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TC e Transtornos TC e Transtornos Alimentares Curso de Formação em Terapia CognitivaCurso de Formação em Terapia Cognitiva Agenda � Características clínicas dos transtornos alimentares � Fatores de risco � Escalas de avaliação � Plano de tratamento � Intervenções em TCC� Intervenções em TCC Transtornos Alimentares (TAs) • Os Transtornos Alimentares caracterizam-se por severas perturbações no Definição • Os Transtornos Alimentares caracterizam-se por severas perturbações no comportamento alimentar, levando a prejuízos clínicos, psicológicos e sociais (Duchesne e Freitas in Rangé, 2011) • São desvios de comportamento alimentar que podem levar ao emagrecimento extremo (caquexia) ou à obesidade, entre outros problemas físicos e incapacidade.problemas físicos e incapacidade. (DSM IV-TR) Eficácia TC para TAs • A TCC é recomendada para tratamento dos TAs• A TCC é recomendada para tratamento dos TAs (Associação Americana de Psiquiatria, 2000) • TCC favorece a remissão ou diminuição da frequência de episódios de compulsão alimentar, dos comportamentos purgativos e da restrição alimentarcomportamentos purgativos e da restrição alimentar e melhora do humor, do funcionamento social, e diminuição da preocupação com peso e formato corporal (Duchesne e Almeida, 2002) Eficácia TC para TAs • Auxilia o paciente no estabelecimento de metas realistas; • Motiva a adesão ao tratamento multidisciplinar; • Estrutura de planos de tratamento alimentar e físico (aumento gradativo e renovados com freqüência); • Estímulo ao automonitoramento;• Estímulo ao automonitoramento; • Auxílio às habilidades de resolução de problemas. Características Clínicas dos TAs • Os TAs são foco de atenção nas últimas três décadas (Toro, 2000); • Aumento considerável no número de pessoas acometidas - principalmente BN e AN (Balone 2005); • Importância do papel da auto-avaliação e insatisfação com a imagem corporal (Cooper et al, 1997); • Auto-imagem: fator de risco, predisponente e mantenedor dos TAs• Auto-imagem: fator de risco, predisponente e mantenedor dos TAs (Cash et al, 1989); Dismorfia corporal (leve, moderada ou grave). Características Clínicas dos TAs • Problemas físicos e psicológicos podem estar presentes devido a comorbidades ou como conseqüência de seus hábitos alimentares: – constipação crônica, dispepsia (indigestão), náusea, dor abdominal, fadiga, dores de cabeça, hipotensão, disfunção menstrual, distimia, depressão, ansiedade e abuso de substâncias. Etiologia • Determinados por múltiplos fatores (Garfinkel & Garner, 1982 e 1985); • Fatores socioculturais, genéticos, neuroquímicos, familiares • Quadro psicopatológico de difícil tratamento devido a sua complexa etiologia. (NICE ,2004) � Prevalência dos TAs: 0,5 a 4% (Carbajo et. al, 1995). Curso e evolução dos TAs Fatores preditivos de uma evolução desfavorável:Fatores preditivos de uma evolução desfavorável: • Baixo peso; • Demora para procurar ajuda médica; • Presença de práticas purgativas; • Relações familiares comprometidas; • Relações familiares comprometidas; • Presença de comorbidades psiquiátricas. Comorbidades • Os TAs se apresentam muitas vezes associados com outras doenças psiquiátricas:psiquiátricas: – Abuso e dependência de drogas e álcool (12-40%); – Síndromes depressivas (50-75%); – Transtornos ansiosos como fobia social e Transtorno Obsessivo-Compulsivo (15-35%); – Transtornos de Personalidade (40-75%). • Aumento da impulsividade, manifestada pela associação com outros• Aumento da impulsividade, manifestada pela associação com outros quadros psiquiátricos; – Cleptomania, tricotilomania e outros tipos de automutilação; – Abuso de drogas ilícitas e álcool; – Promiscuidade sexual; – Risco de suicídio. Dificuldades no tratamento • Problemas médicos e psiquiátricos podem complicar tratamento dos TAs: – Transtornos psiquiátricos comórbidos; – Vulnerabilidade cognitiva para desenvolver transtorno de personalidade; Complicações médicas relacionadas à inanição, perda de peso e– Complicações médicas relacionadas à inanição, perda de peso e comportamento de compulsão e purgação extremo ou em longo prazo. (Garner & Garfinkel, 1997) Transtornos Alimentares Entidades nosológicas principais: – Anorexia Nervosa (AN) – Bulimia Nervosa (BN) – Binge / TCAP– Binge / TCAP Anorexia Nervosa (AN) Anorexia • Do grego: "an", deficiência ou ausência de; e"an", deficiência ou ausência de; e "orexis", apetite. • As primeiras referências datam de 106-43 aC. • Morton (1689) – primeiro relato médico de anorexia nervosa: – “quadros não eram acompanhados de febre ou dispnéia,– “quadros não eram acompanhados de febre ou dispnéia, mas caracterizavam-se pela diminuição do apetite, amenorréia, aversão à comida, obstipação, emagrecimento extremo e hiperatividade”. Anorexia • Denominação "anorexia nervosa“ - surgiu com William Gull (1873), referindo-se à:referindo-se à: – "forma peculiar de doença que afeta principalmente mulheres jovens e caracteriza-se por emagrecimento extremo[...]" cuja "falta de apetite é [...]decorrente de um estado mental mórbido e não a qualquer disfunção gástrica [...]” – Mencionava características psicopatológicas relativas à insegurança pessoal e– Mencionava características psicopatológicas relativas à insegurança pessoal e busca por aprovação e ressaltava a contribuição familiar para manutenção dos sintomas. Principais Características • Recusa a manter o peso corporal em um nível igual ou acima do mínimo adequado para sua idade e altura; • Diagnóstico empregado quando peso corporal está abaixo de 85% do esperado ou fracasso no ganho de peso esperado durante o período de crescimento e amenorréia (ausência de 3 ciclos menstruais consecutivos) • Marcada por restrição dietética progressiva (eliminação de alimentos “engordativos”); • Insatisfação com o corpo e distorções da imagem corporal; • A distorção da imagem corporal favorece a negação do baixo peso, da sua gravidade e atua como mantenedora da condição do transtorno. • Inicia-se geralmente na infância ou na adolescência; “ Quando eu era pequena, todo dia era um sacrifício para comer,(...) Fui Anorexia crescendo, meus hábitos alimentares mudaram e acabei engordando... No colégio vi minha prima sendo ridicularizada por ser gorda. A partir daí resolvi que esse não seria o meu fim (...) Passei a fazer ginástica como louca, fiquei tomada pela idéia do corpo magro.... A anorexia já estava em mim”.A anorexia já estava em mim”. Livro: Mentes Insaciáveis Anorexia Sintomatologia: • Cabelos ralos e quebradiços, presença de lanugo,• Cabelos ralos e quebradiços, presença de lanugo, descalcificação óssea. • Tipos de anorexia: - Restritiva: pacientes utilizam comportamentos restritivos associados à dieta. - Compulsão periódica / purgativo: acontecem episódios de compulsão alimentar seguidos ou não de métodos compensatórios, como vômitos auto induzidos e uso de laxantes e diuréticos. (Bowers & Andersen, 1994; Garfinkel & Garner, 1982; Garner & Bemis, 1982, 1985) Anorexia Prevalência :Prevalência : -0,3% entre as mulheres jovens ocidentais -Incidência em torno de 8 casos por 100.000 pessoas/ano Curso: - A AN apresenta a maior taxa de mortalidade dentro todos os transtornos psiquiátricos (de 6 a 12 vezes mais alta do que a taxa esperada para a mesma população de idade e mesmo sexo); - Causas da morte: inanição, suicídio, desidratação e desequilíbrio hidroeletrolítico; - Curso e desfecho variáveis: alguns pacientes apresentam apenas recuperação parcial, recuperação completa por pouco tempo ou remissão parcial (50%). população de idade e mesmo sexo); Anorexia Comorbidades psiquiátricas: - Depressão - 50 a 70%- Depressão - 50 a 70% - T. ansiedade (em especial, fobia social e TOC) – 50 a 65% - Uso de substâncias - 10 a 20% Indicadores de mau prognóstico: - Longa duração da doença, grave perda de peso, presença de CAP, vômito e comorbidade psiquiátrica (Kell e Brown,2010). Etiologia: - Proveniente de uma série de eventos e/ou experiências que contribuem para a vulnerabilidade cognitiva da crença de que a perda de peso aliviará sofrimento e a tristeza; - Início após um fator estressante como algum comentário sobre seu peso, término de relacionamento ou perda de um ente querido. Bulimia Nervosa (BN) Bulimia Nervosa • Do grego: "bous" (boi), e "limos" (fome); • Primeiramente descrita por Russell (1979); • Incluída no DSM-III (1980) – bulimia; Características principais: • Os episódios bulímicos: ingestão, em um curto espaço de tempo, de uma quantidade de alimento muito superior ao que a maioria das pessoas conseguiria comer durante um períodoa maioria das pessoas conseguiria comer durante um período de tempo igual e sob