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Millena Fernandes l @medmillena Carboidratos1 Sinônimos: açúcares, glicídios, sacarídeos. FUNÇÕES Energética: combustível para as células; primeira fonte de energia; A oxidação da glicose é uma das principais fontes de conversão de ADP + P em ATP. Estrutural: quitina e celulose; Reconhecimento e sinalização celular: processos de reconhecimento entre o vírus e uma célula dependem do glicocálix (glicoconjugados); Alguns carboidratos servem para indicar que a hemácia está “velha” e precisa ser degradada. Componentes dos nucleotídeos: pentose (ribose, desoxirribose). Lubrificação: atua na cartilagem articular, como o ácido hialurônico Farmacológica: heparina, um anticoagulante (GAGs). Reserva energética: amido e glicogênio. Carboidratos da dieta humana Frutose (fruta e mel): combustível para os espermatozóides. Amilopeptina e amilose: principais componentes do amido. Sacarose: açúcar refinado/cristal; extraído da cana de açúcar ou beterraba. Lactose: encontrada no leite e derivados. OBS: Carboidratos podem ser transformados em gordura; importante em pacientes com distúrbios metabólicos. Não é possível transformar um ácido graxo em glicose. Definição São poli-hidroxialdeídos ou poli-hidroxicetonas, ou substâncias que geram esses compostos quando hidrolisadas. Em geral possuem fórmula empírica: (CH2O)n ou Cn(H2O)n. - Alguns açúcares modificados não obedecem a essas proporções; - Outros elementos químicos podem estar presentes. (Ex: N, açúcar aminado); Galactosamina, glucosamina (componentes mais completos presentes na cartilagem; forma o ácido hialurônico). - Outros compostos com essa fórmula empírica não são carboidratos. (Ex: ácido lático). Glicose (C6H12O6) Duas formas de demonstrar a estrutura. Forma aberta ou projeção de Fisher e forma fechada ou em anel ou forma cíclica. A forma aberta é encontrada na forma cristalizada dos açúcares (o pó); sem ser em solução. Se cicliza em solução (sofre ciclização; rearranjo da molécula). Diabetes: desbalanço na concentração de glicose no sangue. Classificação Quanto ao número de unidades monoméricas São unidos por ligações glicosídicas. Monossacarídeos Uma unidade monomérica de poli-hidroxicetona ou poli- hidroxialdeído. Glicose, galactose e frutose. Possuem diferentes estruturas químicas. Sólidos cristalinos e incolores, insolúveis em água, mas solúveis em solventes apolares. Unidos por ligações glicosídicas, criando estruturas maiores. Dissacarídeos 2 unidades monossacarídicas. Maltose (gli+gli), lactose (galac+gli) e sacarose (fru+gli). Oligossacarídeos e polissacarídeos Mais de 2 unidades. Rafinose: trissacarídeo encontrado em leguminosas. Principais: amido e glicogênio. Confere uma diversidade muito grande. Quanto ao grupo funcional - Aldoses: aldeídos. - Cetoses: cetonas. Quanto ao número de carbonos São monossacarídeos. - Trioses (3C); tetroses (4C), pentoses (5C), hexoses (6C) e heptose (7C). OBS: existem aldoses e cetoses para cada um desses comprimentos de cadeias: aldotetroses e cetotetroses, aldopentoses e cetopentoses, e assim por diantes. Importante: D-ribose e 2-desoxi-D-ribose (5C), componentes dos nucleotídeos e ácidos nucleicos. OBS: trioses são os menores monossacarídeos existentes (D- glicereldeído e Di-hidroxiacetona). Possuem centros assimétricos, com exceção da di- hidroxiacetona. Destaques Glicemia normal: Entre 60 e 100mg/dL. Millena Fernandes l @medmillena . A posição do grupo carbonila faz com que as cetoses apresentem um centro assimétrico a menos do que as aldoses isoméricas. Em geral, uma molécula com n centros quirais pode ter 2n esteroisômeros. D-glicose e D-manose são esteroisômeros (isômeros opticamente ativos). OBS: D e L do gliceraldeído: relacionado com a posição da hidroxila no último carbono quiral; não relacionados com levogiro e dextrogiro. 1C quiral: 2 isômeros óticos ou esteroisômeros. D – dextrogiro (desvia a luz pra direita); L – levogiro (desvia a luz para esquerda). Isômeros A esteroisomeria é muito importante pois as enzimas que agem sobre os açúcares são esteroespecíficas. - Monossacarídeos têm centros assimétricos (carbono quiral) Quando o grupo hidroxila do carbono de referência está à direita (dextro) em uma fórmula da projeção que apresenta o carbono da carbonila no topo, o açúcar é isômero D. Quando está à esquerda (levo), é o isômero L. OBS: dois açúcares que diferem apenas na configuração de um carbono são chamados de epímeros; Isômeros constitucionais Diferem na ordem de ligação dos átomos. Estereoisômeros Átomos estão conectados na mesma ordem, porém diferem no seu arranjo espacial. OBS: a maioria das enzimas são específicas para a forma D ou L, mas as enzimas conhecidas como isomerases são capazes de interconverter os isômeros D e L. CLASSIFICAÇÃO Enantiômeros: imagens especulares que não se sobrepõe. Diastereoisômeros: não são imagens especulares SUBTIPOS DE DIASTEREOISÔMEROS: - Epímeros: diferem em apenas uma hidroxila do carbono anomérico.; dois açúcares que se diferem apenas