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Otorrino Flavia Kaori 1 Epistaxe • Principal emergência otorrinolaringológica • Qualquer sangramento proveniente da mucosa nasal o Lembrando q um sangramento da boca que se exterioriza pro nariz NÃO é epistaxe • Urgência orl mais frequente: 10-12% • 60% das pessoas tem um ep a menos 1x na vida o 6% precisam de atendimento medico – na maioria das vezes são sangramentos autolimitados, de menor quantidade, então as pessoas nem precisam ir no medico • Maior incidência nos meses frios e secos (inverno) Perfil dos pctes • A epistaxe tem 2 picos de incidência Antes dos 10 anos • Autolimitados • Quadros benignos Entre 45-65 anos • Mais graves • Necessidade de cirurgia geralmente Etiologia • Estímulos intrínsecos ou extrínsecos que provocam modificações: o No volume sang o Na função glandular o Na integridade da mucosa • E isso leva a exposição dos vasos • Ou seja: alguma coisa do pcte ou do ambiente que faz com que os vasos fiquem mais expostos e com uma maior chance de sangrar TRAUMA • Trauma digital o Colocar o dedo no nariz • Sonda nasoenteral/nasogastrica • Fratura ALTERACOES ANATOMICAS • Desvio de septo • Perfuração septal • Quando inspiramos o fluxo laminar fica mais turbilhado na região da perfuração ou do biquinho do desvio de septo (tem um biquinho que fica no esporao do desvio de septo) e assim há um maior ressecamento da mucosa, deixa o vaso mais exposto e ai há uma maior chance de sangrar Exemplo do biquinho do desvio de septo INFLAMAÇÃO • Sinusite cronica, RSA, rinite alérgica • Processo inflamatório leva a uma vasodilatação, um volume sanguíneo maior na região, mucosa mais friável – maior chance de sangrar CORPO ESTRANHO CIRURGIAS NASAIS TUMORES DROGAS • Anticoagulantes • Aspirina • Aines HAS • Ainda há questionamento se a has seria mais uma causa ou consequência • Teorias: o Pessoa com uma has, quando o vaso estoura ele sangra mais o Epistaxe deixa a pessoa mais preocupada, mais ansiosa e isso aumenta a pressão • Essa duvida ocorre pq quando comparamos a incidência de uma população com has com uma população sem has os números não são tao diferentes COAGULOPATIAS • Hemofilia • Coagulopatia secundaria a insuficiência hepática, sd paraneoplasica • Trombocitopenia: dengue hemorrágica, quimiot, etc VASCULOPATIA • Telangiectasia hemorrágica hereditária (doença de Rendu – Osler – Weber) o Pcte tem varias telangiectasias no Otorrino Flavia Kaori 2 corpo, principalmente na mucosa nasal, fica c mts vasos ectasiados em todo o septo, assoalho, corneto inferior – chance muito grande de sangramento o Pcte de difícil controle devido ao sangramento excessivo Doença de randu osler weber, telangiectasias na mucosa nasal Anatomia • O nariz é extremamente vascularizado • Recebe ramos tanto da carótida interna quanto da externa RAMOS CAROTIDA EXTERNA • Arteria carótida externa sofre ramificação final gerando: o Temporal superficial maior o Artéria maxilar (um dos ramos terminais da carótida externa), que vai entrando dentro, indo pela face, entra até a fossa pterigopalatina, por essa fossa para um ramo para dentro do forame esfenopalatino, onde ela se transforma em artéria esfenopalatina (principal artéria do nariz, é a que faz maior aporte de sangue para o nariz), essa artéria se divide em 2 ramos § Artéria nasal lateral posterior – irriga toda a parede lateral do nariz § Artéria septal – contorna o arco da coana, chega no septo e irriga todo o septo RAMOS CAROTIDA INTERNA • A artéria carótida interna emite a artéria oftálmica (dentro da orbita) e ela emite a etmoidal posterior, a etmoidal anterior (irrigam a parte superior do nariz, o teto do nariz, pt superior do septo, etc) PLEXO DE KIESSELBACH ou AREA DE LITTLE • Região na parte anterior do septo nasal na qual ocorre a confluência da artéria etmoidal anterior, posterior, artéria septal, artéria labial superior, e artéria palatina maior. Essas artérias vão pro septo e confluem na parte anterior, formando assim o plexo de Kiesselbach • Nele ocorre a confluência e anastomose dos vasos • Nessa região tem mt chance de formar alguma ectasia vascular, ou seja, algum vaso ficar mais Otorrino Flavia Kaori 3 dilatado, mais exposto, com maior chance de sangrar • 90% dos sangramentos vem dessa região Classificação • Anterior o Plexo de Kiesselbach é o principal local de sangramento o Pode ser sangramento do assoalho, do corneto inferior, de qqlr região • Posterior o Art esfenopalatina ou algum ramo dela, principal ponto de sangramento • Superior o Arterias etmoidais o S point O que fazer? • Em primeiro lugar: entender que a epistaxe é como se fosse um trauma, então tratar como trauma • ATLS o Proteção de via aérea o Estabilização das condições hemodinâmicas • Controlar a PA o Paciente com pressão alta dificulta mt o tto • Exames: o Em geral não precisa pedir, pede mais quando achamos que o pcte