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DOR RECORRENTE EM MEMBROS 
 
DEFINIÇÃO 
Pelo menos 3 episódios de dor que interfira nas atividades 
habituais da criança, por pelo menos 3 meses 
 
EPIDEMIOLOGIA 
- Mais comum entre escolares (4-10 anos): 15-20% 
- Em apenas 3% dos casos encontra-se causa orgânica 
- 10-20% apresenta em alguma fase da vida 
- Predominantemente em MMII e não articulares, embora 
possa haver comprometimento periarticular 
-Não compromete estado geral e do ganho ponderal 
 
CLASSIFICAÇÃO 
Aguda: criança e família conseguem caracterizar a dor com 
precisão: inicio e tempo de duração 
Crônica: história imprecisa com perda da cronologia dos 
fatos 
 
Obs.: criança de 7 anos: cresce em média 5cm p/ano 
 
 
 
 
 
ETIOLOGIA 
 
FATORES QUE PODEM SINALIZAR PRESENÇA DE 
DOR ORGÂNICA: 
Moderadamente sugestivos: 
- Dor matutina 
- Adinamia, fadiga 
- Diminuição de capacidade física, claudicação 
- Dor nas costas 
- Anemia 
- Provas de atividade inflamatória elevadas 
Altamente sugestivos: 
-Dor continua e de forte intensidade 
-Febre (mesmo baixa) 
-Perda de peso 
-Fraqueza e/ou atrofia muscular 
-Artrite ou limitação articular 
-Anemia progressiva em exames sequenciais 
-Leucopenia, linfocitose, atípia linfocitaria (sem sinais de 
infecção viral) 
-Aumento de desidrogenase lática (2x ou mais do que o 
valor normal) 
 
 
 
 
DOR DE CRESCIMENTO 
 
- Condição benigna de curso autolimitado (mínimo 6 
meses de dor) - dor funcional 
- Diagnóstico de exclusão: história e exame físico suficiente 
p/ diagnóstico. 
- Início das crises dolorosas: entre 3 e 10 anos 
- Sem predileção de gênero 
- História familiar: dor presente em 20% a 47% dos parentes 
de primeiro grau 
- 40% apresentam cefaleia e/ou dor abdominal recorrente 
- Sem impacto significativo na qualidade de vida 
- Sem etiopatogenia conhecida: pode ter relação com 
emoção 
- Sem necessidade de tratamento específico, mas 
necessário acompanhamento 
 
Características: 
Local da dor: geralmente bilateral – parte anterior das 
coxas, panturrilhas, canelas e parte superior dos joelhos 
Horário da dor: 
 Fim da tarde ou durante a noite -> pode acordar a 
criança 
 Dor ausente pela manhã 
 Dor esporádica: pode haver dias ou semanas sem dor 
 Correlação variável com atividade física -> há casos em 
que os pais notam uma relação entre o aumento de 
atividade física e a dor, mas isso não é constante. 
Gravidade da dor: não aumenta com o tempo - melhora 
com massagens e/ou analgésicos – dor dura apenas 15 min 
Exame físico: sem achados anormais 
 Caminha normalmente, coluna e extremidades sem 
deformidades e restrição de movimentos, sem 
fraqueza muscular e alteração dos reflexos. 
 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: 
Crianças com história atípica de dor do crescimento ou com 
alterações ao exame físico deverão ser melhor investigadas 
com perguntas buscando sinais e sintomas compatíveis 
com outras causas de dor, exames de laboratório ou de 
imagem 
 
História atípica 
Dor unilateral: apenas 20% dos casos de dores de 
crescimento 
 Investigar principalmente origem infecciosa e tumoral 
pois são emergências médicas. 
 
Dor noturna 
Síndrome de hipermobilidade articular: dor no final da 
tarde e noite e são benignas. 
 Exame físico: sinais de hipermobilidade 
 Laboratório e imagem normais. 
Leucemia: dor bem intensa durante a noite, inclusive 
despertando a criança. 
 Fortes indícios: aumento de linfonodos, 
esplenomegalia, dor óssea à palpação de esterno e de 
tíbias 
 Nem sempre o hemograma mostrará anemia ou 
blastos na fase inicial. 
 Trombocitopenia é sinal de alerta. 
 Aumento da LDH e do ácido úrico: ajudam no 
diagnóstico precoce 
 Mielograma: conclui diagnóstico. 
 Não usar corticosteroide: afeta o prognóstico da 
leucemia. 
Osteoma osteoide: dores mais intensas à noite, mas 
ocorrem sempre no mesmo local e cedem com anti-
inflamatórios. 
 
