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Resistência Fenômeno biológico natural○ Causado por mutação, recombinação, transposons (elementos genéticos móveis)○ Resistência Natural ou Intrínseca: quando todos os isolados de uma espécie bacteriana são sempre resistentes a um antimicrobiano. Ex: todas as bactérias Klebsiella pneumoniae são resistentes à ampicilina. - Resistência Adquirida: quando apenas parte dos isolados é resistente, variando de acordo com o local de isolamento, dependendo também da intensidade do uso do antimicrobiano. Ex: algumas bactérias Klebsiella pneumoniae são resistentes à carbapenêmicos - Causas do aumento da resistência bacteriana Uso indiscriminado e extensivo de antimicrobianos nos últimos 70 anos para: Tratamento de infecções humanos○ Tratamento de animais○ Suplementação de rações de aves → resistência à Polimixina E ou Colistina○ 1) Pressão seletiva 2) Bactérias que mais adquirem resistência A maior parte delas estão envolvidas em Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS), como sepse, penumonia e infecção urinária. ○ Enterobactérias- Staphylococcus aureus → gram-positiva- Pseudomonas aeruginosa; Acinetobacter spp. - Enterococcus → gram-positiva- Mycobacterium tuberculosis → bactéria atípica que não possui parede celular- Mecanismos de resistência bacteriana Alteração do sítio de ligação → PBPs1) Bombas de Efluxo → expulsão do antimicrobiano do interior da célula2) Mutação ou perda de porinas → diminuição da permeabilidade da célula ao antimicrobiano. Causa resistência em gram-negativas de diversas classes. 3) Inativação enzimática → β-lactamases4) Resistência aos β-lactâmicos Também se dão pelos Mecanismos de resistência bacteriana ○ Principal forma de resistência aos β-lactâmicos é a inativação enzimática por conta das enzimas β- lactamases que inativam esses antibióticos. Elas são codificadas principalmente por plasmídeos R e ocorrem em gram-negativas e positivas. ○ Classificação geral das enzimas β-lactamases○ Penicilinases Penicilinas Cefalosporinases Penicilinas e cefalosporinas ESBLs (beta-lactamases de espectro ampliado) Penicilinas, cefalosporinas e monobactâmicos Carbapanemases Penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapanemas KPC (klebsiella pneumonieae carbapenemase) Klebsiella pneumonieae é uma enterobactéria○ Produz enzima carbapenemase que inativa os carbapenêmicos, um tipo de β-lactâmico. ○ A enzima surgiu por conta de mutações genéticas, nas quais a bactéria acabou desenvolvendo resistência a antibióticos como mecanismo de sobreviência ○ Isso acontece devido ao plasmídeo, estrutura genética capaz de transferir código genético de resistência a outras bactérias. ○ Essa enzima não é restrita unicamente a uma espécie bacteriana, podendo ser sintetizada também por Salmonella, Enterobacter e Pseudomonas, por exemplo. ○ A K. pneumoniae é uma bactéria oportunista, atacando principalmente pacientes em UTI○ O uso indiscriminado de antibióticos como cefalosporina 3ª geração, fluroquinolonas, além do aumento da incidência de doenças crônicas são fatores de relevância para o aumento da resistência ○ A mortalidade causada pela resistência causada devido a KPC é de 30 a 40% maior em comparação à mortalidade por K. pneumoniae não modificada. ○ KPC possuem capacidade de hidrolisar todas as cefalosporinas de 1ª, 2ª e 3ª geração, além do aztreonam. ○ É comum em bactérias que expressam genes para a produção de KPC a presença também de genes de resistência a outros antibióticos, principalmente da classe de macrolídeos e aminoglicosídeos (resistência a 95% dos antibióticos do mercado) ○ Emergência de NDM (New Delhi metallo-b-lactamase) Enzima que promove resistência bacteriana a todo os β-lactâmicos, exceto aztreonam. ○ Tem sido relatada mundialmente○ A sua primeira detecção mundial foi em 2008 na bactéria Klebsiella pneumoniae na Índia. ○ A sua primeira detecção no Brasil foi em Porto Alegre, no ano de 2013, através de infecções pela bactéria Providencia rettgeri ○ Atulmente possui 24 variantes, classificadas de NDM-1 à NDM-24 ○ São codificados pelo gene Tn 3000 presentes em plasmídeos○ Resistência a polimixina Gene plasmidial mcr1 confere a resistência à polimixina○ Já foi identificado em Escherichia coli, Salmonella spp e Klebsiella pneumoniae○ Pode ocorrer heterorresistência, ou seja, presença de subpopulações resistentes a um determinado antibiótico dentro de uma populações