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História da Publicidade e Propaganda

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HISTÓRIA DA PUBLICIDADE E 
PROPAGANDA 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Patrick Diener 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
Olá, aluno! Seja muito bem-vindo! Você está na disciplina História da 
Publicidade! 
Aqui você vai acompanhar o desenvolvimento da história da publicidade 
e da propaganda no mundo e também no Brasil. 
Será uma viagem bem interessante!!! 
Então, vamos começar! 
 
CONTEXTUALIZANDO 
A sua primeira experiência com o estudo da história provavelmente foi lá 
no colégio, quando você teve que estudar a história do Brasil, a história do 
mundo e a história da civilização ocidental. 
Nós não tínhamos escolha, éramos obrigados a estudar história e você 
deve ter se perguntado: “qual a razão para se estudar história?”. 
Alguém pode ter respondido que estudar história é fundamental para que 
não se cometa os mesmos erros do passado, mas pense comigo: essa “história 
da publicidade” que você vai ver nas próximas aulas diz respeito 
exatamente à sua carreira e à sua escolha profissional. 
Com esse tipo de conteúdo, você não somente passa a ter fundamentos 
melhores para conhecer seu próprio ofício, mas também tem uma visão global 
do que já foi criado, de como a mídia já foi usada e mais importante: passa a ter 
condições de vislumbrar as razões da propaganda contemporânea ser do jeito 
que é hoje e tem utensílios suficientes para fazer projeções do que a publicidade, 
a propaganda e a mídia podem vir a ser em um futuro próximo. 
Pense que você está estudando a história da publicidade para melhorar 
os seus próprios conhecimentos gerais, e que assim você melhora o 
conhecimento de quem está ao seu redor também, sejam colegas de trabalho, 
chefes ou subordinados. 
Além disso, você vai perceber quando estudarmos a história da 
publicidade no Brasil, que ela também ajudou a formar a nossa identidade. Isso 
 
 
3 
é muito importante para você se reconhecer, não somente como profissional, 
mas também como cidadão. 
 
TEMA 01: SURGIMENTO DA PUBLICIDADE NO MUNDO 
Apesar da publicidade, como a conhecemos atualmente, ter surgido no 
século XIX, a história da publicidade está ligada intimamente com a história 
do comércio. 
Por milhares de anos as pessoas têm trocados bens e serviços. Há mais 
de 3000 anos antes de Cristo os fenícios desenvolveram o comércio e a 
expansão de suas rotas através das navegações para vender especiarias, 
metais e tecidos. Como eles começaram a vender, inclusive para a China, 
precisavam então ter um modo padrão de escrita. Graças a essa necessidade 
desenvolveram métodos para arquivar o que era escrito. Além disso, o uso de 
dinheiro facilitava as transações. 
Muitos países ao redor do mundo possuíam seus mercados, 
principalmente próximos a portos. Graças a isso, regiões como da Babilônia se 
especializaram em vendas. Comerciantes da Babilônia contratavam homens 
para noticiar em voz alta a chegada de novos navios que traziam carregamentos 
de especiarias, vinhos, joias e outros produtos. Muito parecido com hoje em dia, 
que vemos nas feiras de frutas e verduras os feirantes anunciando seus produtos 
e preços para os transeuntes. 
Na Grécia antiga, em Roma e no Egito também foram encontrados papiros 
que continham informações sobre objetos achados e perdidos, o que era uma 
forma de anúncio. 
Se quiser saber mais sobre papiros, acesse: 
http://sdi.letras.up.pt/uploads/pdfs/Papiro.pdf 
Mas uma das mais antigas formas de propaganda são os outdoors. Eles 
traziam principalmente mensagens políticas pintadas em paredes ou pedras, que 
eram deixadas em lugares de alto tráfego de pessoas. Em Pompéia, por 
exemplo, esses outdoors anunciavam eventos como: peças teatrais, torneios 
esportivos e competições. 
http://sdi.letras.up.pt/uploads/pdfs/Papiro.pdf
4 
Os comerciantes e artesãos também penduravam placas de madeira 
esculpidas ou pintadas em frente ao seu comércio, geralmente com o símbolo 
da sua profissão com a imagem do que vendia. Essas formas de propaganda 
serviram para promover os pequenos negócios. 
Com o desenvolvimento do comércio, a Europa se tornou a primeira 
região a se industrializar. 
Mas...mesmo assim, a maioria da população ainda era analfabeta. 
Por isso as placas de identificação do comércio traziam imagens 
correspondentes ao serviço. 
Por exemplo: o desenho de uma bota, ou sapato, na placa em frente ao 
sapateiro! Entendeu agora? 
Em um mercado, por exemplo, a placa teria imagens de frutas e 
verduras... 
E os componentes do clero que usavam as paredes da igreja para dispor 
cartazes com anúncios de atividades. Depois os professores e palestrantes 
passaram a usar o mesmo espaço para divulgar seus serviços!!! 
Essa grande concentração de pessoas nas cidades europeias causou o 
desenvolvimento da mídia, levando à criação de revistas e jornais que 
expandiam suas propagandas além dos mercados das pequenas vilas, mas este 
já é um assunto para o próximo tema. 
Dica de Leitura 
Leia o artigo que fala sobre a história da Publicidade clicando aqui: 
https://inscricaoucb.catolica.edu.br/blog/como-surgiu-publicidade-propaganda
Saiba Mais 
Confira o vídeo a seguir que trata da história da publicidade em 60 
segundos. Produzido pela ADOBE: 
https://www.youtube.com/watch?v=7d3VAYGnXjY 
TEMA 02: A PUBLICIDADE NA ARÁBIA, EGITO, ÁSIA E ÁFRICA 
https://www.youtube.com/watch?v=7d3VAYGnXjY
https://inscricaoucb.catolica.edu.br/blog/como-surgiu-publicidade-propaganda
 
