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Medicina Ana Catarina Dutra Rebelo Dermatologia pediátrica Impetigo - É uma piodermite. - Não forma cicatrizes. - Apresenta 2 formas clínicas: impetigo não bolhoso/crostoso e impetigo bolhoso. Sendo a forma crostosa a mais frequente. • Etiologia - Predominante: Staphylococcus aureus. - A forma crostosa também pode ser junção de Staphylococcus aureus com Staphylococcus pyogenes. • Diagnóstico - Clínico, avaliar aspecto típico da lesão. - Não se recomenda cultura de rotina, apenas em casos de falha terapêutica adequada, r e c o r r ê n c i a d e l e s õ e s , p a c i e n t e s imunodeprimidos e fins epidemiológicos. Impetigo crostoso - Pode afetar crianças e adultos. - Raro abaixo de 2 anos de idade. - Pode ser de forma primária ou ocorrer de uma dermatite prévia, como a atópica ou de contato, pediculose, escabiose ou picada de inseto. - A higiene precária e desnutrição podem contribuir para a manutenção da doença. - As lesões se iniciam com vesícula ou pústula sobre uma base eritematosa, se rompe com facilidade, predominam em áreas expostas (principalmente em face, ao redor do nariz e boca). - Seu ressecamento dá origem a uma crosta ardente e amarelada: MELICÉRICA. - As lesões tem 1 a 2 cm de diâmetro, crescem centrifugamente e podem coalescer. - Pode-se encontrar lesões satélites pela retirada das crostas pela criança. - Pode haver linfadenopatia regional, que indica Streptococcus. - Quando complicada: há febre. Impetigo bolhoso - Principal agente: S. aureus, que produz uma toxina epidermolítica (síndrome de pele escaldada). - Se inicia com vesículas que se transformam em bolhas flácidas de paredes finas. - Conteúdo claro que se torna turvo. - As bolhas podem romper com facilidade, quando ocorre, se torna uma erosão rasa rodeada por restos da bolha (colarete). - Quando as bolhas se unem formam figuras policíclicas. - Afeta mais a face. - É raro haver linfadenomegalia regional, quando ocorre indica Streptococcus. - Geralmente ocorre na segunda semana de vida (quando em neonatal), podendo estar presente no nascimento. Porém é mais comum em crianças de 2 a 5 anos. Página de 1 9 Medicina Ana Catarina Dutra Rebelo ⇢ Indicações de tratamento sistêmico: quando atinge tecido subcutâneo e fáscia muscular, febre, linfadenomegalia, faringite associada com lesões próximas à cavidade oral, infecções de couro cabeludo, lesões numerosas > 5 ou > 2 locais topográficos. Celulite - Infecção aguda da pele que envolve tecidos subcutâneos. - Apresenta eritema, edema, calor e dor. - Eritema não tem limites nítidos. - Geralmente se incia com um pequeno trauma na pele, por onde a bactéria entra. - Lesão apresenta-se eritematosa, endurada e dolorosa. - É comum em crianças nos MMSS e MMII. - Bactérias mais comuns: Staphylococcus e Staphylococcus do grupo A, pode ser causada também por Streptococcus pneumoniae (principalmente em face) e Haemophilus influenzae do tipo B em crianças < 2 anos não vacinadas. Tratamento - Conforme extensão e localização. - Em face e região cervical, muito extensas ou há c o m p ro m et i m e n t o d o e s ta d o g e ra l : hospitalização + tratamento EV com penicilina resistente a penicil inase (oxacil ina ou cefalosporinas de primeira geração) + coleta de cultura (aspirado com agulha fina) + hemocultura. - Em tratamento ambulatorial: uso de cefalexina e amoxicilina associados ao clavulanato. - Quando não há resposta ao tratamento, pode- se usar clindamicina. Tratamento Medidas gerais Individualizado Limpeza de mãos Autolimitada (até 3 semanas) Corte de unhas e higiene para evitar autoinoculação Pode se estender por autoinoculação das lesões Manter local afetado limpo, sabonetes antisépticos (triclosam, iodopovidina, clorexidina), por curtos períodos Limpeza delicada + remoção das crostas e restos de bolhas Compressas úmidas e mornas em casos de crostas muito aderidas, evitar contato com outras crianças até 24h do início do tratamento Antibióticos tópicos: Pequeno número de lesões ou apenas uma região acometida (Mupirocina e retapamulina) Tratamento sistêmico: cefalexina/ amoxicilina / cefalotina + clavulanato OU penicilina