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DOR RECORRENTE EM MEMBROS DEFINIÇÃO Pelo menos 3 episódios de dor que interfira nas atividades habituais da criança, por pelo menos 3 meses EPIDEMIOLOGIA - Mais comum entre escolares (4-10 anos): 15-20% - Em apenas 3% dos casos encontra-se causa orgânica - 10-20% apresenta em alguma fase da vida - Predominantemente em MMII e não articulares, embora possa haver comprometimento periarticular -Não compromete estado geral e do ganho ponderal CLASSIFICAÇÃO Aguda: criança e família conseguem caracterizar a dor com precisão: inicio e tempo de duração Crônica: história imprecisa com perda da cronologia dos fatos Obs.: criança de 7 anos: cresce em média 5cm p/ano ETIOLOGIA FATORES QUE PODEM SINALIZAR PRESENÇA DE DOR ORGÂNICA: Moderadamente sugestivos: - Dor matutina - Adinamia, fadiga - Diminuição de capacidade física, claudicação - Dor nas costas - Anemia - Provas de atividade inflamatória elevadas Altamente sugestivos: -Dor continua e de forte intensidade -Febre (mesmo baixa) -Perda de peso -Fraqueza e/ou atrofia muscular -Artrite ou limitação articular -Anemia progressiva em exames sequenciais -Leucopenia, linfocitose, atípia linfocitaria (sem sinais de infecção viral) -Aumento de desidrogenase lática (2x ou mais do que o valor normal) DOR DE CRESCIMENTO - Condição benigna de curso autolimitado (mínimo 6 meses de dor) - dor funcional - Diagnóstico de exclusão: história e exame físico suficiente p/ diagnóstico. - Início das crises dolorosas: entre 3 e 10 anos - Sem predileção de gênero - História familiar: dor presente em 20% a 47% dos parentes de primeiro grau - 40% apresentam cefaleia e/ou dor abdominal recorrente - Sem impacto significativo na qualidade de vida - Sem etiopatogenia conhecida: pode ter relação com emoção - Sem necessidade de tratamento específico, mas necessário acompanhamento Características: Local da dor: geralmente bilateral – parte anterior das coxas, panturrilhas, canelas e parte superior dos joelhos Horário da dor: Fim da tarde ou durante a noite -> pode acordar a criança Dor ausente pela manhã Dor esporádica: pode haver dias ou semanas sem dor Correlação variável com atividade física -> há casos em que os pais notam uma relação entre o aumento de atividade física e a dor, mas isso não é constante. Gravidade da dor: não aumenta com o tempo - melhora com massagens e/ou analgésicos – dor dura apenas 15 min Exame físico: sem achados anormais Caminha normalmente, coluna e extremidades sem deformidades e restrição de movimentos, sem fraqueza muscular e alteração dos reflexos. DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: Crianças com história atípica de dor do crescimento ou com alterações ao exame físico deverão ser melhor investigadas com perguntas buscando sinais e sintomas compatíveis com outras causas de dor, exames de laboratório ou de imagem História atípica Dor unilateral: apenas 20% dos casos de dores de crescimento Investigar principalmente origem infecciosa e tumoral pois são emergências médicas. Dor noturna Síndrome de hipermobilidade articular: dor no final da tarde e noite e são benignas. Exame físico: sinais de hipermobilidade Laboratório e imagem normais. Leucemia: dor bem intensa durante a noite, inclusive despertando a criança. Fortes indícios: aumento de linfonodos, esplenomegalia, dor óssea à palpação de esterno e de tíbias Nem sempre o hemograma mostrará anemia ou blastos na fase inicial. Trombocitopenia é sinal de alerta. Aumento da LDH e do ácido úrico: ajudam no diagnóstico precoce Mielograma: conclui diagnóstico. Não usar corticosteroide: afeta o prognóstico da leucemia. Osteoma osteoide: dores mais intensas à noite, mas ocorrem sempre no mesmo local e cedem com anti- inflamatórios. Dores que surgem durante o dia e/ou se agravam com a atividade física: pesquisa de dores de origem mecânica Doença de Legg-Perthes-Calvé: dor localizada em quadris, que pode ser referida na coxa ou joelho. Exame físico: claudicação e limitação de rotação de quadris. Imagem de ressonância magnética pode ser necessária em casos de radiografia simples normal. Outras osteocondroses: doença de Osgood-Schlatter (tuberosidade anterior da tíbia), Sever (Apófise do calcâneo), Kohler (navicular do tarso) mostrarão reprodução da dor durante a palpação do local. Dores articulares que