 
5 
No Egito o papiro era usado como a mídia padrão para posters e cartazes, 
enquanto entidades comerciais tendiam a usar paredes pintadas para divulgação 
de seus eventos. 
Na verdade, há relatos de pinturas em paredes como forma de divulgação 
ou propaganda também na Índia já há 4000 anos antes de Cristo. Este é um 
exemplo da evolução da mídia através diferentes culturas. 
A cultura árabe é intrinsecamente associada com o Islamismo e é por essa 
razão que o conservadorismo religioso tem raízes muito fortes nas práticas 
comerciais associadas dos países árabes. Há uma grande influência da religião 
na indústria da publicidade. 
Por exemplo: conforme o Islã é desejado que uma mulher se vista de 
maneira modesta, cobrindo o seu corpo. Portanto não é comum vermos 
mulheres nas propagandas dos países árabes. Uma solução? Criar anúncios 
que mostrem somente os olhos das mulheres. Elas eventualmente aparecem em 
alguns anúncios, mas em número muito menor se comparados com os dos 
países ocidentais. É por esse motivo que o papel da mulher na indústria da 
publicidade do mundo árabe chama muita atenção de pesquisadores e 
estudiosos do meio, principalmente do mundo ocidental. 
 
 
 
 
 
 
 
O anúncio de um concurso de beleza da marca Olay, por exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
A maior preocupação dos publicitários muçulmanos é como a mulher será 
mostrada nesses anúncios em termos de sua ocupação profissional. Deseja-se 
que estas sejam principalmente tarefas domésticas. É por essa razão que as 
mulheres em propagandas árabes raramente aparecem trabalhando fora. 
Veja aqui alguns exemplos de comerciais feitos para a indústria árabe de 
queijos: 
https://www.youtube.com/watch?v=zJ0S-sruSDQ&feature=youtu.be 
Vários comerciais fazem uso da cultura muçulmana para apelar aos 
sentimentos dos consumidores. Pode-se ver com frequência o retrato de feriados 
tradicionais da cultura islâmica e também através das vestimentas tradicionais 
dos personagens representados nos anúncios. 
Mais um exemplo! A propaganda – que está logo a seguir – mostra um 
homem jejuando durante o ramadã (período de um mês durante o qual os 
muçulmanos jejuam durante o dia). 
Ele sente fome enquanto espera pelo pôr do sol, para que possa só então 
comer um frango do restaurante anunciante. 
Confira o vídeo aqui: https://youtu.be/JX1jh7QdrpY 
Mostrar preços em comerciais dos países árabes é considerado rude e 
muito direto. Uma maior ênfase é dadaa imagem ao invés do significado. Ainda 
com respeito à religião, cães são considerados “animais sujos” por isso nunca 
são vistos em comerciais. Qualquer substância que leve ao vício é proibida pelo 
Islamismo, desse modo propagandas de drogas ou álcool (ou mesmo mostrar 
um copo vazio de champanhe) não são permitidas nos países de cultura árabe. 
O Egito, mesmo mantendo tradições islâmicas, apresenta anúncios 
menos rígidos do que os países que seguem a Sharia (leis do país 
fundamentadas na religião). 
https://www.youtube.com/watch?v=zJ0S-sruSDQ&feature=youtu.be
https://youtu.be/JX1jh7QdrpY
 