benzatina (quando maior prevalência de cepas de S. que causam glomerulonefrite) OU uso de macrolídeos Página de 2 9 Medicina Ana Catarina Dutra Rebelo Erisipela - Forma superficial de celulite somado ao comprometimento linfático. - G era l m e n te o cor re p or i n f e c ç ã o d o Streptococcus do grupo A, podendo ocorrer pelos outros grupos também, além do Staphylococcus. - Bactéria também entra por um trauma na pele, m a s p o d e t e r , r a r a m e n t e , o r i g e m hematogênica. - Início súbito, febre e mal-estar geral, área eritematosa bem delimitada e marginada, com presença de linfangite ascendente e formação de bolhas sobre a placa eritematosa (porque o Streptococcus atinge vasos linfáticos). - Em casos graves com internação recomenda- se cultura com aspirado com agulha fina (baixa positividade). - Indicação de internação também inclui casos que decor ram de l e sões p rév ias de mordeduras de animais ou imersão em água e pacientes imunodeprimidos. Tratamento - Semelhante ao da erisipela, conforme a extensão e localização. - Em casos leves pode ser utilizado penicilina benzat ina IM ou pen ic i l ina V VO ou macrolídeos (eritromicina e azitromicina). - Manter membro elevado e repouso relativo para redução do edema. - Se houver manifestações sistêmicas como febre ou calafrios: terapia parenteral com ceftriaxona e cefazolina. Escabiose ou sarna - Doença contagiosa pelo Sarcoptes scabiei variedade hominis (fêmea). - Transmissão: contato direto pele a pele com pessoas infectadas, pode haver transmissão por roupas ou outros objetos. - Penetra a pele em um túnel depositando seus ovos que se tornam parasitas adultos em 2 a 4 semanas. - Causam (parasita e fezes) reação de hipersensibilidade resultando em prurido intenso. - Início insidioso, lesões papulovesiculares er i tematosas e prur ig inosas (prur ido principalmente no período noturno). - É caracterizada pela presença de pápulas eritematosas, vesículas, nódulos, túneis, pústulas e prur ido intenso, s inais de escoriações que alteram o aspecto da lesão, c o m i m p e r t i g i n i z a ç ã o s e c u n d á r i a determinando o aparecimento de pústulas. - Prevalece em regiões rurais e de baixa renda, em crianças que apresentam imunodeficiência primária, HIV + e síndrome de Down. - Em lactentes pode ser mais disseminado: acometimento pedicular das palmas e plantas, face, couro cabeludo. - Escolar e adolescente: espaços interdigitais, axilas, punhos, regiões glútea e genital. - O túnel é raro na criança. Página de 3 9 Medicina Ana Catarina Dutra Rebelo - Diagnóstico clínico + raspagem de lesões e dermatoscopia, encontrando ovos ou fezes do parasita em exame microscópico. • DF: dermatite atópica ou de contato, exantemas virais e acropustulose da infância nos lactentes. Tratamento - Todas as pessoas que tem contato com o doente tem que ser tratadas, inclusive assintomáticos. - Utiliza-se: enxofre precipitado a 10% (creme, l o ç ã o c re m o s a o u va s e l i n a s ó l i d a ) , medicamento manipulado.Permetrina (loção cremosa), Deltametrina, Ivermectina (dose única), uso de Dimeticona. - Em casos de infecção secundária: antibióticos tópicos ou sistêmicos dependendo do caso. - Uso de anti-histamínicos para redução do prurido. - Orientações gerais: lavar roupas com água quente, informar sobre persistência do prurido após tratamento e tratar familiares. ⇢ Nódulo escabiótico: pode ocorrer após o tratamento, apresentando-se como nódulo/ nódulos eritematoses intensamente pruriginosos em qualquer área do corpo (geralmente genitália masculina e axilas), resolução demorada. Tratamento com sintomáticos (anti-histamínicos e corticoesteroide oclusivo), não necessitando repetir o tratamento para escabiose. Pediculose Escabiose do cão Discreta, desaparece espontaneamente, podendo utilizar loções antipruriginosas e anti-histamínicos Escabiose norueguesa / crostosa Principalmente em crianças imunodeprimidas, com síndrome de Down, desnutridas ou prematuras. Apresenta pápulas eritematosas e hiperqueratose (+ acentuada nas palmas e plantas), prurido variável, alto nível de parasitas, muito contagiosa e pior resposta ao tratamento Pediculose do