já estão presentes de manhã, ao acordar: mostram a natureza inflamatória da artrite. Artrite idiopática juvenil (AIJ): pode se manifestar de modo pouco alarmante ou sintomático e com exames laboratoriais normais ou inespecíficos. Não é uma doença muito frequente O reconhecimento precoce e as disponibilidades terapêuticas atuais modificaram a evolução e o prognóstico. O diagnóstico tardio determina perda da oportunidade de tratamento precoce e adequado, causando sequelas e prejuízo da qualidade de vida. Questionário: presença de 5 respostas positivas é altamente indicativa de AIJ -> encaminhamento para reumatologista pediatra Dor com aumento de volume da articulação ou dor com limitação de movimentos: artrite Artrites agudas: menos de seis semanas - geralmente não oferecem dificuldades para o diagnóstico diferencial com dores de crescimento, pois não têm caráter crônico, a duração é breve e se localizam em articulações. Causas: febre reumática, artrites virais e artrites reativas (após infecções intestinais ou geniturinárias) Exames de laboratório Hemograma completo e marcadores de inflamação (velocidade de hemossedimentação e PCR): detecção de inflamação e/ou infecção Anemia, leucocitose, trombocitose, aumento das provas de atividade inflamatória: inflamação Exames de imagem Radiografias: neoplasias, infecções, fraturas e causas de dores mecânicas RNM: doença de Legg-Perthes-Calvé, fase inicial da osteomielite e neoplasias. Cintilografia óssea ou ressonância magnética de corpo total: doença óssea difusa (osteomieleite crônica multifocal e metástases de câncer) DOENÇAS LINFOPROLIFERATIVAS LEUCEMIA - Alta prevalência e gravidade - Atraso do diagnóstico e uso indevido de corticoesteróides para o alívio da dor podem aumentar o risco da doença, comprometendo a terapêutica - Dor musculoesquelética primeira manifestação (até 25% dos casos) - Artrite em 13% dos casos poliartrite migratória lembra a febre reumática - Dor óssea em esterno e tíbia, sendo mais comum em membros inferiores Características da dor: dor matutina ou noturna com forte intensidade, alívio com analgésicos parcial, dor nos ossos (profunda) Exame clínico: anemia (pode estar ausente no início da doença), febre (pode ser baixa), emagrecimento, adinamia, pode estar com bom estado geral, mialgia Achados laboratoriais: anemia, leucopenia, plaquetopenia, DHL pode estar elevada - Suspeita clínica leve ou moderada exames semanais/quinzenais que podem demonstrar queda de hemoglobina ou presença de células atípicas; - Exame de escolha: mielograma - Pediatra deve ficar atento aos sinais radiológicos inespecíficos de leucemia em ossos longos: periostite, rarefação metafisária LINFOMA -Incomum o comprometimento osteoarticular: quando ocorre é devido à contiguidade da massa tumoral -Dor localizada -Exames de imagem: lesões líticas DOENÇAS INFECCIOSAS OSTEOMIELITE Definição: infecção intraóssea, geralmente causada por bactérias, raramente por fungos. - Aguda, subaguda ou crônica (necrose + sequestro ósseo) Agente etiológico: - Staphylococcus aureus (80%) - Estreptococos do grupo A (10%) - Tuberculose: osteomielite em ossos longos e preferencialmente em vértebras Características da dor: dor de alta intensidade especialmente a palpação; na maioria dos casos acomete metáfise de ossos longos (fêmur e tíbia), pode haver artrite séptica e limitação funcional pela dor; Geralmente foco infeccioso é único, mas osimunodeprimidos podem ter em 2 ou mais ossos Pode ter infecção prévia (celulite, pneumonia) Febre baixa ou alta é um achado comum Exames: Exame laboratorial: Leucocitose com neutrofilia, PCR e VHS elevados; hemocultura geralmente negativa RX: edema de partes moles nas fases iniciais e lesões osteolíticas + frequentes depois de 7-10 dias TC e RNM: detecta infecção na fase inicial. RNM maior precisão p/ alterações de partes moles Cintilografia óssea com tecnécio e tomografia por emissão de prótons: detecta lesões múltiplas e orientar localização mais precisa para TC e RNM Tratamento: Antibiótico via intravenosa por 4-6 semanas; Alguns casos crônicos: cirurgia p/ remoção do material necrótico, além de imobilização do membro afetado DISCITE Definição: processo infeccioso dos discos vertebrais Geralmente causada por bactérias (+S. aureus) Características da dor: dor localizada nas costas de início insidioso