 
7 
Assista ao comercial que mostra a mulher dominante numa disputa do 
casal: 
https://youtu.be/fYsLDhDRUeI 
 
As grandes agências já estão na Ásia há muitos anos. A agência J.W. 
Thompson abriu o seu primeiro escritório na Índia em 1921. A McCann-Erickson 
abriu o seu escritório em Tóquio em 1960. Outras redes de agências abriram 
suas filiais na Ásia principalmente nos anos 1970 e 1980. 
Mas a cultura da publicidade na Ásia não é tão recente assim. Já durante 
a dinastia Zhou - também conhecida como Chou, Chow e Jou, - na China, o 
governo usava as moedas cunhadas com a face do imperador para divulgá-lo. 
A publicidade moderna e a mídia na China foram praticamente 
implementadas por ocidentais. Os primeiros jornais e revistas contemporâneos 
foram fundados por expatriados no século XIX. Em 1918 um jornalista 
americano, Carl Crow, abriu o primeiro escritório dedicado exclusivamente à 
propaganda na China. Marcas multinacionais e comerciantes locais precisavam 
anunciar e o americano estava na hora certa e no lugar certo para ajudá-los. 
Tendo trabalhado na China por muitos anos ele conseguia negociar com clientes 
internos e recém-chegados da Europa ou dos Estados Unidos. 
Ele comprava espaços nos jornais e revistas de toda a China e se engajou 
em pesquisas de mercado; estudando o comportamento do consumidor, seus 
hábitos de gastos e fornecendo essas informações para os seus clientes. 
O campo da publicidade continuou a crescer na China até a guerra de 
1937 quando as marcas estrangeiras foram banidas. As agências de 
propaganda internacionais só voltaram para China no final da década de 1970 
devido à sua política de “portas abertas”. 
Em anos mais recentes o cenário da mídia asiática testemunha mudanças 
sem precedentes, graças a desregulamentação da mídia, o que revitalizou a 
mídia impressa e eletrônica. Pode-se dizer que hoje a Ásia é um dos mercados 
que mais crescem em mídia no mundo. 
Os comerciais de TV japoneses contemporâneos tentam enfatizar o 
impacto emocional sendo bastante rápidos e dinamicamente editados. Esses 
comerciais apresentam, em sua maioria, palavras simples, rápidas, músicas, 
https://youtu.be/fYsLDhDRUeI
 
