Buscar

CIRURGIA PRÁTICA - Isa e Catarina

Prévia do material em texto

Prática
Cirurgia I
Catarina Alipio XXII
Isabella Rodrigues XXII
Medic ina Unimes
Prof . Aiton Zogaib
Prof João Espósito
Cirurgia I PRÁTICA
Aula 01 - Anatomia do tórax: 
Linhas do tórax: 
- PAREDE ANTERIOR: 
• Linha médio esternal (mediana anterior): passa 
verticalmente/ sagitalmente sobre o ponto médio do esterno. 
• Linha hemiclavicular (medioclavicular): passa verticalmente 
sobre o ponto médio das clavículas e coincide com os 
mamilos. 
• Linha paraesternal: é paralela ao esterno e passa à meia 
distância entre as linhas medioesternal e hemiclavicular.
- PAREDE LATERAL: 
• Linha axilar:
- Anterior: desce verticalmente da prega axilar anterior. 
- Posterior: desce verticalmente da prega axilar posterior. 
- Média: desce no ponto médio entre as linhas axilares 
anterior e posterior. 
• Onde se faz as drenagens e as toracotomias ântero-
laterais (no 5º EIC) com paciente deitado. 
- PAREDE POSTERIOR: 
• Linha mediana posterior (medioespinal): passa verticalmente 
sobre os processos espinhosos das vértebras. 
• Linha paravertebral: passa no ponto médio entre as linhas 
mediana posterior e escapular. 
• Linha escapular: tangencia verticalmente a margem medial 
da escápula. 
Parede anterior do tórax:
- CLAVÍCULA:
• Extremidade 
esternal. 
• Extremidade 
acromial. 
- ESTERNO: longa 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 1
Cirurgia I PRÁTICA
e estreita placa óssea mediana na parede anterior do tórax que articula-se, por meio das cartilagens 
costais, permitindo a flexibilidade necessária para a respiração. 
• Partes:
- Manúbrio (superior). 
- Corpo (meio). 
- Processo/ apêndice xifóide (inferior). 
• Ângulo esternal (de Louis): entre o manúbrio (inclinado 
para trás) e o corpo do esterno (inclinado para frente). 
- É uma sindesmose do manúbrio esternal (sem mobilidade). 
- Marca o ponto de referência para o 2º arco costal. 
• Referência para palpação dos espaços intercostais. 
- COSTELAS E CARTILAGENS COSTAIS: são fitas 
ósseas, que estendem-se das vértebras torácicas 
posteriormente até a parede anterior do tórax, onde se 
ligam indiretamente ao esterno através das cartilagens 
costais (facilmente quebráveis). 
• São 12 pares:
- 1ª a 7ª verdadeiras: se articulam diretamente com o 
esterno através das cartilagens costais. 
- 8ª a 10ª falsas: fixam indiretamente ao esterno e 
formam o rebordo costal (marca o limite inferior da 
caixa torácica. 
- 11ª e 12ª flutuantes: não fazem ligação com o esterno. 
Parede posterior do tórax:
- Pontos de referência:
• Processo espinhoso da 7ª vértebra. 
• Ângulo da escápula. 
• Costelas 11ª e 12ª) flutuantes. 
- VÉRTEBRAS TORÁCICAS: T1 a T12 no plano mediano 
posterior. 
- ESCÁPULA: 
• Ângulo inferior da escápula: ponto de referência para 
toracocentese e toracotomia póstero-lateral. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 2
Cirurgia I PRÁTICA
Músculos do tórax:
- Músculo serrátil anterior: saí posteriormente em direção às 
costelas (2ª a 9ª). 
- Músculo peitoral maior: mais superficial. 
• Daí do ponto médio da clavícula e forma uma aponeurose na 
margem do esterno. 
• Forma um leque. 
• É o limite da axila. 
• Importância cirúrgica: não lesioná-lo (ou lesioná-lo o 
mínimo possível).
- Em uma toracotomia ântero-lateral, preferir rebater a 
musculatura ao invés de cortar as fibras musculares. 
- Ele não é acometido em uma esternotomva mediana. 
- Músculo peitoral menor: mais profundo. 
• Preso da 2ª a 6ª costela até a escápula. 
- Músculos intercostais: função na respiração. 
• Intercostais internos: se estendem da extremidade medial 
dos EIC até o ângulo da costela. 
- Fibras oblíquas com direção inferior e posterior. 
• Intercostais externos: se estendem do tubérculo costal até a junção 
costocondral. 
- Fibras oblíquas com direção inferior e anterior.
• Íntimos: parte mais interna com ação de inspiração (entre o interno e 
o íntimo há a passagem de um feixe vasculho-nervoso: veia, artéria e 
nervo intercostais) 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 3
Músculos subcostais
Cirurgia I PRÁTICA
- Músculos subcostais: preso internamente e 
posterior às costelas. 
- Músculo transverso do tórax: preso 
internamente e anterior às costelas. 
- Músculos escalenos: músculo do pescoço 
que se liga às primeiras costelas. 
- Diafragma:
• Cúpula 
diafragmática. 
• Pleura 
diafragmática 
(brillante). 
MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS:
- São coordenados por dois grupos de músculos principais:
• Musculatura intercostal: aumenta do diâmetro ântero-posterior da caixa torácica. 
• Musculatura diafragmática: aumenta o diâmetro supero-inferior da caixa toracica. 
- Gera uma pressão negativa para que o ar entre nos pulmões. 
- Inspiração no indivíduo que está dormindo é predominantemente diafragmática (ventilação mais 
autônoma). 
- O indivíduo acordado, trabalha mais a caixa torácica e também pode controlar a respiração 
diafragmática quando quer. O sistema nervos autônomo é controlado pela vontade do paciente. 
Conteúdo da cavidade toracica:
VÍSCERAS:
- PULMÕES:
• Pulmão esquerdo: 
- 2 lobos (superior e inferior). 
- 1 incisura (oblíqua). 
- Língua (prolongamento da margem anterior do lobo 
superior, entre a incisura oblíqua e a incisura cardíaca). 
- Faces e impressões: 
• Face diafragmática (na base do pulmão).
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 4
Cirurgia I PRÁTICA
• Face costal (das costelas). 
• Impressão do arco da aorta. 
• Impressão cardíaca (profunda). 
- Brônquio fonte esquerdo (mais horizontalizado e 
mais fino que o brônquio fonte direito, que é mais 
grosso e mais verticalizado). 
• Pulmão direito:
- 3 lobos (superior, médio e inferior). 
- 2 incisuras (oblíqua e horizontal). 
- Faces e impressões:
• Impressão do esôfago. 
• Impressão cardíaca (mais leve). 
- Brônquio fonte direito (mais verticalizado e mais 
grosso): risco de aspiração e intubação unilateral. 
• Hilo pulmonar: vemos os anéis cartilaginosos do 
brônquio, as artérias (pressão baixa) e veias 
pulmonares. 
- CORAÇÃO:
• Inserido no saco pericárdico (pericárdio visceral + parietal). 
• Situado no mediastino médio inferior. 
- TRAQUEIA.
- VASOS DA BASE:
• Arco aórtico: vaso espesso com PA de 120,80 mmHg que saí do ventrículo esquerdo. 
• Veia cava superior: têm pressão negativa (para “aspirar” o sangue para o átrio direito). Se forma pela 
tributação de 2 ramos principais, dos troncos braquiocefálicos direito e esquerdo. 
- Tronco braquiocefálico recebe sangue da veia jugular e da veia subclávia. 
- Possui parede mais fina. 
- Entra no átrio direito. 
• Tronco pulmonar: saí do ventrículo direito em direção 
aos pulmões e se bifurca nas artérias pulmonares. 
• Veias pulmonares: direitas superior e inferior, e 
esquerdas superior e inferior que desembocam no átrio 
esquerdo. 
• Artéria carótida: é um ramo direto do arco da aorta, do 
lado esquerdo, e um ramo do tronco braquiocefálico 
(ramo da aorta), do lado direito. 
- TIMO.
- ESÔFAGO: passa posteriormente à traqueia. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 5
Cirurgia I PRÁTICA
REVESTIMENTOS: visceral e parietal
- PLEURA: saco seroso de dupla parede. 
• Pleura parietal tem continuidade com a pleura visceral, formando os 
recessos. 
- Recessos pleurais;
• Costodiafragmático ou costofrênico: onde acumula líquido 
(quando fazemos um Rx do paciente em pé, apresenta velamento, 
fica esbranquiçado, e se tiver um pneumotórax fica tudo preto). 
• Costomediastinal. 
• Retroesofágico. 
• Frênico-mediastínico. 
• Infrapericárdico. 
- PERICÁRDIO: produz líquido seroso que 
permite que o coroa funcione sem atrito. 
• Saco pericárdico: saco de 2 camadas que envolve o coração. 
• Cavidade pericárdica: espaço entre o pericárdio seroso parietal e visceral. 
Anatomia cirúrgica do tórax:

Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 6
No raio X: 
- Líquido: branco. 
- Ar: pretoCirurgia I PRÁTICA
Acesso ao tórax:
Classificação:
- Quanto à indicação:
• Eletiva: fazemos a toracotomia póstero-lateral.
- Para abranger o esôfago: fazemos uma toracotomia póstero-lateral direita (porque o esôfago fica 
mais desse lado). 
- Abrange o hilo pulmonar. 
• De urgência: sempre fazemos a toracotomia ântero-lateral. 
- Quanto ao acesso:
• Aberta ou convencional. 
• Video-assitida. 

Tipos de incisões cirúrgicas:
• Esternotomia mediana. 
• Toracotomia ântero-lateral. 
• Toracotomia posterolateral.
• Toracotomia axilar. 
Indicações:
• Câncer de pulmão e esôfago. 
• Cirurgia cardíaca/ aórtica. 
• Trauma torácico. 
• Pneumotórax persistente. 

Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 7
Cirurgia I PRÁTICA
Pericardiocentese:
- Punção aspirativa do saco pericárdico ou Punção de 
Marfan. 
- Para tirar o paciente do choque do tamponamento cardíaco 
(estase jugular, bulhas rítmicas hipofonéticas e ausculta 
pulmonar normal). 
- Feita no ângulo entre o processo xifóide e o rebordo 
costal, do lado esquerdo (lado direito em situs inversus), 
com a agulha entrando à 45º apontada para o mamilo 
esquerdo. 
• Equivale à janela pericárdica. 
- Acompanhar com FAST ou ECG (se a agulha tocar o 
miocárdio provoca arritmia - extra sístole). 
- Seguir com cirurgia.
- Pode ser total, parcial ou combinada. 
Toracocentese:
- Punção com a finalidade diagnóstica ou terapêutica do derrame pleural pela remoção do acúmulo de 
líquido anormal ali presente.
• Transforma um pneumotórax hipertensivo em um pneumotórax simples. 
