a cefaleia. A aura pode acompanhar a cefaleia ou precedê-la em até uma hora. Aura atípica: modificações musculares · Migranea basilar: afeta o tronco cerebral- II,- alteração do camoi visual; III diplopia e VIII- zumbido. Sintomas neurológicos duram 20-30 minutos · Migranea hemiplégica: hemiparesia/plegia de face e membros, pode haver alteração da sensibilidade · Migranea oftalmoplégica: fraqueza da musculatura extraocular. 3ºpar craniano acometido · Migranea retiniana: isquemia da retina e do nervo optico · Acefalgica: Aura e sintomas associados, porem não tem dor. Cefaleia/ dor: é de forte intensidade, latejante/pulsátil, piorando com as atividades do dia a dia. Geralmente unilateral em dois terços das crises e na região frontotemporal, mas as vezes bilateral. A duração da fase de dor é de 4 a 72 horas. - Costuma melhorar quando o paciente permanece em repouso num ambiente silencioso e pouco iluminado Sintomas associados: náuseas e/ou vômitos, foto e fonofobia, sendo o mais comum a náusea, cerca de 87%. Fase de recuperação/ pósdromo: fase de exaustão em que alguns pacientes necessitam de um período de repouso para seu completo restabelecimento. Em crianças, as crises de enxaqueca são frequentemente associadas à dor abdominal e vômitos, podendo ainda haver febre. Além disso, a enxaqueca em crianças e adolescentes é mais frequentemente bilateral do que nos adultos. Complicações da migrânea: 1. estado migranoso: cefaleia intensa que dura mais que 72 horas, com intervalos livres inferiores a 12 horas, à qual associam-se náuseas e vômitos por horas seguidas, levando a desidratação e as suas consequências, como a necessidade de internação5 . 2. infarto migranoso: é um ataque idêntico aos outros episódios, mas os sintomas da aura persistem por mais de 60 minutos e são associados a um infartodemonstrado no exame de neuroimagem5 . 3. migrânea crônica: é o aumento da frequência das crises até tornarem-se diárias ou quase diárias (>15 dias por mês com dor por mais de 3 meses)5 . São fatores de risco para cronificação: fatores emocionais, estresse, doenças psiquiátricas e abuso de analgésicos8 Diagnostico O diagnóstico de enxaqueca é essencialmente clínico, já que os sintomas da maioria dos pacientes não preenchem critérios para solicitação de exames de imagem (embora muitas vezes eles sejam pedidos, desnecessariamente). Classificação Internacional de Cefaleias - ICHD-3) definidos pela International Headache Society Cefaleia tensional ePIDEMIOLOGIA - Mais frequente, com prevalência entre 40-70% da população, sendo os indivíduos com maior escolaridade os mais acometidos -O pico ocorre na quarta década de vida e há um discreto predomínio no sexo feminino -Pico de prevalência na quarta década Fisiopatologia - A fisiopatologia é pouco compreendida, mas certamente atuam fatores centrais (encefálicos – semelhantes à enxaqueca) e fatores periféricos de contração exagerada e sustentada dos músculos do pescoço, couro cabeludo e até face. Esta contração levaria à isquemia da fibra muscular e consequente dor. Ao contrário do que o nome possa sugerir, nem sempre essa cefaleia encontra-se associada à “tensão” nervosa. Quandro clinico - Síndrome de dor de cabeça crônica, caracterizada por um desconforto bilateral como uma faixa apertada. a dor costumar desenvolver-se lentamente, oscilar em intensidade e pode persistir de maneira mais ou menos contínua por muitos dias. - Dor leve a moderada intensidade - Carater opressivo, quase sempre bilateral; acomentando mais frontal, occipital ou holocraniana -Duração: 30 minutos a 7 dias. Surge, principalmente, no final da tarde após um dia extenuante no trabalho. Ao contrário da enxaqueca, a dor não tem característica pulsátil e não costuma ser agravada por esforço físico ou impedir as atividades do paciente. Não há sintomas associados; Em alguns pacientes pode ser percebida, à palpação, hiperestesia e hipertonia da musculatura pericraniana Diagnostico - Duração de 30 minutos a 7 dias. - Pelo menos duas das características a seguir: • Dor em pressão ou aperto (não pulsátil). • Localização bilateral. • Intensidade leve a moderada. • Dor não