 
8 
jingles (mensagens publicitárias em forma musical) e personagens marcantes. A 
meta é se destacar entre os outros comerciais. 
Pode-se dizer que o comercial ocidental é mais racional do que o asiático. 
Enquanto a publicidade ocidental é estratégica e direcionada ao mercado; a 
publicidade asiática é instintiva e direcionada à mídia. 
A necessidade de criar impacto instantâneo explica outro aspecto muito 
conhecido da propaganda japonesa: o uso de estrelas de Hollywood para 
vender produtos dos mais diversos, como cerveja, refrigerantes, whisky, joias, 
perfumes e carros. 
Em 2004 o Festival de Publicidade de Cannes, a maior premiação de 
publicidade mundial, finalmente apresentou o seu primeiro presidente asiático 
vindo da agência Ogilvy & Mather da Índia. Em termos de criatividade, 
entretanto, a Tailândia é quem se sobressai em toda a Ásia. O país tem grande 
número de premiações em Cannes. 
O continente africano é muito diverso, e tem diferenças grandes entre o 
norte (com países como Marrocos) e o Sul (com a África do Sul, colonizada por 
ingleses). 
O primeiro jornal da África do Sul foi o bilíngue “Gazeta da Cidade do 
Cabo”. Ele já trazia anúncios em 1800, e seus proprietários eram negociantes de 
escravos. Treze meses após o seu lançamento, o governo do país tomou conta 
de toda a mídia impressa, incluindo a Gazeta da Cidade do Cabo. 
As agências de propaganda geralmente estão envolvidas em campanhas 
eleitorais, mas poucas delas têm a oportunidade de trabalhar para a eleição de 
Nelson Mandela. Esta é a razão pela qual a TBWA se destaca nos anos 1990. 
A agência faz campanha para lançamento de Nelson Mandela no 
Congresso Nacional, na primeira eleição multirracial do país. A campanha foi tão 
bem-sucedida que Mandela convidou a agência para participar das 
comemorações pós-eleições. A questão das diferenças raciais na África é 
abordada em alguns de seus comerciais. Um deles mostra, por exemplo, 
pessoas negras e brancas bebendo juntas em um bar. Entretanto, esses 
comerciais não refletem a realidade. Passam a ideia de uma África unida ou de 
como as agências gostariam que fosse o continente. 
http://www.canneslions.com/
 
 
9 
Com tantas culturas, atitudes, línguas, diferentes níveis de educação e 
pobreza há pouco espaço para a publicidade mais complexa. Os investimentos 
locais escassos e restritos também acabam direcionando a publicidade africana 
para uma abordagem mais direta e simples. 
 
 
 
 
 
 
 
Confira um anúncio para o Museu do Apartheid na África do Sul: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saiba Mais 
Veja a seguir, para ilustrar, uma compilação de comerciais japoneses, é 
bem interessante!!! https://youtu.be/ajzsxgLNnOI?t=3s 
 
TEMA 03: A PUBLICIDADE NA IDADE MÉDIA 
A Idade Média durou entre os séculos X e XV depois de Cristo. Foi 
marcada por guerras como as cruzadas e a subordinação do estado e da ciência 
à religião. 
https://youtu.be/ajzsxgLNnOI?t=3s
 
 
10 
A publicidade escrita para a população em geral, comentada 
anteriormente, quase desapareceu durante a idade média. Isso porque o número 
de analfabetos cresceu muito com o declínio do império Romano e a tomada do 
poder pela religião. Consequentemente, muitos dos anúncios voltados ao grande 
público passarem a ser baseados em imagens. 
Outro modelo de anúncio para a grande população que não sabia ler era 
feito pelos "gritadores". Pessoas contratadas para gritar promoções em frente a 
tavernas e bares, por exemplo. 
 
No que diz respeito aos impressos, a propaganda medieval mais rara, 
também é a menor. Mede aproximadamente 8 por 14 centímetros (um pouco 
maior que um cartão de crédito) e, como muitos outros artefatos históricos, 
quanto menor o objeto mais fácil dele ser escondido ou guardado e maior suas 
chances de ser preservado. Estamos falando de um pequeno cartão de papel 
no qual consta uma propaganda de um escrivão. 
Encontrada dentro um livro religioso que ele produziu em 1477, é o que 
chamaríamos hoje de uma filipeta ou um flyer, feito para ser distribuído pela 
cidade e que continha inscrições em latim e inglês pedindo para que este papel 
fosse compartilhado. Esta é uma das mais antigas propagandas impressas em 
inglês e diz muito sobre sua época. 
Ainda que também muito rara, o tipo de anúncio mais encontrado do 
período medieval é a chamada “folha de propaganda” feita por mestres da escrita 
medieval. Indivíduos que sabiam escrever eram muito valorizados na época, 
tanto intelectualmente como financeiramente. Eles eram capazes de duplicar 
qualquer peça escrita desde cartas curtas até livros inteiros, e faziam isso por 
dinheiro. 
Durante os três últimos séculos da Idade Média a demanda por livros 
cresceu rapidamente, em parte por causa do barateamento das suas produções. 
Os escrivães colocavam estas folhas de propaganda no meio dos livros falando 
sobre seus serviços e divulgando suas capacidades de reprodução da escrita. 
Com o eventual crescimento do número de leitores, cresceu também a 
demanda por materiais impressos. Os profissionais da imprensa e escrivães 
tomaram para si a produção de livros que antesera dedicada somente às 
 
