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Fer���d� Ba���s S���os PU�ÇÃO L����R Procedimento estéril (degermação da pele com iodopovidona ou clorexidina) no qual se acessa o espaço subaracnóideo por meio de punção nos espaços intervertebrais abaixo de L3 (Esses espaços são considerados de segurança pois encontram-se abaixo da medula espinhal, onde localiza-se apenas a cauda equina) logo, L3-L4 ou L4-L5 ou L5-S1, com o paciente em posição fetal e em decúbito lateral ou sentado. O nível correto de entrada da agulha raquidiana é mais facilmente determinado com o paciente sentado ou em pé. Para situar o local da punção, deve-se traçar uma linha imaginária entre as cristas ilíacas, cruzando perpendicularmente a coluna vertebral. O ponto de intersecção entre a linha e a coluna vertebral, normalmente, coincide com o processo espinhoso da vértebra L4. Trajeto da agulha: 1. Pele e tecido subcutâneo 2. Ligamento supraespinoso 3. Ligamento interespinoso 4. Ligamento amarelo 5. Espaço epidural posterior (que contém seu plexo venoso) 6. Dura-máter 7. Aracnóide 8. Espaço subaracnóide Indicação da Punção Lombar A punção lombar é extremamente útil no diagnóstico de diversas morbidades. Dentre elas: ❖ Suspeita de Infecção do SNC ❖ Suspeita de HSA em paciente com tomografia computadorizada negativa ❖ Esclerose múltipla ❖ Síndrome de Guillain-Barré ❖ Doenças malignas do SNC ❖ Diagnóstico de doenças oncológicas como leucemia ❖ Diagnóstico de doenças metabólicas Também pode ser utilizado como manobra terapêutica, nos casos de : ❖ Administração de anestesia raquidiana e epidural ❖ Administração de quimioterápicos e antibióticos Fer���d� Ba���s S���os ❖ Injeção de meio de contraste para mielografia ou cisternografia Contraindicações da Punção Lombar ❖ Sinais de Herniação cerebral ❖ Aumento da pressão intracraniana (PIC) ❖ Trombocitopenia ou outra coagulopatia, incluindo terapia anticoagulante em andamento ❖ Abscesso epidural espinhal suspeito ❖ Insuficiência Cardíaca congestiva grave Análises a realizar durante a punção: 1. Raquimanometria: avaliar pressão de abertura ao puncionar (abaixo de 18 cmH20 em adultos e 8 cmH20 em crianças). 2. Coloração: Aspecto turvo (aumento de células) ou purulento (excesso de neutrófi los degenerados). Se sanguinolento, pode ter sido acidente de punção, logo, fazer análise nos frascos (conforme for coletando, a cor do sangue vai sumindo e retornando a cor água de rocha transparente do LCR, diferentemente dos casos de Hemorragia subaracnoidea (HSA), em que o LCR se mantém xantocrômico em todos os frascos). Posteriormente, sob centrifugação, verificar-se a que ocorrerá a separação dos elementos e, em casos de acidente de punção, a separação será muito mais efetiva do que em casos de HSA. Trajeto da agulha: Pele, tecido subcutâneo, E na análise laboratorial: 1. Celularidade: normalmente < 4 células/mm³ e geralmente com linfócitos e monócitos. 2. Glicorraquia: a quantidade de glicose no LCR deve ser de aproximadamente 2/3 da glicemia. Em meningites bacterianas agudas, o consumo de glicose é muito grande no local, causando uma diminuição importante da glicorraquia. 3. Proteínas: o aumento importante (> 45 mg/dL) de proteínas é uma das marcas da meningite bacteriana. Não podemos esquecer que o valor de referência varia de acordo com a idade e o local da punção, entretanto, o referencial é de cerca de 30 – 40 mg/dL. 4. Pesquisa de antígenos bacterianos. 5. Cultura do líquor em placas de ágar-sangue ou ágar-chocolate (positiva em 80-90% dos casos) 6. Exame microbiológico de coloração pelo gram: as bancas cobram bastante o conhecimento da coloração pelo gram, assim, diplococos gram-Negativos (Neisseria meningitidis) e diplococos gram-Positivos (pneumococo). 7. Látex para fungos, PCR para diversos agentes infecciosos e ELISA podem ser solicitados, além de coloração com Tinta da China (nanquim). Fer���d� Ba���s S���os O LCR NUNCA deve ser aspirado, pois a pressão provocada pode ocasionar hemorragia. Complicações da punção lombar A punção lombar é um procedimento considerado seguro, mas complicações podem ocorrer mesmo quando utilizada corretamente a técnica. Essas complicações incluem: ❖ Cefaléia – é uma das complicações mais comuns após a PL, e é causada por vazamento de líquido cefalorraquidiano (LCR) da dura-máter e tração em estruturas sensíveis à dor ❖ Infecção ❖ Sangramento ❖ Herniação cerebral – é a complicação mais séria da PL. A preocupação com essa complicação resultou na instituição de tomografia computadorizada (TC) de rotina prévia em alguns serviços. Entretanto, no caso de meningite, onde a terapia deve ser introduzida o mais precocemente possível, não se realiza a TC prévia rotineiramente. A exceção é nos casos de apresentação de um ou mais dos fatores de risco: ❖ Estado mental alterado ❖ Sinais neurológicos focais ❖ Papiledema ❖ Imunocomprometimento ❖ Convulsões ou história de doença do sistema nervoso central ❖ Pacientes com esses fatores de risco clínicos devem fazer uma tomografia computadorizada para identificar possíveis lesões de massa e outras causas de aumento da PIC. Independentemente da decisão de realizar PL, estes pacientes exigem intervenções urgentes como elevação da cabeça, hiperventilação e manitol intravenoso. ❖ Paralisia abducente – Acredita-se que isso resulte de hipotensão intracraniana e geralmente é acompanhado por outras características clínicas de cefaleia. A maioria dos pacientes se recupera em alguns dias ou semanas. ❖ Dor radicular ou dormência ❖ Dor lombar – é comum a queixa de dor no sítio da punção, que pode persistir por alguns dias.
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