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DERMATO PEDIATRIA

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ANNA MARIA MOREIRA RAMOS 
dermatologia pediátrica 
IMPETIGO 
Piodermite superficial que não forma cicatrizes. 
Apresenta-se sob 2 formas clínicas: bolhoso e não 
bolhoso/crostoso. A forma não bolhosa é a mais frequente 
(70%). As lesões ocorrem em locais de maior atrito (face e 
extremidades).  
IMPETIGO BOLHOSO: ​lesões exulceradas e bolhas c/ 
conteúdo purulento → placas eritematosas recobertas por 
crostas finas (aspecto circinado). Mais comumente causado 
por ​Staphylococcus aureus​, que produz a toxina 
epidermolítica​. ​Clínica:​ inicia com vesículas → bolhas de 
conteúdo inicialmente claro e depois turvo. As bolhas 
rompem, dando lugar a uma erosão rodeada por colarete 
(restos de bolha). O local mais afetado é a face.  
 
IMPETIGO NÃO-BOLHOSO (crostoso):​ erosões e lesões 
eritematocrostosas c/ crostas melicéricas. Frequentemente 
se encontram lesões satélites por autoinoculação. Causado 
por ​S. aureus ​sozinho ou combinado c/ o estreptococo beta 
hemolítico do grupo A. Ocorre de forma primária ou após 
uma dermatose prévia (​impetiginização​). A higiene precária e 
a desnutrição contribuem para a manutenção do quadro. 
Clínica:​ bolha que rompe, resseca e dá origem à crosta 
melicérica + linfadenopatia regional.   
 
Tratamento do impetigo: limpeza com remoção das crostas e 
restos de bolhas com água e sabão; afastar a criança das 
atividades por 24h após o início do tto.  
- Tto tópico: os ATB podem ser eficazes se o nº de 
lesões for pequeno ou quando apenas um local do 
corpo é acometido. Opções: mupirocina (3x/dia 
por 7 dias) e retapamulina (2x/dia por 5 dias). 
- Tto sistêmico: usado se o nº de lesões for maior ou 
várias regiões do corpo forem acometidas. 
Opções: cefalexina/amoxicilina + ác. clavulânico; 
Pen benzatina; macrolídeos (azitro, claritro, eritro) 
 
 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DO IMPETIGO 
FORMA NÃO-BOLHOSA 
DERMATITE SEBORREICA 
Doença inflamatória, autolimitada. ​Lesões: placas         
eritematodescamativas, localizadas ou confluentes, com         
escamas amareladas de aspecto oleoso localizadas em áreas               
ricas em unidades pilossebáceas (couro cabeludo, centro da               
face, áreas intertriginosas/de dobras). Acomete extremos           
etários (RN e adolescentes). Tem ​fisiopatologia desconhecida             
(genética - testosterona transplacentária e gonadal seria o               
desencadeante; fungo ​Malassezia ​pertencente à flora           
cutânea e que prolifera em meio gorduroso; HF +). ​Clínica: no                     
RN e nos lactentes, a crosta láctea é a mais frequente                     
(crostas amareladas e gordurosas aderidas ao couro             
cabeludo e sobrancelhas); prurido ausente/discreto; se o             
processo inflamatório for extenso pode causar eritrodermia             
(dermatite descamativa inflamatória que envolve 90% ou             
mais da pele do paciente). Pode vir associada a quadro de                     
atopia no futuro. ​Tratamento: em lactentes e RN = emoliente                   
ou sabonetes/xampus à base de enxofre e de AAS 3-5% ou                     
xampus de cetoconazol 2% 2x/sem. por 2 sem. Lesões em                   
outros locais = creme de cetoconazol 2% 1x/dia por 1-2 sem.                     
ou creme de hidrocortisona 1% em casos mais resistentes.                 
P/ casos mais persistentes ou p/ adolescentes, podem ser                 
feitos imunomoduladores (tacro/pimecrolimus). P/       
eritrodermia, dexametasona 1mg/kg/dia VO por 5-7 d. ​Obs.:               
dermatite seborreica ​like​: é uma erupção           
eritematodescamativa semelhante à dermatite seborreica         
que pode ocorrer em algumas doenças graves da infância,                 
como HIV, def. de biotinidase, dça. de Leiner, histiocitose.  
 