- Entra com a agulha no ângulo inferior da espinha da escápula, na borda superior da costela 
inferior (evitar o feixe vasculho-nervoso costal). 
- TÉCNICA: 
• O paciente deve estar sentado com os braços apoiados em anteparo. Após preparar o material e 
realizar a assepsia o médico deve posicionar-se por atrás do paciente e proceder da seguinte 
maneira:
• Anestesia: aspirar o anestésico com uma seringa acoplada à agulha 40 x 12 mm, em seguida com a 
agulha 30 x 7 mm puncionar na borda superior da 
costela inferior, na região lateral à musculatura 
paravertebral e medial à ponta da escápula 
ipsilateral ao lado do derrame.
• Punção: após anestesiar, nova punção deve ser 
realizada no local previamente anestesiado, porém 
desta vez com jelco selecionado acoplado à seringa 
de 20 ml. Deve-se introduzi-lo lentamente sob 
aspiração negativa. Após aspiração do líquido 
pleural, e, portanto, confirmação do dispositivo no 
espaço interpleural, deve-se retrair um pouco a 
agulha metálica, deixando o jelco, e coletar cerca de 
40 ml para estudo. Após coleta do material, retrair 
todo o mandril metálico e acoplar o equipo ao cateter 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 8
Cirurgia I PRÁTICA
plástico estando a ponta distal do equipo dentro do frasco para coleta da secreção a ser 
drenada. Interrompa o procedimento após retirada de cerca de 1000 ml a 1500 ml de líquido ou após 
o paciente apresentar tosse. Faça um curativo com gaze e esparadrapo no local da punção.
- Resultado da toracocentese:
• Quando a secreção é serosa, fluída (amarelo citrina), não fazemos nada. 
• Quando a infecção é bem proteica, mucosa, com polimorfonucleares, mandamos o paciente para 
drenagem. 
Drenagem torácica:
- Exame físico:
• Inspeção. 
• Percussão:
- Som claro pulmonar: normal. 
- Timpânico: pneumotórax. 
- Maciço: hemotórax (geralmente é trauma). 
- PNEUMOTORAX: situação urgente. 
• Classificar em aberto ou fechado. 
• Algum trauma que fez com que vazasse ar para o espaço pleural. 
• Paciente apresenta: estase jugular, expansibilidade diminuída no hemitorax afetado, percussão 
timpânica, MV diminuídos. 
• Fazemos uma punção torácica de alivio primeiramente (no 2º EIC anteriormente) para transformar 
esse pneumotórax hipertensivo em um pneumotórax simples e depois fazemos a drenagem 
propriamente dita.
- Todo paciente clinicamente instável deve ser submetido à punção do 2º espaço intercostal para 
alívio imediato do sintomas, seguido de drenagem torácica. 
- TÉCNICA: drenagem torácica. 
• Incisão transversa no 5º EIC na linha axilar média para 
cima. 
• Utilizando uma pinça com ponta romba do tipo “Kelly 
curva”, faça uma abertura com cerca de 1,5 cm na 
pleura e introduza o dedo na cavidade pleural. 
• Fazer a medição e inserir o dreno (que tem orifícios e é 
radiopaco). 
• Se vier sangue é hemotórax: conectar um selo d’água 
para drenagem. 
- Se o paciente drenar mais que 500 ml rapidamente, já 
é um paciente cirúrgico. 
• Fixamos o dreno com um ponto em “U”. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 9
Cirurgia I PRÁTICA
• Podemos deixar o dreno até 7 dias em casos de trauma geral e de 3 a 4 dias em casos de 
pneumotórax espontâneo. 
• Ao retirar o dreno, não damos ponto, colocamos um “esparadrapão”. 
Esternotomva mediana:
- Só vale para cirurgia eletiva (coração, timo, vasos da base, tireoide…). 
• Amplo acesso ao coração. 
- INDICAÇÕES:
‣ Grandes bocios mergulhanetes. 
‣ Acesso aos vasos da base, pericárdio, coração, timo, 
traqueia proximal. 
‣ Diérerse com serra de esterno ou formão. 
‣ Hemostasia com serra de osso. 
‣ Síntese com fios de aço, abrangendo o esterno.
- TÉCNICA: 
• Corta a pele, subcutâneo e periósteo (com bisturi frio para não dar osteomielite, pois o bisturi quente, 
queima o periósteo que para de ser nutrido). 
• Faz uma incisão no pescoço para passar o dedo e abrir o esterno, e outra incisão para tirar o 
apêndice xifóide e também passar dedo. 
• Com o dedo, faz a dissecção no espaço retroesternal, soltando o saco pericárdico e tentando 
chegar ao máximo um dedo próximo do outro nas incisões. 
• Com uma serra específica, vamos martelando e serrando o osso esterno, sem comprometer o saco 
pericárdico. 
• Colocar cera de osso para reduzir o sangramento (sangra muito). 
• Com o afastador, abre o esterno. 
• Para suturar o esterno, é com fio de aço que envolve o esterno, bem ao lado de suas margens, 
tomando muito cuidado com as artérias mamárias. 
Toracotomia ântero-lateral:
- Melhor via de acesso para o trauma. 
- Paciente em DDH. 
- Vantagem: pode estender para o outro lado, cerrando o esterno 
transversalmente (open book ou Shell). 
- Mais adequado no 5º espaço intercostal esquerdo.
• Abre o pericárdio e começa a massagear o coração para reverter a PCR. 
- Dá acesso a coração e pulmões na emergência. 
- Precisa-se fazer ligadura das artérias mamárias, que está passando elo 
5º EIC. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 10
- Artérias mamárias em 
visão posterior da 
p a r e d e t o r á c i c a 
anterior. 
Cirurgia I PRÁTICA
• Contagem dos espaços intercostais:
- Ângulo de Luis (entre o manúbrio e corpo do esterno): refere-se à 2ª costela e embaixo, o 2º EIC. 
- Qualquer incisão torácica deve ser acima do processo xifóide (que refere-se à cúpula 
diafragmática). 
Toracotomia póstero-lateral:
- Não serve para o trauma, é usada em cirurgias eletivas. 
• Ex: cirurgia de esôfago. 
- Feita em decúbito lateral. 
- O braço do paciente fica em cima de um suporte e usamos como referência o ângulo da escápula 
para frente, no 5ª EIC.
- Início abaixo a escápula ao longo do espaço intercostal. 
- Evitar seccionar músculos serráreis, grande dorsal e peitoral maior, afastando-os ou difusionado-os. 
- Síntese com fios absorvíveis envolvendo ambos arcos costais.

Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 11
Cirurgia I PRÁTICA
Aula 02 - Centro cirúrgico:
Unidade de centro cirúrgico:
‣ A Unidade de Centro Cirúrgico (CC) é composta pelo Centro Cirúrgico (CC) propriamente dito, pela 
Sala de recuperação pós anestésica (RPA) e pelo Centro de Materiais e Esterilização (CME). 
‣ Pode ser definida como um conjunto de elementos destinados à atividade cirúrgica, à recuperação 
anestésica e ao pós-operatório imediato (ANVISA). 
‣ Possui uma organização complexa com característicase assistência especializada. 
- Centro cirúrgico (CC): conjunto de áreas e instalações que permite efetuar procedimentos 
anestésicos-cirúrgicos nas melhores condições de segurança para o paciente e conforto para equipe 
que o assiste. 
• Conjunto de áreas ligadas e instalações de modo a permitir que os procedimentos anestésicos-
cirúrgicos sejam realizados em condições assépticas ideais e seguras. 
• Consiste em: salas operatórias (SO), lavabos, vestuários, sala para acondicionamento de órgãos e 
sangue, sala de depósito, secretaria, sala de estar, copa, expurgo, repouso, sala de equipamentos e 
materiais. 
- Sala de recuperação pós-anestésica (SRPA): destina-se a receber e prestar assistência à 
paciente sob ação anestésica. 
• Localiza-se próximo às SOs, permitindo fácil acesso ao atendimento dos cirurgiões, 
anestesiologistas e da enfermagem. 
- Central de material e esterilização (CME): destina-se ao preparo e esterilização do material 
e equipamentos usados no CC e nas unidades do hospital. 
• Pode ser centralizada, quando presta serviço a todo o hospital, ou descentralizada, quando 
vinculada apenas ao CC. 
Atividades básicas do centro cirúrgico:
I. Realização de procedimentos cirúrgicos e endoscópicos. 
II. Recepcionar e transferir pacientes. 
III. Assegurar a execução de procedimentos pré-anestésicos e executar procedimentos anestésicos 
nos pacientes. 
IV. Realizar a correta escovação das mãos. 
V. Executar cirurgias e endoscopias em regime de rotina ou em situações de urgência. 
VI. Realizar relatório médico e de enfermagem e registro das cirurgias e endoscopias realizadas. 
VII. Proporcionar cuidados pós anestésicos. 
VIII.Garantir apoio diagnóstico necessário e retirar órgãos para transplantes. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 12
Cirurgia I PRÁTICA
O centro cirúrgico (CC):
- Ministério da Saúde: “A Unidade de Centro Cirúrgico é o conjunto de elementos destinados às 
atividades cirúrgicas, bem como à recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediatas”. 
- É um ambiente crítico com o risco 
aumentado de transmissão de 
infecção pelos procedimentos ali 
realizados. 
- De acordo com as práticas 
recomendasse pela AORN 
(Association of Operating Room 
Nurses) 2002, a planta física do setor 
tem de proporcionar barreiras que 
minimizem a entrada de 
microorganismos. Por isso, 
delimitam-se 3 áreas para a 
movimentação de pacientes e da 
equipe:
• Áreas não restritas: local de acesso dos profissionais que trabalham no CC. 
- Profissionais podem circular sem roupa privativa, não é exigido cuidados especiais. 
- Consiste em corredores externos, vestiário, secretaria, local de transferência de macas, anatomia 
patológica, raio X, conforto da equipe. 
• Áreas semi restritas: o tráfego é limitado à pessoas do próprio setor ou vestidas de forma 
adequada. 
- Áreas de atendimento assistencial no pré e pós operatório
- Roupa privativa, calçados adequados e gorro são necessários. 
- Não intervir nas rotinas de controle e manutenção da assepsia da área restrita. 
- Consiste em sala de guarda de equipamentos, farmácia-satélite e copa. 
• Áreas restritas: são as que possuem limites bem definidos para circulação de pessoal e 
equipamentos. 
- Máscaras são exigidas, além da roupa privativa de CC. 
- Técnicas de assepsia e rotinas devem ser rigorosamente controladas e utilizadas evitando 
contaminação do meio. 
- Consistem em salas cirúrgicas, sala de recuperação pós-anestésica, corredor interno e lavabos. 
A equipe cirúrgica:
- Cirurgião: iniciativa, disciplina, segurança, habilidade, equilíbrio, cultura.
