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Infecções bacterianas 1. Endocardite infecciosa 2. Meningite 3. Osteomielite 4. Abscesso hepático 5. Neutropenia febril 6. Infecções de corrente sanguínea 7. Infecções de pele e TCS ENDOCARDITE INFECCIOSA CONCEITOS GERAIS Bactéria → Superfície Valvar ou Endotélio do Coração Fungo → ‘’ A clínica depende: ● Da virulência do germe ○ S aureus: EI aguda ○ S viridans, enterococo, HACEK, fungos: EI subaguda ● Da valva acometida ○ Mitral e aórtica: maior chance de ICC ~50% têm alteração valvar: Nichos p/ adesão Evento incitante → Bacteremia (associada aos cuidados com a saúde ou espontânea) Lesão do endocário -> formação de trombos (plaquetas + fibrina) OBS: Endocardite trombótica não bacteriana (ETNB) PRINCIPAIS ETIOLOGIAS Valva nativa ● S. aureus (aguda), Strepto viridans (subaguda), enterococo, ● HACEK: ○ Haemophilus aphrophilus ○ Actinobacillus actinomycetemcomitans ○ Cardiobacterium hominis ○ Eikenella corrodens ○ Kingella ● Bgn, fungos: incomum OBS: ● Subaguda (insidioso): ○ Strepto viridans (mais comum) ○ Entero faecallis (entero mais comum) ○ Strepto gallolyticus ou bovis (fazer colono) ● Aguda (toxemiante) ○ Staph aureus (mais comum) Drogas IV ● S aureus: valva tricúspide ● Strepto, enterococo ● BGN, fundos: comum OBS: Sem sopro, MRSA Prótese (maior risco) ● Precoce (<=2m): SCP, SCN, BGN, fungo ● Intermédio (2-12m): SCN (mistura dos anteriores) ● Tardio (>12m): igual valva nativa MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ● Febre + comemorativos ● Sopro cardíaco: pode evoluir p ICC ○ Abscesso miocárdico ● Lesões periféricas ~25% ○ Nódulos de Osler: dolorosos ○ Manchas de Janeway: indolores ○ Hemorragias em lasca (pp causa = trauma) ○ Petéquias subconjuntivais (no palato também) ○ Manchas de Roth ○ AVC, infarto esplênico (outros órgãos) ○ Aneurisma “micótico” ○ Infecções “metastáticas” ● Fenômenos imunes ○ Glomerulonefrite ○ Poliartrite ○ FR + ~70% ○ Imunocomplexos circulantes (90-100%) DIAGNÓSTICO Padrão ouro: Comprovação histológica e microbiológica de infecção em material coletado do endocárdio (peça cirúrgica ou autópsia) Critérios de Duke modificados: Maiores ● 2 hemoculturas + p/ germe típico ou bacteremia persistente ● ECO +: vegetação, abscesso, deiscência prótese ● Sopro regurgitante novo ● Sorologia Coxiella burnetti + ou 1 hemocultura + pq este germe Menores ● Fator de risco (Lesão predisponente ou uso droga IV) ● Febre >=38ºC ● Fenômenos vasculares (emb. arterial, pulm. séptica, an. micótico, hem. craniana, petequias conjuntiva, janeway) ● Fenômenos imunológicos ● Evidência microbiológica “não maior” (hemocultura que não preenche critério maior) EI definitiva: 2 maiores OU 1 maior + 2 menores OU 5 menores EI “possível”: 1 maior + 1 menor OU 3 menores EI “afastada”: não preenche critérios, diagnóstico alternativo +, resolução com <= 4 dias de ATB TRATAMENTO ● Empírico? EI “aguda” ● Guiado por cultura? EI “subaguda” Empírico ● EI aguda, não usuário de droga IV ○ Oxacilina + Gentamicina ● EI aguda, usuário de droga IV ○ Vancomicina + Gentamicina (cefepime) ○ Cobrir MRSA ● EI “entre aguda e subaguda” ○ Oxacilina + Penicilina G (ou ampicilina) + Gentamicina ● EI de valva protética ○ <= 1 ano: Vancomicina (MRSA) + Gentamicina (BGN) + Cefepime (Pseudomonas) + Rifampicina (“biofilme”) ○ > 1 ano: igual nativa Guiado por cultura Strepto viridans ● MIC “baixo” (<0,1) ○ Penicilina G por 4 semanas ○ Peniclina G + Gentamicina por 2 sem ● MIC >0,1 ○ Igual enterococo Enterococo ● Penicilina G ou Ampicilina + Gentamicina por 4-6 sem ● Ampicilina + Ceftriaxone por 6 sem S. aureus ● Oxacilina 4-6 sem (vanco se MRSA) S. epidermidis ● Vanco + Rifampicina 6-8 sem + Gentamicina 2 sem Monitoramento da resposta terapêutica ● Febre > 7 dias ○ Investigar complicações ● Coletar hemocultura