DERMATITE ATÓPICA 
Crônica. Ao longo da vida a atopia de pele assume diferentes 
características (lesões em regiões extensoras, lateral de 
face, com aspecto eritematoso que podem descamar, e 
irritabilidade → lesões nas dobras corporais, liquenificadas e 
crônicas). Períodos de acalmia. Prurido, que pode 
desencadear lesões e causar impetiginização.  
 
TINEA CAPITIS 
Rarefação do couro cabeludo, com aspecto circinado, que 
pode ter descamação associada. É mais comum em escolares 
 
1 
ANNA MARIA MOREIRA RAMOS 
jovens e na mesma família mais de um membro acometido.
 
HERPES ZÓSTER 
Segue a topografia do dermátomo. As lesões são vesículas 
com base eritematosa. Também pode sofrer impetiginização. 
 
VARICELA 
Vesículas distribuídas pelo corpo, que podem exulcerar e têm 
prurido associado. Antes das lesões há pródromos com febre, 
similar a resfriado comum. As lesões evoluem, o estado geral 
decai. Pode evoluir para impetiginização. 
 
ESCABIOSE 
Doença contagiosa causada pelo ácaro ​Saccoptes scabiei 
hominis. ​É transmitida pelo contato físico ou pelo 
compartilhamento de roupas. O ácaro adulto entra na 
epiderme e vai formando um túnel e soltando ovos dentro da 
epiderme. A fêmea deposita de 2-4 ovos/dia, e eles se 
tornam adultos em 2-4 semanas. ​Lesões:​ papulovesiculares 
eritematosas e pruriginosas, com escoriações. ​Clínica:​ início 
insidioso; formação de imunocomplexos pelo contato da pele 
com os ovos e fezes, causando prurido, principalmente 
noturno. Pode haver impetiginização. Nódulo escabiótico: 
reação de hipersensibilidade ao parasita, formando nódulos 
eritematosos intensamente pruriginosos preferencialmente 
na genitália masculina e axilas. Ocorre após o tto. 
Tratamento:​ orientações gerais (lavar roupas c/ água quente 
ou expor no sol e passar ferro quente; tratar contactantes; 
informar sobre a possível continuação do prurido após o tto) 
+ tto farmacológico. Opções: escabicidas tópicos e orais. 
- Permetrina em loção cremosa a 1 ou 5% aplicada 1x, 
deixando agir por 8-12h, c/ reaplicação após 1 sem, pois a 
repetição evita a reinfestação. É segura a partir dos 2 meses 
de idade. (*cf. o professor é a partir de 3 meses) 
- Enxofre precipitado a 10% em creme, loção cremosa ou 
vaselina sólida (feito em lab de manipulação). Indicado p/ < 2 
meses e aplicado 1x à noite, do pescoço p/ baixo, por 3 noites 
consecutivas, c/ repetição do tto após 7 dias de intervalo s/ 
utilizar a medicação.  
- Deltametrina loção a 20 mg/100 mL. Aplicação 1x/dia por 
5 dias. 
- Ivermectina: 200 mcg/kg DU, indicada p/ > 15 kg e > 5 
anos. Ela atua causando a morte do parasita por paralisia 
muscular e inanição. Por seu mecanismo de ação, não atua 
sobre os estágios jovens do parasita, recomendando-se uma 
2ª dose 10-15 dias após. 
 