- Auxiliar médico:
• Primeiro auxiliar:
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 13
Cirurgia I PRÁTICA
✓ Auxílio intra operatório. 
✓ Auxílio nos atos fundamentais. 
✓ Expor os planos anatômicos. 
✓ Contar nós, enxugar o campo, dar nós. 
✓ Tempo nobre. 
✓ Possibilidade de assumir a função do cirurgião. 
✓ Preparar o doente no pré-operatório imediato. 
✓ Anti-sepsia/ campos/ posição/ cateterismo. 
✓ Auxiliar ativamente o cirurgião. 
✓ Partilhar táticas com o cirurgião. 
✓ Respeito com o instrumentador. 
✓ Dividir as decisões intra operatórias com o 
cirurgião. 
• Segundo auxiliar:
✓ Eventual. 
✓ Atuação complementar a do primeiro auxiliar. 
✓ Facilita o trabalho do 1º assistente para melhor 
auxiliar o cirurgião. 
- Instrumentador:
• Escala inicial da aprendizagem dos cirurgiões. 
• Muitos são graduandos. 
• Preparação do material e instrumental. 
• Conhecimento dos tempos operatórios. 
• Sistematização. 
• Entregar instrumentos corretamente. 
• Vigilância. 
• Responsável pela mesa de instrumentação. 
- Anestesista:
• Executar a anestesia escolhida com eficiência. 
• Informar do andamento da anestesia e condição do paciente ao cirurgião. 
• Não se ausentar da sala de operações. 
• Informar ao cirurgião as intercorrências que surgirem. 
- Circulante de sala:
• Conhecimento e eficiência. 
• Somente sair da sala por ordem da equipe para buscar material. 
• Sigilo profissional.
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 14
Cirurgia I PRÁTICA
- Outros:
• Enfermeiro. 
• Auxiliar administrativo. 
• Auxiliar de limpeza. 
Ambientes de apoio do CC:
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 15
- Sala de utilidades. 
- Vestiários com banheiros. 
- Sala administrativa. 
- Sala de receptivo dos pacientes: espaço 
para receber os pacientes, onde são avaliados 
clinicamente antes da cirurgia ou antes de 
receber medicação pré anestésica. Este 
ambiente deve ser o mais calmo possível. 
- Sala de material de limpeza (DML): destinado 
à guarda dos materiais utilizados na limpeza do 
CC. 
- Revelação de Rx. 
- Sala guarda equipamentos e materiais: área 
para guarda e recebimento de equipamentos 
(microscópios, monitores cardíacos, 
respiradores…). 
- Sala de preparo de equipamentos e 
materais. 
- Sala para armazenamento dos materiais 
estéreis: destinado ao armazenamento e 
distribuição dos artigos estéreis, para uso na 
sala cirúrgica. 
- Expurgo: local para o desprezo de secreções 
das salas de cirurgias. deve estar provida de 
um caso sanitário apropriado e pia. 
- Área guarda maca e cadeira de rosa. 
- Área de biópsia de congelamento. 
- Copa e conforto para equipe: área destinada 
a lanches para que os mesmos não sejam 
realizados em locais inadequados. Deve-se 
dispor nesse local, cadeiras, poltronas e sofás. 
- Sala dos cirurgiões e anestesistas: 
destinadas aos relatórios médicos. 
- Posto de enfermagem: reservada ao controle 
administrativo do CC. Deve estar em local de 
fácil acesso e com boa vida de todo o conjunto 
do setor. 
- Sala de espera com sanitários para 
acompanhantes. 
Cirurgia I PRÁTICA
.
Sala de operações (SO):
- Tamanho:
• Pequena (20 m2): destinadas à especialidades de 
otorrinolaringologia e oftalmologia. 
• Média (25 m2): destinadas às especialidades gástrica e geral. 
• Grande (36 m2): específicas para cirurgias neurológicas, 
cardiovasculares e ortopédicas. 
- Portas: as portas devem possuir visores de viro para evitar sua 
abertura a qualquer momento e impedir acidentes. 
- Piso: o piso deve ser resistente, não poroso e de fácil limpeza, permitindo rápida visualização da 
sujeira, não conter ralos nem frestas, ser pouco sonoro e bom condutor de eletricidade estática, ter 
uma malha de fios de cobre ligada a um fio terra, ser autonivelante, não conter emendas e ser 
antiderrapante. 
• A junção entre o rodapé e o piso precisa ser feita de forma a permitir completa limpeza do canto 
formado.
- Paredes: devem ser revestidas de material liso, resistente, lavável, antiacústico e não refletor de luz. 
Pintadas de cores que evitam a fadiga visual, as tintas não devem possuir cheiro. 
- Teto: se o teto possuir forro, deve ser contínuo nas salas de cirurgia. O uso de teto falso pode 
ocasionar queda de poeira ou outro material na ferida cirúrgica. Material resistente,lavável e não deve 
conter ranhaduras. 
- Janelas: devem ser lacradas, com persianas 
recobertas por vidros, possibilitando a limpeza e 
o escurecimento da SO.
- Iluminação: as lâmpadas na sala de operação 
devem ser fluorescentes e é necessário que 
exista iluminação direta com o foco cirúrgico que 
deve ter como característica a ausência de 
sombras, a redução dos reflexos e eliminação do 
excesso de calor. 
- Ar condicionado: o CC deve possuir um sistema 
de ar condicionado central com objetivo de 
controlar a temperatura e a umidade, promover 
adequada troca de ar, remover gases anestésicos 
e partículas em suspensão. 
- Instalações fluído-mecânicas:
• O vácuo. 
• Oxigênio. 
• Ar comprimido. 
• Óxido nitroso. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 16
Norma Br 7254/82: característica de ar em cada 
espaço. 
Cirurgia I PRÁTICA
Higienização das mãos:
- Lavabo: os lavabos cirúrgicos destinados à desgerminação de mãos e antebraços devem possuir 
profundidade que permita a realização do 
procedimento sem o contato com as torneiras e as 
bordas, conter torneiras com comandos que dispensem 
o contato das mãos para o fechamento, o uso de 
dispensados de sabão líquido para desgerminação e 
recursos para secagem das mãos. 
- Qual a diferença de assepsia, anti-sepsia e 
degermação?
• Assepsia: é o conjunto de medidas que utilizamos 
para impedir a penetração de microorganismos num 
ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livre de 
infecção. 
• Anti-sepsia: é o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de microorganismos ou 
removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-los e para tal fim utilizamos 
antissépticos ou desinfetantes. 
• Degermação: significa a diminuição do número de organismos patogênicos ou não, apos a 
escovação da pele com água e sabão. 
Paramentação cirúrgica:
- A paramentação é o conjunto de barreiras utilizadas contra a 
invasão de microorganismos no sítio cirúrgico e para 
proteção de exposição dos profissionais ao sangue e 
outros fluidos orgânicos. Constitui-se de duas etapas, a 
realização da antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório 
das mãos (escovação cirúrgica da mão) e a utilização de gorro, 
máscara, luva estéril, e opa ou capote estéril. Portanto, a 
paramentação cirúrgica envolve as técnicas de escovar as 
mãos (1), vestir avental ou opa esterilizado (2) e calçar luvas estéreis (3).
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 17
- Flora da pele:
• Flora transitória:
- Compõem-se de variedades sem limites. 
- Localiza-se nas regiões mais expostas. 
- É removida com facilidade. 
- Colonização temporária e depende do 
ambiente a que o indivíduo é exposto. 
• Flora permanete:
- É de mais difícil remoção. 
- Número e qualidade mais ou menos 
constantes. 
- Sua redução pela anti-sepsia é 
transitória, logo se restabelecendo a seu 
nível anterior. 
Cirurgia I PRÁTICA
1. Escovação cirúrgica: Anti-sepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório. 
- Objetivo: eliminar a microbiota 
transitória da pele e reduzir a 
microbiota resistente, além de 
proporcionar efeito residual na pele do 
profissional. 
• Antes de lavar as mãos, se necessários, 
cortar e limpar as unhas. 
- As escovas utilizadas no preparo 
cirúrgico das mãos devem ser de cerdas 
macias e descartáveis, impregnadas ou 
não com antisséptico e de uso exclusivo 
em leito ungueal e subungueal. 
- Para este procedimento recomenda-se: 
anti-sepsia cirúrgica das mãos e 
antebraços com antisséptico 
degermante (mais comum: crolexidine). 
- Duração do procedimento: 3 a 5 minutos para a primeira cirugia e de 2 a 3 minutos para as cirurgias 
subsequentes (sempre seguir o tempo de duração recomendado pelo fabricante). 
- No paciente temos que fazer a degermação com solução degermante ou solução tópica para 
determinar o campo. 
- TÉCNICA: sempre contar 10 vezes e fazer dos dois lados (direito e esquerdo). 
‣ Unhas e pontas dos 
dedos. 
‣ Palma das mãos. 
‣ Face ulnar, radial e 
interdigitos dos dedos. 
‣ Dorso da mão. 
‣ Face ventral do 
antebraço. 
‣ Face radial e ulnar do 
antebraço. 
‣ Face dorsal do antebraço. 
‣ Dobra interior do 
cotovelo. 
‣ Dobra exterior do 
cotovelo (com ele 
flexionado e movimentos 
em círculos). 
‣ Face radial e ulnar do 
cotovelo. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 18
Soluções degermantes:
Cirurgia I PRÁTICA
2. Vestimento do OPA:
- Para que os profissionais possam tocar o material, equipamentos e o campo estéril, é preciso vestir 
roupas esterilizadas (OPA) e luvas cirúrgicas estéreis para garantir que os microrganismos das 
mãos e roupas não sejam transferidos para o sítio cirúrgico do paciente. Assim, a opa é uma peça 
que faz parte da indumentária de paramentação 
cirúrgica, sendo utilizada pelos cirurgiões e 
instrumentadores responsáveis pelo ato cirúrgico. 
- Procedimento para vestir a OPA:
1. Usa-se a primeira compressa para secar as 
mãos, iniciando-se pelos dedos, palma, dorso 
da mão e antebraço. Vira-se a compressa para o 
lado oposto e inicia-se a secagem da outra mão. 
Não retorne a compressa nas áreas que já foram 
secas para evitar contaminação. Despreza-se a 
compressa no hamper. Iniciar a colocação do 
avental cirúrgico. 
2. Segure a OPA na gola com ambas as mãos e 
levante-o da mesa. Pise em uma área onde a OPA 
possa ser aberta sem risco de contaminação. 
3. Segure a OPA longe do corpo e permita que ela se 
desdobre com o interior virado para o usuário. 
4. Mantenha as mãos dentro da OPA enquanto ela 
se desdobra por completo. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 19
Lembretes:
- Braços sempre elevados (para não 
escorrer para as mãos) e mãos sempre 
a frente, e ficar sempre afastado da 
bancada e do jaleco para não 
contaminar. Cuidado para não esbarrar 
a escova na manga (não estéril). 