Exame físico: palpação da CV e avaliação da mobilidade: flexão, extensão e lateralização (podem estar alteradas ou não, principalmente nas fases iniciais) Exames complementares: Hemograma: leucocitose com neutrofilia; hemocultura pode ser positiva Laboratorial: aumento de VHS e PCR RX tórax: lesões líticas (apenas nas fases mais tardias) Tratamento: AB por via parenteral e oral na sequência MIOSITE VIRAL - Observada após IVAS e infeções gastrointestinais Características da dor: dor de início súbito, simétrica em MMII, dura poucos dias (às vezes 1-2 meses), dificuldade de deambular, claudicações, dor à palpação muscular (+ em panturrilha); articulações são livres ao exame físico Sintomas autolimitados Exames laboratoriais: aumento de enzimas musculares (creatinofosfoquinase e aldolase) Tratamento: repouso relativo e analgésico p/ alívio da dor DOENÇAS ORTOPÉDICAS -Exame físico é a chave para o diagnóstico -Avaliar amplitude de movimento articular de quadril, joelhos, tornozelos e articulações de dedos dos pés -Marcha e variações de normalidade (pé plano móvel, geno valgo/varo, escoliose) -Anormalidade no exame físico encaminhar p/ ortopedista DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES Definição: necrose avascular idiopática da epífise da cabeça do fêmur Mais comum em meninos e crianças entre 4-9 anos Queixa mais comum: claudicação e dor no quadril, de início insidioso, na região inguinal que pode ir para face anterior de coxa ou joelho; dor piora quando anda e melhora no repouso; bilateral em 20% dos casos; Dor no quadril pode irradiar para o joelho (dor referida) se tiver dor no joelho deve-se examinar quadril (e vice-versa) Movimento limitado do quadril, tanto pela dor quanto pelas alterações anatômicas da cabeça do fêmur Exames complementares: RX: diminuição da altura do núcleo epifisário e aumento do espaço articular RNM: mostra lesões precocemente e ajuda no diagnóstico diferencial Tratamento: prevenir deformidades da cabeça do fêmur EPIFISIÓLISE Definição: escorregamento da cabeça do fêmur Adolescentes (10-14 anos/fase do estirão), especialmente magros e altos, sem prevalência de sexo Característica da dor: dor aguda ou insidiosa começa na virilha e pode irradiar para coxa Exame físico: limitação de movimento do quadril com dor e deambulação claudicante RX: escorregamento da epífise no lado comprometido Diagnóstico precoce = tratamento cirúrgico efetivo DOENÇA DE OSGOOD-SCHLATTER - Uma das causas mais comum de dor em joelho em crianças e adolescentes (pico entre 10-16 anos) - Mais comum em meninos esportistas repetição de movimento de pernas em atividades físicas Exame físico: dor bilateral de início insidioso, mais intensa quando palpa tuberosidades tibiais (apresentam elevação); não há limitação de movimento de joelho; dor se agrava com exercícios físicos; frequente patela alta e retração dos isquios-tibiais RX de joelhos em perfil: edema em partes moles -> principal p/ exclusão de outras doenças (tumores ósseos) Tratamento: repouso relativo nos períodos de dor, gelo local e analgésico; bom prognóstico em médio e longo prazo DOENÇA DE SEVER - Osteocondrite que acomete osso calcâneo Caracteristicas: dor na região do calcanhar, com claudicação intermitente depois de atividades físicas Exame físico: dor intensa a palpação do calcanhar, sem edema ou limitação de movimento do tornozelo Diagnóstico é clínico: não necessita de exames complementares, exceto nos casos de dor acompanhada por edema ou aumento do volume ósseo OSTEOCONDRITES - Inflamação de cartilagem dos ossos - Dor localizada: afeta apenas um local (pode ser bilateral), mais frequente em MMII - Sexo masculino (3-14 anos) - Etiopatogenia desconhecida: traumatismo (super uso), necrose avascular TUMORES OSSEOS Benignos: Osteoma osteóide Mais comum em áreas proximais de fêmur, tíbia e vértebras Dor profunda e penetrante que piora a noite Responde aos AINEs Doloroso a palpação Atrofia no local, fraqueza, claudicação Osteocondroma Mais frequente na infância Massa indolor que gera alterações funcionais por causa de localização e tamanho Dói apenas se tiver compressão de estruturas neurovasculares Geralmente afeta extremidade de ossos longos e inserção dos tendões Malignos Osteosarcoma Mais comum nas metáfises Dor local Mais comum em homens na fase de estirão Pode ter metástase