 
Escabiose crostosa ou norueguesa​: forma muito grave da 
escabiose. Associada a imunodepressão, sd. de Down, 
desnutrição e prematuridade. Presença de inúmeras pápulas 
eritematosas, hiperqueratose mais acentuada em palmas e 
plantas. Prurido variável. Grande nº de parasitas, sendo 
muito contagiosa. 
PEDICULOSE (piolho) 
Causada pelo ​Pediculus humanus. ​Mais comum em meninas 
(pelo cabelo longo). Transmitida por contato direto e por 
fômites. ​Clínica:​ prurido, que pode ser intenso; escoriação e 
possível impetiginização; o Dx é dado pela vizualização da 
lêndea aderida firmemente à haste do cabelo. ​Lesões: 
eritema, descamação, escoriações, principalmente em região 
occipital. Tratamento: retirar as lêndeas (mistura de água e 
vinagre, aplicar no couro cabeludo, deixar por 10 min e 
passar o pente fino) + tto farmacológico. Opções: 
- Permetrina: loção cremosa 1 ou 5%, deixando agir por 10 
min e exaguar, por 7-10 dias. 
- Ivermectina: 200 mcg/kg em DU, repetir 7 dias depois. 
Reservar aos casos refratários ao tto tópico. 
 
 
 
 
2 
ANNA MARIA MOREIRA RAMOS 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DO IMPETIGO 
FORMA BOLHOSA 
DERMATITE VENENATA/DE CONTATO 
Eczema agudo, subagudo ou crônico. Pode ser causada por 
dano físico ou químico direto sobre a pele ou ser mediada por 
reação imunológica. ​Classificação:​ por irritante primário; 
alérgica; fototóxica; fotoalérgica. ​DAIP:​ causada por dano 
direto do agente irritante.A inflamação é restrita ao local de 
contato. Fatores relevantes: concentração da subst., tempo 
de exposição, espessura da camada córnea, presença de 
dermatoses preexistentes. Irritantes absolutos (causam dano 
já no 1º contato) ou relativos (dano após contatos repetidos 
ou prolongados). ​Dermatite de fraldas:​ tipo de DCIP 
frequente na infância, com pico de ocorrência de 9-12 
meses. A lesão progride: no início é um eritema que poupa as 
dobras e acomete mais glúteos, grandes lábios e coxas → 
maceração, escoriações, pápulas, erosões e ulcerações. 
 
DCA:​ surge após reação imunológica tipo IV. Fatores 
predisponentes: presença de dermatoses preexistentes, 
espessura da camada córnea, pressão, fricção, tempo de 
exposição, pH da pele (acidez → alcalinidade), baixo peso 
molecular da subst., alta concentração, alcalinidade da subst. 
Principais irritantes: metais (níquel dos botões), perfumes, 
calçados, medicamentos tópicos (neomicina, lanolina), 
cosméticos (formaldeído, tintura de henna e de cabelo).  
 
DCFT:​ desencadeada por subst. que se transformam em 
elementos fototóxicos se expostas à radiação UVA, levando a 
reação eczematosa. Lesões eczematosas ou 
eritematoedematosas c/ ou s/ bolhas nas áreas expostas. 
Principais alérgenos: psoralenos (suco de limao, salsinha, 
alho), medicamentos (prometazina tópica, antimicóticos, 
AINE), perfumes. ​DFCA:​ mesmo mecanismo da DCFT, mas 
desencadeada pela luz solar. Mesma lesão da DCFT, mas 
podendo aparecer em áreas cobertas também. Principais 
causadores: anti-histamínicos e ATB sistêmicos. O Dx 
padrão-ouro para as duas é teste epicutâneo, em > 6 anos.  
Tratamento da DC:​ identificar e afastar o ag. causador + 
suporte (compressas frias com chá de camomila ou água 
aliviam os eczemas agudos). Na dermatite de mãos evitar 
lavagem excessiva e usar creme emoliente sem perfume e 
sem irritantes pós lavagem. Na dermatite nos pés, usar meias 
de algodão e trocar frequentemente, não usar sapatos 
oclusivos. Na dermatite de fraldas, limpar suavemente, evitar 
lenços umedecidos e produtos perfumados, usar cremes de 
barreira e trocar as fraldas frequentemente. Tto 
farmacológico da DC: corticosteroides tópicos de baixa 
potência (hidrocortisona) nas áreas mais sensíveis e de alta 
potência em áreas de pele espessa como mãos e pés; 
tacro/pimecrolimo são opções p/ > 2 anos; em casos 
extensos e agudos, usar corticosteróide VO, reduzindo a dose 
gradualmente. Imunomoduladores (ciclosporina, metotrexato, 
azatioprina, fototerapia) podem ser usados para doença 
grave e recorrente. 
PÊNFIGO VULGAR (“fogo selvagem” 
Bolhas de conteúdo citrino, disseminadas, crônicas. 
 