Dores que surgem durante o dia e/ou se agravam com a 
atividade física: pesquisa de dores de origem mecânica 
Doença de Legg-Perthes-Calvé: dor localizada em quadris, 
que pode ser referida na coxa ou joelho. 
 Exame físico: claudicação e limitação de rotação de 
quadris. 
 Imagem de ressonância magnética pode ser necessária 
em casos de radiografia simples normal. 
Outras osteocondroses: doença de Osgood-Schlatter 
(tuberosidade anterior da tíbia), Sever (Apófise do 
calcâneo), Kohler (navicular do tarso) mostrarão 
reprodução da dor durante a palpação do local. 
 
Dores articulares que já estão presentes de manhã, ao 
acordar: mostram a natureza inflamatória da artrite. 
Artrite idiopática juvenil (AIJ): pode se manifestar de modo 
pouco alarmante ou sintomático e com exames 
laboratoriais normais ou inespecíficos. 
 Não é uma doença muito frequente 
 O reconhecimento precoce e as disponibilidades 
terapêuticas atuais modificaram a evolução e o 
prognóstico. 
 O diagnóstico tardio determina perda da oportunidade 
de tratamento precoce e adequado, causando sequelas 
e prejuízo da qualidade de vida. 
 Questionário: presença de 5 respostas positivas é 
altamente indicativa de AIJ -> encaminhamento para 
reumatologista pediatra 
 
Dor com aumento de volume da articulação ou dor com 
limitação de movimentos: artrite 
Artrites agudas: menos de seis semanas - geralmente não 
oferecem dificuldades para o diagnóstico diferencial com 
dores de crescimento, pois não têm caráter crônico, a 
duração é breve e se localizam em articulações. 
 Causas: febre reumática, artrites virais e artrites 
reativas (após infecções intestinais ou geniturinárias) 
 
Exames de laboratório 
Hemograma completo e marcadores de inflamação 
(velocidade de hemossedimentação e PCR): detecção de 
inflamação e/ou infecção 
Anemia, leucocitose, trombocitose, aumento das provas 
de atividade inflamatória: inflamação 
 
Exames de imagem 
Radiografias: neoplasias, infecções, fraturas e causas de 
dores mecânicas 
RNM: doença de Legg-Perthes-Calvé, fase inicial da 
osteomielite e neoplasias. 
Cintilografia óssea ou ressonância magnética de corpo 
total: doença óssea difusa (osteomieleite crônica multifocal 
e metástases de câncer) 
DOENÇAS LINFOPROLIFERATIVAS 
LEUCEMIA 
- Alta prevalência e gravidade 
- Atraso do diagnóstico e uso indevido de corticoesteróides 
para o alívio da dor podem aumentar o risco da doença, 
comprometendo a terapêutica 
- Dor musculoesquelética primeira manifestação (até 25% 
dos casos) 
- Artrite em 13% dos casos  poliartrite migratória lembra 
a febre reumática 
- Dor óssea em esterno e tíbia, sendo mais comum em 
membros inferiores 
Características da dor: dor matutina ou noturna com forte 
intensidade, alívio com analgésicos parcial, dor nos ossos 
(profunda) 
Exame clínico: anemia (pode estar ausente no início da 
doença), febre (pode ser baixa), emagrecimento, adinamia, 
pode estar com bom estado geral, mialgia 
Achados laboratoriais: anemia, leucopenia, plaquetopenia, 
DHL pode estar elevada 
- Suspeita clínica leve ou moderada  exames 
semanais/quinzenais que podem demonstrar queda de 
hemoglobina ou presença de células atípicas; 
- Exame de escolha: mielograma 
- Pediatra deve ficar atento aos sinais radiológicos 
inespecíficos de leucemia em ossos longos: periostite, 
rarefação metafisária 
 
LINFOMA 
-Incomum o comprometimento osteoarticular: quando 
ocorre é devido à contiguidade da massa tumoral 
-Dor localizada 
-Exames de imagem: lesões líticas 
 