- Após o término da escovação o 
profissional deverá encaminhar-se para 
a sala de cirurgia com os antebraços 
fletidos, elevados e afastados do 
corpo. 
Cirurgia I PRÁTICA
5. Deslize ambas as mãos para dentro das 

aberturas dos braços, mantendo as mãos 

no nível do ombro e longe do corpo. 
6. Empurre as mãos e antebraços para dentro das mangas 
do roupão, avançando as mãos 

até a borda proximal da bainha do punho.
• Neste momento o circulante de sala deverá auxiliar, realizando 
as seguintes etapas:
7. Puxar a OPA sobre os ombros da pessoa escovada, tocando apenas na costura interna do 
ombro e laterais (não tocar na área escovada). 
8. Amarrar os cadarços (ou fitilhos) da gola e amarrar os cadarços internos da cintura da OPA, 
tocando apenas na face interna da vestimenta. 
3. Colocação das luvas:
- As luvas cirúrgicas esterilizadas são utilizadas como barreira entre o paciente e o profissional da 
saúde, diminuindo a probabilidade de expor o paciente a microrganismos patógenos e a infecção 
do sítio cirúrgico, ou o profissional de saúde contra a exposição ao sangue ou outro material 
potencialmente contaminado. 
1. Abrir o invólucro de papel que protege as luvas e 
expô-las, de modo que os punhos fiquem voltados 
para si. A pessoa escovada pega a luva da 
embalagem tocando a parte interna da luva, 
coloca o polegar e o indicador da mão oposta sobre 
a dobra da bainha evertida em um ponto alinhado 
com a palma da luva e puxa a luva sobre a mão, 
deixando a bainha virada para trás. 
2. A pessoa escovada pega a segunda luva da 
embalagem tocando a parte interna das luvas ao 
colocar os dedos enluvados sob a bainha evertida. 
3. A pessoa escovada, com os braços estendidos e 
os cotovelos ligeiramente flexionados, introduz a 
mão livre dentro da luva e a puxa sobre o punho 
da OPA ao girar discretamente o braço no 
sentido externo e interno. 
4. Para trazer a bainha virada sobre a outra mão sobre 
o punho da OPA, a pessoa escovada repete o passo 
anterior. Checar e garantir que as luvas estão bem 
ajustadas e sobre o punhoda OPA. 
Sala de recuperação pós anestésica (SRPA):
- É a área destinada à permanência do paciente logo após o término do ato anestésico cirúrgico até 
a recuperação da consciência, eliminação de anestésicos e estabilização dos sinais vitais. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 20
Cirurgia I PRÁTICA
- Deve estar instalada dentro do CC ou nas suas proximidades, favorecendo o transporte rápido do 
paciente anestesiado para este local. 
- Os objetivos da SRPA são proporcionar a recuperação dos pacientes e previnir e detectar 
complicações relacionadas ao procedimento anestésico-cirúrgico.
- Admissão na SRPA:
• Conferir a identificação do paciente. 
• Diagnóstico médico e tipo de cirurgia realizada. 
• Permeabiliza de vias aéreas e sinais vitais. 
• Fazer exame físico. 
- Critérios de alta da SRPA: 
• Recuperação completa da consciência. 
• Estabilidade cardiovascular. 
• Função respiratória normal. 
• Função motora recuperada. 
• Dor operatória controlada. 
• Náuseas e vômitos ausentes ou sob controle. 
• Débito urinário de, pelo menos 30 ml/h. 
• Saturação de oxigênio adequada. 
• Curativos limpos. 
• Ausência de sangramentos ativos. 
Classificações cirúrgicas:
- Quanto à finalidade do tratamento cirúrgico:
• Curativa: extirpar ou corrigir a causa da doença (ex: apendicectomia). 
• Paliativa: atenuar ou buscar uma alternativa para melhora da condição, aliviar a dor ou correção do 
problema (ex: gastrostomia). 
• Diagnóstica: esclarecer o processo patológico (ex: laparotomia exploradora). 
- Quanto à prioridade:
• Emergência: o paciente necessita de atenção imediata, o distúrbio pode ser ameaçador à vida. 
• Urgência: o paciente precisa de atenção rápida 
9dentro de 24 a 30 horas). 
• Necessária: o paciente precisa realizar a cirurgia 
(panejada em semanas ou meses). 
• Eletiva: o paciente pode ser operado (pode ou não ser 
realizada). 
• Opcional: a decisão é do paciente. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 21
Cirurgia I PRÁTICA
- Quanto ao porte cirúrgico:
• Grande porte: grande probabilidade de perda de fluido e sangue. 
- Cirurgias de emergência, vasculares arteriais. 
• Médio porte: média probabilidade de perda de fluido e sangue. 
- Ressecção de carcinoma espinocelular, prótese de quadril. 
• Pequeno porte: pequena probabilidade de perda de fluido e sangue. 
- Plástica mamoplastia e endoscopia digestiva. 
- Quanto ao potencial de contaminação cirúrgica:
• Limpa: tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso e 
inflamatório local (ex: mamoplastia). 
• Potencialmente contaminada: tecidos colonizados por microbiota pouco numerosa, tecido de difícil 
descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório, e com falhas técnicas discretas 
no transoperatório (ex: colecistectomia com colangiografia). 
• Contaminada: tecidos abertos e recentemente traumatizados, colonizados por microbiota bacteriana 
abundante, de descontaminação difícil ou impossível. Ocorrido fala técnica grosseira, na ausência de 
supuração local (ex: hemicolectomia). 
• Infectada: tecido ou órgão em presença de processo infeccioso (supuração local), tecido necrótico, 
corpos estranhos e feridas de origem suja 9ex: cirurgias de reto e ânus com secreção purulenta). 
Terminologia cirúrgica:
- Conjunto de termos que representa uma forma de expressão técnica própria utilizada no 
hospital, para indicar um ato cirúrgico proposto e/ ou realizado. Os termos são formados por:
• Prefixo que designa a parte do corpo. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 22
Cirurgia I PRÁTICA
• Sufixo que indica o ato cirúrgico realizado. 
Posições cirúrgicas:
- A posição adequada do paciente é essencial para que os procedimentos sejam bem sucedidos e 
realizados com segurança. 
- Colocar o paciente na posição correta para uma intervenção cirúrgica é um fator chave no desempenho 
de um procedimento seguro e eficiente. 
- Decúbito dorsal ou supina:
• O dorso do paciente e a coluna vertebral 
ficam repousados na superfície do colchão 
da mesa cirúrgica. A cabeça fica apoiada 
em travesseiro, retificando a coluna vertebral. 
Os braços ficam ao longo do corpo ou 
abduzidos em apoios laterais, tipo 
braçadeiras (ex: cesariana). 
- Decúbito ventral ou prona:
• O paciente fica deitado de abdome em 
contato com a superfície do colchão da 
mesa cirúrgica, permitindo a abordagem da 
coluna cervical, da área retal e das 
extremidades inferiores. Os braços devem 
ficar estendidos para frente e apoiados em 
talas. O sistema respiratório dica mais 
vulnerável na posição de decúbito ventral (ex: 
cirurgias de coluna, hérnias de disco). 
- Decúbito lateral:
• O paciente fica em decúbito lateral, esquerdo 
ou direito, oferecendo acesso à parte 
superior do tórax e região renal. Sempre do 
lado contralateral ao da cirurgia (ex: cirurgias 
torácicas). 
- Posição de Trendelenburg:
• Variação da posição de decúbito dorsal, onde 
a parte superior do dorso é abaixada e os pés 
elevados. Mantém as alças intestinais na 
parte superior da cavidade abdominal (ex: 
posição utilizada para cirurgias de órgãos 
pélvicos, laparotomia de abdome inferior). 
- Posição Trenlenburg reverso ou proclive:
• Mantém as alças intestinais na parte inferior 
da cavidade abdominal. Reduz a pressão 
sanguínea cerebral (ex: posição utilizada para 
cirurgias de abdome superior e cranianas). 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 23
Cirurgia I PRÁTICA
- Posição Fowler ou sentada:
• O paciente é colocado em posição supino e o dorso 
da mesa é elevado, permanecendo semi-sentado na 
mesa de operação. Posição utilizada para conforto 
do paciente quando há dispneia, indicada em 
cirugia de ombro (ex: dreno de tórax). 
- Posição de canivete (kraske):
• O paciente é colocado em decúbito ventral, em 
seguida, com o abdome em contato com o colchão 
da mesa cirúrgica, flexiona-se o corpo na região do 
quadril, de modo que o tórax, os membros superiores 
e os membros inferiores fiquem em posição mais 
baixa do que a região a ser operada. As regiões do 
quadril e do glúteo ficam em um plano mais 
elevado, em ângulo de aproximadamente 90º (ex: 
procedimentos proctológicos). 
Tempos operatórios:
➡ Diérese: é o momento de rompimento dos tecidos, por meio de instrumentos cortantes. Ex: bisturi 
(frio ou elétrico) e tesouras. 
➡ Hemostasia: é o processo através do qual, se detém o sangramento, ocasionado pela diérese.
(compressas, pinças hemostáticas, bisturi elétrico).
➡ Exérese (cirurgia propriamente dita): é o tempo cirúrgico principal, voltado para o objetivo do 
procedimento.
➡ Síntese: é a união dos tecidos,(agulhas e porta-agulhas e fios).
Montagem da mesa instrumental:
- Para que seja possível a realização do ato cirúrgico, é preciso dispor de 
uma mesa auxiliar com instrumentais e materiais específicos para a 
cirurgia (mesa auxiliar de instrumental). 
‣ De diérese: são aqueles que cortam. 
‣ De hemostasia: destinados a deter ou previnir 
uma hemorragia ou impedir a circulação de 
sangue em determinado local em um período de 
tempo (ligaduras). 
‣ De preensão (transitória). 
‣ De síntese: para junção/ união das bordas de 
uma lesão, com a finalidade de estabelecer a 
contiguidade do processo de cicatrização. 
‣ Instrumentos especiais. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 24
Cirurgia I PRÁTICA
Instrumentos de diérese:
- Bisturis: os cabos de bisturis são designados por números, por 
exemplo: cabo n°3 ou n°4. Quanto menor o número, menor a 
lâmina, destinado a atos cirúrgicos. 
- Tesouras: são instrumentos de corte, podem ser curvas ou 
retas, fortes ou delicadas e em diversos tamanhos. Podem 
apresentar lâmina simples ou serrilhada e pontas rombas ou 
pontiagudas ou uma combinação das duas (Romba-Romba, 
Romba- Ponta, Ponta-Ponta).