sensíveis ao mesmo. Para que isso seja evitado, é necessário combinar antibióticos. ○ Antibioticoterapia combinada Utilizado para tratar sepse, penumonia, infecção urinária, meningite, causados por enterobactérias gram negativas, multirresistentes, produtoras de β-lactamases/KPC/NDM. ○ Terapia empírica (ANVISA 2013) Polimixina B ou E + Aminoglicosídeos (amicacina ou gentamicina)○ Polimixina B ou E + Carbapenêmico (meropenem ou doripenem)○ Polimixina B ou E + Tigeciclina○ - Inibidores de β-lactamases Tazobactam○ Avibactam○ Relebactam○ Vaborbactam (ácido borônico cíclico) ○ - IRAS: infecções relacionadas à assistência à saúde - o que causa o aumento da resistência bacteriana? o uso indiscriminado e extensivo de antimicrobianos nos últimos 70 anos tratamento de infecções humanas- tratamento de animais muitos produtores acabam colocando antibióticos em produtos de origem animal pra eles são se estragarem rápido - - suplementação de rações de aves produtores estavam colocando antibiótico nas rações das galinhas pra evitar que elas adoecessem durante o período pré-abate → polimixima E (colistina), atua na membrana plasmática da bactéria → neuro e nefrotóxica → essas aves acabam selecionando bactérias resistentes a esse antibótico - - - KPC: klebsiella pneumoniae carbapenemase bactéria que produz essa enzima basta ter um gene pra enzima KPC que a bactéria será resistente a todas as subclasses dos b-lactâmicos - a partir disso, a compra de antibióticos nas farmácias passou a ser mais rigoroso - - pressão seletiva- não é possível eliminar a resistência bacteriana pois ela é um fenômeno biológico natural causado por mutação, recombinação bacteriana e presença de elementos genéticos móveis - - é importante o uso racional do antimicrobiano, para isso: identificar bactéria e sua resistência → realizar antibiograma - médicos passarem antibióticos mais potentes sem saber ao certo qual a doença causa resistência - em pedidos de urgência e casos graves é "aceitável" porque a identificação mais rápida ocorreria no mínimo em 3 dias e um pct. com infecção grave não poderia esperar esse tempo todo - - bactérias que mais adquirem resistência a maioria envolvidas em IRAS (infecções relacionadas à assistência saúde), ex: sepse, pneumonia, infecção urinária - são aquelas que a pressão seletiva haje mais, as submetidas a mais antibióticos → bactérias da microbiota - enterobactérias (E. coli, Klebsiella, Enterobacter, Serratia, Proteus, Salmonella, etc) às vezes ocorre a contaminação das vias urinárias com fezes, então as enterobactérias podem estar relacionadas com infecção urinária - bacilos gram negativos - habitat: intestino - 1) Staphylococcus aures → pode estar na nasofaringe e na pele 2) Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter spp. → bactéria ambiental muito resistente ao ambiente, pode chegar até o intestino do paciente quando ele se interna 3) Enterococcus → está no nosso intestino grosso4) Mycobacterium tuberculosis, etc. → não é nem gram negativa nem gram positiva, porque não tem peptideoglicano na sua parede celular e sim ácidos micólicos (nenhum antibiótico beta lactâmico vai servir pra hansieníase nem tuberculose, porque essas bactérias não possuem peptideoglicano e esse antibiótico atua justamente nessa substância) 5) - resistência resistência natural ou intínseca: todos os isolados, de uma espécie bacteriana, são sempre resistentes a um antimicrobiano. ex: klebisiella pneumoniae é sempre resistente à ampicilina essa resistênciaé dada por enzimas, codificada por genes, que a bactéria produz - esse gene que produz a enzima está no cromossomo, porque nem toda bactéria tem plasmídeo! - - resistência adquirida: apenas parte dos isolados é resistente, variando de acordo com o local de isolamento, dependendo da intensidade do uso do antimicrobiano. ex: K. pneumoniae é resistente a carbapenêmicos. a enzima KPC é codificada pelo gene KPC que está no transposón do plasmídeo, contudo, nem toda bactéria tem plasmídeo, portanto, nem toda bactéria tem essa resistência - - exemplos de resistência natural ou intrínseca- microorganismo antibiótico mecanismo de resistência intrínseco Klebisiella sp. ampicilina deve-se à produção de beta lactamases, que inativam o antibiótico Stenotrophonomas maltophila imipenem deve-se à produção de beta lactamases, que inativam o antibiótico Mycoplasma sp. Beta lactâmicos ausência de parede celular, onde atua o antibiótico