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UniSALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Psicologia Beatriz Silva Marcelino Rafaela Cristina Galvão Thayna Borges Muchilo Martins CONCEITO DE VIOLÊNCIA NO ÂMBITO ESCOLAR: VISÃO DE ALUNOS E PROFESSORES E.E. Prof.ª Decia Lourdes Machado dos Santos Lins – SP 2017 BEATRIZ SILVA MARCELINO RAFAELA CRISTINA GALVÃO THAYNA BORGES MUCHILO MARTINS CONCEITO DE VIOLÊNCIA NO ÂMBITO ESCOLAR: VISÃO DE ALUNOS E PROFESSORES E.E. Prof.ª Decia Lourdes Machado dos Santos Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Psicologia, sob a orientação da Prof.ª Ma. Gislaine Lima da Silva e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni. Lins-SP 2017 Marcelino, Beatriz Silva; Galvão, Rafaela Cristina; Martins, Thayna Borges Muchilo Conceito de violência no âmbito escolar: visão de alunos e professores / Beatriz Silva Marcelino; Rafaela Cristina Galvão; Thayna Borges Muchilo Martins – – Lins, 2017. 67p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia, 2017. Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Gislaine Lima da Silva 1. Violência. 2. Alunos. 3. Professores. 4. Professores I Conceito de violência no âmbito escolar: visão de alunos e professores. CDU 159.9 M263c BEATRIZ SILVA MARCELINO RAFAELA CRISTINA GALVÃO THAYNA BORGES MUCHILO MARTINS CONCEITO DE VIOLÊNCIA NO ÂMBITO ESCOLAR: VISÃO DE ALUNOS E PROFESSORES E.E. Prof.ª Decia Lourdes Machado dos Santos Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Graduação em Psicologia. Aprovada em: / / Banca Examinadora: Prof. Orientadora: Prof.ª Me. Gislaine Lima da Silva Titulação: Mestre em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem UNESP/Bauru. Assinatura:_________________________________ 1º Prof(a): ______________________________________________________ Titulação: ______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:_________________________________ 2º Prof(a): ______________________________________________________ Titulação: ______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:________________________________ Beatriz Silva Marcelino Dedico este trabalho primeiramente a Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades. A minha orientadora Gislaine pelo apoio e suporte em seu pouco tempo que lhe coube, pelos seus incentivos e correções. Aos meus pais e minha irmã, pelo amor, paciência, incentivo e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até essa etapa de minha vida. Meus agradecimentos para minha amiga Rafaela, que sempre esteve ao meu lado esses 5 anos. E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigada. Rafaela Cristina Galvão Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, por ter me dado força, capacidade e determinação, sempre mе guiando ao longo desta caminhada, а minha família, em especial a minha mãe Solange Aparecida Corci, que nunca me deixou desistir dos meus objetivos nos piores momentos e que sempre esteve ao meu lado me apoiando em tudo, aos meus avôs que já faleceram, mas sempre acreditaram em mim, ao meu amigo Fabio Leoncio de Souza que me ajudou nesta jornada, me ajudando nas minhas maiores dificuldades. Agradeço imensamente aos meus professores que tive oportunidade de conhecer durante o curso, que sempre me ajudaram com os melhores conselhos. Acima de tudo dedico este trabalho a minha filha Sofia que com ela ao meu lado enfrentei muitos obstáculos sempre pensando no melhor para ela e também a minha amiga Beatriz Silva Marcelino que juntas enfrentamos muitos obstáculos sempre uma ajudando a outra. Thayna Borges Muchilo Martins Dedico primeiramente a Deus por ter me dado saúde e inteligência para superar todas as dificuldades e conseguir chegar onde hoje estou. Dedico ao meu esposo Murilo Helderson Martins Silva, ao meu Pai e a minha avó, Silvio Cesar Muchilo e Maria Aparecida de Oliveira Muchilo pelo apoio e por não medirem esforços para que eu pudesse chegar até aqui. AGRADECIMENTOS Gostaríamos de agradecer primeiramente a Deus, por ter nos capacitado e nos dado forças necessárias no decorrer do curso. Agradecemos aos nossos familiares que ao longo destes anos nos incentivaram e por várias vezes nos acalmaram nos momentos de dificuldades. Agradecemos também, aos funcionários e professores do UniSalesiano Lins que nos proporcionaram о conhecimento não apenas racional, mas а manifestação do caráter е afetividade da educação no processo de nossa formação profissional em Psicologia, qυе se dedicaram а nós, nãо somente por terem nos ensinado, mаs por terem nos feito aprender. А palavra mestre, nunca fará justiça аоs professores dedicados аоs quais sem nominar terão os nossos eternos agradecimentos. Em especialmente agradecemos nossa orientadora Profª.Me. Gislaine Lima da Silva que com muita dedicação contribuiu em nossa formação profissional e pessoal, e aos colegas de curso pelo companheirismo e amizade. RESUMO Este estudo aborda a visão de violência entre alunos e professores no contexto escolar, fazendo uma breve analise sobre as violências praticadas e sofridas entre alunos e professores na escola E.E. Profª. Decia Lourdes Machado dos Santos. O presente estudo tem como objetivo compreender a abordagem histórica de violência; estabelecer suas distinções, comportamento e visão de alunos e professores, explicar a manifestação das hostilidades praticadas e sofridas na escola e recursos para ajudar sua minimização no âmbito escolar. A metodologia utilizada foi à abordagem quantitativa. Utilizou-se como instrumento um questionário aplicado ao corpo docente e discente da E.E. Profª. Decia Lourdes Machado dos Santos e foi realizada observação durante o período das aulas. Os resultados obtidos na análise da pesquisa e observação mostraram que a violência verbal é a mais relevante entre os outros tipos de violências. Considera-se, portanto, que a instituição não está preparada para o afrontamento de conflitos diários. As ações realizadas na escola para enfrentamento da violência são mínimas, isoladas e pouco efetivas, visto que as mesmas de nada adiantam, se tornam insignificantes e acabam desencadeando a crise na autoridade docente e consequentemente grandes prejuízos às relações sociais no âmbito escolar e ao processo de ensino- aprendizagem. Torna-se necessário mais atitude, habilidade, orientação, práticas de conduta, mudanças de hábitos comportamentais e procedimentos adequados para a prevenção de atos de agressividade, estupidez e consequente violência que ocorrem na escola, para assim melhorar o relacionamento entre alunos, pais, professores, funcionários e equipe gestora e minimizar os conflitos gerados constantemente no ambiente escolar, uma vez que os mesmos causam danos físicos e emocionais nem sempre visíveis. Palavras-chave: Violência. Escola. Alunos. Professores. ABSTRACT This study approaches the vision of violence between students and teachers in the school context, making a brief analysis about the violence practiced and suffered between students and teachers in the school E.E. Prof. Lourdes Machado dos Santos said. The presentstudy aims to understand the historical approach to violence; establish their distinctions, behavior and vision of students and teachers, explain the manifestation of hostilities practiced and suffered in school and resources to help their minimization in school. The methodology used was the quantitative approach. A questionnaire applied to the faculty and student of the E.E. Prof. Lourdes Machado dos Santos spoke and observation was made during the class period. The results obtained in the analysis of the research and observation showed that verbal violence is the most relevant among other types of violence. It is therefore considered that the institution is not prepared to face daily conflicts. The actions carried out in the school to confront violence are minimal, isolated and ineffective, since they are of no use, become insignificant and end up unleashing the crisis in the teaching authority and consequently great damage to social relations in school and the process of teaching-learning. More attitude, ability, orientation, behavioral practices, behavioral habits changes and appropriate procedures are necessary to prevent acts of aggression, stupidity and consequent violence occurring in the school, in order to improve the relationship between students, parents, teachers , staff and management team and minimize the conflicts that are constantly generated in the school environment, since they cause physical and emotional damages that are not always visible. . Keywords: Violence. School. Students. Teachers. LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Informações Pesquisadas na Escola. ............................................ 