circunstâncias similares; • Seguidas de comportamentos compensatórios inadequados (vômitos auto-induzidos, uso de laxantes, diuréticos, jejum, exercícios físicos vigorosos). Prevalência: • 1 a 2% entre mulheres jovens e incidência em torno de 12 casos em 100.00 Bulimia Nervosa 1 a 2% entre mulheres jovens e incidência em torno de 12 casos em 100.00 pessoas/ano. • Prevalência de 1,1% a 4,2% , principalmente entre adolescentes e mulheres jovens; • 50% dos casos de Bulimia Nervosa ocorrem antes dos 18 anos; • A média de idade do início da Bulimia Nervosa é aos 16,3 anos, variando de 13 a 19 anos (Herzog et al, 1991);de 13 a 19 anos (Herzog et al, 1991); • A crescente incidência em meninas é condizente com padrões sociais e culturais em relacão ao padrão de beleza; • Redução da incidência acima de 30 anos; • Rara antes dos 12 anos. Bulimia Nervosa Curso: - Causas de morte: suicídio, doenças cardíacas, complicações decorrentes de práticas compensatórias.compensatórias. - Curso variável: recuperação completa, parcial ou desenvolvimento de quadro crônico (30% das pacientes apresentando CAP e vômitos depois de 10 anos de seguimento). Comorbidades psiquiátricas: -Transtornos de humor -Transtornos de ansiedade -Transtornos do uso de substâncias-Transtornos do uso de substâncias Indicadores de mau prognóstico: - Gravidade das morbidades psiquiátricas - Falta de motivação para o tratamento. Etiologia: Fatores de ordem biopsicossocial: – Compulsão alimentar – aparecimento após dieta para emagrecer; Bulimia Nervosa – Compulsão alimentar – aparecimento após dieta para emagrecer; – No início pode estar relacionado à fome; – Falta de controle sobre o seu próprio comportamento de não poder parar de comer ou não controlar o quê e quanto se come; – Episódios ocorrem às escondidas - vergonha, culpa e autopunição; – Calorias ingeridas - entre 2 mil e 5 mil calorias; – Vômito auto-induzido ocorre em cerca de 90% dos casos;– Vômito auto-induzido ocorre em cerca de 90% dos casos; – Alívio do desconforto físico secundário à hiperalimentação e principalmente à redução do medo de ganhar peso; – Dez ou mais episódios por dia nos casos graves; – Diferentemente do paciente anoréxico, o paciente bulímico não tem desejo de emagrecer cada vez. Bulimia Nervosa • Irregularidades menstruais podem ocorrer, mas a amenorréia é característica da anorexia nervosa;característica da anorexia nervosa; • Complicações clínicas : erosão dos dentes, cáries, aumento das parótidas, esofagites, hipopotassemia (diminuição da concentração de potássio no sangue pela urina, fezes ou vômito) e alterações cardiovasculares, dentre outras; • História de abuso sexual pode estar presente em até 50% dos casos (Bulik et al, 1989). Tipos de Bulimia: Bulimia Nervosa - Purgativo: presença regular de indução de vômito ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas; - Não-purgativo: utilização de outros comportamentos compensatórios inadequados sem utilizar-se de indução de vômito ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou enemas. Exemplo: jejuns e exercícios excessivos Migração entre diagnósticos • Eddy e col. (2008) – seguiram durante 7 anos 216 mulheres com AN ou Eddy e col. (2008) – seguiram durante 7 anos 216 mulheres com AN ou BN: - Mais de 50% das pacientes com AN migraram entre os dois subtipos de AN (restritivo e purgativo) - 1/3 migrou para BN (eventualmente retornando a AN) - BN: baixa taxa de migração (14,06%) e todas para AN subtipo compulsão/purgativo. Transtorno da Compulsão Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) TCAP ou Binge Eating Disorder Principais características:Principais características: • Ingestão de quantidades exageradas de alimento, mesmo sem ter fome, de maneira descontrolada e em curto espaço de tempo; • Há perda de controle sobre os impulsos para comer, bem como de intenso desconforto e autocondenação pela excessiva ingestão de alimento; • O término do episódio dá-se somente após desconforto físico; • O próprio organismo elimina o excesso ingerido;• O próprio organismo elimina o excesso ingerido; • Não apresenta comportamento de vômito auto-induzido; é diagnóstico diferencial da BN; • “Escondem” os ataques, mantendo um comportamento alimentar controlado em público. TCAP ou Binge Eating Disorder Prevalência em amostras clínicas de obesos: •7,5 a 30%, podendo