enterococos aminoglicosíd eos diminuíção do metabolismo oxidativo para que ocorre a entrada do antibiótico todas cefalosporinas decrescimento de PBPS e produção de beta lactamases - mecanismos de resistência bacteriana toda resistência é codificada por um gene, pode ser cromossomo, mas é principalmente plasmidial - síntese de enzimas bacterianas que inativam os antimicrobianos (ex: beta- lactamases) → grupo de antibióticos mais usado → é muito específica 1) modificação do sítio de ligação do antimicrobiano (ex: PBPs → proteína fixadora de penincilina ) todo antibiótico tem um sítio de ligação específico - ligação com antibiótico é sítio especíica, se tiver com mutação não vai se ligar- 2) diminuição da permeabilidade da célula ao antimicrobiano (ex: mutações ou perdas de porinas) antibiótico com dificuldade de entrar na bactéria - 3) expulsão do antimicrobiano do interior da bactéria (ex: bombas de efluxo) bombas de efluxo são proteínas da membrana citoplasmática que expulsam o antibiótico - o antibiótico não é expulso 100%- 4) o mecanismo mais eficiente, desses 4, são as enzimas- a gram negativa pode ter os 4 mecanismos de resistência - a gram positiva nunca vai ter o mecanismos de resistência de perder porina, pois o peptdideoglicano não é empecilho pra entrada de antibiótico - - alterações ou perdas de porinas (resistência em gram-negativas a antimicrobianos de diversas classes) o antibiótico, na gram negativa, passa por dentro das porinas - como mecanismo de resistência ela produz menos porina ou ocorrem mutações nas existêntes - diminuição de transporte: diminuição da permeabilidade da célula bacteriana - - resistência aos beta-lactâmicos (penincilinas, cefalosporinas, monobactâmicos, - aula 15: resistência bacteriana aos antimicrobianos Página 1 de Microbiologia e Imunologia Medidas para reduzir a resistência bacteriana (reduzir ao máximo a pressão seletiva) Eliminar a venda de antimicrobianos sem prescrição médica1) Diminuir o uso extensivo de antimicrobianos em hospitais2) Realizar antibiogramas3) Realizar rotatividade de antimicrobianos 4) Isolamento de pacientes suspeitos de serem portadores de bactérias multidrog-resistant5) Cultura de vigilância (swab retal, nasal)6) Antibióticoterapia combinada adequada ao perfil de resistência da bactéria7) Desenvolvimento de novos antimicrobianos (associação com inibidores de beta-lactamases)8) resistência aos beta-lactâmicos (penincilinas, cefalosporinas, monobactâmicos, carbapenemas) atuam na parede celular - mecanismos de resistência inativação enzimática (beta-lactamase)1) alteração do sítio de ligação (PBPs)2) alteração ou perda de porinas3) bombas de efluxo 4) - uma bactéria pode ter, na mesma célula, todos os mecanismos juntos- os beta-lactâmicos foi o antibiótico que as bactérias mais desenvolveram resistência, pois é o mais usado - principal resistência aos antimicrobianos beta-lactâmicos: inativação enzimática enzima hidrolisa o anel beta-lactâmico, abrindo e inativando ele - as beta-lactamases são codificadas principalmente por plasmídeos e transposons - ocorre mais em gram negativa por conta da conjugação do plasmídeo, mas também pode ocorrer em gram positivias - - classificação geral da beta-lactamase pelo espectro hidrolítico qual antibiótico hidrolisa- existem mais de 700 tipos diferentes de beta-lactamases- penicilinases → penicilinas - cefalosporinases → penicilinas e cefalosporinas- ESBLs (beta lactamases de espectro ampliado) → penicilinas, cefalosporinas e monobactâmicos (hidrolisa vários antibióticos) → produzidos por E. coli e klebsiella - carbapenemases → penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenemas (degrada todos os beta lactâmicos, ou seja, KPC) → produzidos por E. coli e klebsiella (enterobactérias gram negativas, mas pseudomonas também) - - - quando apareceu o KPC a opção de tratamento era a polimixinas E (colistina), porém ela é muito nefrotóxica e neurotóxicia, mas essa bactéria só é sensível à polimixina, mas atualmente já há uma resistência a esse antibiótico também - quando tiver em dúvidas entre dois critérios, escolher o mais antigo, pra que a bactéria não adquira resistência ao mais novo - em infecções, não usar o antimicrobiano sozinho, mas sim associado- sinergia, polimixia destrutura a célula e o carbapenêmico atua (antibióticoterapia combinada) - Página 2 de Microbiologia e Imunologia
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