é agravada por atividade física de rotina como caminhar ou subir escadas. - Ausência de náusea e vômitos (na cefaleia tensional crônica pode haver vômitos e náusea leve). - Apenas um dos sintomas a seguir pode estar presente (não é obrigatório): fotofobia ou fonofobia. - Não é melhor explicada por nenhum outro diagnóstico da ICHD-3. Segundo a Classificação Internacional das Cefaleias, a cefaleia tensional pode ser dividida em 3 grupos de acordo com a frequência das crises: (1) episódica pouco frequente ou infrequente (< 12 dias/ano). (2) episódica frequente (12-180 dias/ano). (3) crônica (> 180 dias/ano) – Alguns autores classificam a cefaleia tensional como crônica quando ela ocorre durante mais de 15 dias em 1 mês, o que, “a grosso modo”, dá no mesmo. Trigeminoautonômicas Em salvas Epidemiologia -É uma forma rara de cefaleia primária com uma frequência na população de cerca de 0,1% -. Geralmente se inicia após os 20 anos, mas é mais frequente entre as 3ª e 5ª décadas. -Mais comum do grupo trigeminoautonomicas -O início é noturno em cerca de 50% dos pacientes, sendo os homens acometidos com frequência três vezes maior do que as mulheres. 85% das pessoas afetas são do sexo masculino O principal fator desencadeante da dor é a ingestão alcoólica, o que ocorre em até 70% dos indivíduos. -paciente típico é um homem de meia-idade comumente etilista ou tabagista. A história familiar positiva é rara. - A dor é profunda, em geral retroorbital, muitas vezes de intensidade excruciante, não flutuante e de característica explosiva. Fisiopatologia A cefaleia em salvas está associada a sintomas ipsilaterais de ativação autonômica parassimpática craniana. Gera -hiperemia conjuntival ou lacrimejamento, rinorreia ou congestão nasal ou até mesmo ela pode gerar uma disfunção simpática craniana, como ptose. O déficit simpático é periférico e provavelmente causado por ativação parassimpática com lesão das fibras simpáticas ascendentes que circundam uma artéria carótida dilatada ao entrar na cavidade craniana. Quando presentes, há probabilidade muito maior de a fotofobia e fonofobia serem unilaterais e no mesmo lado da dor, e não bilaterais, como na enxaqueca. Tal fenômeno de fotofobia/fonofobia unilaterais é característico da CAT. A cefaleia em salvas provavelmente seja um distúrbio envolvendo os neurônios do marca-passo central na região hipotalâmica posterior. Quadro clinico - A dor é profunda, em geral retroorbital, muitas vezes de intensidade excruciante, não flutuante e de característica explosiva. - Uma característica fundamental da cefaleia em salvas é a periodicidade. Pelo menos uma das crises diárias de dor recorre aproximadamente na mesma hora todo dia, ao longo do episódio de salvas - O paciente típico com cefaleia em salvas tem surtos diários de uma ou duas crises de dor unilateral de duração relativamente curta por 8 a 10 semanas por ano, o que costuma ser acompanhado de um intervalo sem dor que dura em média um pouco menos de 1 ano. - A cefaleia em salvas é caracterizada como crônica quando permanece em remissão menos de 1 mês sem tratamento - Os pacientes com cefaleia em salvas tendem a deslocar-se durante as crises, andando, balançando ou esfregando a cabeça para alívio; alguns podem mesmo tornar-se agressivos. Este é um grande contraste em relação aos pacientes com enxaqueca, que preferem permanecer quietos durante a crise. - Alcool Hemicraniana Paroxistica Epidemiologia - Diferente da cefaleia em salvas, que acomete predominantemente os homens, a proporção homens:mulheres na HP é quase de 1:1 Quadro clinico -episódios de cefaleia unilaterais, graves, frequentes e de curta duração. Assim como a cefaleia em salvas, a dor tende a ser retro-orbital, mas pode-se senti-la em toda a cabeça, sendo associada a fenômenos autonômicos como lacrimejamento e congestão nasal. Afirma-se que os pacientes com remissões têm HP episódica, enquanto aqueles com a forma não remitente apresentam HP crônica. -As características essenciais da HP são: dor unilateral e muito intensa; crises de curta duração (2 a 45 minutos); crises muito frequentes (em geral, mais de cinco por