DOENÇAS INFECCIOSAS 
OSTEOMIELITE 
Definição: infecção intraóssea, geralmente causada por 
bactérias, raramente por fungos. 
- Aguda, subaguda ou crônica (necrose + sequestro ósseo) 
Agente etiológico: 
- Staphylococcus aureus (80%) 
- Estreptococos do grupo A (10%) 
- Tuberculose: osteomielite em ossos longos e 
preferencialmente em vértebras 
Características da dor: dor de alta intensidade 
especialmente a palpação; na maioria dos casos acomete 
metáfise de ossos longos (fêmur e tíbia), pode haver artrite 
séptica e limitação funcional pela dor; 
 Geralmente foco infeccioso é único, mas osimunodeprimidos podem ter em 2 ou mais ossos 
 Pode ter infecção prévia (celulite, pneumonia) 
 Febre baixa ou alta é um achado comum 
Exames: 
Exame laboratorial: Leucocitose com neutrofilia, PCR e VHS 
elevados; hemocultura geralmente negativa 
RX: edema de partes moles nas fases iniciais e lesões 
osteolíticas + frequentes depois de 7-10 dias 
TC e RNM: detecta infecção na fase inicial. RNM maior 
precisão p/ alterações de partes moles 
Cintilografia óssea com tecnécio e tomografia por emissão 
de prótons: detecta lesões múltiplas e orientar localização 
mais precisa para TC e RNM 
Tratamento: 
 Antibiótico via intravenosa por 4-6 semanas; 
 Alguns casos crônicos: cirurgia p/ remoção do material 
necrótico, além de imobilização do membro afetado 
DISCITE 
Definição: processo infeccioso dos discos vertebrais 
 Geralmente causada por bactérias (+S. aureus) 
Características da dor: dor localizada nas costas de início 
insidioso 
Exame físico: palpação da CV e avaliação da mobilidade: 
flexão, extensão e lateralização (podem estar alteradas ou 
não, principalmente nas fases iniciais) 
Exames complementares: 
 Hemograma: leucocitose com neutrofilia; hemocultura 
pode ser positiva 
 Laboratorial: aumento de VHS e PCR 
 RX tórax: lesões líticas (apenas nas fases mais tardias) 
Tratamento: AB por via parenteral e oral na sequência 
MIOSITE VIRAL 
- Observada após IVAS e infeções gastrointestinais 
Características da dor: dor de início súbito, simétrica em 
MMII, dura poucos dias (às vezes 1-2 meses), dificuldade de 
deambular, claudicações, dor à palpação muscular (+ em 
panturrilha); articulações são livres ao exame físico 
 Sintomas autolimitados 
Exames laboratoriais: aumento de enzimas musculares 
(creatinofosfoquinase e aldolase) 
Tratamento: repouso relativo e analgésico p/ alívio da dor 
 
DOENÇAS ORTOPÉDICAS 
-Exame físico é a chave para o diagnóstico 
-Avaliar amplitude de movimento articular de quadril, 
joelhos, tornozelos e articulações de dedos dos pés 
-Marcha e variações de normalidade (pé plano móvel, geno 
valgo/varo, escoliose) 
-Anormalidade no exame físico  encaminhar p/ 
ortopedista 
DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES 
Definição: necrose avascular idiopática da epífise da cabeça 
do fêmur 
 Mais comum em meninos e crianças entre 4-9 anos 
Queixa mais comum: claudicação e dor no quadril, de início 
insidioso, na região inguinal que pode ir para face anterior 
de coxa ou joelho; dor piora quando anda e melhora no 
repouso; bilateral em 20% dos casos; 
 Dor no quadril pode irradiar para o joelho (dor 
referida)  se tiver dor no joelho deve-se examinar 
quadril (e vice-versa) 
 Movimento limitado do quadril, tanto pela dor quanto 
pelas alterações anatômicas da cabeça do fêmur 
 
