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SEPSE 1. Quais informações clínicas e laboratoriais nos fazem pensar em choque séptico? Sepse pode ser definida como a resposta sistêmica a uma doença infecciosa havendo uma resposta desregulada a infecção levando a disfunção orgânica Admissão · Febre alta (39,3°C); · Taquicardia severa (175bpm); · Palidez de pele e mucosas/aumento do tempo de enchimento capilar Admissão na UTIP · Taquicardia severa (190 bpm); · PA imensurável; · Tempo de enchimento capilar em 7 segundos; · Febril (38°C); 2. Há comprometimento renal quando se associa a clínica aos exames laboratoriais? Esta havendo sim um comprometimento, pois além da creatinina estar aumentada, todo o quadro clinico esta alterado, contando também que ele se encontra em acidose respiratória tendo uma sobregarca renal. Paciente se encontra em comprometimento renal por hipovolemia e hipotensão, que resultam em hipoperfusão, como por lesão direta, prejudicando assim a filtração glomerular. Pode ocorrer necrose tubular aguda e lesão por apoptose celular. 3. Os valores de pH sanguíneo e lactato evidenciam quais possíveis distúrbios multissistêmicos? Como explicar essa fisiopatologia? Como tentar estabilizar esse quadro? Os distúrbios são Acidose metabólica e hiperlactemia. Como o paciente se encontra em acidose há um aumento de HcO3, o organismo tende a compensar devido a hipoxemia e hipoperfursão tecidual organismo acaba metabolizando a glicose transformando em acido láctico, aumentando a acidose. Tendo então que compensar com oferta de O2 ou infusão de Bic. 4. Qual a relação da PO2 e PCO2 com a falência respiratória no D1? O PcO 2 avalia a parte respiratória e a eficiência da terapia pelo oxigênio. O grau de hipoxemia presente é revelado pela pO2. Valores baixos de pO2 indicam hipoxemia. O valor pCO2 oferece uma informação clara acerca da ventilação pulmonar do paciente. No choque séptico encontramos uma hiperventilação verificada pela pressão do pCO2 . 5. Explique a plaquetopenia e a leucopenia acentuadas no D1, no início do Choque Séptico. A conseqüência é a obstrução do fluxo vascular para órgãos e tecidos, com contribuição para a instalação de má perfusão tissular e falência de órgãos e sistemas. Além disso, o consumo de fibrina e de plaquetas (devido à ativação intravascular da coagulação) pode desencadear hemorragias graves , distúrbios da coagulação (com formação de microtrombos, que diminuem o aporte de oxigênio e nutrientes para os tecidos atingidos É frequente queda abrupta da contagem de plaquetas, com manutenção dos níveis ainda normais ou franca plaquetopenia, com clara correlação prognóstica. Esse comprometimento é secundário tanto ao consumo exacerbado como à redução da produção de plaquetas secundária à disfunção da medula e diminuição da produção de trombopoetina. 6. Estabeleça a atuação do enfermeiro na vigilância clínica da progressão desse caso. Para que a assistência de Enfermagem ao paciente séptico seja adequada, o enfermeiro deve, primeiramente, conhecer as definições, conceitos, fisiopatologia, quadro clínico e intervenções terapêuticas pertinentes à sepse. Assim, o enfermeiro pode se tornar um multiplicador de conhecimentos para a equipe multiprofissional e contribuir para a implementação de protocolos e condutas, baseado em evidências científicas, para que as ações sejam realizadas de maneira uniforme. 7. Qual a relação da lesão cutânea com a hipoalbuminemia e o desequilíbrio hídrico? As lesões cutâneas neste caso caracteriza se pela agudização do processo inflamatório, havendo a diminuição da albumina serica, por perda cutânea acarretando a anasarca, sendo assim acaba tendo uma perda de eletrólitos por extravasamento de líquidos extracelulares. Estudos de Caso – Avaliação Bioquímica e Hematológica Caso A Sr. A.H.J., 43 anos, solteiro, refere ter dois filhos, mas não tem contato com eles, sem religião declarada, mas crê em Deus, desempregado, morador de rua. Não tem salário fixo e vive de donativos e pequenos serviços na rua. É etilista crônico, refere beber cachaça e outros destilados, cerca de um litro por dia. Alimenta-se muito mal, refere uma a duas refeições por dia, apenas. Dome na rua e aquece-se com cobertores doados e ingere bebida antes de dormir para não sentir frio. Não