couro cabeludo Agente: Pediculus humanus, var. capitis Em crianças entre 3 e 11 anos, mais comum em meninas com cabelos longos, transmissão por contato direto com pessoas ou objetos, ocasiona transtorno na criança e família, impacto na vida social. Diagnóstico: presença do ovo do parasita (lêndea) na raiz do cabelo Apresenta prurido (pode ser intenso) - por reação de hipersensibilidade-, escoriação e possível infecção secundária, pode ser assintomático. Principalmente em região ociptal. Ocorre impetiginização e linfadenomegalia occiptal e cervical Pediculose do corpo Agente: Pediculus humanus, var. capitis Comum em condições precárias de higiene. Parasita se reproduz em dobras de roupas e é raramente visto na pele Pápulas eritematosas causadas pela picada do inseto, localizadas nas áreas cobertas do corpo, com sinais de escoriação e infecção secundária (pelo prurido) Pediculose púbica Agente: Phthirus pubis Principalmente na região púbica, mas pode acometer cabelos, sobrancelhas e cílios. Transmissão por contato corporal íntimo e prolongado, geralmente sexual Causa prurido, eczematização e infecção secundária. Mácula cerúlea (ação local da saliva do parasita), mancha azul- acinzentada Página de 4 9 Medicina Ana Catarina Dutra Rebelo Tratamento 1) Pediculose do couro cabeludo: permetrina e ivermectina. Toalhas, pentes e escovas devem ser desinfetados e limpos. Deve-se realizar remoção das lêndeas, controle dos contatos infestados. 2) Pediculose do corpo: troca e lavagem das roupas e noções de higiene. 3) Pediculose púbica: depilação da região púbica, aplicação de vaselina, extração mecânica das lêndeas OU ivermectina VO. Larva migrans cutânea - “Bicho geográfico”, lesão parece um mapa. - Erupção cutânea autolimitada causada pela penetração e migração das larvas do A n c yl o s tom a c ani n um e br az i l i en s i s , encontradas nas fezes de cães e gatos. - Larva penetra ativamente a pele formando pápula pruriginosa. - A larva migra e forma um tra jeto serpiginoso e linear na epiderme. - O prurido intenso causa escoriações e pode causar infecção secundária. - Acomete qualquer área do corpo (prederência nos pés e glúteo), por contato com areia ou solo contaminados. - Período de incubação de até 15 dias , podendo durar até meses. - A larva morre entre 2 a 8 semanas, mas há relatos de maior duração. Tratamento - Poucas lesões (< 5): creme de tiabendazol. - Albendazol (idade > 2 anos), aumentando a dose em casos mais extensos. - Tiabendazol. - Ivermectina. - Não é indicado remoção cirúrgica. Tineas Tínea capitis - Dermatofitose. Infecção fúngica que acomete o couro cabeludo. - Apresenta alopecia descamativa distribuída em placas bem delimitadas e com cabelos tonsurados (quebrados) e de fácil descarte. - Pode ser causada por fungos Trichophyton tonsurans (pelos humanos), Microsporum canis (pelos animais) e geofílicos (pelo solo). - Curto período de incubação, 1 a 3 semanas, acometendo ambos os sexos. - Fatores predisponentes: famílias numerosas, casas superpovoadas, baixa classe social). - Pode ser transmitida pelo contato humano e por obejtos inanimados. - Apresentação semelh ante à dermatite seborreica, com descamação difusa e pouca inflamação. - Quér ion (ker ion ce l s i ) : apresentação inflamatória com placas infiltradas, alopecia, pústulas, drenagem de secreção purulenta, causada pela resposta imunológica do Página de 5 9 Medicina Ana Catarina Dutra Rebelo hospedeiro ao fundo, tratada com antibiótico sistêmico. - Pode involuir espontaneamente e geralmente não causa alopecia definitiva. - O tratamento deve ser agressivo com diagnóstico precoce para evitar reação grave e prolongada e alopecia cicatricial. - Há linfadenopatia (geralmente cervical ou suboccipital). - DF: dermatite seborreica, psoríase, alopecia aerata, tricotilomania, foliculite, impetigo, lúpus eritematoso. - Cul tura de fungos é padrão ouro. O diagnóstico deve ser confirmado. ⇢ Tratamento sistêmico com griseofulvina. Pode- se util izar tratamentos alternativos com antifúngicos azólicos e terbinafina. Tinea faciei - Infecção de face por dermatófitos. - Semelhante a tinea de corpo, apresentando-se com placas anulares