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DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 
Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi – FACISA 
Curso de Fisioterapia 
Disciplina de Genética e Embriologia Humana 
Profª Drª Danielle Costa 
 
 
 
 
 
Componentes do grupo: Eduarda Lorena Frutoso, Elsa Dionísio, 
Emily Marianne Medeiros, Ryan Filipe de Medeiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Cruz 
2021 
 
I – CASO CLÍNICO 
A.Y., um menino de seis anos de idade, foi encaminhado ao médico por um leve atraso no 
desenvolvimento. Ele tinha dificuldade de subir degraus, correr e participar de atividades físicas 
vigorosas; ele tinha força e resistência diminuídas. Seus pais, dois irmãos e uma irmã eram 
saudáveis; nenhum outro membro da família era afetado de modo semelhante. Ao exame, ele 
apresentava dificuldade em subir na mesa de exame, um sinal de Gowers (uma sequência de 
manobras para levantar-se do chão), fraqueza proximal, marcha oscilante, tendões calcâneos 
rígidos e músculos da panturrilha aparentemente aumentados. Seu nível de creatina quinase 
sérica estava 50 vezes maior do que o normal. Como a história, os achados no exame físico e o 
nível de creatina quinase sérica eram fortemente sugestivos de uma miopatia, A.Y. foi 
encaminhado para uma clínica de neurogenética para outras avaliações. Os resultados da biópsia 
do músculo mostraram uma variação marcante de tamanho da fibra muscular, necrose da fibra, 
proliferação dos tecidos adiposos e conjuntivo e ausência de coloração para distrofina. Com 
base nos resultados, a condição de A.Y. era compatível com um diagnóstico provisório de 
distrofia muscular de Duchenne e ele passou por exames para deleções no gene da distrofina; 
descobriu-se que ele tinha deleção dos éxons 45 ao 48. Testes subsequentes demonstraram que 
sua mãe era portadora. A família foi esclarecida então que o risco de os filhos serem afetados 
era de 50%, o risco de as filhas serem afetadas era baixo, mas dependia dos desvios de 
inativação do X, e o risco de as filhas serem portadoras era de 50%. A mãe foi encaminhada 
para uma avaliação cardíaca, pois sendo ela portadora, apresentava alto risco de complicações 
cardíacas. 
 
II – IDENTIFICAÇÃO DA DOENÇA 
A doença citada no caso clínico refere-se à Distrofia Muscular de Duchenne. Esta doença é o 
tipo mais agressivo de distrofia muscular, afeta 1 a cada 3500 nascidos vivos do sexo masculino 
e é causada por uma mutação no gene DMD que codifica a proteína distrofina, uma proteína 
encontrada nas fibras musculares que faz parte do complexo distroglicano e atua estabilizando a 
membrana do sarcolema durante a contração e relaxamento do músculo, logo, indivíduos 
afetados por esta doença possuem uma ausência de distrofina. Suas manifestações clínicas 
começam a ser identificadas a partir dos 4 anos de idade e consistem em um comprometimento 
muscular dos membros superiores, inferiores e quadris (SARLO et al., 2009). O indivíduo 
apresenta dificuldades para correr, pular, levantar-se do chão sem apoio, escalando em suas 
próprias pernas para ficar de pé (indicativo do sinal de Gower), existe o aumento da panturrilha 
devido a substituição das fibras musculares por tecido adiposo e conectivo (pseudo-hipertrofia) 
e em alguns casos os sujeitos apresentam retardo mental. Além destas complicações, a ausência 
de distrofina também acarreta em eventos fisiopatológicos nas células destes pacientes como, 
desequilíbrios na homeostase do cálcio, na apoptose celular, no estresse oxidativo e na 
integridade da membrana (HORITA et al., 2015). 
 
III – TIPO DE HERANÇA 
Como a mãe é portadora da doença, subentende-se que ela é heterozigota (X
A 
X
a
) e doou o gene 
defeituoso para um de seus filhos, acarretando na manifestação da doença, a qual necessitou de 
apenas do alelo recessivo para ser manifestada, que era o da mãe. Logo, acredita-se que esta 
doença é monogênica recessiva ligada ao X, pois, necessitou de um único gene para ser 
manifestada e o alelo doado pelo pai, sendo dominante ou não, não impediu que a doença 
aparecesse. 
 
IV – HEREDOGRAMA 
Construir um heredograma para o caso clínico apresentado. 
 
V – DIAGNÓSTICO DA DOENÇA 
Esta doença pode ser diagnosticada através de testes moleculares que detectam a ausência da 
proteína distrofina por meio de biopsia muscular ou presenças de mutações no gene DMD. 
Além disso, pode-se verificar o aumento de creatina quinase no sono sanguíneo, pois, nos casos 
de Distrofia muscular de duchenne, há um aumento de até 2.000 vezes dos valores normais de 
creatina quinase. O diagnóstico molecular pode ser direto ou indireto, a análise direta consiste 
na verificação do gene do próprio indivíduo para examinar se há deleção ou duplicação de 
éxons, já as análises indiretas consistem na averiguação de marcadores polimórficos e co-
segregações (Tendência de dois ou mais genes serem herdados juntos) dentro da família do 
indivíduo e se ambos os marcadores estão ligados fisicamente e geneticamente com as 
alterações presentes nos indivíduos (SARLO et al., 2009). 
 
VI – TRATAMENTO DA DOENÇA 
Para o tratamento da Distrofia muscular de Duchenne existem tratamentos celulares que 
objetivam a reposição da distrofina no músculo onde a mesma está ausente. Como estratégia 
terapêutica são utilizadas células-tronco embrionárias, e os mesangioblastos apresentaram 
prósperos resultados pré-clínicos, os mesmos possuem capacidade de atravessar os vasos 
sanguíneos e chegar até os músculos, o que proporciona a regeneração dos mesmos e contribui 
na melhora do quadro clínico de várias distrofias. Além dos tratamentos celulares, as terapias 
gênicas proporcionam a expressão do gene da distrofina em pacientes distróficos. Um destes 
tratamentos é a inserção deste gene utilizando o vírus Adeno-associado, o qual possui uma boa 
afinidade com os músculos estriados. Entretando, o tamanho do vírus dificulta a terapia, já que 
o gene da distrofina é grande, diante disto foi produzido um gene com proporções menores à 
distrofina, este gene é a microdistrofina que atua no melhoramento do fenótipo do indivíduo. 
Existem também tratamentos farmacológicos com medicamentos como, anti-inflamatórios, 
compostos anabólicos, antioxidantes e antifibróticos (HORITA et al., 2015). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
SARLO, Laís Gomes; SILVA, A. F. A. D; MEDINA-ACOSTA, Enrique. Diagnóstico 
molecular da distrofia muscular Duchenne. Revista Científica da FMC, Rio de Janeiro, v. 4, n. 
1, p. 1-8, 2009. 
HORITA, S. I. M; CRUZ, F. M. D. Distrofia muscular de duchenne: Eventos Celulares, 
Teciduais e Tratamentos. Episteme Transversalis, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 35-44, 2015.

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