pulmonar Exame laboratorial mostra leucocitose e alterações de fase aguda DOENÇAS REUMATOLÓGICAS E AUTOIMUNES - Raras e o diagnóstico tardio está relacionado com danos irreversíveis em ossos, músculos e articulações - Achados do exame físico específicos devem ser pesquisados em crianças e adolescentes com dor em membros com duração superior a 1 ou 2 meses: claudicação, edema e/ou limitação articular, fraqueza muscular com ou sem atrofia; - Sintomas contínuos Artrite inflamatória: dor matutina com rigidez ARTRITE IDIOPÁTICA JUVENIL (AIJ) Definição: doença inflamatória crônica de etiologia desconhecida que acomete primariamente articulações Crianças com idade igual ou menor a 16 anos Características: artrite persistente em uma ou mais articulações por no mínimo 6 semanas Só pode ser diagnosticada depois de excluir todas as outras causas de artrite Diagnóstico é clínico e realizado com base nos critérios propostos pela ILAR Podem apresentar: anorexia, fadiga, perda de peso, ganho pondero-estatural insuficiente Diagnóstico é clínico: mas pode pedir VHS, PCR, Ac antinúcleo, ASLO Tratamento: controle da dor, manutenção de mobilidade articular e controle da atividade inflamatória (remissão). Início de medicamentos mais potentes no caso de não melhora dos sintomas a cada 3-4 meses. Mudança é baseada em parâmetros clínicos (presença de artrite ativa ou limitação articular) e laboratoriais (VHS e PCR) DERMATOMIOSITE JUVENIL (DMJ) - Processo inflamatório vascular difuso (vasculite) Definição: doença crônica rara com acometimento inflamatório de pele e músculos Características: pode se manifestar apenas com manifestações musculares (polimiosite – mais frequente em adultos) Mais raramente só como cutânea: dermatomiosite amiopática Manifestações clínicas: lenta e progressivamente A dor pode acometer todos os músculos, principalmente de membros inferiores Em alguns pacientes não há dor: prevalece fraqueza lenta e progressiva, com dificuldade para elevar os braços, subir escadas, levantar-se (levantar miopático) Crianças se recusam a andar e pedem colo Febre baixa intermitente Vermelhidão generalizada na face, heliotropo (manchas arroxeadas ou vermelhas com inchaço em volta da pálpebra – sinal sugestivo), manchas nos joelhos, cotovelos e nas mãos (sinal de Gottron) Diagnóstico: difícil se o quadro cutâneo surgir depois do muscular Exame de força muscular: essencial p/ o diagnóstico diferencial da criança com dor em membros,uma vez que a fraqueza muscular pode ser leve Alterações laboratoriais: elevação das enzimas musculares (CPK, DHL, TGO, TGP) Eletroneuromiografia e biópsia muscular: solicitados quando não há comprometimento cutâneo, casos de apresentação atípica ou em diagnóstico duvidoso RM: auxilia no diagnóstico e na localização do melhor grupo para realização da biópsia muscular Tratamento: uso de imunossupressores (metotrezano) e corticoterapia para tentar controlar a vasculite e induzir a remissão SINDROME DE AMPLIFICAÇÃO DOLOROSA (DMEI) DMEI: dor musculo-esqueletica idiopática ou dor em membros idiopática - Há amplificação da dor (desproporcional ao exame físico), alodínica (dor relaciona ao toque normalmente não doloroso) e diminuição da qualidade de vida Difusa: Acomete mais de um membro (dor generalizada em 3- 4 quadrantes com duração de 3 meses ou mais) Exclusão de doenças orgânicas Localizada: Há ponto especifico para a dor (membro inf ou sup) Duração de 1 sem com medicação analgésica ou duração de 1 mês sem medicação especifica Ausência de traumatismo Exclusão de doenças orgânicas Etiopatogenia: Fatores físicos (traumatismo musculoesquelético), fatores psicossociais (estresse familiar, baixa autoestima), problemas escolares, distúrbios de sono e fadiga A falta de um substrato clínico patológico dificulta a identificação de um agente causal específico Ausência de processo inflamatório Hipermobilidade articular (principalmente em negros) em até 27% das crianças com dor de crescimento indica uma provável pré-disposição individual de algumas crianças para a dor: a. Hiperextensão dos quintos dedos das mãos igual ou acima de 90º b. Hiperextensão dos cotovelos acima de 10º c. Oposição dos primeiros dedos das mãos até a face flexora dos antebraços d. Hiperextensão dos joelhos acima de 10º e. Flexão de tronco apoiando as palmas das mãos no chão, mantendo