38 Quadro 2 – Tipos de violência que o aluno já praticou no âmbito escolar ........ 38 Quadro 3 - Quais tipos de violência você já sofreu no âmbito escolar .............. 39 Quadro 4 - Quais tipos de violência você já praticou no âmbito escolar. .......... 40 Quadro 5 - Quais tipos de violência você já sofreu no âmbito escolar .............. 41 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Tipos de violência já praticadas. ............................................... .......42 Figura 2 – Tipos de violência já sofridas no âmbito escolar. ............................. 44 Figura 3 – Tipos de violência praticados no ambiente escolar. ......................... 45 Figura 4 – Tipos de violência sofridos na escola. ............................................. 47 LISTA DE TABELAS SUMÁRIO INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 14 CAPÍTULO I - CONCEITO DE VIOLÊNCIA NO ÂMBITO ESCOLAR: VISÃO DE ALUNOS E PROFESSORES ................................................................................................................. 17 1. ABORDAGEM HISTÓRICA DA VIOLÊNCIA 17 2. CONCEITO DE VIOLÊNCIA ESCOLAR 19 CAPÍTULO II - HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR: VIOLÊNCIA ENTRE ALUNOS E PROFESSORES ................................................................................................................. 21 1. A HISTÓRIA DA VIOLÊNCIA ESCOLAR NO BRASIL 23 2. VIOLÊNCIA ENTRE ALUNOS E PROFESSORES: A MUDANÇA DE COMPORTAMENTO DE ALUNOS E PROFESSORES NA ESCOLA AO PASSAR DO TEMPO 25 CAPÍTULO III - CONCEITO DE VIOLENCIA NA INSTITUIÇÃO DE ENSINO.26 1. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE PESQUISA: O HISTÓRICO DAS VIOLÊNCIAS PRATICADAS NA INSTITUIÇÃO 28 2. OS TIPOS DE VIOLÊNCIA 31 3. OS FATORES QUE LEVAM ALUNOS E PROFESSORES A COMETER A VIOLÊNCIA NO CONTEXTO ESCOLAR 33 CAPITULO IV - PESQUISA DE CAMPO ..................................................................................................................... 36 1. METODOLOGIA 36 2. DESENVOLVIMENTO. 37 Questionário Alunos 38 Quadro 2 – Tipos de violência que o aluno já praticou no âmbito escolar ..................................................................................................................... 38 Questionário professores 38 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 41 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................................................................... 48 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 49 REFERENCIAS ..................................................................................................................... 50 12 INTRODUÇÃO Violência é uma realidade histórica que está presente em nossa sociedade desde os tempos antigos. A palavra violência vem do latim “violentia”, que dentre seus significados está o ato de impetuosidade, porém, sua origem na verdade é do termo “violação”, ou seja, alguma ação que vá de forma contraria a alguma regra da nossa sociedade. A violência está por toda parte, e todos estão vulneráveis e sujeitos a praticar ou sofrer algum tipo de hostilidade. O aumento de violência na sociedade está cada vez maior e, isso nos mostra que pode estar relacionada à vários outros motivos. No âmbito escolar, presenciamos atos de agressividade que não envolve somente alunos e professores, mas todo o quadro administrativo que constituem o órgão educacional e que vem causando muita angústia e medo pelas formas como tal fenômeno acontece e, por pessoas cada vez mais jovens estarem sendo envolvidas, seja como vítimas ou agressores. Nessa perspectiva, a escola deixa de ser um espaço seguro, que visa atitudes de respeito, amizade, harmonia, socialização e integração para ser “palco” de diversas situações de violências nas suas mais variadas formas, desde simbólica e verbal à física. A questão em si é descobrir quais são esses motivos ocasionais que levam essas pessoas a praticarem a violência no ambiente escolar. Segundo Morrone (2016), qualquer tipo de discriminação, ameaça ou xingamento, muitas vezes tratados como brincadeiras pelas pessoas, podem desencadear algum ato de violência. Esse é o tipo de acontecimento que torna o ambiente escolar mais hostil. O aumento de violência na sociedade é um fato que precisa ser tratado e reflete em microssistemas como na escola. Esse modo de se relacionar com as pessoas acaba contaminando até mesmo professores que, se descobrem perplexos e não sabem lidar com essas situações no cotidiano do ambiente escolar. A violência verbal é a mais comum, mas não é a única forma utilizada. Muitas vezes os estudantes chegam às vias de fato, agredindo fisicamente colegas e profissionais da instituição. Pretende-se compreender que motivos interferem na busca de formas violentas de relacionamentos interpessoais. Segundo o autor Morrone (2016), as violências verbal e física atingiram 13 cerca de 42% dos alunos principalmente da rede pública, segundo pesquisa realizada pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais. Observa-se que as características culturais dos alunos e o contexto onde a escola está inserida, ou seja, o bairro onde se localiza, pode ter uma influência significativa no interior escolar. Para o autor Abramovay et al. (1999) a desigualdade social é um dos fatores determinantes para o aumento da violência, pois, os jovens de menor renda sentem-se menosprezados ao verem outros em melhor situação. Isso acaba criando certo rancor que acaba evoluindo para atos mais violentos: “A partir desse ... de estar numa posição secundária na sociedade e de possuir menos possibilidades de trabalho, estudo e consumo, porque além de serem pobres se sentem maltratados, vistos como diferentes e inferiores. Por essa razão, as percepções que têm sobre os jovens endinheirados são muito violentas e repletas de ódio..." Abramovay et al. (1999, p.38). Observa-se que o aumento de famílias desestruturadas, jogos de vídeo game com grande excesso de violência e problemas do cotidiano também são grandes motivos ocasionaisque levam esses alunos e professores a cometerem a violência no ambiente escolar. De acordo com uma reportagem no site O GLOBO, pesquisa realizada pela Associação Americana de Psicologia diz que existe uma relação um tanto significativa na relação de jogos de videogame violentos com o comportamento agressivo de crianças e adolescente “A pesquisa demonstra uma relação consistente entre o uso de jogos de videogame violentos e o aumento de comportamentos agressivos e de cognição agressiva, e uma diminuição de comportamentos sociáveis, empatia e sensibilidade a agressões", afirma o estudo, que ressalta ainda que nenhuma influência sozinha levou alguém a se tornar mais violento, mas sim "uma acumulação de fatores de risco". (O Globo, 2016) Este trabalho é justificado pelo fato de que durante o curso de formação em Psicologia, realizaram-se visitas em escolas públicas e observou-se que atos de agressividade, hostilidade, vandalismo e bulling está cada vez mais 14 frequente no ambiente escolar. Presenciaram-se cenas em que alunos e professores se agrediam verbalmente perante outros alunos e companheiros de serviço. Considerando essas experiências surgiu a questão do conceito sobre violência na visão de alunos e professores, buscando-se focar quais os motivos que levam os mesmos a se envolverem em situações críticas no ambiente escolar. O trabalho apresentado se encaixa no método de pesquisa descritiva e quantitativa, que visa investigar as causas ocasionadas pela violência na escola. Durante o procedimento de pesquisa serão dadas explicações sobre os diversos tipos de violência que ocorrem no ambiente escolar e, também, serão utilizados questionários direcionados para os dois públicos-alvo, corpo discente e docente que atuam em conjunto. 