ERITEMA POLIMORFO 
Lesões em forma de alvo, avermelhadas, circulares, 
disseminadas. 
 
SÍNDROME DA PELE ESCALDADA ESTAFILOCÓCICA 
A formação das bolhas na região de dobra é provocada por 
uma toxina produzida pelo estafilococo, mas ele não está 
naquela região. 
 
DERMATITE HERPETIFORME 
Há formação de vesículas ou bolhas. Apesar do nome não 
está associada ao vírus Herpes, mas à intolerância ao glúten. 
 
3 
ANNA MARIA MOREIRA RAMOS 
 
TINHA BOLHOSA 
Formação de bolhas que sofrem erosão. Principalmente nos 
pés. Prurido associado.  
 
ALERGIA À PICADA DE INSETO (ESTRÓFULO) 
Também tem possibilidade de impetiginizar 
 
TRATAMENTO DAS PIODERMITES 
MEDIDAS LOCAIS 
- Formas exsudativas: compressas com antissépticos locais 
(permanganato de potássio 1/20 mil a 1/40 mil - partir um 
comprimido no meio ou usa inteiro e dissolve em 2L de água, 
guardar a solução protegida do sol, e fazer a compressa 
quando for usar) 
- Limpeza com água e sabão (usado sozinho quando há forma 
leve, c/ poucas lesões, sem linfonodomegalia regional, bom 
estado de saúde prévio) 
- ATB locais (mupirocina e ácido fusídico) 
→ Evitar mupirocina em lactentes jovens (< 2 
meses) 
CASOS MAIS EXTENSOS​ (formas extensas, c/ 
linfonodomegalia reacional, febre, portadores de condições 
desfavoráveis como anemia, desnutrição, baixas condições 
socioeconômicas) 
- ATB sistêmicos: 
→ Cefalexina (40-50 mg/kg/dia) - a mais usada 
p/ pele 
→ Amoxicilina + clavulanato (25mg/kg/dia) - 
mais reservada para infecções respiratórias 
→ Cefaclor (20 mg/kg/dia) 
→ Clindamicina (15 mg/kg/dia) 
ECTIMA 
Evolução desfavorável do Impetigo. Curso arrastado, 
membros inferiores, deixa cicatrizes. ​Agentes:​ ​S. pyogenes​ e 
o ​S. aureus. ​Lesões​ ulceradas, recobertas por crostas, as 
bordas podem ser infiltradas e circundadas por eritema. O tto 
é fundamental pois pode evoluir para celulite ou erisipela. 
Tratamento:​ Medidas locais, ATB sistêmica. Por 10-14 dias. 
Afastar a criança das atividades pelo menos por 7 dias.  
 
DD:  
Leishmaniose cutânea​ (lesões indolores, crônicas, 
epidemiologia importante);  
Pioderma gangrenoso  
FOLICULITE SUPERFICIAL 
Inflamação que acomete a porção superficial dos folículos 
pilosos. ​Ag. etiológico:​ ​S. aureus. ​Pústulas nos óstios 
foliculares, crostas, evoluem sem cicatrizes; Couro cabeludo, 
pescoço e nádegas. Ocorre mais associada ao aparecimento 
de pêlos. Nas axilas, pode haver um processo inflamatório e 
infeccioso da gl. sudorípara, causando hidradenite, que é a 
obstrução do ducto da glândula. ​Lesão:​ pústulas 
branco-amareladas c/ halo eritematoso no entorno dos óstios 
foliculares. ​Clínica:​ lesões indolores, c/ resolução espontânea 
em 7-10 dias, podendo deixar hiperpigmentação 
pós-inflamatória.   
 