• Tesoura de Metzembaum: pode ser reta ou curva: tecidos mais delicados, profundos.Pode ser 
utilizada para dissecção, divulsão e descolamento (tecidos moles). 
• Tesoura de Mayo: pode ser reta ou curva ,é mais forte, para tecidos mais grosseiros (ex: 
cartilagem, apêndice xifoide, drenos). Mais traumática que Metzembaum.
• Tenta cânula: mais para uma proteção de estruturas no 
momento da incisão.Usada para cantotomia (“cirurgia do canto”): 
para cirurgia de unhas encravadas. 
- Outras pinças:
• Pinça de Cheron: utilizado para anti-sepsia do paciente.
• Pinça de campo – Backaus: fixação de campo para delimitar área operatória. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 25
Pinça de campo. Pinça de Cheron. 
Cirurgia I PRÁTICA
Instrumentos de hemostasia:
• Pinça de Kelly: mais utilizada, tem ranhuras até a metade do local de abertura. Utilizada para 
vasos (hemostasia definitiva), fios grossos e pinçamento e divulsão de tecidos também. 
• Pinça Halsted: kelly pequena = mosquito, menor tamanho e maior delicadeza, o curvo é mais 
usado. 
• Pinça Mixter: curvatura de 90 graus no local de abertura, utilizada para estruturas profundas e 
principalmente pedículos vasculares. 
• Pinça Kocher: hemostasia definitiva. 
• Pinça Bulldog: utilizada para fistula arteriovenosas (ex: diálises). 
• Pinça Satinsky: pinça vascular controle do vaso sangrante (sempre bloquear o sangramento com 
preensão proximal e distal à lesão ). 
Instrumentos de exérese:
- Para cirurgias do trato gastrintestinal:
• Preensão não traumáticos: vísceras, 
tecidos, tendo superfície de contato 
ampla com as arranhaduras.
- Pinça de Babcock: utilizada 
para apresentação de alças.
- Pinça de Duval: preensão de 
pulmão nas lobectomias, ou segmentos de intestinos a serem ressecados, ex: apêndice. 
- Pinça de Collin. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 26
SATINSKY
BULLDOG
Cirurgia I PRÁTICA
- Pinça de coprostase: preensão para interromper o transito gastrointestinal “ afastar fezes do 
local de manipulação”.
• Pode ser usado para “isolar” uma área que vai ser trabalhada, para que não tenha conteúdo 
entérico e fezes nessa área
• Traumáticas:
- Pinça de Allis: apresentar um segmento de intestino que vai ser removido. 
- Pinça de coração. 
- Afatstadores:
• Farabeuf (dinâmico): utilizado para afastar pele, subcutâneo e plano superficial, tamanho pequeno. 
• Finochietto (estático): utilizado em cirurgia de tórax e afastamento costelas na toracotomia, tem 
roda dentada. 
• Valva de Doyen: utilizado para apresentar fígado, baço.Auxiliar que segura. 
• Gosset (autoestático): utilizado para afastar parede abdominal. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 27
Croprostase
Valva doyen
Cirurgia I PRÁTICA
Instrumentos de síntese:
- Pinças, porta agulhas e fios:
• Pinças:
- Pinça anatômica: tecidos variados “preensão transitória”. 
- Pinça dente de rato: tem uma protuberância na ponta, utilizada em estruturas menos 
delicadas. 
- Pinça de addison: utilizada para cirurgias menores, plástica, de rosto, infantil. Tem com dente 
ou sem. 
- Pinça bico de pato. 
• Porta Agulhas:
- Hegar: mais utilizado. 
- Mathieu (aperta um pouco prende, 
um pouco mais solta). Utilizado em 
microcirurgia. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 28
Cirurgia I PRÁTICA
Aula 03- Vias de acesso ao pescoço:
Divisão anatômica do pescoço: 
- O pescoço é dividido em trígonos como forma de facilitar a localização de estruturas, lesões ou 
afecções. 
- Tomamos como ponto de referência o músculo esternocleidomastóideo. 
- Trígono anterior:
• Limites:
✓ Margem medial e anterior do músculo ECM. 
✓ Manubrio esternal. 
✓ Base da mandíbula.
✓ Linha média do pescoço. 
• Conteúdo:
- Região supra hióidea: glândulas parótidas e 
submandibular, nervo hipoglosso, assoalho da 
boca, nervo marginal da mandíbula (ramo facial). 
- Região infra hióidea: cartilagens tireoide e 
cricóide, glândula tireoide e paratireóides, esôfago 
cervical (esquerda), nervo laríngeo superior e 
recorrente. 
• Trígonos anteriores: limites.
- Trígono submandibular: ventre anterior e ventre 
posterior do músculo digástrico e base da 
mandíbula. 
- Trígono submentual: 2 ventres anteriores do 
músculo digástrico, osso hioide e mandíbula. 
- Trígono carótico: margem posterior do ECM, 
ventre superior do músculo omo-hióideo e ventre 
posterior do músculo digástrico. 
- Trígono muscular: margem medial do músculo ECM, músculo omo-hioideo, corpo do osso 
hioideo e manúbrio esternal. 
- Trígono posterior (ou cervical lateral):
• Limites:
✓ Borda posterior do músculo ECM. 
✓ Borda do músculo trapézio. 
✓ Clavícula. 
✓ Osso occipital.
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 29
Cirurgia I PRÁTICA
• Ele é dividido em trígono occipital (superior) e trígono omoclavicular (inferior) , pelo ventre inferior 
do músculo omo-hioideo. 
• Conteúdo:
- Nervo acessório.
- Músculo omo-hióideo. 
- Fossa smupraclavicular: artéria e veia subclávias, ducto linfático e pleura. 
- Região carotídea: são as estruturas que passam abaixo do músculo ECM. 
• Artéria carótida comum e sua bifurcação. 
• Veia jugular interna. 
• Nervo vago. 
Infecções cervicais:
• O espaço entre as fáscias viscerais e a fáscia pré vertebral (profunda) tem comunicação com o 
mediastino. 
• Infecções neste espaço podem evoluir com mediastinite (40% de óbito). 
• Drenagem cervical ampla, mediastinal e pleura bilateral. 
Zonas do pescoço para o trauma:
- Divide o pescoço em espaços horizontalmente. 
• Zona 1: se estende da cartilagem 
cricóide até as fossas sub/supra 
clavicular e fúrcula esternal. 
- Alta mortalidade e difícil manejo. 
• Zona 2: da cartilagem cricóide até 
o ângulo da mandíbula. 
- É a zona mais acometida, mas 
também a de mais fácil acesso, 
por ser uma região grande e bem 
exposta.
• Zona 3: do ângulo da mandíbula 
até a base do crânio. 
- Difícil abordagem cirúrgica e alta mortalidade. 
- Glândula parótida faz um “sanduíche” sobre o nervo facial (cuidado em cirurgias da parótida para 
não lesar o nervo e causar paralisia facial). 
- Estrutura mais importante dessa zona é a artéria carótida interna (vai para o SNC), de difícil 
acesso. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 30
Bainha carotídea:
Cirurgia I PRÁTICA
Níveis linfonodais:
- Nível 1:
• 1a: submentoniano. 
• 1b: submandibular. 
- Nível 2: jugulocarotídeos superiores. 
• 2a: anterior. 
• 2b: posterior. 
- Nível 3: jugulocarotídeos médios. 
- Nível 4: júgulocarotídeos inferiores. 
- Nível 5: triângulo posterior. 
- Nível 6: compartimento anterior. 
Músculos pré-tireoideanos:
- São vistos ao rebatermos o músculo ECM. 
• Músculo esterno-hióideo: é o mais longo. 
• Músculo esterno-tireoideo: é o mais profundo. 
• Músculo tireo-hidoideo: é o de menor significância. 
• Músculo omo-hióideo.
Conteúdo do pescoço:
- Osso hioide (formato de 
C). 
- Traqueia (anéis traqueais). 
- Istmo da glândula 
tireoide. 
- Cartilagem cricoide. 
- Membrana cricotireóidea. 
- Cartilagem tireoide. 
Vias de acesso:
- A melhor via de acesso no abdome é a laparotomia mediana. 
- A melhor via de acesso no tórax é toracotomia antero-lateral (bilateral - 
open box). 
- A melhor via de acesso no pescoço é a incisão em colar: 2 dedos acima 
da fúrcula esternal e sobre acompanhando a borda anterior do músculo 
esternocleidomastóideo, bilateralmente, gerando grande exposição. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 31
Eles fazem parte da deglutição: quando 
deglutimos, esses músculos mobilizam 
a laringe para cima, para que o 
alimento siga seu percurso pela laringe 
e fecha a faringe. 
O músculo ECM protege 3 estruturas nobres:
- Lateral e posterior: veia jugular interna. 
- Medial e anterior: artéria carótida comum 
(bifurca na altura da mandíbula em interna - 
SNC - e externa - vasos faciais). 
- No meio: nervo vago (X).
Cirurgia I PRÁTICA
Cricotireoidostomia:
- Definição:
• Via de acessoà VAI em situações de urgência (deve ser retirado em no máximo 24 horas e depois 
fazer a traqueostomia se necessário). 
- Isso porque a cânula da cricotireoideostomia está sob as cordas vocais, além de que se 
ultrapassar 24 horas, favorece a fibrose e estenose glótica (fecha a glote).
• Obstrução (corpo estranho, angioedema ou traumatismo grave). 
• Falava ou contraindicação da IOT e/ ou ventilação positiva. 
• Procedimento realizado através da membrana cricóidea (entre a cartilagem tireoide e cricoide). 
- Contraindicações:
• Ausência de referência anatômica. 
• Distorção anatômica (bócios, tumores). 
• Doença laríngea aguda (infecção ou trauma). 
• Crianças < 12 anos (membrana ainda é muito pequena e de difícil acesso). 
- Cricotireoidostomia X Traqueostomia:
• Mais rápida e fácil que a traqueostomia por ser mais superficial (tem pele, subcutâneo e fáscia 
cervical superficial). 
• Não requer manipulação da coluna cervical. 
• Menores complicações.
• Temporária.
- Materiais:
• Lâmina de bisturi nº 11. 
• Afastador traqueal (gancho). 
• Pinça de Trosseau (ou similar). 
• Cânula de traqueostomia. 
• Tubo orotraqueal com balão inflável. 
- Existem 3 formar de se fazer uma cricotireoidostomia:
• Por punção com jelco: não é uma via área definitiva e serve apenas como uma ponte terapêutica, 
com menor ventilação. Punciona-se a membrana com um jelco. É uma boa escolha para pacientes 
com dificuldade de intubação. 
• Percutânea: por punção com cateter (similar a cateter de acesso venoso central) ou Técnica de 
Seldinger, onde faz a punção da membrana e é passado um fio guia até a carina e a cânula é 
inserida. Boa para profissionais sem treinamento cirúrgico. 