e eritematosas, com descamação na periferia. - Pode ter clínica discreta, principalmente quando se utilizou corticoides, sendo chamada de tinea incognito. - Tratamento geralmente tópico. - Alguns casos requerem tratamento sistêmico, como os que foi utilizado corticoesteroide prévio ou lesões refratárias. Tinea corporis - Principalmente em troncos e extremidades. - Por contato com animais domésticos. - Distribuição assimétrica caracterizada por uma ou mais placas anulares descamativas, circunscritas com centro claro e limites descamativos, vesiculares, papulares ou pustulares, bordas circinadas. - Diagnóstico clínico, pode-se realizar exame micológico direto e cultura para fungos. - Terapia tópica para casos superficiais ou localizados. Tinea cruris - Infecção superficial da região inguinal e raiz de coxas. Mais comuns em adolescentes sexo masculino e adultos. Página de 6 9 Medicina Ana Catarina Dutra Rebelo - Sintomática em climas úmidos e quentes, mais frequente em obesos ou pessoas que fazem exercícios físicos com suor excessivo e atrito. - Placas eritematosas bem demarcadas, com bordas elevadas com descamação, vesículas ou pústulas. - Geralmente bilateral, simétrica, envolve áreas intertriginosas junto ao escroto e face medial das coxas. - Terapia tópica, como terbinafina. - Reduzir atrito e irritação, secar áreas acometidas após banho ou transpiração, estimular perda de peso. Tinea pedis - Rara em crianças pequenas. - Uso de calçados sintéticos e emborrachados que facilitam sudorese. - Comum em adolescentes e adultos. - Apresen tação de d iver sas formas , a intertriginosa é mais frequente. - Inflamação, descamação e maceraçãoentre os dedos. - Forma vesicular é muito pruriginosa e apresenta inflamação com vesículas ou bolhas. Mais comum no verão e em crianças. - Forma em mocassim: eritema, descamação, fissura e hiperqueratose plantar, podendo atingir lateral dos pés. - Tratamento: proteção dos pés em áreas de uso comum, mantê-los limpos e secos, evitar sapatos fechados. - Utilização de antifúngicos tópicos. - Tratamento oral quando houver complicações ou doenças crônicas. Molusco contagioso - Causada por DNA-vírus do grupo poxvírus, atinge qualquer idade, principalmente crianças até 10 anos. - Tempo de incubação variável de 2 semanas a 6 meses. - Transmissão por contato direto com as lesões ou contato sexual. - Pode haver autoinoculação e disseminar lesões. - Lesões assintomáticas e em qualquer segmento da pele, raramente em mucosas. - Apresentam-se com pápulas umbilicadas, cor da pele ou nacaradas, únicas ou múltiplas de tamanho variável. - E m p a c i e n t e s a t ó p i c o s o u imunocomprometidos, as lesões podem ser maiores e mais numerosas, apresentar eczemat ização ao redor ou in fecção secundária. - Lesão clássica: pápula semiesférica, firme com leve depressão central. - Diagnóstico essencialmente clínico, em caso de dúvidas: exame histológico e curetagem de uma das lesões (material eosinofílico), deslocando o núcleo para a periferia celular. - Terapia: curetagem, uso de substâncias cáusticas como KOH ou conduta expectante (por ser autolimitada). - BOTE sign (beginning of the end), é um fenômeno imuno lóg ico que i nd i ca a autorresolução das lesões ⇢ involução natural. Página de 7 9 Medicina Ana Catarina Dutra Rebelo Dermatite de fraldas - Ocorre em 7 a 50% dos lactentes com pico entre 9 e 12 meses de idade. - Etiopatogenia: multifatorial como oclusão, maceração, dano friccional e microorganismos associados aos irritantes presentes na urina e fezes. - A oclusão favorece a umidade local e permeabilidade cutânea propiciando a proliferação de microorganismos. Além de aumento de PH cutâneo e atividade de enzimas como ureases bacterianas, proteases fecais, lipases e sais biliares, potencializando a irritação. - Início: poupa dobras e afeta mais superfícies convezas (glúteos, grandes lábios e coxas). Aspecto de W. - Pode iniciar com eritema e progredir com maceração, escoriações, pápulas, erosões e ulcerações ⇢ dermatite papuloulcerativa de Jacquet (mais grave forma). - Pode ser ocasionada pelos químicos presentes nas fraldas descartáveis. Prevenção e tratamento - Troca