DIARIAMENTE até negativar -> ● Repete coleta após 4-6 semanas do término do tratamento a fim de confirmar CURA ● As vegetações desaparecem? ○ 50% inalteradas após 3 meses de cura ○ 25% há aumento paradoxal Indicações de cirurgia Anticoagulação Valva nativa -> contra-indicado ● Maior risco de hemorragia cerebral Prótese ● Suspender só na “fase séptica” ● Se AVC embólico = suspender por 2 semanas PROFILAXIA Procedimentos recomendados ● Dentários: Gengiva, Periapical, Perfuração mucosa oral ● Trato respiratório: Incisão mucosa ● Pele, subcutâneo ou tecido muscular infectado Procedimentos não recomendados ● Gastrointestinais, genitourinários e outros dentários Só indicada se: 1. Valva protética 2. EI prévia 3. Cardiopatia congênita a. Cianótica sem reparo ou reparo paliativo b. Reparo total, com material protético, nos últimos 6 meses c. Reparo parcial com defeito próximo a material protético 4. Coração transplantado com disfunção valvar Esquemas recomendados Amoxicilina 2g VO 1h antes ● Clindamicina 600 mg VO 1h antes ou ● Azitromicina 500 mg VO 1h antes Ampicilina 2g IV/IM 30 min antes ● Clindamicina 600 mg IV 1h antes MENINGITE DEFINIÇÃO Inflamação do ESA (aumento leucócitos no LCR) Meningoencefalite viral: ● Rebaixamento do sensório ● Convulsões ● Déficit focal ● Pleocitose linfocítica ● PIC normal ou aumentada MENINGITE BACTERIANA AGUDA FISIOPATOLOGIA Nasofaringe -> Bacteremia -> Plexo coroide ventrículo Infecção adjacente -> Invasão por contiguidade -> Infecção à distância -> Bacteremia ● Fácil proliferação no ESA (pouco leucócito, complemento e imunoglubulina) ● Superantígenos induzem resposta inflamatória: aumento TNFa e IL-1B ● Aumento da permeabilidade vascular: ○ Aumento leucócitos (pus, toxinas) ○ Aumento proteínas (hidrocefalia) ○ Aumento PIC (edema cerebral) Bacteriana Viral Rebaixamento sensório Sensório normal Convulsões Sem convulsão Déficit focal Sem déficit focal LCR purulento Pleocitose linfocítica PIC aumentada PIC normal ou aumentada ● Em alguns pacientes vasculite + AVC ETIOLOGIA ● EUA e outros países riscos: pneumococo ● Brasil e outros países pobres: meningococo ● Haemophilus influenzae tipo B redução +90% ● Streptococcus agalactiae (GBS) ● Listeria monocytogenes ● Staphylococcus sp ● BGN’s Meningococo (Neisseria meningitidis) ● Diplococo gram negativo ● 12 sorogrupos ○ A, C, W-135, Y e B ● 50% em crianças < 5 anos ● Nos surtos: adolescentes e adultos Transmissão ● Gotículas (10% jovens pobres portadores assintomaticos) Fatores de risco ● De. complemento/imunoglobulinas ● Asplenia (anatômica ou funcional) ● “Contato íntimo” ● IVAs recente (Influenza) ● Tabagismo (ativo e passivo) Pneumococo (Streptococcus pneumoniae) ● Diplococo gram positivo ● +90 sorotipos ● Crianças < 2 anos e idosos > 60 anos Transmissão ● Gotículas Fatores de risco ● Pneumonia pneumocócica ● Otite/sinusite ● Def. complemento/imunoglobulinas ● Asplenia (anatomica ou funcional) ● Alcoolismo, DM, DRC ● HIV ● Frat. base de crânio (fístula liquórica) Outras associações ● Recém nascidos: E. coli, GBS, Listeria ● PO neurocirurgia: S. aureus, S. epidermidis ● Gestantes, idosos, imunodeprimidos: Listeria ● Sinusite, otitie, mastoidite: Strepto A, anaeróbios QUADRO CLÍNICO ● Evolução fulminante ou subaguda ● Tríade clássica: Febre, cefaleia e rigidez de nuca ● >75% têm rebaixamento de sensório ● Náuseas, vômitos e fotofobia também comuns ● Convulsões: 20-40% ● HIC: papiledema, midríase fixa, paralisia VI par, descerebração, reflexo de Cushing ● Achados que sugerem etiologia ○ Rash da meningococcemia: até 60% das meningites meningocócicas Particularidades nos lactentes (<1 ano) ● Febre e rigidez de nuca podem estar ausentes ● Hipotermia é frequente ● Abaulamento de fontanela ● Inapetência, vômitos ● Gemência e irritabilidade ● Cianose/icterícia É preciso ter um