DD:  
Miliária pustulosa (“brotoeja”): ​obstrução dos ductos 
das gl. sudoríparas. Tem 3 classificações: 
- Cristalina/sudalina: obstrução do ducto na camada 
mais superficial. Lesão parecida com uma gota de 
suor. 
- Pustulosa: obstrução mais aprofundada, c/ 
formação de vesícula e eritema ao redor, c/ pus 
dentro. Não tem o pêlo saindo da lesão.  
- Periporite: formação de processo nodular 
associado. 
 
 
4 
ANNA MARIA MOREIRA RAMOS 
Periporite 
Tínea: 
Tratamento:​ o tto definitivo é a retirada permanente do pêlo, 
como fotodepilação. Caso haja processo infeccioso, tratar 
com ATB tópico (mupirocina ou ác. fusídico) e em casos mais 
extensos ou resistentes, usar ATB sistêmico (semelhante ao 
preconizado no impetigo). 
FURÚNCULO 
Inflamação que ocorre nas áreas pilosas, principalmente nas 
submetidas a atrito ou sudorese abundante (face, pescoço, 
axilas, nádegas e parte inferior do abdome). Raro em 
crianças muito novas e vai aumentando a frequência c/ o 
aumento da idade. Mais frequente em adolescentes, crianças 
atópicas e pessoas colonizadas em narinas e/ou períneo. 
Ag. etiológico:​ ​S. aureus. ​Antraz:​ conglomerado de 
furúnculos. Furunculose: lesões múltiplas, que ocorrem 
repetidamente. ​Lesão:​ Nódulo eritematoso → amolece e 
absceda → saída de pus amarelo-esverdeado espesso. 
Necrose do folículo c/ eliminação do material necrótico 
(carnegão). Complicação: formação de abscesso. 
 
DD: 
Miíase furunculoide: ​dermatoparasitose, causada pela 
colonização da pele pela larva da miíase. 
 
Cistos infectados 
 
Hidradenite supurativa (axilas e virilhas): ​processo 
inflamatório da gl. sudorípara.  
 
Abscesso cutâneo: ​pode ser complicação de um 
furúnculo, e p/ saber, quando for drenar vai vir um carnegão. 
Tratamento do furúnculo: 
- ATB tópicos, calor local, incisão e drenagem 
- ATB sistêmico > furunculose c/ celulite e/ou febre 
(cefalexina: 50-75 mg/Kg/dia ou cefadroxila: 30 mg/Kg/dia 
durante 8-10 dias) 
- P/ erradicação do ​S. aureus: 
→ Banhos frequentes c/ sabonetes antissépticos 
e pomadas antibacterianas (interior das narinas, regiões 
flexurais e sob as unhas) 2x/dia por 7 dias, depois manter por 
vários meses a noite 
→ Dose profilática de ATBterapia por vários 
meses 
CELULITE E ERISIPELA 
CELULITE:​ ​Área edematosa, c/ calor e rubor locais, acomete 
o local de entrada do ag. infeccioso. 
Placa eritematosa mal 
delimitada. Acomete camadas mais profundas da pele. 
ERISIPELA:​ Forma de celulite superficial, acomete MMII e 
face. Melhor delimitada, pode apresentar bolhas. 
Placa eritematosa bem 
delimitada 
Pele brilhante, vermelha,com edema que pode ser delimitado da região sã. 
Celulite facial/periorbital:​ ​S. aureus​ e estreptococo 
beta-hemolítico do grupo A. Crianças não vacinadas 
(​Haemophilus influenzae​ e ​Neisseria meningitidis​). É um 
quadro grave de infecção, o estado geral deve ser checado e 
possivelmente a criança deve ser internada. É necessário 
fazer TC para classificar e pelo risco de infecção do SNC. 
Celulite perianal:​ Estreptococo beta-hemolítico do grupo A e 
S. aureus​. Edema e dor na região, dificuldade de defecar. 
 