15 CAPÍTULO I CONCEITO DE VIOLÊNCIA NO ÂMBITO ESCOLAR: VISÃO DE ALUNOS E PROFESSORES 1. ABORDAGEM HISTÓRICA DA VIOLÊNCIA A violência é algo que sempre esteve presente na sociedade em diversas formas. Na bíblia sagrada (2002), tem-se o primeiro relato de violência, o primeiro homicídio, “E falou Caim com seu irmão Abel; e sucedeu que estando eles no campo, se levantou Caim contra seu irmão Abel e o matou”. (Gn 4:8). Ainda se utilizando os tempos mais antigos, temos também o exemplo da morte de Jesus, que foi um ato extremamente cruel e violento. Na idade Média, temos como exemplo as Cruzadas, batalha entre católicos e mulçumanos que durante dois séculos deixaram milhares de mortos; a escravidão de negros e índios no Brasil; o holocausto na Alemanha e as duas grandes guerras mundiais são esses alguns exemplos de como a violência estão inseridos na biografia da humanidade e de como essas ações violentas modelaram o mundo contemporâneo. (Santos, 2011, p.11). Autores como Diaz Aguado (1996b), sugerem que se diferenciem ainda dois subtipos de violência ou agressão, a violência reativa e a violência instrumental. A violência reativa é desencadeada pelas condições que antecedem, isto é, surge como uma explosão emocional, um nível de tensão e crispação elevados que ultrapassam a capacidade de a pessoa enfrentar o evento social de outra forma. A violência instrumental é desencadeada pela perspectiva dos resultados que o indivíduo espera obter, isto é, utiliza-se para se conseguir um determinado resultado. Os indivíduos que utilizam este tipo violência tendem a justifica-la dando-lhe uma aparência legítima. É ainda possível identificar indivíduos que utilizam mais a violência reativa, outros que recorrem mais a violência proativa e ainda alguns em que as duas estão presentes. Esta diferenciação pode conduzir-nos a formas diferenciadas de intervenção. Como o autor Diaz Aguado (2002) mostra que a ideia de que violência gera violência é amplamente confirmada, pois, na medida em que conviver 16 com violência aumenta mais o risco de vir a exercer ou de converter numa vítima, especialmente quando a exposição se produz em momentos de especial vulnerabilidade como a infância e a adolescência. Cada sociedade, dentro de épocas especificas, apresenta formas particulares. Por exemplo, há uma configuração peculiar da violência social, econômica, política e institucional no Brasil, na China, na Holanda. Da mesma forma, a violência social, política e econômica da época colonial não é a mesma que se vivencia hoje, num mundo que passa por grandes transformações (MINAYO, s.d, p.3 2017). O homem quando busca conseguir algum objetivo em particular, apela muitas vezes para a violência, às vezes mesmo sem perceber acaba praticando algum ato de violência contra seu oponente. O autor Fonseca (2000), fala que a expressão ‘delinquência juvenil’ tem geralmente uma conotação jurídica e, designa aos atos cometidos por um indivíduo abaixo da idade de responsabilidade criminal, isto é, que infringe as leis estabelecidas. Esta designação embora seja relacionada com a conduta antissocial, porque a primeira pressupõe em geral esta última pode dela diferenciar-se, na medida em que sob a designação de conduta antissocial se incluem os comportamentos que desrespeitam os outros e, violam as normas de uma determinada comunidade sem necessariamente infringirem as leis vigentes, manifestando-se de forma diferente, tratando-se de crianças, adolescentes e adultos. Weiner (1995) considera que do ponto de vista da sua gravidade, os atos delinquentes podem ser graves, constituir pequenos delitos ou desrespeitar apenas ao estatuto dos jovens por serem menores (por exemplo: fugir de casa). 2. CONCEITO DE VIOLÊNCIA ESCOLAR A escola é um local onde parte do desenvolvimento intelectual acontece. É onde se desenvolve habilidades, se aprende a conviver com outras pessoas, formam-se amizades e desenvolvem lições que não se limitam as matérias específica, mas sim lições para a vida do indivíduo em 17 formação. Sendo um local tão importante para o desenvolvimento, é imperioso lembrarmos que é um ambiente que enfrenta grandes desafios e um desses desafios é a violência escolar. Pequenas infrações geralmente não são notadas, mas podem desencadear, muitas vezes em uma ação de violenta. Odália (2004) defende a ideia de que muitas vezes “deixamos passar” muitas atitudes que não consideramos atos de violência e assim temos a impressão que faz parte da rotina. Encaramos como algo “natural” e deixamos “pra lá”. A violência escolar tanto pode ocorrer dentro da escola como no caminho casa-escola ou escola-casa. Considera-se também violência escolar nos passeios promovidos pelas instituições que levam os estudantes juntos a diversos locais com a ocorrência de quaisquer tipos de descumprimento às regras, são caracterizadas também como violência escolar conforme nos orienta Carina ( FURLONG; MORISSON, 2000, p. não paginado) Existe também a possibilidade dela ocorrer no local onde reside o estudante quando origina-se de fatos ou melhor conflitos mal resolvidos em situação escolar. Como se não bastasse, é possível também que a violência se dê por meio eletrônico como por exemplo: palavras ofensivas por mensagens de texto em aplicativos de celular das redes sociais. Fontes como a Organização Mundial da Saúde, classificam vários tipos de violência: a violência física, a violência psicológica, sexual e a negligência. Outros autores, como Abramovay (2002) segrega os tipos de violência em duas categorias: violência verbal e não verbal. Lopes Neto & Saavedra (2003) distinguem a violência em violência direta e indireta e emocional. De fato, existem classificações que podemos conceber ao fenômeno da violência, mas é de fundamental importância termos em mente que um ato violento pode ter como alvo tanto as pessoas como o patrimônio público ou privado. Sabemos que o fenômeno da violência não é fato inédito em nossa sociedade (CHARLOT, 2002)e que ao longo da história cultural esta esteve presente e é, portanto, um problema complexo que merece nossa seriedade ao pensar ou mesmo planejar ações interventivas. Temos em mente que a violência está estreitamente vinculada a fatores culturais, econômicos e sociais (Colombier, 1989), para então estarmos conscientes do dever de toda 18 a sociedade deve envolver-se para ao menos minimizar os atos agerssivos com ações preventivas. A plena convicção que a escola é palco a ações preventivas contra a violência não apenas escolar, mas social de uma nação visto que nela estão inseridas as pessoas que irão compor o futuro. É de suma importância entender que a comunidade escolar deve receber todo o apoio, visto que através da educação temos o poder de mudar uma nação, esta mesma nação deve acreditar e apoiar a educação de seus jovens e crianças, transformando o futuro com as nossas atitudes presentes. 19 CAPÍTULO II HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR: VIOLÊNCIA ENTRE ALUNOS E PROFESSORES 1. A VIOLÊNCIA ESCOLAR Qualquer atitude ou ação que causa algum prejuízo físico ou moral à uma pessoa ou ser vivo, é chamado de violência. Esse fato tem se tornado um dos maiores problemas na sociedade. A violência nem sempre é um ato intencional, um acidente, morte ou trauma psicológico, podemos procurar indícios de violência sem um propósito de agressão. A escola é considerada como uma instituição privilegiada para a formação de crianças, jovens e adolescentes. No âmbito escolar a violência tem se tornado mais presente nos últimos anos, devido a vários fatores que veremos ainda nesse capítulo. De fato, podemos constatar que houve uma inversão de valores dentro das escolas. Antigamente era considerado normal, métodos hostis de alguns professores, castigo físico, humilhações verbais, etc. Logo, segundo Norma Mendes: A sociedade romana, conforme qualquer outra sociedade antiga ou moderna, tinha uma forma especifica de conceber e buscar uma justificativa moral e ideológica para o uso da violência e da crueldade. Devemos nos preocupar em analisar e interpretar o uso da violência de acordo com o contexto histórico-cultural e não julgar. (Mendes, 2009, p.47). Hoje, os professores não podem exercer nenhum tipo de castigo aos alunos sob pena de sofrerem sanções disciplinares. Podemos citar como manifestações que causam alguns tipos de conflitos nas escolas: as discriminações, sejam elas racismo, homofobia, desigualdade sociais e econômicas, etc. Miriam Abramovay (2002), afirma “a sociedade brasileira, vem-se deparando com um aumento das violências nas escolas, sendo diversos os 20 episódios envolvendo agressões verbais, físicas e simbólicas aos autores da comunidade escolar”. A escola é um espaço onde se encontram crianças, adolescentes e jovens de diferentes grupos e níveis sociais, assim indivíduos com diferentes crenças e identidade, convivem e se relacionam cotidianamente. São inúmeras as causas de violência escolar, dentre elas podemos destacar a família, pois, é neste núcleo que a criança adquire os modelos de conduta que exteriorizam. A violência doméstica, o alcoolismo, as drogas, o desemprego, etc, são as principais causas que deterioram o ambiente familiar, geralmente crianças que passam por essa problemática são mais vulneráveis e não possuem meios de defesa. Levando em conta esses fatores podemos afirmar a importância do educador em