dia); manifestações autonômicas acentuadas ipsilaterais à dor; curso rápido (menos de 72 horas); e resposta excelente à indometacina SUNCT/SUNA crises de cefaleia neuralgiforme unilateral de curta duração com hiperemia conjuntival e lacrimejamento) é uma síndrome primária de cefaleia caracterizada por dor intensa, unilateral, orbital ou temporal, em facadas ou latejante. O diagnóstico requer pelo menos 20 crises que durem de 5 a 240 segundos; deve haver hiperemia conjuntival e lacrimejamento ipsilateral. Em alguns pacientes, a hiperemia conjuntival ou o lacrimejamento não estão presentes, e pode-se estabelecer o diagnóstico de SUNA (crises de cefaleia neuralgiforme unilateral de curta duração com sintomas autônomos cranianos) - DIAGNÓSTICO A dor de SUNCT/SUNA é unilateral, podendo ser localizada em qualquer local na cabeça. Três padrões básicos podem ser observados: facadas isoladas, em geral de curta duração; grupos de facadas; ou uma crise mais longa que compreende muitas facadas, entre as quais a dor não desaparece completamente, produzindo, assim, um fenômeno “dentes de serra” com crises que duram muitos minutos. As características que levam a um diagnóstico suspeito de SUNCT são a capacidade de desencadeamento cutâneo (ou outros) das crises, ausência de período refratário para desencadeamento entre crises e ausência de resposta à indometacina. Com exceção do distúrbio sensorial trigeminal, o exame neurológico é normal na SUNCT primária SUNCT SECUNDÁRIA (SINTOMÁTICA) A SUNCT pode ser observada com lesões hipofisáriasou da fossa posterior. Todos os pacientes com SUNCT/SUNA devem ser avaliados com exames da função hipofisária e RM cerebral da hipófise TRATAmento – manejo Foram elaborados quatro cenários clínicos para manejo e tratamento das principais cefaleias encontradas na prática clínica. Os objetivos do tratamento na urgência são o alívio da dor e exclusão de cefaleias secundárias. Cenário 1; Cefaleia aguda recorrente Cenário 2: Cefaleia crônica não progressiva Cenário 3: Cefaleia crônica progressiva Cenário 4: Cefaleia aguda emergente( dor nova ou francamente diferente das anteriores) Migrânea -Orientar o paciente a respeito do caráter benigno e geralmente transitório, porém incurável - dieta saudável e balanceada, -exercício físico, - padrão de sono regular, -evitar álcool e cafeína em excesso -Evitar (na medida do possível) estresse psicológico. Uma vez que “evitar o estresse” nem sempre é possível, medidas como meditação, ioga e até mesmo hipnose e técnicas de condicionamento podem ser incentivadas -Tentar identificar fatores precipitantes. Manter o paciente em repouso sob penumbra em ambiente tranquilo e silencioso; agenda relatando a rotina diária 1. Abortivo Crise moderada a intensa 1. Triptanos: - são agonistas seletivos dos receptores serotonérgicos 5-HT1, levando à vasoconstrição preferencial dos vasos cerebrais e meníngeos. Uma vez que podem causar vasoespasmo em outras artérias, são contraindicados em pacientes com hipertensão arterial não controlada ou doença coronariana - Também devem ser evitados em gestantes, pelo risco de abortamento. Entre os efeitos adversos estão alterações sensoriais predominantes na cabeça e extremidades (dormência, formigamento, calor) e vertigem. Além disso, podem causar síndrome serotonérgica quando associados a inibidores seletivos da recaptação de serotonina e inibidores seletivos da recaptação de serotonina/norepinefrina Representantes: SUMATRIPTANO, ZOLMITRIPTANO 2.Derivados da ergotamina: - São agonistas não seletivos da serotonina, atuando em todos os subtipos de receptores serotonérgicos. - são comercializados atualmente em comprimidos de 1 mg, em associações com cafeína e analgésicos (os nomes comerciais mais comuns são Cefaliv® e Cefalium®). Também está disponível a ampola de di-hidroergotamina 1 mg para uso parenteral. - Seus efeitos adversos, além daqueles descritos para os triptanos, incluem náusea, vômitos e isquemia de extremidades, que pode levar à gangrena digital, num quadro de intoxicação dramático denominado ergotismo. O uso de metoclopramida pode reduzir a náusea nesses pacientes. SÃO FÁRMACOS