chegar até em 50% em candidatos à cirurgia bariátrica (Wadden et al, 2001) •Presente em 2% da população geral; Estudos nacionais: - Freitas e col. (2007) -Rio de Janeiro - avaliaram 1298 mulheres com 30 anos ou mais. Prevalência de CAP de 20,6%30 anos ou mais. Prevalência de CAP de 20,6% - Nunes el col. (2003) – Porto Alegre - avaliaram 513 mulheres entre 12 e 29 anos. Prevalência de 11% de comportamentos anormais e 23,8% de comportamentos alimentares de risco. Etiologia: • Maioria dos pacientes com TCAP é obeso; TCAP ou Binge Eating Disorder • Maioria dos pacientes com TCAP é obeso; Prevalência: •AN e BN mais comum entre mulheres (90 a 95%) •TCAP é um diagnóstico comum em homens (frequência de 3 mulheres para cada 2 homens); •AN e BN surgem geralmente no início da adolescência ou vida adulta;•AN e BN surgem geralmente no início da adolescência ou vida adulta; •TCAP pode iniciar entre os 30 e 50 anos; •Maior ocorrência nos países ocidentais e em caucasianos; •TCAP e BN são mais uniformemente distribuídos entre os vários grupos socioeconômicos, já a AN é mais comum nos grupos de maior status socioeconômico. Fatores de Risco Fatores de risco Fatores predisponentes de caráter pessoal – Hereditariedade - Busse e Silva (2004) – estudos com gêmeos - verificaram maior concordância da doença em gêmeos monozigóticos (idênticos geneticamente); - BN: hereditariedade em 50% dos casos. – Características da Personalidade - Baixa auto-estima e maior suscetibilidade ao estresse; - Perfeccionismo, passividade, introversão, auto-avaliação negativa, obsessividade (AN restritiva); - Impulsividade, instabilidade afetiva (BN). – Tendência à obesidade - Tendência a fazer dietas, a engordar ou a própria obesidade (predisponentes para TAs); - Comentários depreciativos sobre aparências (peso) levando maior pressão social para emagrecer. Fatores de risco • Alterações em determinados neurotransmissores; • Eventos traumáticos na infância; Fatores Familiares;• Fatores Familiares; • Fatores Socioculturais (ex: ser magro x sinônimo de competência, ser atraente sexualmente). Fatores precipitantes • Dietas: - Hábito de fazer dieta- Hábito de fazer dieta - Crítica constante a alguma parte do corpo. • Eventos estressores: - Eventos envolvendo uma desorganização da vida ou uma ameaça à integridade física (doença, gravidez, abuso sexual e físico). Escalas de avaliação Escalas Eating Disorder Examination - Avalia os comportamentos específicos dos TAs em 4 subescalas: - Avalia os comportamentos específicos dos TAs em 4 subescalas: restrição alimentar, preocupação alimentar, preocupação com a forma corporal e preocupação com peso corporal. Em processo de validação. Eating Disorder Inventory – EDI – Avalia as características psicológicas e comportamentais comuns à AN eà BN; – Há uma versão do EDI para crianças (KEDS). – Há uma versão do EDI para crianças (KEDS). EAT-26 – Eating Attitudes Test – Avalia os riscos de se desenvolver comportamento e atitudes típicos AN ou BN; – Versão em português: Teste de Atitudes Alimentares resumido (Nunes et al., 1994). Binge Eating Scale – BES • Avalia a gravidade da CAP em indivíduos obesos; Escalas • Avalia a gravidade da CAP em indivíduos obesos; • Versão em português: Escala de Compulsão Alimentar Periódica. Binge Scale – BS • Avalia episódios de CAP. Bulimia Test – BULIT • Detecta, na população geral, indivíduos com BN e em risco para bulimia. Questionnaire on Eating and Weight Patterns – QEWP • Fornece o diagnóstico do TCAP; • Versão em português - Questionário sobre Padrões de Alimentação e Peso – Revisado - em processo de validação. BITE – Teste de Investigação Bulímica de Edimburgo (Henderson e Freeman, 1987). Tratamento Tratamento Objetivos: • Correção de pensamentos disfuncionais • Identificação e resolução de fatores mantenedores do transtorno • Restabelecimento de padrões saudáveis de Objetivos: Restabelecimento de padrões saudáveis de peso e alimentação • Prevenção de recaída Tratamento multiprofissional Nutricionista:Nutricionista: - Orientação nutricional, desmistificação das crenças errôneas; - Rever posturas alimentares inadequadas (jejuns, uso abusivo de laxantes, vômitos, etc.) que corroboram para desencadeamento / manutenção do quadro patológico. Clínico - Alterações laboratoriais; - Procedimentos clínicos (ex: reposição de eletrólitos); - Complicações