Exames complementares: 
 RX: diminuição da altura do núcleo epifisário e 
aumento do espaço articular 
 RNM: mostra lesões precocemente e ajuda no 
diagnóstico diferencial 
Tratamento: prevenir deformidades da cabeça do fêmur 
EPIFISIÓLISE 
Definição: escorregamento da cabeça do fêmur 
 Adolescentes (10-14 anos/fase do estirão), 
especialmente magros e altos, sem prevalência de sexo 
Característica da dor: dor aguda ou insidiosa  começa na 
virilha e pode irradiar para coxa 
Exame físico: limitação de movimento do quadril com dor e 
deambulação claudicante 
RX: escorregamento da epífise no lado comprometido 
 Diagnóstico precoce = tratamento cirúrgico efetivo 
DOENÇA DE OSGOOD-SCHLATTER 
- Uma das causas mais comum de dor em joelho em 
crianças e adolescentes (pico entre 10-16 anos) 
- Mais comum em meninos esportistas  repetição de 
movimento de pernas em atividades físicas 
Exame físico: dor bilateral de início insidioso, mais intensa 
quando palpa tuberosidades tibiais (apresentam elevação); 
não há limitação de movimento de joelho; dor se agrava 
com exercícios físicos; frequente patela alta e retração dos 
isquios-tibiais 
RX de joelhos em perfil: edema em partes moles -> 
principal p/ exclusão de outras doenças (tumores ósseos) 
Tratamento: repouso relativo nos períodos de dor, gelo 
local e analgésico; bom prognóstico em médio e longo 
prazo 
DOENÇA DE SEVER 
- Osteocondrite que acomete osso calcâneo 
Caracteristicas: dor na região do calcanhar, com 
claudicação intermitente depois de atividades físicas 
Exame físico: dor intensa a palpação do calcanhar, sem 
edema ou limitação de movimento do tornozelo 
Diagnóstico é clínico: não necessita de exames 
complementares, exceto nos casos de dor acompanhada 
por edema ou aumento do volume ósseo 
OSTEOCONDRITES 
- Inflamação de cartilagem dos ossos 
- Dor localizada: afeta apenas um local (pode ser bilateral), 
mais frequente em MMII 
- Sexo masculino (3-14 anos) 
- Etiopatogenia desconhecida: traumatismo (super uso), 
necrose avascular 
TUMORES OSSEOS 
Benignos: 
Osteoma osteóide 
 Mais comum em áreas proximais de fêmur, tíbia e 
vértebras 
 Dor profunda e penetrante que piora a noite 
 Responde aos AINEs 
 Doloroso a palpação 
 Atrofia no local, fraqueza, claudicação 
Osteocondroma 
 Mais frequente na infância 
 Massa indolor que gera alterações funcionais por causa 
de localização e tamanho 
 Dói apenas se tiver compressão de estruturas 
neurovasculares 
 Geralmente afeta extremidade de ossos longos e 
inserção dos tendões 
Malignos 
Osteosarcoma 
 Mais comum nas metáfises 
 Dor local 
 Mais comum em homens na fase de estirão 
 Pode ter metástase pulmonar 
 Exame laboratorial mostra leucocitose e alterações de 
fase aguda 
 
DOENÇAS REUMATOLÓGICAS E AUTOIMUNES 
- Raras e o diagnóstico tardio está relacionado com danos 
irreversíveis em ossos, músculos e articulações 
- Achados do exame físico específicos devem ser 
pesquisados em crianças e adolescentes com dor em 
membros com duração superior a 1 ou 2 meses: 
claudicação, edema e/ou limitação articular, fraqueza 
muscular com ou sem atrofia; 
- Sintomas contínuos 
Artrite inflamatória: dor matutina com rigidez 
ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL (AIJ) 
Definição: doença inflamatória crônica de etiologia 
desconhecida que acomete primariamente articulações 
 Crianças com idade igual ou menor a 16 anos 
Características: artrite persistente em uma ou mais 
articulações por no mínimo 6 semanas 
 Só pode ser diagnosticada depois de excluir todas as 
outras causas de artrite 
 Diagnóstico é clínico e realizado com base nos critérios 
propostos pela ILAR 
 Podem apresentar: anorexia, fadiga, perda de peso, 
ganho pondero-estatural insuficiente 
Diagnóstico é clínico: mas pode pedir VHS, PCR, Ac 
antinúcleo, ASLO 
Tratamento: controle da dor, manutenção de mobilidade 
articular e controle da atividade inflamatória (remissão). 
 Início de medicamentos mais potentes no caso de não 
melhora dos sintomas a cada 3-4 meses. 
 Mudança é baseada em parâmetros clínicos (presença 
de artrite ativa ou limitação articular) e laboratoriais 
(VHS e PCR) 
 