desenvolver esse tema em sala de aula desde as series iniciais, é uma forma de trabalhar com um tema controverso e presente em nossas vidas. Nas relações do dia a dia devem traduzir respeito ao próximo, através de atitudes que levam à amizade, a harmonia e integração das pessoas, visando atingir os objetivos propostos no projeto político pedagógico. Diante dos atritos que vem envolvendo a sociedade, faz-se necessário o desenvolvimento de uma pesquisa quantitativa e qualificativa confiável, para que á partir delas seja possível à formação de uma política eficaz. Um passo fundamental para iniciar uma melhoria da segurança pública. Com criação de programas de conscientização popular, a sociedade civil organizada atuante é capaz de reduzir a criminalidade, minimizar hostilidades, exaltar valores e transformar a sociedade. Assim, tendo como meta escolas sem violência, é de indiscutível importância identificar medidas para que essas se apresentem como espaços seguros para todos os envolvidos. Enfim, é a mobilização da população e sua conscientização que irá garantir que toda instrumentação oferecida e fornecida pelo Estado possa surtir efeito. Remetendo-se aos profissionais da educação, salienta-se que, ao atuarem em ambiente de insegurança, se tornam menos capazes de desenvolver o seu potencial, gerando danos para a saúde física e emocional tanto deles próprios como para os alunos, prejudicando a transmissão e a assimilação dos conteúdos. 21 2. A HISTÓRIA DA VIOLÊNCIA ESCOLAR NO BRASIL A escola se constitui em um espaço de socialização, é promotor da aquisição de valores e construção de caráter dos indivíduos que determinarão o perfil das gerações futuras, e, consequentemente, o rumo da sociedade. Neste espaço está a função social da escola que abrange toda uma série de elementos que são o reflexo da cultura em que estão inseridas. Segundo RAMOS e col. (2007) A ação educativa tem por finalidade a humanização do homem através da identificação dos elementos culturais acumulados historicamente. A escola cabe selecionar e identificar dentre esses elementos, os necessários e indispensáveis a serem transmitidos e, consequentemente, assimilados. O processo educativo busca adaptar os seres humanos para que não só se tornem aptos a desfrutar a qualidade de vida em sociedade, mas também serem transmissores de cultura. A educação tem como objetivo o desenvolvimento intelectual, social e físico do homem, conferindo-lhe a capacidade necessária para a maximização das suas competências, a fim de que este interaja de forma útil e positiva no meio em que vive em sua cultura. O uso da prática do castigo, utilizada em meados da década de 70, está associada a indisciplina, não apenas nas escolas, como também nas famílias, muitas vezes naturalizada por todos aqueles que se encontram envolvidos no processo educacional/formativo. Professores e alunos de todas as épocas, possivelmente, guardaram nas lembranças episódios relacionados aos castigos recebidos nas escolas. O fenômeno da violência no cenário escolar é mais antigo do que se pensa. Prova disso é o fato de ele ser tema de estudo nos Estados Unidos desde a década de 1950. Porém, com o passar do tempo, ele foi ganhando traços mais graves e transformando-se em um problema social realmente preocupante. Hoje, relaciona-se com o uso de drogas, o movimento de formação de gangues – eventualmente ligadas ao narcotráfico – e com a facilidade de portar armas, inclusive as de fogo. Tudo isso tendo como pano de fundo o fato de que as escolas perderam o vínculo com 22 a comunidade e acabaram incorporadas à violência cotidiana do espaço urbano. Enfim, deixaram de ser um lugar seguro para os jovens estudantes. (Abramovay, 1999). Um dos instrumentos de punição mais utilizado no mundo foi à palmatória, cujo emprego no Brasil se deu por volta do século XVI a partir dos jesuítas como forma de disciplinar os indígenas resistentes à aculturação. A prática do uso da palmatória foi perpetuada pela escravidão africana, sendo que os senhores a utilizavam como um dos castigos aplicados aos negros desobedientes. Não é possível precisar em que momento à palmatória migrou para a escola. Observou-se que ao longo do século XIX, em várias províncias, as legislações se preocuparam em proibir e/ou disciplinar o seu uso determinandoo número máximo de palmadas, para cada tipo de transgressão ou mau comportamento. Os primeiros estudos brasileiros datam da década de 1970, quando pedagogos e pesquisadores procuravam explicações para o crescimento das taxas de violência e crime. Na década de 1980, enfatizavam- se ações contra o patrimônio, como as depredações e as pichações. Já na maior parte da década de 1990, o foco passa a ser as agressões interpessoais, principalmente entre alunos. Nos últimos anos do século XX e nos primeiros do século XXI a preocupação com a violência nas escolas aumentou e tornou-se questionável a idéia de que as origens do fenômeno não estão apenas do lado de fora da instituição – ainda que se dê ênfase, em especial, ao problema do narcotráfico, à exclusão social e às ações de gangues. (Abramovay, 1999). Nos dias atuais a violência é um fenômeno conhecido de forma geral, sendo presente no ambiente familiar, nas ruas, nas indústrias, nos bares, no ambiente escolar, entre tantos outros, está presente nos meios de comunicação: noticiários e reportagens na televisão, nos jornais, rádios, internet, entre outros. De acordo com Costa (2011, p. 15) “nas escolas a violência é manifestada das mais diversas formas, tornando-se objeto da atenção de toda a sociedade, principalmente de estudiosos e pesquisadores”. Para Souza (2008, p. 119) “observa-se, dentro das escolas, crianças e adolescentes cometendo infrações que se caracterizam por agressões verbais, físicas, pichações, bullyings, e furtos, sem nenhuma causa aparente 23 que justifique tais ações ou comportamentos”. A violência nas escolas pode ser influenciada por alguns aspectos como a região geográfica onde a escola está inserida, principalmente no que se refere à proximidade a favelas em que o tráfico de drogas está presente. Outro ponto que deve ser levado em consideração é a fase da adolescência, em que os mesmos tornam-se mais violentos e com comportamentos diferenciados. A violência nas escolas remetia-se no passado a grandes centros, mas atualmente a violência escolar está presente em qualquer âmbito escolar, seja ele pequeno ou grande porte e em qualquer cidade ou região do Brasil. 3. VIOLÊNCIA ENTRE ALUNOS E PROFESSORES: A MUDANÇA DE COMPORTAMENTO DE ALUNOS E PROFESSORES NA ESCOLA AO PASSAR DO TEMPO A violência vem sendo um assunto muito discutido na sociedade, ela está presente no nosso cotidiano. Pode-se ver que a violência está situada nos empregos, na sociedade, em redes sociais, em casas de família e em escolas. Quando se trata de violência no ambiente escolar, geralmente é generalizada a violência entre os alunos, mas, não podemos esquecer que os professores ao passar do tempo também se tornaram tanto vítimas como agressores. Esse tema nos últimos anos vem sendo bastante pesquisado e discutido nos noticiários da televisão, muitas são as reportagens que tratam violência dentro do ambiente escolar, seja entre alunos, alunos e professores e no entorno da escola. A educação escolar sofreu drásticas mudanças ao passar dos tempos e, muito se sabe que a relação de educação no passado seguia regras severas do que comparadas com os tempos de hoje. Com isso, notam-se mudanças drásticas em vários sentidos. Houve uma época em que o professor era tão valorizado que representava status ter essa profissão. Aulas nos cursos ginasial e colegial costumavam ser ministradas até por médicos e engenheiros, e compensava financeiramente. Os alunos eram habituados a se colocarem de pé quando o mestre 24 entrava na sala. O respeito aos mais velhos era regra de educação[...] (Faustino, E. M. B.; Rodrigues, E. C. 2013). A citação acima nos mostra uma realidade totalmente diferente da década passada aos tempos de hoje. Havia muito respeito entre alunos e professores, os pais faziam parte da escola e eram encarregados de ensinar respeito aos seus filhos. No tempo atual, a profissão de professor decaiu drasticamente, sendo assim um cargo desvalorizado e muito cobrado pela sociedade. Os alunos não têm mais respeito com os professores e muito menos entre colegas de escola. Atualmente a relação professor-aluno é preocupante, ao pensarmos que a educação estruturada é indispensável para o indivíduo. Mas a decorrência de confrontos entre educador e estudante acaba abalando essa estrutura, assim, resultando em professores insatisfeitos e alunos com precários conhecimentos sobre todas as áreas do conhecimento. As escolas são tratadas pelos pais como um deposito de crianças e adolescentes sem educação, no qual os gestores da escola têm a obrigação de ensinar valores e respeitos que deveriam ser aprendidos dentro de casa. Segundo uma enquete realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 12,5% dos professores entrevistados no Brasil disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana. Essa pesquisa também demonstrou que apenas um entre cada dez professores, acreditam que a profissão seja valorizada na sociedade, porém, isso coloca o Brasil entre os últimos na lista desse quesito. (Fernandes, 2014) Os professores se desdobram para atender às expectativas da sociedade, porém em alguns casos, desanimam ao notar a falta de reconhecimento do seu papel. A partir daí, começa-se a criar uma intolerância quanto às ações de alguns alunos, onde, nasce então a “faísca” causadora de conflitos entre as partes. 