secundárias; - Intervenção medicamentosa. Indicações para internação • Peso <75% do peso mínimo esperado para a idade e altura; • Perda rápida e contínua de peso;• Perda rápida e contínua de peso; • Alterações metabólicas e hidroeletrolíticas graves; • Funções cardíacas, renal e hepática alteradas (hipotensão ortostática, bradicardia, taquicardia); • Sintomas de desnutrição e/ou desidratação graves; • Hematêmese • CAP e /ou vômito descontrolado. • Risco para suicídio• Risco para suicídio • Comportamentos autoagressivos • Abuso ou dependência grave de álcool e drogas • Rede de apoio familiar e social insuficientes. (Attia e Walsh, 2007) Cálculo do IMC Ex: Tratamento farmacológico • AN: psicofármacos (antidepressivos, ansiolíticos e antipsicóticos) têm demonstrado pouca eficácia e são indicados para o tratamento das doenças comórbidas.doenças comórbidas. • BN: a fluoxetina é o único psicofármaco aprovado pela agência norte- americana (Food and Drug Administration – FDA) para o tratamento da BN. – Alguns antidepressivos mostram-se benéficos, pois melhoram o humor e ansiedade, além de reduzirem os sintomas comportamentais da BN (CAP e vômitos). – Alguns anticonvulsivantes mostraram-se eficazes na redução da CAP e dos comportamentos purgativos.comportamentos purgativos. • TCAP: mesmas medicações utilizadas para BN e agentes antiobesidade. Antidepressivos levam à redução dos CAP, com pouco efeito sobre o peso corporal, mas não recomendados como única terapia para a remissão da CAP e a redução do peso de obesos a curto prazo. Objetivos Terapêuticos Anorexia nervosa Objetivos Terapêuticos • objetivam a diminuição da restrição alimentar e da frequência de atividade física, facilitando o aumento do peso; • diminuição do distúrbio da imagem corporal; • modificação do sistema disfuncional de crenças associadas à aparência, peso e alimentação, e;peso e alimentação, e; • aumento da auto-estima. (Duchesnea e Almeida, 2002) Objetivos Terapêuticos Bulimia nervosa •Objetivam a normalização do padrão alimentar e o desenvolvimento de •Objetivam a normalização do padrão alimentar e o desenvolvimento de estratégias para controle de episódios de compulsão alimentar (ECA) e dos comportamentos compensatórios; •Aborda-se a auto-estima, a modificação da relação com a imagem corporal e a modificação do sistema de crenças disfuncionais. TCAP •O programa de TCC para o TCAP foi desenvolvido a partir do modelo utilizado •O programa de TCC para o TCAP foi desenvolvido a partir do modelo utilizado para a BN •Objetivam o desenvolvimento de estratégias de auto-estima, a redução da ansiedade associada à aparência e a modificação do sistema de crenças disfuncionais. Intervenções Terapêuticas em TCC Avaliação Inicial Padrão de Avaliação Inicial: Importante observar:Importante observar: - Padrão alimentar, IMC, fatores mantenedores do TA; - Verificar se há outras pessoas com TA servindo como modelo; - Avaliar o padrão alimentar da família; - Mensurar nível de ansiedade; - Encaminhar, se necessário, para avaliação médica e nutricionista;- Encaminhar, se necessário, para avaliação médica e nutricionista; - Explicar o modelo cognitivo; - Elicitar as expectativas (realistas). Avaliação Inicial • Investigar / suspeitar possível abuso sexual (fator de risco);• Investigar / suspeitar possível abuso sexual (fator de risco); • Investigar área social (isolamento); • Bullying ; • Avaliar o grau de motivação para mudança (principalmente, AN); • Psicoeducação; • Vantagem x Desvantagem; • Orientar / desmistificar a meta terapêutica; Plano de Tratamento Tratamento • O tratamento dos TAs pode ser dividido em 4 estágios: –Estagio 1: intensivo –Estágio 2: revisão do progresso obtido –Estágio 3: mecanismos de manutenção do TA e abordagem dos aspectos cognitivos. –Estágio 4: previsão do risco de recaídas–Estágio 4: previsão do risco de recaídas Estágio 1 – Fase inicial Objetivos: 1 – envolver o paciente no processo de mudança (adesão ao tratamento): - educar sobre os efeitos psicológicos, sociais e clínicos de manter o TA;- educar sobre os efeitos psicológicos, sociais e clínicos de manter o TA; - a restrição alimentar pode estar associada ao controle pessoal em pacientes que acreditam que alguns aspectos de sua vida estão fora de seu controle. 