na ligação de 1C. Quando dois carboidratos diferem em torno de um átomo específico de carbono. - Anômeros: diferem em um novo átomo de carbono assimétrico formado com o fechamento do anel. A: monossacarídeos mais simples (3C); B: monossacarídeos mais comuns na natureza; C: monossacarídeos constituintes de ácidos nucleicos (DNA e RNA). Ex: um não se sobrepõe ao outro; como as mãos. Imagem espelhada; Possuem dois substipos: epímeros e anômeros. Millena Fernandes l @medmillena A diferenciação da forma alfa e beta é feita através da observação da posição da hidroxila no carbono assimétrico. Na forma beta a hidroxila está localizada superiormente, enquanto na alfa inferiormente. Importante: a galactose e manose diferem na posição de grupos -OH em dois carbonos (2 e 4), elas são isômeras, mas não são epímeros. Cicl ização Ocorre em solução aquosa. Alfotetroses e todos os monossacarídeos (5 ou mais C). estruturas com menos de 5 carbonos não ciclizam. Estruturas cíclicas (em anel), na qual o grupo aldeído ou cetona reagiu com um grupo hidroxila do mesma açúcar, tornando assimétrico o carbono carbonílico (carbono 1 para aldose ou carbono 2 para a cetona). Há a formação de mais um carbono quiral e mais dois isômeros. Carbono assimétrico: carbono anômero. - Os monossacarídeos comuns têm estruturas cíclicas quando em solução. D-glicose colocada em solução forma um anel. OBS: todo monossacarídeo que possui uma hidroxila anomérica livre, é considerado um açúcar redutor. Mais um centro quiral: alfa e beta. Alfa: hidroxila para baixo do plano do anel, em plano oposto ao carbono 6 (oposição ao C6). Beta: hidroxila para cima do plano do anel, no mesmo plano do carbono 6. Posição da hidroxila. - Hidroxila para direita no plano aberto: fica para baixo na forma cíclica. - Hidroxila para esquerda no plano aberto: fica para cima na forma cíclica. Carbono 1: passa a ser chamada de carbono anomérico. Piranoses e furanoses OBS: alguns açúcares ciclizam em outros estruturas. Exemplos de furanose: D-ribose, encontrada no RNA. Ribose: compõe os nucleotídeos. A ribose está localizada nos ácidos nucleicos. Mutarrotação Ocorre em solução. Açúcar alfa e beta sofrem interconversão, até atingir o equilíbrio. Mostra que uma alfa pode abrir e ciclizar na forma beta. Ligação glicosídica Formada pelas enzimas glicosiltransferares. Entre o grupo hidroxila de um açúcar (C6) e o átomo carbono anomérico de outro açúcar (atómo de hidrogênio em C1). É eliminada uma molécula de água. Permite a formação de dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos, também podendo ser do tipo alfa ou beta. IMPORTANTE: açúcares redutores são capazes de reduzir sais de prata e cobre em meio alcalino.Eles apresentam grupos aldeídos ou cetônicos livres. Logo, todos os monossacarídeos são redutores, já que atendem a essa regra. Anéis de piranose e furanose formados a partir de glicose e frutose. Carbonos anomérico destacados Millena Fernandes l @medmillena Dissacarídeos Constituídos por duas unidades de monossacarídeos unidas por uma ligação glicosídica. A maltose é um açúcar redutor pois contém um hidroxila livre para reagir com o cobre. Duas moléculas de glicose ligadas por molécula alfa-1-4. Todo monossacarídeo livre é um açúcar redutor; um carboidrato que contém uma hidroxila anomérica livre. Glicídios redutores: se o grupo hidroxila ligado ao carbono anô- mero de um glicídeo na forma cíclica não estiver ligado a qualquer outro composto por uma ligação glicosídica (ver item E., na próxima página), o anel poderá ser aberto. Esse glicídeo poderá atuar como agente redutor, sendo denominado glicídeo redutor. LACTOSE (galactose + glicose) Ligação beta 1-4. É redutora devido a presença de um OH livre para reduzir cobre 2+ para 1+. TREALOSE (glicose + glicose) Hidroxila anomérica: Para ser redutora precisa de uma hidroxila anomérica livre. Logo, a trealose não é um açúcar redutor. SACAROSE (frutose + glicose) Não possui uma hidroxila numérica livre, logo, não é um açúcar redutor. Representações PATOLOGIAS Intolerância à lactose7 - Ausência da enzima lactase, responsável pela hidrólise (catalização) do dissacarídeo lactose. - Acúmulo de galactose e glicose gera a continuidade do açúcar no trato intestinal, ocorrendo a fermentação bactérias da microbiota. - As bactérias geram produtos metabólicos osmóticos (atrai água), como o ácido lático e o acético, bem como a geração de gases. Consequências: distensão abdominal (gases), dor (ácido irrita as paredes do intestino), diarreia e desidratação. Galactosemia clássica: - Doença autossômica recessiva em que há a deficiência da enzima galactose-1-fosfato-uridil-transferase (GALT); - Acúmulo de galactose-1-fosfato e galactiol em nervos, cristalino, fígado e rins. Consequências: lesão hepática, catarata e retardo mental grave. Diabetes Mellitus (tipo 2) Ela reflete a glicemia do paciente/concentração de glicose presente no sangue a 2-3 meses. Diferente da glicemia em jejum, não varia ao dia.
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