frequente de fraldas, limpeza suave e cremes de barreira. - Quando a lesão se estabelece é necessário: trocar as fraldas com maior frequência que o habitual, limpar suavemente a região, expor a pele ao ar, aplicar cremes de barreira. Dermatite atópica - Dermatose inflamatória de curso crônico e recidivante, de etiologia desconhecida e início precoce. - Caracterizada por prurido, xerose e lesões eczematosas (vesículas e crostas). - Deficiência da função de barreira cutânea em decorrência do metabolismo anormal de lipídeos, o que determina a pele seca. - Disfunção da imunidade cutânea inata (queratínicos e células de Langerhans). - Alteração da microbiota cutânea - colonização por Staphylococcus aureus e Malassezia furfur. - Influência psicossomática que resulta na alteração do sistema nervoso autônomo, com aumento de mediadores de diversas células inflamatórias, como eosinófilos e leucócitos. - A localização das lesões: - Lactente: face, poupando a região central, couro cabeludo, tronco, região extensora dos membros. - Relaciona-se com a história familiar ou pessoal de rinite, asma e alergias. - Pré-puberal: 2 a 10 anos, pele é seca e áspera, prurido mais intenso em pregas antecubitais e poplíteas, resultando no espessamento e aparecimento de placas circunscritas. ⇢ Fatores agravantes - Detergentes, alvejantes, sabões, amaciantes, roupas sintéticas, sabonetes, etiquetas de roupas, cloro de piscinas, materiais abrasivos, fumaça de cigarro, poluentes, produtos químicos, condições extremas de temperatura e umidade, uso de emolientes inadequados, fricção e estresse. - As medidas gerais para se evitar ou minimizar essas exposições indesejadas devem ser adotadas precocemente. Página de 8 9 Medicina Ana Catarina Dutra Rebelo Tratamento para controle 1) Educação e autocuidados do paciente. 2) Hidratação da pele. 3) Controle de fatores desencadeantes. 4) Medicamentos tópico-oral. 5) Uso de anti-histamínicos em alguns casos para controlar prurido, porém não deve ter uso constante desses medicamentos. Prurigo estrófulo ou urticária papular - Produz ido por picada de insetos ou ectoparazitas. - Reação de hipersensibilidade a antígenos existentes na saliva dos insetos. - É uma dermatose pruriginosa, crônica, recidivante e mais comum entre 2 e 10 anos de idade. - É comum a realização de inúmeros testes laboratoriais desnecessários para alergias e mesmo biópsias para avaliar a doença, cujo diagnóstico é essencialmente clínico. - Causa muito desconforto para a criança, os pais ficam angustiados. Praticamente todos os insetos podem provocar a doença em crianças suscetíveis, sendo os mais comuns os mosquitos, pulgas, carrapatos e outros que utilizam sangue para sua alimentação. - Surgimento de pápulas eritematosas com distribuição linear e aos pares, demonstrando o hábito do inseto que provocou a reação. - O número de lesões é bastante variável, podendo ser disseminadas. As urticas podem desaparecer em algumas horas, permanecendo as l esões caracterís t icas , que são as seropápulas de Tomazollo (pápulas com uma vesícula central) ou pápulas com tamanho variando entre 2 e 10mm, recobertas ou não por crostas hemáticas. - Início após 6 meses de vida, necessita de um processo de sensibilização, sendo necessária a ocorrência de várias picadas antes que apareçam os sintomas. - A sensibilização pode variar conforma a criança e depende também da exposição, do tipo de inseto e do número de picadas recebidas. Após algum tempo (anos), pode ocorrer um processo de dessensibilização ou tolerância, próximo aos 10 anos de idade, no qual as picadas já não desencadeiam a doença. - Tratamento do prurido: corticoesteróides tópicos de média potência para melhorar o local e o prurido. - Ant i -h is tamínicos também podem ser utilizados. - Se houver infecção secundária: tratamento com antibióticos. - Se houver complicações como celulites: uso de antibióticos sistêmicos. - Cortar as unhas da criança para evitar lesões traumáticas em decorrência do prurido intenso e manter as lesões limpas com higiene local para evitar a infecção bacteriana secundária. Página de 9 9
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