vê seus parentes há muito tempo e não se recorda desde quando está na rua, mas lembra-se de beber desde muito jovem. Nos últimos tempos vem emagrecendo muito e frequentemente tem vômitos e dor abdominal. Percebeu, nos últimos dias, seu abdome mais avolumado e disse que urina pouco. Quando esteve numa albergue há seis meses, foi avaliado por um enfermeiro que orientou a procurar um posto de saúde e fazer exames, mas não quis seguir essa ideia. Hoje passou muito mal na rua e comerciantes da região onde ele perambula chamaram o SAMU. Foi encaminhado ao PS com o seguinte quadro: · Hiponutrido, hipoidratado e emagrecido; · Peso: 56Kg / Altura: 1,74 / IMC: 18; · Hipotérmico (35,4°C); · Hipoglicemia leve (72mg%), não come nada há 12 horas; · Orientado, mas muito ansioso, querendo evadir-se do local. Hálito etílico; · Descorado e mucosas ictéricas; · Tremores leves visíveis; · Taquipneico: 28 ipm; · Taquicárdico: 115 bpm; · PA: 88/45mmHg, verificado com aparelho oscilométrico; · Dor abdominal intensa; · Hematêmese na admissão; · Circulação colateral abdominal levemente visível, RHA aumentados, dor difusa à palpação, ascite presente, piparote positivo; · Referiu evacuação escura e muito fétida ontem; · Não teve diurese hoje; · Edema de MMII, 2/4+, com cacifo presente; Gasometria Arterial: Acidose metabólica compensada pH: 7,35 OK pO2: 89mmHg; OK PCO2: 38mmHg; OK HCO3-: 18mEq/L; Alcalose BE: -4mEq/L; Alcalose SatO2: 95%; Ok · Hematócrito: 28% (42 a 52%); · Hemoglobina: 8,1mg% (14 a 17,4mg/dL); · Leucograma sem alterações; · Plaquetas: 89 mil (150 a 400 mil) · Na: 144mEq/L; · K: 5,2mEq/L; · Ureia: 50mg%; · Creatinina: 1,4mg%; · TGO: 335U/L (até 50); · TGP: 455U/L (até 50); · GamaGT: 123U/L (0 a 30); · Bilirrubinas aumentadas: · BRB Total: 4,5mg/dL (até 1,2mg/dL); · BRB Direta: 1,7mg/dL (até 0,2mg/dL); · BRB Indireta: 2,8mg/dL (até 1,0mg/dL); · As sorologias para hepatites virais vieram negativas; Durante a estadia no PS, apresentou hematêmese duas vezes, de forma abundante. Pergunta-se: 1. Qual a relação do quadro de etilismo crônico com os valores de TGO, TGP, GGT e Bilirrubinas? Os níveis elevados sugerem um processo de morte dos hepatócitos. O TGO possui menor especificidade para lesões hepáticas, se elevando mais em lesões alcoólicas. O TGP possui maior especificidade para lesão hepática, exceto em lesões alcoólicas, pois inibe a síntese do TGP. São indicadores sensíveis principalmente quando há lesão aguda, havendo elevação de ambas as enzimas para a corrente sanguínea. Se for lesão puramente hepática o TGP se eleva mais. Quando for lesão por álcool o TGO acaba se elevando ate duas vezes mais que o TGP. Já em caso de cirrose os valores costumam ficar semelhantes. O Gama GT estão presentes nas vias biliares, geralmente relatam lesões das vias biliares intra- hepáticas, que cursem lesão no fígado. O aumento da bilirrubina total da se pelo metabolismo inadequado da bilirrubina e obstrução das vias biliares. O aumento de ambas pode sugere obstrução do fluxo de bile, com predomínio em BRD que é causado principalmente por deficiência na eliminação pela bile. Ureia: 450mg% Creatinina: 5,7mg% K: 6,9 Na: 153 1. Qual é a relação do quadro de HDA com o hemograma, sódio, potássio, ureia, creatinina e gasometria? A hemorragia digestiva aguda, evidenciada clinicamente pela exteriorização de hematêmese, melena ou enterorragia, é uma causa frequente de hospitalização de urgência.Os pacientes cirróticos apresentam um permanente estado de circulação hiperdinâmica, com pronunciada vasodilatação esplâncnica por ação de substâncias vasoativas, notadamente o óxido nítrico. O volume arterial efetivo é baixo, motivo pelo qual estes pacientes tendem habitualmente à hipotensão arterial. O esquema terapêuticonuma hemorragia digestiva alta deve assentar em três pilares fundamentais: reposição de volemia, profilaxia das complicações e medidas para conseguir a hemóstase. Verifica se o hemograma afim de analisar as hemoglobinas e hematócritos afim de transfundir o paciente. Pois devido ao sangramento intenso paciente acaba perdendo eletrólitos , havendo também uma alteração na gasometria tendo a descompensação do sistema homeostático. 