• Técnica cirúrgica propriamente dita: é feita uma ampla incisão transversa entre as cartilagens 
cricoide e tireoide e divulsão da abertura, para dar passagem à cânula. Após inserção da cânulas, 
deve-se insuflar o cuff e conectar o dispositivo a um sistema de ventilação.
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 32
Cirurgia I PRÁTICA
- Técnica:
• Extensão cervical se possível, imobilizar traqueia com a mão 
dominante, palpação da MCT. 
• Incisão de 3 a 5 cm, palpar a membrana e confirmar a 
anatomia. 
• Incisão < 1cm da MCT horizontal (transversal). 
• Tração traqueal cranialmente com o afastador. 
• Dissecção/ dilatação do acesso.
• Inserção da cânula e confirmação da posição via ausculta 
torácica. fixação do tubo/ cânula. 
- Como encontrar o ponto certo? Na linha mediana do pescoço, sente o osso hioide que é uma 
saliência e vai descendo, onde vamos encontrar uma fenda que é a membrana tireohioidea (não serve), 
sente-se outra saliência, que é a cartilagem tireoide e desce novamente onde terá um afundamento que 
é a membrana cricotireoidea, faz uma incisão transversa, abre as estruturas com o auxílio de um Kelly e 
passa a cânula e insufla o ar para prender ela. 
Traqueostomia:
- Definição:
• Realizado em situações em que se prevê a necessidade, não necessariamente emergencial (acesso 
definitivo à via aérea). 
• É um procedimento cirúrgico e mais demorado que a cricotireoidostomia, leva cerca de 30 minutos. 
• Aborda os anéis traqueais. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 33
Cirurgia I PRÁTICA
• Mais difícil, pois passa por mais estruturas para chegar na luz traqueal (istmo da tireoide, 
músculos pré tireoideanos, veias tireoidenas inferiores…).
- Materiais:
• Bisturi número 3. 
• Pinças hemostáticas curvas (ex: Kelly). 
• Materiais de síntese. 
• Afastador de Farabeuf. 
• Material para assepsia e antissepsia. 
• Anestésico local. 
• Cânula traqueal. 
- Técnica:
1. Posição do paciente: em hiperextensão. 
2. Assepsia: deve ser feita desde o manúbrio e 
respeitando a ordem da área da incisão para a periferia, 
sempre no mesmo sentido e descartar a gaze sempre 
que cegar na periferia (não pode voltar o material). 
3. Colocação do campo: o campo fenestrado deve ser 
colocado, com o sentido de retangular a incisão, seja 
ela longitudinal ou transversa. 
4. Local da incisão: 2 dedos acima do manúbrio ou 
fúrcula esternal ou 2cm abaixo da cartilagem tireoide. 
5. Anestésico local: deve ser infiltrado na pele e 
subcutâneo na altura da incisão. Sempre aspirar ante 
de injetar. 
6. Incisão: a transversal é mais estética e a longitudinal é 
mais fácil (é a que o professor usa). Deve ser feita na 
pele, músculo platisma e no subcutâneo. 
• Cuidado com as veias jugulares anteriores, se elas 
sangrarem, faz-se a ligadura dos vasos. 
7. Camada muscular: é feita a dissecação dos músculos pré tireoideanos, seguindo pela linha 
média que é avascular. 
8. Istmotomia (ou istmectomia): em pessoas que tem o istmo muito grande que impossibilita a 
visualização da traqueia. Em pessoas com o istmo da glândula tireoide normal, pode somente 
rebatê-lo e empurrar-lo para cima com uma pinça. Com isso é possível acessar a traqueia. 
9. Abertura da traqueia: nesse momento deve-se revisar a hemostasia, checar os materiais e fazer a 
abertura da parede traqueia entre o 2º e o 4º anel (melhor local abaixo da glote). 
10. Introdução da cânula de traqueostomia: é passada a cânula com o cuff insuflado. 
• Inserir a cânula apontada para cima e rodar (e se ela for de plástico, insuflar o ar).
11. Fixação: fixa-se o dispositivo com pontos simples na volta do tubo para que ele fique firme. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 34
Cirurgia I PRÁTICA
- Indicações: na prática a traqueostomia é pouco 
utilizada pelo seu tempo de demanda, sendo mais 
empregada em…
• Alterações anatômicas (tumores). 
• Prevenção contra sequelas fonatórias ou 
estenose da traqueia em indivíduos sob 
ventilação mecânicas prolongada. 
• Outras: obesidade, apneia obstrutiva do sono, 
hipoventilação…
- Complicações:
• Falso trajeto (a única cartilagem completa da via 
aerea é a cricoide, o restante da parede posterior 
é membranoso, a cânula pode ultrapassar e 
chegar no esôfago). 
• Seletividade (comum em pacientes brevelíneos, 
com uso de cânulas longas). 
• Enfie subcutâneo, hemorragias, fístula 
traqueoesofáica, infecções locais e pneumotórax. 
- Pós operatório: requisição de Raio X de tórax, 
avaliação de fisioterapia e fonoterapia, troca do 
curativo, aspiração e limpeza da cânula 
intermediária. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 35
Cirurgia I PRÁTICA
Aula 04 - Nós Cirúrgicos. 
Nós da aula:
- Nó de cirurgião. 
- Nó de sapateiro (“revolver”). 
- Nó duplo. 
- Nó de profundidade. 
- Nó de porta agulha. 
Hemostasia definitiva (ligadura de vasos):
• 1º nó: para comprimir o tecido. 
• 2ª nó: de tração (impedir que o nó afrouxe). 
• 3º nó: de segurança (para dar firmeza). 
- Com fio de algodão: dar sempre o número de “zeros” + 1 nó. 
• Algodão 00 (dois zeros): dar 3 nós. 
• Algodão 000 (três zeros): dar 4 nós. 
- Se for um fio monofilamentar (nylon, prolene…), eles soltam facilmente, então temos que dar vários nós. 
- Técnica:
• Vaso sangrante: com o Kelly, pegamos o vaso e clamamos (para de sangrar), assistente apresenta a 
porção e o cirurgião passa o fio por baixo do Kelly. 
• 1º nó: é o de cirurgião com a mão direita (lembrar de antes de dar o nós, descruzar por baixo - só 
precisa 1x). 
• Conforme aperta o 1º nós, pede para o assistente soltar o Kelly e continua apertando. 
• 2º nó: é o de sapateiro com a mão esquerda (para não deixar afrouxar o 1º e manter a tração). 
- Faz esse com a mão esquerda porque a disposição dos nós fica melhor (mas pode fazer com a 
direita se quiser, João que faz isso para intercalar os ´´lados`` dos nós e fica numa disposição 
melhor). 
• 3º nó: é o de cirurgião com a mão direita. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 36
Cirurgia I PRÁTICA
Aula 05 - Suturas:
Conceitos:
- Nó cirúrgico: é o entrelaçamento ordenado e lógico feito com as extremidades 
livres do fio com o objetivo de uni-las e fixa-las. 
- Ponto cirúrgico:é o segmento de fio compreendido entre duas passagens dele 
pelo tecido. É a unidade da síntese. 
- Sutura: é o ponto ou conjunto de pontos aplicados nos tecidos com o objetivo 
de união, fixação e sustentação deles, durante o processo de cicatrização. 
Suturas descontínuas:
- Sutura em X. 
- Sutura em U. 
- Ponto simples: mais usado em diversos tecidos. 
- Ponto Donatti (longe/ longe - perto/ perto): usado na 
pele, incluindo subcutâneo, áreas de tensão. 
- Sutura Gelly. 
- Sutura Swift. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 37
Ponto em “X" Ponto em “U”
Ponto simples
Ponto Donatti
Cirurgia I PRÁTICA
Suturas contínuas:
- Chuleio simples: subcutâneo, gastrintestinal, pele. 
- Chuleio ancorado: musculatura, aponeurose. 
- Barra grega evertente. 
- Barra grega invertente 
- Intradérmica: cicatriz. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 38
Chuleio simples
Chuleio ancorado
Intradérmica
Cirurgia I PRÁTICA
Aula 05 - Vias de acesso ao abdome:
Cavidade peritoneal:
- Ou cavidade abdominal, é localizada no abdome, contém 
algumas vísceras (maior parte delas). 
- Limitada pelo peritônio parietal, na sua porção anterior e na 
sua porção posterior.
- Atrás do peritônio parietal fica o retroperitônio.
- O peritônio é um saco membranoso com duas membranas:
• A camada parietal cobre a parede abdominal. 
• A camada visceral recobre a maioria das vísceras 
abdominais. 
- Entre as duas camadas há um pequeno espaço 
chamado cavidade peritoneal que contém pequenas 
quantidades de fluido peritoneal seroso. Uma vez que as 
camadas peritoneais são contínuas uma com a outra, elas 
formam recessos (fundos de saco) em locais onde a camada 
parietal se reflete para formar a camada visceral. 
- Alguns órgãos, como os rins, as glândulas suprarrenais e os 
ureteres não são cobertos pelo peritônio visceral, sendo por isso 
chamados órgãos retroperitoneais. Os restantes órgãos abdominais 
são completamente cobertos pela camada visceral e são por isso 
chamados órgãos intraperitoneais.
Abdome: 
- O abdome tem uma cavidade peritoneal (ou cavidade abdominal) e outra porção que se chama 
retroperitônio (que faz parte do abdome e está posterior ao peritônio parietal na sua reflexão 
posterior).
- O abdome tem uma parte móvel (parede ântero-lateral e diafragma) e uma fixa (pelve, coluna, 
tórax).
• O tórax não tem tanta expansibilidade porque tem as costelas e a musculatura intercostal (por isso 
toracotomia é mais difícil que laparotomia).
• Parte móvel: em cima por conta da 
respiração (mobilidade do diafragma) e na 
parede ântero-lateral (por conta do intestino 
delgado e grosso. 
- Na gravidez: intestino tem ar e líquido, 
abdome distende ântero-lateral e outro lugar 
que pode dar problema por distensão é no 
diafragma, que pode causar uma dificuldade 
respiratória. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 39
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/peritonio
Cirurgia I PRÁTICA
- Muito doentes que tem distensão abdominal, ou por ascite, ou por distensão abdominal de alça 
tem uma certa dificuldade respiratória. S
- Síndrome compartimental abdominal: tórax avantajado e abdome curto, se tiver distensão de 
abdome, vai ter um problema porque não cabe (aumento exagerado da pressão abdominal (> 
12cm H2O), que causam insuficiência respiratória, insuficiência renal, acidose, etc... porque tem 
muita pressão, e ela comprime a porte móvel e a parte fixa). 
- Intestino delgado (4 a 4,5 m) + intestino grosso (1,5m) = 6 a 8 metros —> 
para caber na cavidade abdominal, tem que sanfonar o intestino, por isso 
que o intestino delgado tem pregas mucosas (e pregas mucosas do 
intestino grosso).