DERMATOMIOSITE JUVENIL (DMJ) 
- Processo inflamatório vascular difuso (vasculite) 
Definição: doença crônica rara com acometimento 
inflamatório de pele e músculos 
Características: pode se manifestar apenas com 
manifestações musculares (polimiosite – mais frequente 
em adultos) 
 Mais raramente só como cutânea: dermatomiosite 
amiopática 
 Manifestações clínicas: lenta e progressivamente 
 A dor pode acometer todos os músculos, 
principalmente de membros inferiores 
 Em alguns pacientes não há dor: prevalece fraqueza 
lenta e progressiva, com dificuldade para elevar os 
braços, subir escadas, levantar-se (levantar miopático) 
 Crianças se recusam a andar e pedem colo 
 Febre baixa intermitente 
 Vermelhidão generalizada na face, heliotropo 
(manchas arroxeadas ou vermelhas com inchaço em 
volta da pálpebra – sinal sugestivo), manchas nos 
joelhos, cotovelos e nas mãos (sinal de Gottron) 
Diagnóstico: difícil se o quadro cutâneo surgir depois do 
muscular 
 Exame de força muscular: essencial p/ o diagnóstico 
diferencial da criança com dor em membros,uma vez 
que a fraqueza muscular pode ser leve 
 Alterações laboratoriais: elevação das enzimas 
musculares (CPK, DHL, TGO, TGP) 
 Eletroneuromiografia e biópsia muscular: solicitados 
quando não há comprometimento cutâneo, casos de 
apresentação atípica ou em diagnóstico duvidoso 
 RM: auxilia no diagnóstico e na localização do melhor 
grupo para realização da biópsia muscular 
Tratamento: uso de imunossupressores (metotrezano) e 
corticoterapia para tentar controlar a vasculite e induzir a 
remissão 
 