5 
ANNA MARIA MOREIRA RAMOS 
Complicações:​ Necrose e abscessos locais são as 
complicações mais frequentes nos casos de celulite.  
Celulite periorbital 
Tratamento da erisipela: 
Cuidados locais: 
- Cremes e pomadas (mupirocina e ác. fusídico) 
- Banhos com permanganato de potássio 
- Repouso para a recuperação 
Tratamento sistêmico: 
- Penicilina procaína (400 mil-800 mil U 2x/dia, 10-14 dias) 
- Penicilina oral (250-500 mg, 6/6 horas – 14 dias) 
- Casos leves podem ser tratados em domicílio c/ cefalexina 
(40-50 mg/kg/dia) 10-14 dias 
Casos graves: 
- Penicilina G cristalina: 200 mil UI/Kg/dia de 6/6 horas ou 
cefalotina*: 75-100 mg/Kg/dia de 6/6 h por 10-14 dias.  
- Após a melhora clínica, completar o tto c/ ATB oral 
(penicilina G procaína ou cefazolina) 
Tratamento da celulite: 
Cuidados locais 
Tratamento sistêmico: 
a) Ferimento cutâneo como porta de entrada - oxacilina (150 
mg/Kg/dia, EV, 6/6h) ou cefazolina (100 mg/Kg/dia, EV, 
8/8h por 10 dias) 
 b) Idiopática: cefuroxima ou ceftriaxona (100 mg/Kg/dia, 
EV, 12/12 h)  
c) Associada à sinusite: cefuroxima ou ceftriaxona (100 
mg/Kg/dia, EV, 12/12 h por 7 dias), seguido de cefuroxima, 
(30 mg/Kg/dia, VO, 12/12 h) ou amoxicilina + clavulanato ou 
sulbactam (50 mg/Kg/dia, VO, 8/8 h por 14 dias)  
d) Celulite pós-septal: oxacilina (200 mg/Kg/dia, EV, 6/6 h) 
+ ceftriaxona (100 mg/Kg/dia, EV, 12/12 h por 10-14 dias) 
Síndrome da pele escaldada estafilocócica:​ causada 
por ​S. aureus​ fagótipo II (3 A, 3B,3C, 55 e 7ª); produz a 
toxina esfoliativa A e B. Foco nas VAS, maior frequência em 
RN ou em crianças menores. ​Clínica:​ Febre e eritema na face 
e dobras cutâneas, generalizando-se. Eritema difuso e bolhas 
flácidas que se rompem. ​Tratamento:​ Internação nas formas 
graves; Higienização das lesões c/ SF. ATB sistêmico: 
oxacilina, cefalotina, cefazolina; cefalexina, cefadroxila na 
dosagem/dia habitual durante 7-10 dias.  
 
 
ESCARLATINA 
Ag. etiológico:​ S.pyogenes dos grupo A > exotoxina 
pirogênica A, B, C e F. ​Clínica:​ antes da apresentação de pele, 
há pródromos, como febre, irritabilidade e mal-estar, 
faringite, petéquias em palato mole, seguidos de erupção 
micropapular eritematosa e generalizada, áspera e mais 
acentuada nas dobras. Inicialmente: língua branca 
morbiliforme e mais tarde: língua vermelha e saburrosa. 2-5 
dias ocorrem fissuras nas áreas periorais, periorbitais e 
pregas da pele. No final do 5º dia ocorre descamação em 
flocos, grandes e espessos. Na escarlatina, você “sente mais 
do que vê”. ​Tratamento:​ penicilina G benzatina DU. 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
ANNA MARIA MOREIRA RAMOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fontes: (1) Aula do Prof. Ronaldo 
Santana (2020.1); (2) Tratado de 
Pediatria. 
 
 
 
 
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