• Prega do intestino delgada é circular e completa. No intestino 
grosso é incompleta, por isso que é possível observar o sinal de 
empilhamento de moedas quando está obstruído, porque a mucosa fica 
empilhada uma ao lado da outra.
- Função da tarde abdominal:
✓ Proteção. 
✓ Elasticidade. 
✓ Possibilidade de acumular tecido adiposo (controle de temperatura). 
- Tanto na parede como gordura visceral – relacionado com o aumento ântero-posterior do abdome, 
num doente normal (aumenta risco de IAM, AVC e resistência a insulina). 
✓ Evitar que as alças ou o conteúdo dentro do abdome prolapse (hérnias inguinais, incisionais e 
adquiridas – prolapso de algumas vísceras ou algo de dentro do abdome). 
- Abdome tem pressão positiva (diferente do tórax, que geralmente é negativa). Tem uma zona de alta 
pressão no abdome por conta da grande quantidade de órgãos, do ar, dos movimentos peristálticos, 
tem muito liquido, muito sangue circulando (a. mesentéricas, aorta, cava inferior, rins, fígado).
• Atos que aumentam a pressão do abdome: vias urinárias, vomitar, evacuar, etc... por isso que 
pacientes que tem musculatura débil no abdome tem obstipação intestinal, doente que vomita no 
pós-operatório pode ter deiscência dos pontos (evisceração: vísceras sai – atravessa todas as 
camadas. x eventração: sai para fora do ventre – tem a pele e peritônio íntegros).
- Músculos do abdome:
• Parede ântero-lateral:
- Músculo reto abdominal. 
- Músculo oblíquo externo. 
- Músculo oblíquo interno. 
- Músculo transverso. 
- Músculo piramidal. 
- Camadas para atingir o peritônio parietal: pele ! subcutâneo, que se em 2 fáscias, uma mais 
gordurosa e uma mais fibrosa (camper – mais gordurosa e scarpa – mais fibrosa) ! linha alba (linha 
média) ! peritônio parietal ! cai dentro da cavidade abdominal.
• Fáscia = tecido que recobre o músculo/ aponeurose (obeso tem > Camper). 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 40
- Melhor abrir na linha média 
numa emergência, porque é 
mais próximo abrir no meio, 
porque cai mais rápido na 
cavidade abdominal —> 
laparotomia mediana.
Cirurgia I PRÁTICA
Vias de acesso à cavidade abdominal:
- Conceito: ato pelo qual o cirurgião realiza a abertura da parede abdominal, em qualquer de suas 
partes, a fim de penetrar na cavidade abdominal. 
- Finalidades:
• Via de acesso segura. 
• Dependente de: afecção, doente, operação, estética. 
- Requisitos:
✓ Assepsia e anti sepsia. 
✓ Técnica cuidadosa. 
✓ Exposição. 
✓ Conhecimento anatômico. 
✓ Eventual ampliação. 
✓ Síntese adequada. 
✓ Boa cicatrização. 
Laparotomia:
- Direção:
• Longitudinais. 
• Transversas. 
• Oblíquas. 
• Combinadas. 
- Umbigo:
• Supre umbilical. 
• Infra umbilical. 
• Para umbilical. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 41
- Do apêndice xifoide até o púbis ! 
laparotomia xifopúbica ! incisão 
mais rápida quando tem que abordar um 
trauma e quando não sabe exatamente o 
que está acontecendo no abdome. 
- Laparotomia exploradora (sabe que 
tem algo no abdome mas não sabe o 
que é): faz uma laparotomia mediana 
(contorna pela esquerda ou pelo meio) - 
o ligamento redondo do fígado insere do 
lado direito da cicatriz umbilical, que é 
antiga veia umbilical, então se cortar do 
lado direito pode deixar uma ptose 
hepática – descenso, queda anormal.
- Assoalho pélvico tem uma certa mobilidade em mulheres ! evolução ! 
gestação, parto.
• Pelve feminina ! mais larga, tem maior flexibilidade no assoalho pélvico. 
- Problemas que advém disso: prolapso uterino, vaginal, incontinência 
vesical. 
- Operações que se concentram nessa região são mais difíceis do ponto 
de vista cirúrgico no homem do que na mulher, porque a bacia do 
homem é mais estreita. Além disso, a resistência muscular do homem é maior do que na mulher 
(que não pode ser tão forte, por conta da gravidez). 
Cirurgia I PRÁTICA
Laparotomias longitudinais:
- Mediana (cirurgia de emergência): menos demorada, pois vai na linha Alba direto. Contorna o umbigo 
pela esquerda ou pelo meio.
- Pode ser: supra umbilical, infra umbilical, xifo-púbica ou médio-
umbilical. 
• Mais rápida e sangra menos, porque a linha alba é um 
espessamento de todas as aponeuroses na linha mediana, mas por 
outro lado, não ser muitovascularizada, não sangra muito, a 
cicatrização é mais demorada, abre mais fácil do que os outros 
tipos de incisões, porque tem menos camada, e não tem músculo 
interpondo entre peritônio e as vísceras e a pele.
• Vantagens:
- Bom acesso e rápida. 
- Fácil extensão. 
- Fácil execução e sutura. 
- Relativamente avascular (é uma aponeurose). 
• Desvantagens:
- Mais dolorosa. 
- Menos cosmética. 
- Mais eventração. 
- Paramediana: são mais demoradas, porque tem que abrir plano por plano. 
• Pararetal interna e transrretal (=dor): 
descola o reto com bisturi elétrico, e entra na borda 
interna do retoabdominal, um pouco para o lado da 
mediana (cirurgia eletiva). 
- Ou faz a paramediana pararetal interna (melhor 
para longitudinal) ou a transretal, porque na hora 
de suturar, fazer a síntese da cavidade, o reto vai 
voltar para o local, escondendo a cicatriz feita.
• Parietal externa: na borda lateral do 
retoabdominal, não faz porque se fizer isso secciona todos os 
nervos que vão para o retoabdominal e ele fica atrofiado e molengo.
• Vantagens:
- Menos hérnia, menos evisceração (porque tem um músculo em 
cima do outro, e quando reconstrói a parede abdominal a chance 
de dar hérnia é menor porque tem vários músculos, mesmo 
cortando parte deles). 
• Técnica: 
- Corta com bisturi. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 42
- Paramedianas: paralelas, em relação a 
cicatriz umbilical. 
• Cicatriz umbilical, aponeurose 
retoabdominal, que flexiona o tronco 
sobre a pelve, obliquo externo, obliquo 
interno e transverso, fazem a rotação do 
tronco.
Cirurgia I PRÁTICA
- Abre de um lado e do outro a aponeurose, se cortar todos o musculo de ´´cabo a rabo``, denerva 
(paramediana pararetal externa) todo o músculo, então pega o bisturi, disseca e encontra a borda 
interna do retoabdominal, descola tudo e corta o peritônio longitudinal. 
- Acabou a cirurgia, sutura o peritônio e coloca o musculo no lugar, a incisão do peritônio está no 
meio, e o retoabdominal protege, então como só separou ele da aponeurose mediana, a inervação 
está chegando. Então protege a incisão do peritônio, que está em um plano, e a incisão do 
retoabdominal está em outro plano
Exemplo de nomenclatura da incisão: Laparotomia longitudinal paramediana pararetal externa 
esquerda infraumbilical. 
Laparotomias transversais:
- Transversais:
• Supra umbilical. 
• Infra umbilical. 
- Total ou parcial. 
- Incisão de Pfnnenstiel: incisão arqueada na pele e aponeurose, 
porém apenas se divulsiona a musculatura (cesarianas, cirurgias 
ginecológicas e urológicas. 
- Incisão de Elliot-Babbock (apendicectomia): incisão na FID, 
iniciando-se na borda lateral do músculo reto e terminando a 2cm da 
espinha ilíaca ântero superior. 
• Abertura dos músculos por divulsão, e se necessário, secar 
parcial. 
• Abertura do peritônio. 
- Transversa é mais estética porque as linhas da pele são 
perpendiculares a ação do músculo, então sempre tem que saber o 
músculo que tem em baixo do local que você quer fazer a incisão.
- Vantagens:
• Melhor cosmética. 
• Menos dor. 
• Menos restrição torácica. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 43
- Longitudinais dão mais hérnia que as transversais (corta mais músculo, 
mas dá menos hérnia), porque a inervação da parede abdominal entra entre o 
transverso do abdome e a fáscia posterior. Então quando faz incisão 
longitudinal corta a parte terminal dos nervos, axônio depois regenera, mas por 
um certo tempo fica desenervado.
(I): Elliot Babbock. 
(C): Pfnnenstiel.
Cirurgia I PRÁTICA
• Preferencial para crianças. 
• Menos eventração. 
- Desvantagens:
• Lesão muscular. 
• Mais sangramento. 
• Mais demorada. 
• Acesso e extensão mais limitados. 
- Lembrar: nas incisões transversas que cruzam a linha mediana, não se esqueçam de ligar os 
vasos epigástricos, posteriormente aos músculos reto abdominal (hematoma importante!). 
Laparotomias oblíquas:
- Subcostal. 
- Diagonal epigástrica. 
- Estrelada supraumbilical. 
- Estrelada infraumbilical. 
- Lombo abdominais. 
- Mc Burney: do umbigo até crista ilíaca superior, 
imagina uma linha, divide ela em 3, no terço externo 
obliquamente abre a incisão )cai em cima do apêndice). 
Circulação da parede abdominal: 
- Se faz pela epigástrica profunda por baixo. 
- Por cima pelo ramo da mamária (torácica interna – vem da 
subclávia, desce e anastomosa com a epigástrica profunda, 
que é ramo da ilíaca externa). 
- A epigástrica superficial, irriga a região inguinal vem da 
femoral.
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 44
- A laparotomia é decidida por cirurgia de urgência e 
diagnóstico feito. 
• Exemplo: diagnóstico de colecistite aguda, vai operar 
do lado direito ! ATAQUE DIRETO A DOENÇA QUE 
VOCÊ TEM, usar incisão mais próxima do local que 
você tem que resolve. Diferente da laparoscopia, 
porque ela usa pinça muito grande, então tem que 
entrar mais longe, ou do lado contrário, da região 
afetada, para ter mobilidade. 
- Incisão transversa ! geralmente para colostomia ! 
abre, pode fazer em cruz, e faz a transretal ! abre 
o reto no meio e passa o colo no meio do 
retoabdominal, porque é uma incisão pequena, e 
quando o retoabdominal contrai, ele faz uma certa 
continência na bolsa de colostomia ! então faz a 
transretal transversal
Cirurgia I PRÁTICA
Complicações:
- Hemorragia. 
- Hematoma/ serosa. 
- Infecção. 
- Necrose. 
- Eventração/ evisceração. 