2. Quais diagnósticos e intervenções principais seriam adequadas a esse paciente? Risco de função hepática prejudicada: Fatores de risco uso abusivo de substancias. Nutrição desequilibrada: menor do que as necessidades corporais: caracterizada por dor abdominal, ingestão de alimentos menor que a porção diária recomendada, sons intestinais hiperativos. Relacionado há Ingestão alimentar insuficiente. Risco de glicemia instável: Fatores de risco, condição de saúde física prejudicada, ingestão alimentar insuficiente, perda de peso excessiva. Risco de desequilíbrio eletrolítico: Fatores de risco volume de liquido excessivo e vomito. Risco de perfusão gastrointestinal ineficaz: Fatores de risco função hepática prejudicada (Cirrose, hepatite), regime de tratamento, hemorragia gastrointestinal aguda. Intervenções de enfermagem · Avaliar sinais de hiperglicemia e de hipoglicemia · Realizar controle de glicemia capilar · Realizar todos os registros pertinentes no prontuário do paciente, relacionados aos diagnósticos identificados, às condutas tomadas pela equipe e às respostas do paciente. · Verificar condições de hidratação do paciente (Turgor, mucosas, edema, pulso e frequência cardíaca). · Monitorar níveis de eletrólitos séricos. · Verificar presença de sangramentos. · Controle hídrico rigoroso · Realizar balanço hídrico · Realizar controle da dor · Acompanhar paciente na aceitação alimentar. Caso B Sra. B.G.R., 40 anos, 57 kg, moradora da zona rural de Salto de Pirapora-SP. Foi vítima de acidente com jararaca. Houve demora na remoção dessa senhora à unidade de saúde, tendo recebido o soro antiofídico apenas 8 horas após o acidente. Foi transferida para a Emergência do Hospital Regional de Sorocaba com rebaixamento de consciência, febre alta e necrose do local da picada. Foi para a UTI e, em três dias, os exames eram os seguintes: · Diurese: 300ml/24h · Com o diagnóstico de Lesão Renal Aguda, necessitou de hemodiálise. · Gasometria Arterial: Acidose mista pH: 7,21 Acidose pO2: 90 OK pCO2: 56 Alcalose HCO3: 18 Acidose BE: -5 Acidose Sat.O2: 92% Acidose 1. A Lesão Renal Aguda deste caso é pré, intra ou pós-renal? Justifique. A LRA é definida como redução aguda da função renal em horas e dias causando um declínio rápido da filtração glomerular e volume urinário com retenção de metabolitos causando distúrbios eletrolíticos e desequilíbrio ácido-base, neste caso a lesão é intra renal, pois seu veneno é nefrotóxico agindo diretamente nos túbulos renais, e também por haver ha rabidomiliose que acabam sendo liberadas células na corrente sanguínea, que são filtradas pelo rim diminuição da diurese em 24 hs. 2. Qual a importância da avaliação seriada de ureia e creatinina neste caso? A relação entre a ureia e a creatinina sanguínea é importante para avaliar pacientes com quedas abruptas da Taxa de Filtração Glomerular. Pela a ureia ser reabsorvida pelo túbulo renal após o processo de filtração, o que não acontece com a creatinina. Assim, qualquer condição clínica que estimule a reabsorção tubular de sódio determinará um aumento da ureia desproporcional ao da creatinina. 3. Dê dois diagnósticos de enfermagem reais para esse caso. Risco de perfusão renal ineficaz: fatores de risco Insuficiência renal, exposição à nefrotóxinas, sexo feminino. Risco de infecção: fatores de risco Procedimento invasivo em tratamento de hemodiálise Instaure 3 intervenções justificadas para esse caso. · Controle de eliminação urinária, para haver um controle adequado da diurese · Promoção contra infecção , para evitar possíveis riscos de infecções relacionados a assitencia. · Controle de infecção, devido tratamento de hemodialise Caso C Considere as gasometrias abaixo e interprete-as, de acordo com os valores de referência dados abaixo e utilize as classificações abaixo: Normalidade = A; Acidose Metabólica: B; Alcalose Metabólica: C; Acidose Respiratória: D; Alcalose Respiratória: E; Acidose Mista: F; Alcalose Mista: G; Acidose Metabólica Compensada: H; Alcalose Metabólica Compensada: I. pH: 7,35 a 7,45; pO2: 80 a 100mmHg; pCO2: 35 a 45mmHg; HCO3: 22 a 28mEq/L; BE: -2 a 2mEq/L; SatO2: 92 a 98% Caso 1 Caso 2 Caso 3 Caso 4 Caso 5 Caso 6 pH 7,39 7,35 7,49 7,05 7,47 7,20 pO2 86 97 221 57 177 80 pCO2 38 36 19 49 28 43 HCO3 23 16 31 10 23 8 BE +1,2 -5,0 +6 -11 +2 -14 SatO2 96% 96% 100% 83% 100% 92% A B G F E B Caso 3 Coração Dados Iniciais Sra. T.C.P., 