25 CAPÍTULO III CONCEITO DE VIOLENCIA NA INSTITUIÇÃO DE ENSINO 1. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE PESQUISA: O HISTÓRICO DAS VIOLÊNCIAS PRATICADAS NA INSTITUIÇÃO E.E. Professora Decia Lourdes Machado dos Santos. A instituição foi criada pelo Decreto nº 23.274 de 15/02/1985 e no ano de 2015 e passou a fazer parte do Programa de Ensino Integral (PEI) a Escola Estadual de Ensino Fundamental se localiza na Rua Flosculo Franco do Amaral, nº 260 – Monsenhor Pasetto, município de Lins/SP. Na escola são matriculadas aproximadamente 229 (duzentos e vinte e nove) alunos, no Ensino Fundamental ciclo II, sendo Educação de Jovens de Ensino Fundamental Integral, contendo 7 (sete) salas de aula. A instituição possui o quadro de 22 (vinte e dois) funcionários. A escola funciona de segunda-feira a sexta-feira em dois períodos, de manhã das 7:00 ás 12:20 horas, a tarde das 13:00 ás 16:30 horas e tem como objetivo oferecer uma educação de qualidade e garantir melhores condições de ensino para a formação de crianças e adolescentes. Sua infra-estrutura subdividisse em 01 (um) pavimento, sendo térreo. A capacidade física total por sala é de 35 (trinta e cinco) alunos nos módulos finais do ensino fundamental. As salas de aula são arejadas e no há super lotação. A escola possui 01 (uma) sala de professores, 01 (uma) secretaria, 01 (uma) sala de diretor, 01 (uma) sala de vice-diretor, 01 (uma) sala de coordenação, 01 (uma) sala de informática, 01 (um) laboratório de ciências, 01 (uma) quadra de esporte coberta, 01 (uma) cozinha, refeitório, 01 (uma) sala de leitura, 02 (dois) banheiro dentro do prédio, sendo um feminino e um masculino, 01 (um) almoxarifado, 01 (uma) Despensa, área verde, 01 (uma) lavanderia. O corpo docente é formado por aproximadamente 12 (doze) professores habilitados e qualificados. Existe 01 (um) uma Diretor, 01 (um) Vice-Diretor, 02 (dois) Coordenadores Pedagógicos. 26 escola atende alunos a partir dos 11 (onze) anos de idade, aproximadamente. O nível sócio-econômico dos alunos é relativamente variado. A estrutura da Escola é muito boa, as salas de aula são bastante amplas e confortáveis, com boa iluminação e ventilação. Possui ainda mobiliário adequado, armários dentro da sala de aula, mesa para a professora, mesas e cadeiras de tamanho apropriado para os alunos. Para (D’Aurea-Tardeli; Paula, 2009) “A escola, enquanto instituiçãosocial é um espaço onde as diferenças se encontram e, portanto, local permanente de potenciais conflitos. É na escola que as diferentes formas de educação e valores familiares, culturas, etnias, religiões etc. se encontram. A escola localiza-se em um bairro de classe média na cidade de Lins Foram realizadas entrevistas com alguns funcionários sobre o histórico de violência praticado na instituição. Relatos dizem que a escola recebe uma grande porcentagem de alunos que possuem alguma dificuldade intelectual ou com comportamentos agressivos. Realizaram-se observações durante o horário de aula, no qual nota-se que os alunos não têm respeito uns pelos outros, passam gritando nos corredores, agridem verbalmente os colegas e também se ouve os chamados dos professores e funcionários solicitando obediência, disciplina e respeito. Identificar com maior precisão o que se diz quando se fala de violência na escola é fundamental para identificar e discutir as causas, assim como para elaborar estratégias específicas de enfrentamento adequadas a cada problema. Além disso, contribuir para o reconhecimento de formas que sequer são reconhecidas como violentas pode ajudar a ampliar e requalificar o debate. A este respeito, pesquisas têm mostrado que, na maioria das vezes, por detrás das violências que chegam a ocupar as páginas de jornais, há um histórico de atos violentos que, por não terem sido reconhecidos e tratados ao longo do tempo, eclodiram de forma intensa e com potencial de dano muito mais intensificado. (D’Aurea-Tardeli; Paula, 2009) Quando algum aluno comete algum ato de violência na instituição, ele é conduzido para a sala da diretoria, recebem advertências verbais e escritas , comunicam os pais ou responsáveis, relatando o fato acontecido e então é dispensado somente acompanhado pelo seu responsável. 27 É necessário identificar os fatores que geram esse comportamento na escola, os tipos de violência que os alunos sofrem em suas casas para assim poder compreender o reflexo dessa agressividade na escola. Notou-se que alguns alunos desta instituição, são bem agressivos tanto fisicamente como verbalmente. É visível o desrespeito dos mesmos tanto com os colegas, quanto com os professores e toda esta situação acaba gerando desinteresse, falta de aprendizado, até mesmo de quem gostaria de aprender. Observou-se que através dos relatos de colegas e professores, os alunos mais agressivos são os mais carentes de afeto, amor e carinho. Fatores estes que refletem em seus comportamentos inadequados. Entretanto a dedicação e comprometimento dos professores e demais funcionários da instituição, dão suporte para promover a inclusão destes alunos, que em alguns casos, não possuem estrutura fundamental para o seu bom desenvolvimento dentro de suas casas. Ouvimos tanto dos professores quanto da sociedade em geral que o vandalismo contra a escola e a agressão a professores se devem a certa fragilidade dos dirigentes, que em tudo concordam com os jovens estudantes, à imagem das famílias. Há de se pensar ainda sobre a falta de limites dos adolescentes se apresenta como a causa principal da indisciplina (Bock; Furtado & Teixeira, 2002) Alunos com dificuldade de afeto se tornam melhores quando são ouvidos e entendidos, visto que em muitos casos, o aluno revela sua rebeldia em atos violentos, simplesmente para chamar a atenção das pessoas ao seu entorno. Foi observado que os professores estão perdendo muito mais tempo, com a indisciplina, chamando a atenção dos próprios alunos, do que executando com competência suas habilidades, que deveria ser o principal motivo de estarem lá. Importante citar que, alguns professores estão dando aula naquela instituição por amor aos alunos, pois existem algumas situações do cotidiano que são quase impossíveis de serem superadas. Para Tonchis (2012), a escola é o primeiro ambiente social que a criança experimenta, antes disso, ou seja, na socialização primária se 28 restringe a família, igrejas, vizinhos, enfim, um circuito bastante restrito. É na escola, aonde ele vai, realmente, experimentar um ambiente social – lá ele vai aprender a conviver com as diferenças e constituir um ser para si. Esse ser é para a sociedade. 