2 – Desenvolver a conceituação e educar o paciente sobre o TA. 3 – Automonitoração da alimentação: - Técnica de automonitorização da alimentação (ou diário alimentar) – utilizada para o desenvolvimento de novos hábitos e identificação dos fatores utilizada para o desenvolvimento de novos hábitos e identificação dos fatores potencialmente associados à alimentação inadequada (eventos desencadeadores, pensamentos e sentimentos associados); - Desenvolvimento de um padrão regular de alimentação: 3 refeições principais e 2 ou 3 lanches planejados (mesmo que o paciente não consiga ingerir a quantidade de alimentos ideal para cada refeição), estabelecidas juntamente com nutricionista e horários regulares preestabelecidos. Estágio 1 (continuação) 4- Estabelecer a avaliação semanal do peso : - a modificação do padrão alimentar, associada à diminuição da - a modificação do padrão alimentar, associada à diminuição da frequência de exercícios físicos aumentam o medo de engordar. A monitorização do peso ajuda na avaliação da quantidade de alimentos que pode-se ingerir sem ganho descontrolado de peso. 5- Implementar um padrão regular de alimentação: - Técnica para controle de estímulos: desenvolvimento de um estilo de vida que minimize a exposição do paciente a situações que facilitam a de vida que minimize a exposição do paciente a situações que facilitam a alimentação excessiva (ex: controle da quantidade de alimentos no prato; não armazenar alimentos em casa, etc.) Estágio 2 – Fase de transição • Breve estágio transacional para avaliação dos progressos obtidos com as estratégias já implementadas, identificação de obtidos com as estratégias já implementadas, identificação de possíveis barreiras para futuras mudanças e revisão da conceituação do caso – Escolha das técnicas adicionais (a serem utilizadas no estágio 3) Estágio 3 – Fase intermediária • Aprofundar sobre os mecanismos de manutenção do TA e • Aprofundar sobre os mecanismos de manutenção do TA e abordar os aspectos cognitivos:- Treino intensivo na modificação do sistema de crenças associadas ao peso e formato corporal Estágio 4 – Fase final • Desenvolvimento de estratégias que visem a prevenção de • Desenvolvimento de estratégias que visem a prevenção de recaídas. – Aborda-se as estratégias para prevenção de recaídas – Identificação das situações gatilhos – Soluções de enfrentamento – Escrever esse plano de manutenção por escrito (revisto periodicamente) – Sessões a cada 15 dias (follow-up) Técnicas e estratégias Técnicas e estratégias utilizadas Inventário Custo/ Benefício (ou Vantagem/Desvantagem) Social Familiar Profissional • Quais os efeitos do padrão atual na qualidade de vida? • A forma como investe nas diversas áreas de vida trouxe Alimentação Formato do corpo Social diversas áreas de vida trouxe algum tipo de consequência negativa? • Quais os ganhos após o TA? • Atingiu alguma meta de vida? • Há desvantagens em manter a Peso corpo • Há desvantagens em manter a preocupação com o peso/formato corporal? • Quais as consequências a longo prazo de manter os hábitos atuais? Diário Alimentar (AUTOMONITORAMENTO) - Diários alimentares nos quais os pacientes anotam a ingestão alimentar diária por uma semana (Ex: hora do dia e local, quantidade e qualidade dos alimentos sólidos e líquidos); - É também solicitado ao paciente que registre seus afetos, cognições e mecanismos compensatórios relacionados à alimentação; - Identificar situações que serão o foco das intervenções, objetivando- Identificar situações que serão o foco das intervenções, objetivando mudanças no comportamento alimentar; - O automonitoramento pode resultar em efeito terapêutico; Quadro de Atividades - Planejar horários (atividades, refeições); Reestruturação de hábitos - Planejar horários (atividades, refeições); - Tentar fazer as refeições acompanhado; - Não estocar alimentos em casa; - Pesar-se apenas nas consultas médicas ou nas sessões de psicoterapia; - Elaborar plano para manutenção dos comportamentos - Elaborar plano para manutenção dos comportamentos adquiridos e prevenção de recaídas. Escala de Satisfação ESCALA DA REALIZAÇÃO Experimentos Comportamentais Testar (validar) pensamentos automáticos, suposições ou pensamentos alternativos PD: Se eu não fizer 3h de exercícios todos os dias eu vou engordar Experiência Previsão Possíveis problemas Estratégias p/ soluc. probl. Resultado da experiência. Fazer apenas 1h30 de