 
11 
abadias (comunidades cristãs). Eles começaram a ter lucro a criar o mercado de 
livros como conhecemos hoje. 
Eles também passaram a divulgar, não somente seus serviços de cópia 
de livros, mas também seus serviços de alfabetização. Em muitos desses 
panfletos pode-se ler frases como “se você quer aprender a escrever me 
procure”. 
A melhor maneira de um produtor de livros divulgar as suas habilidades 
era através dos próprios livros e não somente por panfletos ou filipetas. Cada 
página servia como uma demonstração das qualidades do artesão. 
Alguns escribas colocavam nas páginas finais de seus livros anúncios 
sobre seus serviços nas quais eles explicitamente pediam atenção do leitor à 
ótima qualidade do manuscrito que os leitores acabaram de folhear. 
Em um desses livros da idade média pode-se ler as seguintes frases em 
suas últimas páginas: 
“Se alguém mais quiser um livro tão bonito como esse, procure-me 
em Paris ao lado da Catedral de Notre Dame”. 
A mensagem conquistava o leitor e é o que hoje poderíamos chamar de 
spam: uma mensagem indesejada de divulgação incluída em um material 
qualquer. 
Truques de marketing como, por exemplo, usar letras bem desenhadas, 
coloridas, chamativas, e o uso de spam para atrair clientes, mostrou que algumas 
das ferramentas usadas pela propaganda medieval são tão efetivas hoje como 
há 600 anos. 
 
TEMA 04: A PUBLICIDADE NA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
Quando os produtos eram feitos à mão por artesãos locais em pequenas 
quantidades, não havia muita necessidade do uso de propaganda. Compradores 
e vendedores, muitas vezes, eram conhecidos pessoais e o comprador podia ter 
contato direto com a manufatura do produto e o seu processo de produção; 
especialmente para itens como roupas (que eram feitas sob medida) e comida 
(feitas através de ingredientes simples e não processados). 
 
 
12 
Embalagens e marcas eram desconhecidas e desnecessárias antes da 
Revolução Industrial. Entretanto, uma vez que os avanços tecnológicos 
possibilitaram a produção de massa de sabonetes, louças, roupas e muitos 
outros produtos, a conexão pessoal entre comprador e vendedor foi 
descontinuada em muitos casos. 
Ao invés de vender diretamente das suas casas para os consumidores 
locais, os fornecedores procuraram produzir em fábricas, muitas vezes longe de 
suas casas, podendo ser até mesmo em outros países. Isso criou a necessidade 
de mais propaganda, pois as novas formas de produção permitiam às empresas 
a fabricação em larga escala. Os produtores precisavam explicar e recomendar 
os seus produtos aos consumidores que nunca viram pessoalmente. 
Os produtores (a procura de mercados mais distantes) estavam 
começando a competir entre si, portanto precisavam criar uma marca para seus 
produtos de modo a distingui-los uns dos outros e criar recomendações de 
massa para dar suporte à produção em grande quantidade e ao novo modelo de 
consumo. Os jornais impressos se tornaram a maneira ideal de propagar essas 
ideias através de anúncios. 
As novas tecnologias também faziam esses jornais ficarem mais baratos, 
serem melhor distribuídos e terem impressão mais frequente. Eles possuíam 
mais páginas, portanto podiam mostrar mais e maiores anúncios com 
descrições, assim como preços. 
Na metade do século XIX, avanços tecnológicos possibilitaram ilustrações 
a serem incorporadas às propagandas, assim como mais tarde a cor passou a 
ser também uma opção. Os anunciantes começaram a adicionar texto abaixo 
das chamadas, descrevendo assim os seus produtos, usando uma narrativa 
persuasiva. 
Nos anos 1880 a propaganda já tinha força própria e era focada na 
criação de desejos e necessidades na população crescente, de modo a 
criar mercado para certos itens. 
Os homens de negócios queriam anunciar os produtos através de uma 
linguagem perspicaz designada a influenciar os potenciais compradores a 
perceber a necessidade de possuir tais artigos. 
 