2. OS TIPOS DE VIOLÊNCIA Realizou-se uma pesquisa de campo envolvendo nove tipos de violência que são cometidas normalmente nas instituições de ensino público. Os novos tipos de violências classificados foram: Violência verbal, violência psicológica, violência moral, violência institucional, violência patrimonial, armamento, bullying, ato preconceituoso e uso de drogas. Violência verbal: Marques (2017) Tipo de violência que ocorre verbalmente, com um comportamento agressivo, que é caracterizado por palavras danosas que tem a intenção de ridicularizar, humilhar, manipular e ameaçar. Este tipo de agressão afeta significativamente a vítima, causando danos psicológicos brutais e irreparáveis. A violência verbal anda lado a lado com a violência psicológica, já que a segunda é uma consequência da primeira. Uma das grandes dificuldades em identificar a violência verbal, já que esta é uma violência por vezes sorrateira. Violência psicológica: Na lei 11.340/2006 diz que a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; Violência moral: Na lei 11.340/2006 (BRASIL, 2006) diz que a violência moral é entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria; Violência patrimonial: Na lei 11.340/2006 (BRASIL, 2006) diz que 29 violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; Violência física: Na lei 11.340/2006 (BRASIL, 2006) diz que a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; Bullying: Pires (2013) O Bullying é qualquer ato, palavra e comportamentos que são prejudiciais, intencionais e repetitivos que causa danos em um indivíduo. Dentro destes atos estão: ofensas à integridade física, moral, humilhação, difusão de boatos, exposição ao ridículo, agressões físicas e psicológicas que levam a vítima a manter o sofrimento em silêncio. O Bullying é a violência mais praticada nas escolas tanto em públicas como também nos particulares. É pouca a consciência de sua existência ou mesmo da gravidade das consequências desses atos, provocam traumas, doenças psicossomáticas, transtornos mentais e psicopatologias, sendo assim podendo gerar delinquência e o abuso de drogas. Ato preconceituoso: De acordo com Mendes (2009) a palavra preconceito é formada pelo prefixo latino “pré” (anterioridade, antecedência) mais o substantivo “conceito” (opinião, reputação, julgamento, avaliação). O preconceito é, portanto, o conceito formado antes de se ter os conhecimentos necessários; é a opinião formada antecipadamente, sem maior ponderação. Preconceito, ou seja, conceito de algo que não conhecemos ainda, conceito que fazemos de imediato. É assim que tudo começa se não conheço e faço meus próprios conceitos posso fazê-los bom ou ruim isso pode variar de acordo com os estereótipos que possuo em minha bagagem cultural, pois nenhum ser humano nasce preconceituoso. O preconceitoé aprendido quando ainda estamos passando pelo processo de socialização no seio da família, e nas entidades sociais tais como a igreja e a escola. 3. OS FATORES QUE LEVAM ALUNOS E PROFESSORES A COMETER A VIOLÊNCIA NO CONTEXTO ESCOLAR O aumento da criminalidade nas grandes cidades, nos anos 1990, 30 existiu um aumento da violência dentro das salas de aula. Atualmente, essa violência se torna bastante comum através da popularização de vídeos nas mídias sociais. Muitos acham estes vídeos divertidos. Portanto a violência nas escolas é um assunto preocupante e deve ser tratado com seriedade. A violência escolar ocorre entre os próprios alunos ou até mesmo entre alunos e professores. Professores sofrem constantemente ameaças e danos a seus pertences, principalmente bens materiais como os carros. Segundo Nicolilelo (2009), no Brasil, os professores gastam 17% do tempo em sala de aula tentando manter a disciplina dos alunos, mesmo índice da Malásia. No mundo, a média é de 13%. Em países como Bulgária, Estônia, Lituânia e Polônia, o percentual não passa de 10%. O resultado é que o trabalho dos professores fica prejudicado pelo mau comportamento dos alunos. (Ferreira, S. R., 2017) Existem ainda relatos de arrombamentos e prejuízos ao patrimônio da escola são fatores que atrapalham, evidentemente, o rendimento das aulas e fator que influencia, fundamentalmente, os aprendizados dos alunos. Geralmente, essas atitudes são praticadas por alunos com problemas em casa. E, consumada pela desigualdade social presente em nossa sociedade. A desigualdade social é um dos grandes fatores que influenciam o jovem a cometer ações violentas. A situação de carência absoluta de condições básicas de sobrevivência tende a embrutecer os indivíduos, assim, a pobreza seria geradora de personalidades destrutivas. “A partir desse ... de estar numa posição secundária na sociedade e de possuir menos possibilidades de trabalho, estudo e consumo, porque além de serem pobres se sentem maltratados, vistos como diferentes e inferiores. Por essa razão, as percepções que têm sobre os jovens endinheirados são muito violentas e repletas de ódio..." Abramovay et al. (1999) é uma forma de castigar à sociedade que não lhe dá oportunidades. Não descartando a Influência familiar, os problemas pessoais e a necessidade de atenção. Estes são outros fatores motivadores à violência no ambiente escolar. Existem alunos que buscam, por outro lado, por status e pelo reconhecimento dentro do colégio, o que leva a prática de algumas dessas atitudes. "o motivo pelo qual os jovens...aderem às gangues é a busca de 31 respostas para suas necessidades humanas básicas, como o sentimento de pertencimento, uma maior identidade, auto-estima e proteção, e a gangue parece ser uma solução para os seus problemas a curto prazo" Abramovay et al. (1999), A família do jovem educando, de maneira direta, é responsável pela orientação dos mesmos e pela prevenção de tais ações dentro da unidade de ensino, uma vez que a violência escolar é um problema que dever ser solucionado, pois interfere no avanço de uma educação de qualidade no país. Como solução, as escolas devem integrar os pais ou os responsáveis ao ambiente escolar, alertando-os sobre a violência que ocorre e, também, informá-los sobre a real situação de seus filhos. Além disso, devem ser criadas punições para os alunos que pratiquem os atos violentos, como a execução de tarefas dentro do colégio. Segundo Tiba: - Quando falha o grande controlador, que é a família, representada na figura dos pais, os abusos começam a acontecer. E, quando um abuso é bem-sucedido, ele se estende para social, na delinquência, na compulsão pelas drogas. Quando a família deixa o filho fazer sempre suas vontades, este com certeza criará problemas futuros., essa forma de educar os filhos, baseado no amor incondicional sem estabelecer as devidas restrições, dizendo com firmeza não e sim na hora certa, com explicações moderadas e objetivas estão levando as crianças a se tornarem jovens automaticamente dependentes, sem autocontrole e inseguros, incapazes de solucionar problemas que surgem na dinâmica de sua própria vida, sem perspectiva de uma vida futura progressiva, sem realizações enriquecedoras e positivas. TIBA (1996) CAPITULO IV PESQUISA DE CAMPO 1. METODOLOGIA Com o objetivo de conhecer, verificar e investigar características da violência no ambiente escolar, este trabalho se encaixa no método de pesquisa descritiva e quantitativa. Trata-se de uma análise de fatos sobre determinado assunto no qual não se tem muito conhecimento, sendo assim 32 permitindo a realização de investigações sobre os fatos abordados. A pesquisa teve como objetivo colher dados obtidos durante a aplicação de um questionário para alunos e professores na instituição foi onde foram realizados os estudos, sendo assim buscando os mais variáveis tipos de violências que ocorre no âmbito escolar que poderão contribuir para a elaboração do trabalho e também a ajudar a identificar as causas dessas violências nas escolas. ‘A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis), sem manipulá-los; estuda fatos e fenômenos do mundo físico e, especialmente, do mundo humano, sem a interferência do pesquisador. A pesquisa descritiva procura, pois, descobrir, com precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e sua conexão com outros, sua natureza e suas características. Busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política e econômica e demais aspectos do comportamento humano, tanto do indivíduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais complexas (Rampazzo; Lino, 2005, p.53). Neste contexto, através dos questionários estruturados descrevemos algumas violências que ocorrem no dia a dia dos alunos e professores, buscando identificar os causadores dessa violência tendo como apoio teórico alguns autores de abordagem cognitiva comportamental. Farrington (2000, p. 56) faz a distinção entre preditores comportamentais e preditores explicativos de violência no adulto, o início precoce da conduta anti-social seria um exemplo de um preditor comportamental e o tipo de educação parental um exemplo de um preditor explicativo. O autor salienta ainda que o primeiro é importante para identificar os sujeitos em risco e o segundo é importante para compreender as causas da conduta e os processos que a ela conduzem e/ou que a podem prevenir. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética no dia 6 de novembro de 2017 sob parecer CAAE: 69146317.2.0000.5379. 