56 anos, com antecedentes de HAS e DM tipo II, chega à UTI adulto orientada (Glasgow 15). Foi admitida na sala de emergência há 3 horas, referindo dor precordial em aperto, com irradiação dorsal, acompanhada de náusea. A paciente afirma ter apresentado o mesmo sintoma há um ano, ocasião em que foram realizados cateterismo e angioplastia com stent. No entanto, após o evento, não seguiu acompanhamento médico. Na sala de emergência foram administrados: · Punção de acesso periférico com cateter 18G em MSD; · Morfina 0,1 mg EV; · AAS 100mg VO; · Atenolol 50mg VO; · O2 por cateter a 3 LPM Transferida para UTI adulto para aguardar cateterismo na referência. Após 1h da admissão na UTI... Apresentou rebaixamento de consciência (Glasgow 7), dispneia com expansibilidade reduzida, MV+ com estertores crepitantes em bases e terços médios pulmonares, hipotensão com PAM menor que 60mmHg, taquicardia sinusal de 135bpm, presença de B3 na ausculta, perfusão periférica em mais de 4 segundos. Exames Laboratoriais ECG Até aqui... 1. Qual a relação dos sinais e sintomas apresentados com os marcadores de necrose miocárdica colhidos? Após os resultados dos marcadores positivos os sinais e sintomas são:O tec < 3secs, dispneia, taquicardia, hipotensão rebaixamento de nível de consciência. CPK-Não é mais recomendada para lesões miocárdicas CKMB – Alta sensibilidade e especificidade para lesões miocárdicas só se eleva depois de lesões irreversíveis, detecta lesões precoces, colhe-se seriadas sendo na chegada, 6 hs e após 12 hs. TROPONINA T – É padrão ouro, sendo mais especifica e com maior sensibilidade mesmo em lesões pequenas que não são detectáveis pelo CKMB. 2. Qual provável relação entre os achados gasométricos e a hemodinâmica da paciente? A gasometria do paciente se encontra em acidose mista ,as principais manifestações clínicas da acidose metabólica são respiração profunda e rápida (ritmo de Kussmaul), diminuição da contratilidade cardíaca, arritmias cardíacas, vasodilatação arterial e vasoconstrição venosa. As principais manifestações clínicas da acidose respiratória são rubor facial e de extremidades, dispneia ou bradipneia, ansiedade, delírio, tremores, crises convulsivas e coma. Condutas Multi... · Sedação com midazolam 15mg e Fentanil 0,15mg; · IOT com cânula 7,5; VM com FiO2 a 100%; · SNE e SVD; · AAS 300mg; · Clopidogrel 300mg; · Dobutamina (1 ampola com 230ml de SG5%) a 10ml/h; · Noradrenalina (4 ampolas com 234ml de SG5%) a 5ml/h; · Furosemida 80mg em bolus. Após estabilização da hemodinâmica... · PA: 92x57; · FC: 133; · Diurese abundante. · ECG: mantendo SST · Mantendo B3. · Redução dos estertores. Pergunta-se... 3. Comente o resultado da segunda gasometria, em relação aos novos dados hemodinâmicos. A gasometria se encontra em acidose metabólica com compensação respiratória, como o paciente se encontra intubado, esta tendo uma compensação através dos parâmetros ventilatórios, havendo uma compensação alcalina através do sistema respiratório, tendo um maior consumo de O2 o paciente tendo a entrar em choque cardiogênico. 4.Comentea fisiopatologia do choque cardiogênico, relacionando-o os diagnósticos de enfermagem. O choque cardiogênico é a má perfusão tecidual que resultada no baixo débito cardíaco, com diminuição aguda da função cardíaca, oriundo de uma patologia cardíaca propriamente dita. A causa mais comum é o infarto agudo do miocárdio, em que há falência da bomba cardíaca ocasionada pela necrose de parede ventricular produzida pelo infarto. No entanto, é importante ressaltar que neste tipo de choque, a bomba de propulsão (coração) está comprometida. Isso porque, o IAM, por exemplo, se desenvolve exatamente por uma diminuição da oferta de oxigênio pelas artérias coronárias, que nutrem o músculo cardíaco. Com os efeitos simpáticos sobre o coração, este quadro se agrava. Além de a oferta estar diminuída, a demanda metabólica do miocárdio aumentará, já que a contração e a frequência cardíaca aumentada consumirão ainda mais oxigênio. Neste caso de choque não precisa repor volume e sim tratar a causa, usar vasodilatadores, manter suporte respiratório, corrigir fatores agravantes. Padrão respiratório ineficaz/ Debito cardíaco diminuído/ Troca de gases prejudicada
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