 
13 
Evidências disso são vistas no grande número de utensílios domésticos 
anunciados, como: fornos de cozinha, máquinas de lavar e máquinas de costurar 
produzidos nessa época e enquadrados dentro da categoria de “utensílios 
domésticos modernos”. Confira o anúncio de uma máquina de costura a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
As propagandas da época tinham um apelo especial às mulheres, 
detalhando como a posse de tal fogão, por exemplo, era garantia da redução do 
seu trabalho na cozinha e, consequentemente, de maior tempo disponível para 
cuidar da sua família (de acordo com os valores e padrões daquela época). As 
mulheres eram, de certo modo, as principais consumidoras desse novo mercado. 
Ao criar desejos e necessidades em uma população consumista, a 
propaganda foi fundamental no pavimento do sucesso do capitalismo. O 
fundador da companhia de automóveis Ford foi também o pioneiro da linha de 
montagem. A produção em massa de produtos acessíveis ao consumidor, com 
bons salários aos trabalhadores revolucionou a economia e o mercado 
publicitário. 
Veja um anúncio para uma 
montadora de carros, graças a 
criação da linha de montagem da 
Ford: 
 
 
 
 
 
 
14 
Os homens de negócios da época propagavam a ideia de que as famílias 
deveriam ser nucleares, com moral rígida, e com mães submissas. Muitas das 
propagandas vistas neste período prometiam para as donas de casa a economia 
ao se utilizar este ou aquele produto, acrescentando um tom de ciência à arte do 
gerenciamento doméstico. 
Este tipo de mensagem também era muito comum no começo do século 
XX e durante a Primeira Guerra Mundial. A economia doméstica, em teoria, 
proporcionava às donas de casa fazer o dinheiro render mais, para que então a 
família pudesse comprar outras inovações tecnológicas, como por exemplo: 
automóveis, rádios e refrigeradores. 
A lógica era que com essas novas tecnologias a vida seria muito mais fácil 
para ambos, tanto dona de casa como para sua família; além de prover capital 
para o crescimento constante da economia. 
Um bom exemplo desta economia baseada no consumo das 
mulheres é encontrado na forma de propagandas em revistas, jornais e 
panfletos, como é o caso deste anúncio de produtos para limpeza: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
TEMA 05: A PUBLICIDADE NO SÉCULO XX 
As formas de propaganda começaram a se expandir sobremaneira no 
começo do século XX, e juntamente com o seu aumento vieram melhores 
esforços para fazer a propaganda se tornar mais efetiva. Portanto é interessante 
pensar sobre a relação entre a indústria da publicidade e da mídia de massa, em 
particular a imprensa, o rádio a televisão e, mais tarde, a internet. 
Ideias de montar agências de publicidade começaram a surgir logo no 
início do século na França, onde os publicadores de jornais consideravam a 
aceitação de anúncios diretamente dos clientes como inaceitável. Ao invés disso 
eles vendiam espaços para empresas que revendiam estes espaços para 
anunciantes. Mais tarde este conceito foi adotado também por agências de 
publicidade americanas. 
A publicidade americana tomou um rumo diferente no início do século XX 
quando os negócios procuraram as agências para ajudá-los a vender os seus 
produtos no exterior. 
Várias agências de publicidade dos Estados Unidos abriram 
departamentos para produzir anúncios em espanhol e traduzir anúncios feitos 
primeiramente em inglês com a intenção de mandar esses anúncios para alguns 
jornais e revistas da América Latina. Entretanto, a falta de pesquisa e 
informações sobre os hábitos de consumo desses países faziam os anúncios 
ineficazes. 
Para tentar contornar esses problemas, algumas agências acabaram 
abrindo escritórios no exterior, com equipes locais. 
O crescimento do rádio e televisão como mídia de entretenimento no 
século 20 também atraiu anunciantes novos. Estesmeios começaram a competir 
com a mídia impressa pela verba anual dos anunciantes. As agências de 
publicidade não achavam, no início, que o rádio se tornaria um meio de 
comunicação importante. Entretanto, pouco tempo depois, eles reconheceram 
as novas possibilidades que o rádio trazia. Passaram não somente a colocar 
anúncios em programas de rádio, mas também nomear alguns programas com 
a marca do anunciante. 
As funções das agências tiveram que ser reinventadas muitas vezes, 
tendo que escrever tanto os comerciais como os roteiros dos programas de rádio. 
 