33 2. DESENVOLVIMENTO Para a realização da pesquisa de campo foram desenvolvidos e executados 02 (dois) tipos de questionários, 01(um) para alunos e outro para professores, com questões de assinalar e descritivas. Para a realização de pesquisa com os alunos, o diretor da instituição recomendou-se que por escolha da escola, cinco alunos de cada série, da 6ª a 9ª série, com idades entre 11 (onze)e 15 (quinze)anos de ambos os sexos. A pesquisa foi realizada com 35 (trinta e cinco) alunos utilizando-se da sala de informática dividida em dois grupos, primeiro a 6ª e a 7ª série e, em seguida a 8ª e 9ª série. Cada grupo teve aproximadamente 30 (trinta) minutos para responder o questionário com 10 (dez) questões sobre os diversos tipos de violência que foram praticados no âmbito escolar e 11(onze) questões sobre qual tipo de violência que já sofreu no âmbito escolar. Foram utilizados termos de assentimento, consentimento e carta de informação de pesquisa para alunos e professores. Entregou-se com uma semana de antecedência para que os alunos participantes da pesquisa solicitassem aos pais ou responsável autorização para participar da pesquisa de campo eos professores para terem ciência da pesquisar no qual iriam participar. Quadro 1 – Informações Pesquisadas na Escola Informações Pesquisadas Respostas Sexo Feminino Masculino Idade 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos Séries 6ª série 7ª série 8ª série 9ª série Fonte: Elaborada pelos Autores, 2017 34 Questionário - Alunos Quadro 2 – Tipos de violência que o aluno já praticou no âmbito escolar Questões Respostas Já praticou violência patrimonial com algum colega de escola ou professor? Sim Não Já praticou violência institucional em sua escola? Sim Não Já praticou violência psicológica com algum colega ou professor? Sim Não Já praticou violência verbal com algum colega de escola ou professor? Sim Não Já praticou algum tipo de preconceito com colega de escola ou professor? Sim Não Já praticou Bullyng com algum colega de escola? Sim Não Já trouxe algum tipo de armamento para escola? Sim Não Já fez o uso de alguma droga ilícitas na escola? Sim Não Já praticou violência moral com algum colega de escola ou professor? Sim Não Como você se sentiu ao praticar alguma violência no âmbito escolar? Raiva Tristeza Legal Nunca pratiquei Não sei responder Fonte: Elaborada pelos Autores, 2017 Quadro 3 - Quais tipos de violência você já sofreu no âmbito escolar (continuação) Questões Respostas Já teve objeto pessoal furtado na escola? Sim Não Já foi agredido fisicamente por algum colega ou professor na escola? Sim Não Já foi agredido verbalmente por algum colega ou professor na escola? Sim Não Já foi agredido psicologicamente algum colega ou professor na escola? Sim Não Fonte: Elaborada pelos Autores, 2017 35 Questões Respostas Já foi agredido psicologicamente algum colega ou professor na escola? Sim Não Já foi alvo de preconceito por algum colega ou professor na escola? Sim Não Já sofreu Bullyng por algum colega ou professor na escola? Sim Não Já lhe ofereceram algum tipo de droga ilícitas na escola? Sim Não Já foi agredido moralmente por algum colega ou professor na escola? Sim Não Como você se sentiu ao sofrer essa violência? Triste Nunca sofreu Não sei responder Comunicou seus pais ou responsáveis pela violência sofrida? O que foi feito? Sim Não Nunca sofreu Não sei responder O que você faria para prevenir a violência na escola? Tomaria uma atitude Não faria nada Ignora Não sabe responder Fonte: Elaborada pelos Autores, 2017 Para a realização de pesquisa com os professores, foi submetido o mesmo processo que os alunos, em uma sala separada depois do horário de aula. A pesquisa foi realizada com 12 (doze) professores com a faixa de idade entre 25 (vinte e cinco) a 40 (quarenta) anos de ambos os sexos. Os professores tiveram aproximadamente 01 (uma) hora para responder o questionário com seis questões sobre quais tipos de violência que você já praticou no ambiente escolar no qual trabalha e 11 (onze) questões sobre quais as violências que você já sofreu no ambiente escolar no qual trabalha. 36 Questionário - professores Quadro 4 - Quais tipos de violência você já praticou no âmbito escolar Questões Levantadas Respostas Já praticou violência psicológica com algum aluno? Sim Não Já praticou violência verbal com algum aluno? Sim Não Já praticou algum tipo de preconceito com algum aluno? Sim Não Já praticou Bullyng com algum aluno? Sim Não Já praticou violência moral com algum aluno? Sim Não Como você se sentiu ao praticar alguma violência no âmbito escolar com um aluno? Ajuda-los Sentiu-se mal Não praticou Não soube responder Fonte: Elaborada pelos Autores, 2017 Quadro 5 - Quais tipos de violência você já sofreu no âmbito escolar (continua) Questões Levantadas Respostas Já teve objeto pessoal furtado na escola? Sim Não Já foi agredido fisicamente por algum colega ou professor na escola? Sim Não Já foi agredido verbalmente por algum colega ou professor na escola? Sim Não Já foi agredido psicologicamente algum colega ou professor na escola? Sim Não Já foi alvo de preconceito por algum colega ou professor na escola? Sim Não Já sofreu Bullying por algum aluno? Sim Não Já foi agredido moralmente por algum aluno? Sim Não Fonte: Elaborada pelos Autores, 2017 37 Questões Levantadas Respostas Como você se sentiu ao sofrer essa violência? Impotente Triste Não sofri Comunicou os pais ou responsáveis do aluno pela violência sofrida? O que a escola fez a respeito disso? Não tomou providencias Tomou providencias Não soube responder Você acha que as frequências de violências nas escolas aumentaram ou diminuíram? Aumentaram Diminuiram Na sua opinião como educador, o que você acha que deveria ser feito para prevenir essas violências que são cada vez mais frequentes no ambiente escolar? Mediação adequada Não soube reponder Fonte: Elaborada pelos Autores, 2017 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Através deste trabalho podemos notar as mais variadas formas de violência praticadas e recebidas no ambiente escolar entre alunos e professores. Nos gráficos abaixo mostram os resultados das pesquisas que foram realizadas na instituição de ensino fundamental de período integral. No estudo mostra-se que a violência mais cometida entre os alunos é a violência verbal com a porcentagem de 43%, que é caracterizada por xingamentos, palavras de baixo calão que podem machucar tanto quanto uma agressão física, como o tipo de violência que mais se expressa na escola. Alves; Campos; Sebastião (2003, p.46) relatam que muitos alunos usam de agressões físicas e verbais para expressarem seus descontentamentos escolares, especificamente os autores salientam que “As ações violentas resultam da frustação dos alunos e traduzem-se em atos violentos por estes não serem capazes de lidar com o insucesso e sentirem-se agredidos durante o seu percurso escolar”. Em segundo, temos o bullying com 34%, que é uma violência bastante praticada na instituição, o bullying envolve ofensas à integridade física, moral, humilhação, difusão de boatos, exposição ao ridículo, agressões físicas e psicológicas que levam a vítima a manter o sofrimento em silêncio. Dessa 38 forma, as desavenças entre alunos se manifestam, inicialmente, ataques verbais proferidos pelos mesmos que quase sempre culminam com brigas, sendo elas a situação limite entre os bate-bocas e discussões. Figura 1 – Tipos de violência já praticadas Fonte: Elaborada pelos Autores, 2017 No segundo gráfico mostra-se que a violência mais causada no ambiente escolar e a violência física com 63%, no qual o aluno manifesta-se sua raiva pelo o indivíduo que lhe causou algo prejudicial, sendo assim tomando como única maneira de resolver o problema através da violência física. Alguns autores como (Coie & Dodge, 1998, Diaz-Aguado, 1996b apud MARTINS, 2005) sugerem a diferença de dois subtipos de violência ou agressão: a violência reativa ou expressiva e a violência instrumental ou proativa. A violência reativa é desencadeada pelas condições que a antecedem, isto é, surge como uma explosão emocional, um nível de tensão e crispação elevados que ultrapassam a capacidade da pessoa para enfrentar 1) Violência Patrimonial 2) Violência Institucional 3) Violência Psicologica 4) Violência Verbal 5) Ato Preconceituoso 6) Bullying 7) Armamento na escola 8) Violência Moral 26% 43% 34% 23% 6% 0% 17% 6% 26% Quais tipos de violência você já praticou no âmbito escolar? 