os joelhos em extensão FIBROMIALGIA JUVENIL (FMJ) Dor musculoesquelética crônica e difusa de causa não inflamatória, com presença de pontos dolorosos detectados por dolorímetro ou digitopressão em locais anatômicos específicos: Occipital: bilateral, na inserção do musculo suboccipital Paravertebral cervical, entre os processos transversos de C5 a C7 Borda superior do trapézio (ponto médio) Músculos supra-espinhais Segunda junção condro-costal (na superfície das costelas) Epicôndilos laterais dos cotovelos Glúteos médios (quadrante superior externo) Trocanteres maiores dos fêmures Interlinhas mediais dos joelhos (no coxim gorduroso medial) Pico de incidência: 35-50 anos -> em 25% os sintomas começaram na infância/adolescência (5-17 anos) Sexo feminino e distribuição universal Outras queixas: sono não restaurador, ansiedade, fadiga, sd do colon irritável, parestesias e sensação de edema em extremidades Diagnóstico é clínico: investigar aspectos emocionais, sociais, escolares, hábitos diários e padrão de sono Não há alterações em exames laboratoriais ou de imagens Polissonografia: redução da quantidade de sono de ondas lentas, interposição de ondas alfa em ondas delta e aumento do número de despertares -> solicitada nos casos de sono inadequado sem melhora com orientações médicas Critério diagnostico: dor difusa nos 4 quadrantes e esqueleto axial, com duração mínima de 3 meses, e presença de 11 dos 18 pontos dolorosos (bilateralmente); a presença de outra patologia não exclui o diagnóstico de fibromialgia OBS: a palpação deve ser feita com força de aprox. 4kg; para o ponto ser positivo a palpação deve ser dolorosa SINDROME DE DOR COMPLEXA REGIONAL (DISTRODIA SIMPÁTICO-REFLEXA)- ALGONEURODISTROFIA/CAUSALGIA/ATROFIA DE SUDECK - Dor localizada de forte intensidade, provocando limitação de movimento de um membro - Subdiagnosticada na infância por ser pouco conhecida - Implica SNC e SNSimpático - Pode ser provocada por traumatismos, mas a maioria dos casos não tem história prévia de acidentes - Predomínio do sexo feminino - Queixa de dor intensa, mas apresentam-se calmos - Dor severa, edema, disfunção autonômica com alterações vasomotoras e prejuízo da mobilidade na extremidade comprometida (geralmente MMII) - Suspeita: criança com membro imobilizado, com edema difuso periarticular, alodínia, hiperestesia cutânea, alteração de cor e temperatura do membro afetado se progredir a distrofia: extremidade pálida, cianótica e fria TRATAMENTO - Analgésico comum ou anti-inflamatório não hormonal: não alivia os sintomas (pediatra deve evitar excesso na prescrição) - Pode ter sucesso com: relaxantes musculares, antidepressivos tricíclicos e medicamentos serotoninérgicos -> uso restrito aos casos de má resposta Tripé: educação ao paciente e família, terapia cognitivo comportamental e atividade física aeróbia regular Atividade física (leve/moderada, 4-5x/sem, caminhada, natação/hidroginástica): modula a dor, diminui sintomas como ansiedade e depressão, melhora a qualidade do sono e diminui fadiga. OUTRAS CAUSAS DE DOR SD DOLOROSA RELACIONADA AO SUPER USO - Lesões por esforço repetitivo - Crianças são suscetíveis devido à presença de cartilagem nas epífises e apófises - Velocidade do crescimento de músculo e tendões é menor que dos ossos maior tensão - Associada a práticas esportivas - Soma do excesso de duração + intensidade dessa prática - Microtraumas repetitivos que causam inflamação com dor, edema e incapacidade funcional DESVITAMINOSES E DOENÇAS ENDÓCRINAS Carência de vitamina C Anorexia, perda de peso, sudorese, irritabilidade, dor em membros inferiores Manifestações hemorrágicas (hemorragias subperiostais, equimoses, petéquias) Dor osteomuscular por falta de colágeno Hipervitaminose A Espessamento cortical do osso causa dor Irritabilidade, alopécia, apatia Hipovitaminose D Raquitismo Queixa de dor recorrente em membros inferiores Geno varo/valgo Dói pela ossificação defeituosa Trata com reposição de calcitriol Doenças endócrinas: cursam com desmineralização óssea Hipotireoidismo, hiperparatireoidismo, doença de Cushing, raquitismo HEMOGLOBINOPATIAS Anemia Falciforme Dor, principalmente em ossos longos, por causa da hipóxia que gera falcização. Artrite e artralgia Talassemia Major e hemoglobinopatias SC Hipóxia
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