vai precisar de uma transfusão o Hb, Ht, tipagem sanguínea o Coagulograma só se paciente usar anticoagulante ou for portador de alguma discrasia • Controle do sangramento com vasoconstritor o Pega algodão com adrenalina, afrin, naridrin e coloca no nariz do pcte • Estratégias hemostáticas: o Identificar ponto sangrante e cauterizar Epistaxe anterior • Mt frequente em crianças • Cauterização com ac (ATA 80/90%) o Molha algodão no ATA e coloca no vaso sangrante e resolve a epistaxe • Tamponamento anterior se sangrar muito ou se o sangramento for mais difuso o Faco pressão sobre o vaso que ta sangrando, o tampão fica 48/72h, dps eu tiro, o sangue que tava pressionado coagula, na hora que eu tiro o tampão o sangramento já ta resolvido o Usa o merocel (tampão anterior), colo ele no nariz, ele é fino pra facilitar a entrada, dps eu irrigo com soro ou água e ai ele insufla, fazendo pressão no vaso o Se n tiver o merocel, uso um dedo de luva, corto um dedo da luva, coloco gase la dentro e dou ponto o Pode também fazer tamponamento com gase, empilhando gase na fossa nasal (cabe umas 4 gases em cada fossa), é um tampão mais difícil de fazer Epistaxe posterior • Sangramentos da artéria esfenopalatina, atras das conchas • Pra fazer um tamponamento mais efetivo nessa região usamos uma sonda de Foley; passa a borrachinha, insufla água destilada, quando vemos o palato abaulando puxamos e tracionamos, ficando assim meio impactada na coana do pcte, fazendo pressão mais ou menos na saída da artéria esfenopalatina o Em geral quando passamos o tampão posterior, enchemos o resto da cavidade com gase ou com dedo de luva o Otorrino Flavia Kaori 4 o Esse tampão costuma ser antero posterior (posterior a sonda e anterior a gase) o Deixamos 48/72h o Mt mórbido, deixamos em casos que o pcte n tem condição de cirurgia; extremamente desconfortável, se o pcte precisou de tampão posterior geralmente levamos para o CC para cauterizar a artéria esfenopalatina Epistaxe superior • São ramos da artéria oftálmica (artérias etmoidais posterior e anterior, geralmente é a anterior que sangra) • Começou a sangrar faco tamponamento (geralmente coloco gases ou dedo de luva no local) e ai cauterizamos • Para cauterizar a artéria etmoidal anterior: o 1: incisão externa (incisão de Lynch) o 2: descolamos a orbita até o momento que vemos a artéria saindo da orbita em direção ao nariz o 3: cauterizamos a artéria • Por ser uma cirurgia mórbida foram feitos vários estudos e descobriram que nos sangramentos superiores, nos quais fazemos a cauterização da artéria etmoidal anterior, ao observamos a região superior do septo (s point), na altura da concha media, há um mamilo que costuma sangrar – ectasia vascular de algum ramo da etmoidal anterior – mts sangramentos superioressangram nesse ponto o Ao invés de cauterizar a etmoidal anterior, é melhor observar dentro do nariz se tem essa ectasia e cauteriza esse ponto, o s point o Hoje em dia raramente se faz a cirurgia de cauterização da art etmoidal anterior, agora nos procuramos o s point e o cauterizamos Algoritimo de tto • Chega pcte com sangramento: identificar se é anterior ou posterior o Anterior: maioria dos casos § 1. Medidas de controle (ATLS, controle de pa, controle do sang com vaso constritor) § 2. Identificar ponto de sangramento § 3. Cauterização ou tamponamento anterior o Não identificado/difuso § 1. Medidas de controle § 2. Fazer tampão anterior, pq maioria dos sangramentos vem do plexo de Kiesselbach § 3. Cauterizar caso o tamponamento anterior funcione; caso não funcione, passar tampão posterior e internar pcte o Posterior § 1. Medidas de controle § 2. Tampão posterior e interno o pcte § 3. Pode operar o pcte ou esperar 48 – 72h § 3,1. Operar • Sang posterior: cauterização da art esfenopalatina • Sang superior: cauterizar s point ou a etmoidal anterior, em casos de pcte que tem risco cirúrgico mt Otorrino Flavia Kaori 5 alto já cauteriza tudo, etmoidal + esfenopalatina § Podemos cauterizar tds esses vasos pq o nariz é mt vascularizado, tem mts ramos, então n tem problema cauterizar a esfenopalatina, pq temos etmoidal posterior, labial superior, palatina maior, que não costuma, sangrar, então mesmo cauterizando aquelas duas não há necrose § 3,2. Tampão 48 – 72h • Se ao retirar o tampão o pcte ainda sangra podemos mandar pra embolizacao (faz embolizacao da maxilar, da esfenopalatina) ou assumimos o risco cirúrgico, levamos o pcte pra mesa e fazemos cirurgia assim mesmo CRITERIOS DE WEXHAM • Indicações cirurgia em pcte com epistaxe • Epistaxe posterior persistente sem controle com tamponamento • Queda Hb > 4 ou necessidade de transfusão • 3 episodios de epistaxe recorrente, necessitando de retamponamento durante a mesma internação • Internacoes hospitalares por epistaxe recorrente ipsilateral (>3 nos últimos 3 meses)
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