exercício físico Vou ficar nervosa e querer fazer mais tempo. Querer fazer mais do que 1h30 de exercício e restringir Pensar que é só uma experiência; ler um livro no lugar. Consegui fazer menos atividade física, saí mais vezes para passear com O que aprendi com esta experiência? restringir mais a alimentação lugar. passear com minha cachorra e li mais livros. Experimentos Comportamentais Pensamento automático Experimento Comportamental P Pensamento automático Experimento Comportamental Vou engordar se eu comer proteína e salada Se eu purgar, não engordo Introduzir uma porção pequena de carne branca no almoço. Controlar as estratégias de Se eu purgar, não engordo Controlar as estratégias de purgação por 3 dias e verificar o peso (antes do experimento e depois do experimento) Plano de ação • Identifique problema a ser mudado e o objetivo que deseja alcançar Objetivo: iniciar a nova dieta estabelecida pela nutricionista Plano de ação Data para começar Possíveis problemas Estratégias p/ soluc. Probl. Progresso Começar a dieta Terça-feira Posso não querer e ficar mal. Me forçar ao menos para começar, não necessariame nte preciso Terça-feira: comi a salada Quarta-feira: Comi salada Objetivo: iniciar a nova dieta estabelecida pela nutricionista nte preciso comer tudo. Comi salada Quinta-feira: experimentei os legumes Abordagem da imagem corporal • Desenho do formato corporal (desenhar como percebe o próprio corpo quando se olha no espelho); se olha no espelho); • Comparação de fotografias anteriores ao início da doença com fotos atuais; • Exposições corporais guiadas pelo terapeuta (espelho); • Exposições corporais em situações do • Exposições corporais em situações do dia a dia (ex: usar roupa justa, saia, biquini etc) Homework: pesquisar imperfeições em pessoas consideradas atraentes e bem- sucedidas. Exposição Graduada Ir até o mar, Ir até o mar, sem canga Tomar sol na piscina do hotel Entrar na piscina sem usar shorts Tomar sol de bruços na areia piscina do hotel sentada na cadeira Diário de P.Ds - Capacidade de auto-reflexão através da metacognição - refletir sobre o pensamento ; - Registrar os pensamentos por escrito – auxílio na visão objetiva de- Registrar os pensamentos por escrito – auxílio na visão objetiva de situações e percepções distorcidas; Estratégias para reduzir e regular estados intensos de humor • A CP e os métodos compensatórios podem se tornar estratégias para a redução do humor negativo; • Treinamento de resolução de problemas: visa ajudar o paciente a reconhecer os problemas, diminuindo as fontes de estresse que funcionam como gatilho para os problemas, diminuindo as fontes de estresse que funcionam como gatilho para a CAP e dotando-os de recursos para melhor avaliar a solução, implementar a solução e avaliar os resultados obtidos. • Pacientes com TA têm dificuldades para modular estados intensos de humor negativo. Incentivar: analisar o evento que desencadeou a CAP – pensamentos, crenças, emoções e comportamentos na situação – avaliar a própria capacidade para tolerar o que está sentindo. Treino de habilidades interpessoais • Déficits de assertividade, dificuldades de adaptação social e conflitos nas relações • Déficits de assertividade, dificuldades de adaptação social e conflitos nas relações interpessoais são comuns em pacientes com AN e BN • Crenças de inadequação, incapacidade e não-estima (rejeição) contribuem para o desenvolvimento e manutenção das dificuldades. • Estratégias de evitação e supervalorização dos deveres (ex: estudo, trabalho) Desenvolvimento das habilidades sociais Qualidade das relações interpessoaisinterpessoais Aumento da autoestima Desenvolvimento de crenças de autoeficacia Aumento da autoestima e redução do perfeccionismo • Pacientes com TAs tendem a ter padrões elevados de desempenho (padrões irreais) e interpretar as falhas como decorrência das deficiências pessoais. Desqualificam sucessos e fortalecem a insatisfação em quase todas as áreas de vida. • Para melhorar a autoestima temos que ajudar o paciente a desenvolver expectativas realistas de desempenho e focalizar a atenção nos sucessos e qualidades pessoais. Erros cognitivos Descontando o positivo: Considera apenas o lado negativo da situação: Não olha a imagem como um todo. Não me controlei. Sou fraco Adivinhação do futuro Faz uma previsão negativa sobre