 
16 
As estrelas do rádio frequentemente liam os comerciais durante os seus 
programas. Essa mistura entre programas de rádio e propaganda continuou até 
o advento da televisão. 
Por outro lado, os jornais permaneceram como a mídia dominante para 
pequenos negócios e clientes locais. Como por exemplo: mercados, lojas de 
departamento, concessionárias de automóveis, e outros pequenos provedores 
de serviços. 
Com o grande investimento da verba em rádio a partir dos anos 1920 
as pessoas passaram a preferir ouvir os comerciais ao invés de somente 
lê-los. As propagandas de rádio permitiram aos criativos se libertar do 
texto escrito e expandir a sua forma de comunicação também através de 
música, jingles e da palavra falada. 
Quando o rádio passou a ser transmitido em rede no final dos anos 1920 
o potencial de alcance das propagandas radiofônicas foi potencializado e os 
negócios da propaganda passaram a se misturar com os negócios da produção 
de programas. Uma vez que a prática de patrocínio de programas se 
popularizou, cada programa de rádio passou a ter o seu próprio patrocinador 
individual. Em contrapartida, recebiam menções da sua marca durante a 
transmissão dos programas e, ao contrário do que acontecia em jornais ou 
revistas, os comerciais em rádio não podiam ser “pulados”. 
As propagandas durante o período de guerra focavam principalmente em 
manter o consumidor interessado e leal às marcas, mesmo que fosse difícil de 
satisfazer as necessidades desses mesmos consumidores. Outro papel 
assumido pela propaganda durante a Segunda Guerra Mundial foi o de promover 
o patriotismo e o apoio à guerra. Alguns anúncios pediam para o público ajudar, 
inclusive financeiramente, com doações para a guerra. 
Veja como a TV influenciou a publicidade... 
 O ponto principal para a história da publicidade durante os anos 1950 foi 
parecido com o que aconteceu antes (nos anos 1920) com rádio, devido ao 
aparecimento de um novo meio de comunicação: a televisão. A TV comercial se 
desenvolveu logo após a Segunda Guerra Mundial. No final dos anos 1940 
cidades como Nova York, Chicago e Los Angeles já tinham estações de TVs 
operantes. 
 
 
17 
 O progresso da televisão influenciou tanto o rádio, como a mídia impressa. 
O rádio passou a ser um meio usado principalmente por anunciantes locais e as 
revistas passaram ser destinadas a públicos distintos e segmentados, com 
anúncios destinados a esses nichos. 
 Os comerciais de televisão nos anos 1970 passaram por grande 
aperfeiçoamento, tornando-se visivelmente diferentes dos produzidos até então. 
Muito disso graças à transmissão de melhores sinais de televisão, sem tantas 
interferências, imagens mais realistas e também à adição de cor a tv. 
 
TROCANDO IDEIAS 
Para nós, os futuros publicitários, uma dica! 
Confira mais detalhes da “História da Publicidade e Publicidade” aqui: 
http://www.guiadacarreira.com.br/carreira/historia-publicidade-e-
propaganda/ 
Em seguida, troque ideias com os seus colegas de curso lá no 
fórum!!! 
http://www.guiadacarreira.com.br/carreira/historia-publicidade-e-propaganda/
http://www.guiadacarreira.com.br/carreira/historia-publicidade-e-propaganda/

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