EM DESUSO 3) Analgésicos comuns e AINE: Paracetamol (500 mg a 1 g VO); dipirona (1 g VO ou IV diluída no soro glicosado 5%), diclofenaco (100 mg VO), naproxeno (500 a 825 mg VO), cetoprofeno (75 mg VO) derivados dos salicilatos (AAS 1 g VO) Uma associação com bons resultados é Paracetamol, AAS e cafeína. DEVEM SER EVITADOS: Opioides: devem ser evitados sempre que possível, em especial a meperidina. Uma situação relativamente comum de uso do opioide na migrânea é na gestante com crise refratária a analgésicos comuns/AINE (lembre que essas pacientes não devem receber vasoconstritores). Neste caso, podemos usar a associação codeína 30 mg + paracetamol 500 mg, por exemplo (Tylex®) - Nos pacientes com sintomas de pródromos e aura, devemos acrescentar um antiemético como a metoclopramida (10 mg VO – ou IV, no caso de vômitos). No caso de falha terapêutica aos esquemas anteriores, podemos usar um neuroléptico: clorpromazina (Amplictil®) 0,1 mg/kg IV em 3 minutos (ampola 25 mg/5 ml). Antes do procedimento está indicada infusão de SF 0,9% (5 ml/kg), para minimizar o efeito hipotensivo da droga. Outra opção é a proclorperazina (Compazine®), na dose de 0,15 mg/kg IV (máximo 10 mg) Profilático: Harrisson: A principal indicação de tratamento preventivo para as crises de migrânea é a presença de 4 ou mais crises por mês ou ou 3 ou mais crises/mês (segundo a maioria das outras referências, inclusive o Cecil Uma vez obtida estabilização eficaz, o tratamento profilático é mantido durante 5-6 meses e então retirado gradualmente · Betabloqueadores: permanecem como as drogas de primeira escolha na profilaxia da enxaqueca. O propranolol (80-320 mg/dia) e o atenolol (50-150) mg/dia) são os mais utilizados. Outras opções seriam o metoprolol, timolol e nadolol. Vamos relembrar os principais efeitos colaterais: broncoespasmo, vasoconstricção periférica, bradicardia, hipotensão, elevação da glicemia e do colesterol, fadiga, insônia, depressão e impotência sexual. · Antidepressivos: amitriptilina (10-50 mg/ dia); nortriptilina (25-75 mg/dia); venlafaxina (37,5-150 mg/dia). · Anticonvulsivantes: valproato de sódio (800- 1200 mg/dia); topiramato (25-200 mg/dia · Bloqueadores dos canais de cálcio: flunarizina (5 mg à noite); verapamil (80-480 mg/dia). TENsional O uso de analgésicos comuns, um banho quente e outras técnicas de relaxamento são medidas conhecidas e eficazes. O médico só é procurado quando a dor passa a ocorrer quase diariamente Dieta saudável; • Exercícios regulares; • Padrões de sono regular; • Evitar consumo excessivo de cafeína e álcool; • Diminuir resposta ao estresse; ABORTIVOS: Deve ser realizado com analgésicos comuns ou anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), via oral. O paracetamol associado à cafeína é uma excelente opção terapêutica. Doses: Paracetamol 650 a 1000 mg com ou sem cafeína, Dipirona 500-1000 mg, Diclofenaco potássico 50-100 mg, Ibuprofeno 200-800 mg, Em salvas - Oxigênio a 100%(mascara), 10 a 20 litros/ min durante 15 a 20 minutos, com o paciente sentado e inclinado para frente. - Sumatriptano: 6 mg, subcutâneo, máximo de 3 injeções por dia (opções: sumatriptano ou zolmitriptano intranasais - as formulações orais não são eficazes). - Se refratária: tentar octreotide IV, ergotamina VO, lidocaína intranasa Profilatico: • Verapamil: 160-960 mg/dia, dividida em 2-3 doses (droga de escolha na maioria dos casos). Monitorar ECG • Valproato de sódio: 1-2 g/dia • Prednisona (ciclo de 10 dias, iniciando com 60 mg/dia) é uma opção interessante para crises de curta duração num intervalo inferior a 2 meses. • Outras opções (menos estudadas): lítio, metissergida, topiramato, gabapentina, melatonina. • Em estudo (casos refratários): neuroestimulação do nervo occipital ou do hipotálamo pôster Hemicania paroxistica Tratamento: indometacina – profilaxia por dois anos na dose 25-50 mg de 8/8 hrs . O álcool não atua como precipitante das crises. SUNCT e SUNA Nenhum fármaco, com exceção da lidocaína IV, se mostrou eficaz durante as crises. Devem ser internados para monitorização eletrocardiográfica
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