acontecimentos futuros: Se eu não vomitar vou engordar tudo o que comi Leitura Mental Faz uma previsão negativa sobre o que os outros vão pensar: Se eu não emagrecer os homens vão rir de mim e pensar que sou uma balofa Supergeneraliza sobre uma situação negativa: Se eu comer fico gorda, não vou conseguir um relacionamento sério e vou ser desprezada balofa Supergeneralização CatastrofismoCatastrofismo Amplia acontecimentos pequenos para algo muito maior: o meu pneuzinho me diz que estou enorme de gorda... Já é um pneu de trator Stallard, 2006,2010 Ciclos Mantenedores Ciclo mantenedor BN Crítica por ter feito algo fora do normal Vômito normal Culpa Crenças de menos valia Novo episódio bulímico (binge eating) Dietas mais severas Crenças de auto- controle frustrada (binge eating) Ciclo mantenedor AN Maior necessidade Pensamentos obsessivos sobre comida Restrição alimentar severa Maior necessidade de controle comida Ativ. Física / métodos purgativos Distorção auto-imagem / crenças disfuncionais Perda de peso Reforço cultural e social purgativosdisfuncionais Relatos de pacientes Relatos Desenvolvi a bulimia por não conseguir me manter ‘no food’ para sempre. Hoje a anorexia é minha amiga, chamo-a de Anapara sempre. Hoje a anorexia é minha amiga, chamo-a de Ana e ela não é mais tão assustadora, é meu estilo de vida e não mais uma doença ou estigma. Esses dias fiquei seis dias internada, tomando soro (esse veneno calórico)... Engordei 7 quilos. Estou revoltada!! Hoje me sinto muito fraca, sem energias, sei que passei dos limites, mas não me arrependo. Só assim me sinto feliz, não nasci para ser gorda .assim me sinto feliz, não nasci para ser gorda . (Livro: Mentes insaciáveis) Depoimento - AN • Nem ‘vô’ começar escrevendo que eu tô sumida porque é bastante óbvio! Depois do que aconteceu com a Aninha eu fiquei meio sem saber o óbvio! Depois do que aconteceu com a Aninha eu fiquei meio sem saber o que fazer. Não sabia se queria continuar ou não. Mas depois de um tempo pensando e refletindo descobri que não sou eu que escolhi anna, ela me escolheu e não devo ir embora e deixá-la sozinha. Não devo e não consigo. Portanto continuo anna, claro. Não sei se mais forte do que nunca, mas mais determinada com certeza. O que aconteceu com a Aninha foi uma tragédia, mas imagine se alguém que vc conheça morre de acidente de trânsito. Você vai deixar de dirigir ou de andar de carro? É assim que me sinto. Posso estar enganada e cometendo um erro em escrever essas sinto. Posso estar enganada e cometendo um erro em escrever essas coisas, mas é assim que me sinto . (Diet Girl) MEDO Eu tô com medo... Acho que a Ana vai voltar... E eu preciso tanto Dela neste momento... Estou em tratamento há tempos. Eu realmente A estava superando, porque na maior Relato de uma anoréxica Estou em tratamento há tempos. Eu realmente A estava superando, porque na maior parte do tempo consigo saber os porquês das situações e também da maioria das emoções e sensações... Mas eu ainda não me permito falhar, errar, sei lá... mesmo não tendo certeza se eu Realmente cometi a tal falha... E eu tô com medo... talvez Dela, da Ana; talvez da falta dela, que neste momento, conscientemente sei que só Ela está do meu lado... Ela é o ódio de mim mesma e, principalmente, o castigo que eu mereço... Ela dói, mas eu quero... pode ser que seja só hoje... Pode ser que não...quero... pode ser que seja só hoje... Pode ser que não... Não sei se A quero de volta... Talvez se Ela voltar, Ela seja ainda mais rigorosa e exigente comigo... Talvez Ela me pergunte porque A deixei de lado... Por que não acreditei que só Ela é minha amiga verdadeira... Que se eu A tivesse escutado, não A tivesse ignorado e desprezado, eu não estaria em tanta enrascada... MEDO... BLOG http://anorexica.zip.net/ Curiosidades Curiosidades - Padrões sociais - Eu usei Spanx debaixo da minha fantasia no filme O Quarteto Fantástico. É a única coisa que disfarça minhas pelotas . Atrizes anoréxicas Jessica Alba - AN Atrizes anoréxicas Débora Evelyn Mary KateVictoria Beckham BN e AN Cássia Kiss BN Christina Ricci BN e AN Jane Fonda BN Alanis Morissette AN e BN A vida é feita por pequenas Encerramento A vida é feita por pequenas doçuras da infância, decorada com gotas de esperança e embrulhadas no papel da sua história. FIM
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