39 o evento social de outra forma; enquanto que a violência instrumental ou proativa é desencadeada pela perspectiva dos resultados que o indivíduo espera obter, isto é, utiliza-separa se conseguir um determinado resultado. Os indivíduos que utilizam este tipo de violência tendem a justificá-la, dando- lhe uma aparência legítima. É ainda possível identificar indivíduos que utilizam mais a violência reativa, outros que recorrem mais à violência proativa e ainda alguns em que estão os dois presentes[...] Em segundo o bullying com 60% e em terceiro mostra a porcentagem de 57% de furto que objetos pessoais. Figura 2 – Tipos de violência já sofridas no âmbito escolar Fonte: Elaborada pelos Autores, 2017 No terceiro gráfico mostra os resultados de pesquisa realizado com os professores. A violência verbal com 25% é a mais comum entre alunos e 5) Já foi alfo de preconceito 6) Já sofreu Bullying 7) Já ofereceram drogas 8) Já foi agredido moralmente 2) Já foi agredido fisicamente 4) Já foi agredido psicologicamente 1) Objeto pessoal furtado 3) Já foi agredido verbalmente 40% 26% 54% 63% 60% 57% 26% 11% Quais tipos de violência você já sofreu no âmbito escolar? 40 professores, resultando em alunos mais indisciplinados e professores cada vez mais insatisfeito com o seu trabalho. Souza (2008) rebate os resultados obtidos em um estudo realizado com o universo de 47 (quarenta e sete) professores de escolas (públicas e particulares) revelaram que a violência de professor para aluno foi comentada por uma minoria deles, apenas 20,7% dos professores da escola pública e 11,1% dos professores da escola particular. Outra pesquisa descreveu que os professores relacionam, primeiramente, os episódios de violência envolvendo os alunos, sejam como vítimas ou agressores, enquanto que os professores e outras autoridades escolares, dificilmente, são identificadas como agentes da violência. As ações repressivas e comentários reprovadores estão relacionados à violência de professor para aluno, entretanto os educadores não percebem essas ações como violência, isto é, não se veem como protagonistas, e alegam fazer uso dessas práticas como medidas educativas e disciplinadoras contra a violência. Os docentes também não se incluem no exercício da violência simbólica. Em segundo temos a violência moral com 17%, que dificulta o relacionamento entre aluno e professor, sendo assim dificultando a aprendizagem, e em terceiro a violência psicológica que é a conduta que lhe cause danos emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações. Nota-se que o nível de alunos com baixa auto-estima e grande, e esse fator ocorre tanto na escola entre aluno e professores, como também no ambiente familiar. Figura 3 – Tipos de violência praticados no ambiente escolar 41 Fonte: Elaborada pelos Autores, 2017 Observa-se que no quarto gráfico que mais uma vez a violência verbal é a que mais ocorre no ambiente escolar com 83% gerando conflito no ambiente de ensino. Em seguida temos o furto de objetos pessoais com 75% e a violência psicológica com 43%, sendo assim mostra-se alguns dos motivos que fazem os educadores perderem a compostura perante o aluno e também gerando problemas de saúde fazendo com que sejam afastados do cargo ou até mesmo desistindo da profissão. Estudos realizados por Reinhold. (1984) diz que “Quando o professor sente-se desautorizado, desrespeitado ou impotente diante da indisciplina ou da atitude rebelde do aluno, sua reação transforma-se nos ATOS de Violência Psicológica, detectados nos dados deste es tudo, possibilitando respostas verbais e/ou corporais de ambas as partes; a pessoa do professor (a) fragilizada, impotente, fica impedida de exercer sua função profissional de educar. É como se a pessoa possibilitasse uma auto-violência- psicológica contra a sua identidade de professor(a), expressa nos sentimentos de desqualificação, “estresse”, desilusão, baixo auto-estima” esses foram os sentimentos descritos durante os estudos realizado pelo autor. Em base desse estudo observa-se os sentimentos que são gerados nos professores que sofrem com a violência verbal no dia-a-dia no ambiente escolar. Quais os tipos de violência que você já praticou no ambiente escolar no qual trabalha? 1) Violência Psicológica 2) Violência Verbal 3) Ato Preconceituoso 4)Bullyng 5) Violência Moral 42 Figura 4 – Tipos de violência sofridos na escola Fonte: Elaborada pelos Autores, 2017 Portanto, com base nos estudos e análise de pesquisa realizada dos dados obtidos através da observação e do questionário, constatou-se que os alunos e professores da instituição de ensino fundamental, têm plena e total consciência das violências enfrentadas diariamente no ambiente escolar. 1) Já teve objeto pessoal furtado 2) Já foi agredido fisicamente 3) Já foi agredido verbalmente 4) Já foi agredido psicologicamente 5) Já foi alvo de preconceito 6) Já sofreu Bullying 7) Já foi agredido moralmente 83% 17% 17% 42% 75% 25% 25% Quais os tipos de violencia que você já sofreu na escola? 43 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO A proposta de intervenção deste trabalho e o recolhimento de dados para estudo de pesquisa das mais variáveis formas de violência que ocorrem no âmbito escolar entre alunos e professores, buscando contribuir na reflexão e na prevenção, trazendo alternativas mais saudáveis para o relacionamento interpessoal. Esclarecer os tipos de violências que mais ocorrem através de análise de dados de pesquisa e observação realizada na escola. Existem inúmeras causas de violência, tanto na parte externa da escola que envolve a família dos alunos e na parte interna que engloba toda a escola. A violência é algo que aparece diariamente nas mídias, mostrando que cada vez mais o índice vem crescendo ao passar do tempo. São inúmeros os fatores que podem levar alunos e professores a cometerem algum tipo de violência, desde a desigualdade social até problemas de saúde. É preciso mais influência dos familiares e dos professores para ajudar na minimização da violência, buscar mais diálogo entre os docentes, trabalhos que envolvem toda a escola, buscar ouvir opiniões de melhorias que possam ser desenvolvidas na instituição e assim trabalhando todos juntos para acabar com a prática de violência na escola. Também fazer trabalho efetivo de conscientização, com palestras, rodas de conversa, confecção de cartazes sobre a temática. Envolver os alunos e familiares para diminuir essas relações agressivas na escola. 44 CONCLUSÃO A violência no ambiente escolar não é um assunto discutido e estudado somente nos tempos atuais. No Brasil, o assunto vem sendo estudado desde a década de 80. Observa-se que a mídia mostra o crescimento da violência a cada dia que passa. Um dos fatores enfrentados além da violência na escola, é também a falta de participação e estruturação da família, que vem delegando o papel de educação para a escola. Temos também a ausência de interesse por partes dos alunos, a deficiência de material didático, desinteresse dos professores, poucos incentivos para as atividades a serem desenvolvidas, falta de valorização e reconhecimento, que contribuem negativamente na prevenção e/ou minimização da violência no âmbito escolar. É preciso maior estímulo dos órgãos governamentais, atitudes influenciáveis aos familiares e aos professores para ajudar na minimização da violência, buscar mais diálogos entre os docentes, atividades que envolvem toda a escola, família e comunidade, captar opiniões e melhorias que possam ser desenvolvidas e efetivamente executadas na instituição e assim todos juntos e engajados trabalhar para combater a prática de violência na escola. Também desenvolver um trabalho efetivo com palestras, vídeos, rodas de conversa, confecção de cartazes e a prática boca a boca espalhando de forma verbal as informações sobre a temática, enfim envolvertoda a comunidade escolar para diminuir essas relações agressivas na escola. Conclui-se que a violência verbal é a mais utilizada entre alunos e professores, gerando sérios conflitos e desavenças, até chegar na violência mais crítica que é a violência física. Os adolescentes vêem a força física como a melhor forma de resolver rixas entre grupos de alunos ou até mesmo com os professores, atitudes extremamente nocivas e prejudiciais para o crescimento e desenvolvimento pessoal, familiar, profissional, social e na formação de cidadãos dignos, honestos, trabalhadores e responsáveis pelos seus atos. REFERENCIAS 45 ABRAMOVAY, Miriam ; et alli - Guangues , galeras, chegados e rappers. RJ, Ed. Garamond , 1999. ABRAMOVAY, M. e RUA, M. G. Violências nas escolas. Brasília: UNESCO, Coordenação DST/AIDS do Ministério da Saúde, Secretaria de Estado dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça, CNPq, Instituto Ayrton Senna, UNAIDS, Banco Mundial, USAID, Fundação Ford, CONSED, UNDIME, 2002. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001257/125791porb.pdf> Acesso em: 15 nov. 2017. ALVES, M. G; CAMPOS, J; SEBASTIÃO, J. Violências na escola: das políticas aos cotidianos. n.41,2003. BIBLIA, N. T. Gênesis. Português. Bíblia de promessas. 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