 
SINDROME DE AMPLIFICAÇÃO DOLOROSA (DMEI) 
DMEI: dor musculo-esqueletica idiopática ou dor em 
membros idiopática 
- Há amplificação da dor (desproporcional ao exame físico), 
alodínica (dor relaciona ao toque normalmente não 
doloroso) e diminuição da qualidade de vida 
Difusa: 
 Acomete mais de um membro (dor generalizada em 3-
4 quadrantes com duração de 3 meses ou mais) 
 Exclusão de doenças orgânicas 
Localizada: 
 Há ponto especifico para a dor (membro inf ou sup) 
 Duração de 1 sem com medicação analgésica ou 
duração de 1 mês sem medicação especifica 
 Ausência de traumatismo 
 Exclusão de doenças orgânicas 
Etiopatogenia: 
 Fatores físicos (traumatismo musculoesquelético), 
fatores psicossociais (estresse familiar, baixa 
autoestima), problemas escolares, distúrbios de sono e 
fadiga 
 A falta de um substrato clínico patológico dificulta a 
identificação de um agente causal específico 
 Ausência de processo inflamatório 
 Hipermobilidade articular (principalmente em negros) 
em até 27% das crianças com dor de crescimento 
indica uma provável pré-disposição individual de 
algumas crianças para a dor: 
a. Hiperextensão dos quintos dedos das mãos igual 
ou acima de 90º 
b. Hiperextensão dos cotovelos acima de 10º 
c. Oposição dos primeiros dedos das mãos até a face 
flexora dos antebraços 
d. Hiperextensão dos joelhos acima de 10º 
e. Flexão de tronco apoiando as palmas das mãos no 
chão, mantendo os joelhos em extensão 
FIBROMIALGIA JUVENIL (FMJ) 
 Dor musculoesquelética crônica e difusa de causa não 
inflamatória, com presença de pontos dolorosos 
detectados por dolorímetro ou digitopressão em locais 
anatômicos específicos: 
 Occipital: bilateral, na inserção do musculo 
suboccipital 
 Paravertebral cervical, entre os processos 
transversos de C5 a C7 
 Borda superior do trapézio (ponto médio) 
 Músculos supra-espinhais 
 Segunda junção condro-costal (na superfície das 
costelas) 
 Epicôndilos laterais dos cotovelos 
 Glúteos médios (quadrante superior externo) 
 Trocanteres maiores dos fêmures 
 Interlinhas mediais dos joelhos (no coxim 
gorduroso medial) 
 Pico de incidência: 35-50 anos -> em 25% os sintomas 
começaram na infância/adolescência (5-17 anos) 
 Sexo feminino e distribuição universal 
Outras queixas: sono não restaurador, ansiedade, fadiga, 
sd do colon irritável, parestesias e sensação de edema em 
extremidades 
Diagnóstico é clínico: investigar aspectos emocionais, 
sociais, escolares, hábitos diários e padrão de sono 
 Não há alterações em exames laboratoriais ou de 
imagens 
 Polissonografia: redução da quantidade de sono de 
ondas lentas, interposição de ondas alfa em ondas 
delta e aumento do número de despertares -> 
solicitada nos casos de sono inadequado sem melhora 
com orientações médicas 
 Critério diagnostico: dor difusa nos 4 quadrantes e 
esqueleto axial, com duração mínima de 3 meses, e 
presença de 11 dos 18 pontos dolorosos 
(bilateralmente); a presença de outra patologia não 
exclui o diagnóstico de fibromialgia 
OBS: a palpação deve ser feita com força de aprox. 4kg; 
para o ponto ser positivo a palpação deve ser dolorosa 
SINDROME DE DOR COMPLEXA REGIONAL 
(DISTRODIA SIMPÁTICO-REFLEXA)- 
ALGONEURODISTROFIA/CAUSALGIA/ATROFIA DE 
SUDECK 
- Dor localizada de forte intensidade, provocando limitação 
de movimento de um membro 
- Subdiagnosticada na infância por ser pouco conhecida 
- Implica SNC e SNSimpático 
- Pode ser provocada por traumatismos, mas a maioria dos 
casos não tem história prévia de acidentes 
- Predomínio do sexo feminino 
- Queixa de dor intensa, mas apresentam-se calmos 
- Dor severa, edema, disfunção autonômica com alterações 
vasomotoras e prejuízo da mobilidade na extremidade 
comprometida (geralmente MMII) 
- Suspeita: criança com membro imobilizado, com edema 
difuso periarticular, alodínia, hiperestesia cutânea, 
alteração de cor e temperatura do membro afetado  se 
progredir a distrofia: extremidade pálida, cianótica e fria 
TRATAMENTO 
- Analgésico comum ou anti-inflamatório não hormonal: 
não alivia os sintomas (pediatra deve evitar excesso na 
prescrição) 
- Pode ter sucesso com: relaxantes musculares, 
antidepressivos tricíclicos e medicamentos serotoninérgicos 
-> uso restrito aos casos de má resposta 
Tripé: educação ao paciente e família, terapia cognitivo 
comportamental e atividade física aeróbia regular 
 Atividade física (leve/moderada, 4-5x/sem, caminhada, 
natação/hidroginástica): modula a dor, diminui 
sintomas como ansiedade e depressão, melhora a 
qualidade do sono e diminui fadiga. 
 
OUTRAS CAUSAS DE DOR 
SD DOLOROSA RELACIONADA AO SUPER USO 
- Lesões por esforço repetitivo 
- Crianças são suscetíveis devido à presença de cartilagem 
nas epífises e apófises 
- Velocidade do crescimento de músculo e tendões é menor 
que dos ossos  maior tensão 
- Associada a práticas esportivas 
- Soma do excesso de duração + intensidade dessa prática 
- Microtraumas repetitivos que causam inflamação com 
dor, edema e incapacidade funcional 
DESVITAMINOSES E DOENÇAS ENDÓCRINAS 
Carência de vitamina C 
 Anorexia, perda de peso, sudorese, irritabilidade, dor 
em membros inferiores 
 Manifestações hemorrágicas (hemorragias 
subperiostais, equimoses, petéquias) 
 Dor osteomuscular por falta de colágeno 
Hipervitaminose A 
 Espessamento cortical do osso  causa dor 
 Irritabilidade, alopécia, apatia 
Hipovitaminose D 
 Raquitismo 
 Queixa de dor recorrente em membros inferiores 
 Geno varo/valgo 
 Dói pela ossificação defeituosa 
 Trata com reposição de calcitriol 
 
Doenças endócrinas: cursam com desmineralização óssea 
 Hipotireoidismo, hiperparatireoidismo, doença de 
Cushing, raquitismo 
HEMOGLOBINOPATIAS 
Anemia Falciforme 
 Dor, principalmente em ossos longos, por causa da 
hipóxia que gera falcização. 
 Artrite e artralgia 
Talassemia Major e hemoglobinopatias SC 
 Hipóxia

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