- Quelóide. 
- Granuloma de fio. 
- Dor incisional. 
Pontos importantes:
- Aberta a cavidade:
• Cavidade peritoneal.
• Diafragma.
• Fígado. 
• Cólon transverso.
• Em relação ao trauma, tem o andar supramesocólico e andar inframesocólico.
- Supramesocólico, onde tem mais vísceras sólidas ! Fígado, baço, pâncreas, estômago e 
duodeno. 
- Inframesocólico ! intestino delgado, intestino grosso, órgãos pélvicos, rins e tem toda a 
vascularização e parte dos vasos importantes.
• Grande omento.
• Sentinela abdominal ! parte do grande epiplon tem um movimento que vai para o local que tem uma 
inflamação ou neoplasia. 
- Lugares importantes em relação a cirurgia de urgência:
➡ Espaço subfrênico direito.
➡ Espaço subfrênico esquerdo (entre o baço e o diafragma).
➡ Espaço subhepático a direita e subpático a esquerda ! importantes porque as vezes acumulam 
líquido, sangue e pus. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 45
- Então as longitudinais não sangram muito, porque não corta muito a artéria. Se corta transversa ou 
obliqua sangra mais, porque secciona a artéria.
• Artéria Mamária: se cortar não necrosa a parede abdominal, porque tem ramos da epigástrica 
inferior, das lombares. 
• Incisão que dá mais hematoma: transversas ou obliquas.
• Incisão que dá mais hérnia: longitudinal.
Cirurgia I PRÁTICA
➡ Entre o rim direito e o fígado pode ficar líquido ! espaço de Morrison. 
➡ Entre o rim esquerdo e o baço também pode ficar líquido.
- USG FAST ! janela pericárdica, hipocôndrio direto, hipocôndrio esquerdo, fossa ilíaca direita, fossa 
ilíaca esquerda e em cima da bexiga (mulher – fundo de saco de Douglas = espaço retouterino / homem 
– espaço retovesical no homem) ! o liquido acumula nesses espaços, na goteira parietocólica direito e 
na goteira parietocólica esquerda.
- Grande problema de drenos ! vir uma alça intestinal, fazer uma erosão e perfurar e faz uma fístula. Ou 
vem o fígado, fica em movimento e sangra, faz uma escara e sangra ! então coloca um dreno mais 
durinho por dentro e um mais molinho por fora ! dreno misto de Montenegro (?).
- Supõe que tem uma lesão no pâncreas ! aborda pela grande curvatura do estomago, que está 
grudado no cólon, tem o pequeno omento (ligamento gastro hepático) e o pâncreas está atrás ! tem 
as artérias gastroepiploica D e E ! entra com uma pinça, vai dissecando por fora da artéria e da veia, 
vai ligando os vasos, rebate o estômago e cai em cima do pâncreas. 
- Supõe que quer entrar na 2 e 3ªporção do duodeno ! duodeno passa em baixo da borda do pâncreas 
! descola toda a goteira parietocólica, descola tudo, levanta tudo, até chegar no duodeno (2-3ª 
porção). A 4ª porção passa no ângulo de Treitz. 
- Acesso da aorta do lado esquerdo ! abre, rebate tudo (manobra de Mattox), solta todo o colo até onde 
está o baço, solta tudo, rebate e cai na aorta.
- Empacotamento ! enfia as compressas e tampona o fígado. Se for muito grande o sangramento, 
faz a manobra de Pringle ! disseca todo o pedículo e grampeia, ou disseca passa um cordão cardíaco, 
e puxa, parando o sangramento (porque está angulando a veia porta, a artéria hepática, diminuindo o 
sangramento – pode ficar 20 minutos, se precisar de mais tempo, solta um pouco para ter circulação 
hepática e não necrosar e depois já volta a puxar ganhando mais 20 minutos).
- Sangrando a aorta e não tem tempo, paciente chocado ! abre a membrana frenoesofágica (na frente) 
e cai direto na aorta, e glampeia a aorta, para a circulação por um tempo, consegue observar onde está 
o sangramento e atuar ! clampeamento de aorta no hiato esofágico.
- Gastroduodenopancreatectomia ! tirar o pâncreas, câncer na cabeça do pâncreas ! tem que tirar a 
cabeça do pâncreas, o colédoco distal o duodeno e parte do estômago, porque tem os linfonodos que 
são acometidos e a irrigação ! faz a manobra de Kocker ! puxa o colo, descola duodeno e já vê a 
parte superior da cabeça do pâncreas, observa a cava inferior, que passa atrás do duodeno. 
- A veia renal é curta a direita e longa a esquerda, porque a aorta está à esquerda. Se perder a veia renal 
esquerda é difícil de costurar, porque ela retrai e sangra muito, não tem muito espaço para passar a 
sutura. 
- Ureter direito e vasos gonadais direito.
- Aorta, artéria ilíaca, ilíaca comum D/E, veia ilíaca.
- Ureter passa por cima da veia e da artéria ! como diferenciar? Ureter quando ´´cutuca``, ele contrai. 
Veia e artéria não fazem isso.
- Quatro quadrantes ! linha transumbilical ! quadrante inferior E, inferior D, superior E, superior D ! 
na classificação anglo-saxônica. 
• Escola europeia ! linha hemiclavicular D e E, espinha ilíaca ântero-superior uma linha, bordo da 10ª 
costela outra linha, divide a parede abdominal em 9 regiões ! hipocôndrio D, epigátrio, hipocôndrio 
E, flanco E, mesogástrio, flanco D, fossa ilíaca D, hipogástrio, fossa ilíaca E.
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 46
Cirurgia I PRÁTICA
- Diagnóstico anatômico ! saber em qual quadrante está. Exemplo: dor no epigástrio ! pele, 
musculatura, grande epíplon, cólon transverso, estomago, pâncreas, duodeno 1ª porção, fígado, aorta, 
etc... 
- Região inguinal tem uma anatomia especial:
• Prega inguinal E / D.
• Tudo que está abaixo ! região crural ou femoral. 
• Tudo que está em cima (entre o púbis e a prega) ! região inguinal.
• Veia femoral, artéria femoral, nervo femoral (nervo ! artéria ! veia). Veia é mais interna.
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 47
Cirurgia I PRÁTICA
Aula 06 - Estomas. 
Introdução:
- A estomia ou estomia é um procedimento cirúrgico que consiste na exteriorização de parte do 
sistema respiratório, digestório e urinário, criando 
uma abertura artificial (orifício) entre os órgãos 
internos e o meio externo. 
• Estoma = boca. 
• Comunicação intencional entre um órgão ou 
uma luz de um órgão com um meio que 
antes não se comunicava. 
- Ou seja, qualquer anastomose é uma 
estomia. 
• Estabelecimento do estoma: com ou sem 
auxilio de dispositivo/ tubo. 
- Entre viscera oca e pele. 
- Entre viscera oca e viscera oca. 
Estomia respiratória:
- Traqueostomia: procedimento cirúrgico que permite a comunicação direta da traqueia com o meio 
externo. 
• Colocação cirúrgica de uma cânula na região da traqueia que pode ser definitiva ou temporária. 
- Pele —> cânula —> traqueia. 
• Pode ser realizada em qualquer faixa etária. 
• Operação de fácil execução. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 48
Cirurgia I PRÁTICA
Estomia de alimentação:
- A gastrostomia é um procedimento cirúrgico que permite acesso à câmara gástrica pela parede 
abdominal com a criação de uma abertura artificial do estômago. 
• Sonda pela luz gástrica para garantir a alimentação do paciente. 
• Estômago —> sonda —> pele. 
• Para alimentação de médio e longo prazo em pacientes com dificuldade 
de ingestão por VO.
- Pode ser qualquer alimento batido no liquidificador, pois na 
gastrostomia há a ação do suco gástrico sobre o alimento introduzido. 
• Indicação: pacientes que não podem comer pela boca por qualquer 
razão e que podem ir pra casa, pacientes com tumor irressecável de 
cabeça e pescoço ou naqueles que tem disfagia neurológica com 
broncoaspiração de repetição. 
• Complicações:
- Mortalidade relacionada ao 
procedimento (0 a 2%). 
- Mortalidade após 30 dias (6,7 a 26%). 
- Complicações agudas:
• Aspiração. 
• Hemorragia. 
• Perfuração. 
• Risco de hipóxia e hipoperfusão. 
- Complicações tardias:
• Infecção dos sítios de gastrotomia. 
• Irritação periestomia. 
- Já uma jejunostomia também é 
considerada uma estomia de alimentação e a 
sonda é colocada no intestino delgado.
• No jejuno proximal. 
• Pele —> sonda —> jejuno proximal. 
• O alimento injetado pode ter maior densidade, permitindo o uso de 
dietas artesanais com mais liberdade. 
• !! A jejunostomia só aceita dieta prepara industrial, devido à barreira 
gástrica que o alimento não acaba passando !!
- Devem sem alimentos isosmolares (para não causar diarreia osmótico) 
e alimentos preparados para não causar infeção/ sepse. 
• Indicações: paciente cirúrgico que precisa preservar o estômago (ex: CA 
de esófago), pós operatório (para fístulas). 
- Podem ser realizadas via endoscópica, por laparoscopia ou laparotomia. 
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 49
Cirurgia I PRÁTICA
Estomas derivativos:
- São a ileostomia e a colostomia. 
- Pode ser:
• Terminal: boca terminal. 
- A boca inteira do órgão exteriorizado vai para o meio externo. 
- A boca inteira é exteriorizada e invaginada para ficar com grande parte da 
mucosa exposta. 
• Dermatite periostomal: quando o conteúdo do intestino cai sobre a 
pele. Por isso deixamos a mucosa exposta. 
• Em alça: parede lateral/ duas bocas. 
- Quando exterioriza a alça, corta ela, e deixa para fora as duas bocas que 
se formaram, separadas entre elas. 
- Descompressão a montante e a jusante. 
- Ileostomia (íleo distal):
• Íleo —> pele. 
• Exteriorização da alça para ela esvaziar. 
• Conteúdo diarreico. 
• Indicação: obstrução grave que precisa esvaziar proximal e distal por alguma situação. 
• Isteomileoproteção: para descomprimir transito intestinal 
(por ex: após uma cirurgia anorretal).
- Colostomia: conteúdos de fezes. 
• Pode ser feita em qualquer lugar do cólon. 
- Sigmoidostomia (melhor território). 
- Transversostomia. 
- Cecostomia. 
• Indicação depende do local da 
obstrução —> mobilizar a alça intestinal 
para perto do abdome (colostomia em 
alça). 
- Fora do cenário obstrutivo, uma outra 
indicação é quando há ressecção de 
um território intestinal sem 
anastomose (colostomia terminal)
Catarina Alipio XXII-B Isabella Occhiuto XXII-B Página 50

Continue navegando