baixo limiar para a solicitação de PL!! DIAGNÓSTICO ● Hemocultura ● Punção lombar PL ● Raspado/Biópsiade lesões cutâneas Hemocultura ● Coleta imediata ● Veia periférica ● O sangue também pode ser coletado para realização de látex, CIE e RT-PCR Punção lombar ● O ideal é a coleta imediata ● Se demorar não atrasar início do ATB empírico ● Nas 1ªs pós ATB não há prejuízo à acurácia da citoquímica, bacterioscopia, látex, CIE ou RT-PCR ● Contraindicações: ○ Piodermite no local de punção ○ Suspeita de abscesso epidural espinhal ○ Trombocitopenia/Discrasia/Anticoagulação ○ (ex: plaquetas <50.000/mm³; INR > 1,4) ○ Suspeita de HIC: Fazer Tc antes ■ Rebaixamento sensório ■ Déficit focal ■ Papiledema ■ Convulsão na última semana ■ Imunodepressão Coletar 3 ml: ● 1 ml (cultura) ● 1 ml (citoquímica e bacterioscopia) ● 1 ml (CIE, látex, RT-PCR) Achados esperados numa MBA ● Pressão de abertura: > 180 mmH20 ● Leucócitos: 10-10.000/microl (PMN) ● Glicose: < 40 ● Rel glicose LCR/soro: <0.4 ● Proteína: >45 mg/dl ● Bacterioscopia: + em >60% ● Cultura: + em >80% ● Látex: Meningo, pneumo, Hib, E. coli, GBS ● RT-PCR: Sondas específicas Raspado/Biópsia de lesões cutâneas ● Raspado = cultura e RT-PCR ● Biópsia = Bacterioscopia, cultura e RT-PCR TRATAMENTO Emergência médica ● Iniciar ATB em até 60 min Tratamento inicial “empírico” ● Crianças < 2 meses ○ Cefotaxime (aminoglicosídeo) + Ampicilina ○ Evitar ceftriaxone ● Crianças > 2 meses e adultos ○ Cefotaxime ou Ceftriaxone ○ Cloranfenicol ○ Não usar vancomicina isolada Terapia adjuvante ● Dexametasona ● 10 mg IV 20 min antes da 1ª dose de ATB, depois 10 mg IV de 6/6h por 4 dias ● Início após 6h de ATB não adianta Ajuste após resultados microbiológicos Meningococo ● Crianças: Penicilina G IV por 5-7 dias ● Adultos: Ceftriaxone IV por 7 dias Pneumococo ● Penicilina S: Pen G IV por 10-14 dias ● Penicilina R: Cef 3ª IV por 10-14 dias ● Pen/Cef R: Vanco + Cef 3ª + Rifampicina 10-14 dias Listeria ● Ampicilina + Amicacina IV >=21 dias PROFILAXIA E CONTROLE DE SURTOS Quimioprofilaxia Meningococo (1ªs 48h) ● Contato próximo ● Coabitantes mesmo domicílio ● Colegas de dormitório ● Creche e escola ● Exposição direta às secreções ● Indiada p/ próprio paciente se não usou ceftriaxone ● Profissionais de saúde: NÃO! só se IOT ou CG sem EPI Esquemas ● Rifampicina VO 12/12h por 2 dias (Gestantes!!) ● Cipro VO ou Ceftriaxone IM dose única Vacina ● PNI - Anti-meningo C ● 2 doses aos 3 e 5 meses. Reforço entre 12-15 meses ● Outras vacinas ○ Tetravalente (ACWY) ○ Anti-meningo B ○ Clínicas privadas ou bloqueio de surto Quimioprofilaxia Haemophilus (1ªs 48h) Indicações 1. Contato próximo de qualquer idade, que tenha pelo menos 1 contato < 4 anos não vacinado ou parcialmente vacinado 2. Creche e Maternal: 2 ou mais casos em 60 dias 3. Crianças não vacinadas (fazer QP e vacina) 4. Para o próprio paciente, se não receber cefa de 3ª Esquema: ● Rifampicina VO 1x ao dia por 4 dias MENINGITE VIRAL ETIOLOGIA ● Enterovírus ● Transmissão fecal oral e respiratória CLÍNICA ● Parece MBA, mas não tem rebaixamento de sensório, déficit focal e/ou convulsão COMO É O LÍQUOR? ● Pressão de abertura N ou reduzida (100-350 mmH20) ● Pleocitose linfocítica discreta ● Proteína baixa (30-80 mg/dl) ● Glicose normal ● Exceção: CMV no imunodeprimido, caxumba e LCMV CONFIRMA ● PCR no líquor TRATA ● Suporte +- Aciclovir OSTEOMIELITE Aguda ● Contiguidade (80%), Hematogênica (20%) ou Inoculação direta Estatística da hematogênica: ● Crianças: Metáfise dos osso longos (fêmuir e tíbia) ● Adultos: Diáfise de ossos longos/ Vértebras (usuário drogas IV) OBS: Hematogênica: criança, aguda/subaguda; Contiguidade: adulto, crônica; DIAGNÓSTICO ● Clínica + imagem + culturas Clínica ● Dor óssea localizada Imagem ● Rx: altera só depois de 10 dias ● RNM (> acurácia) ou cintilografia óssea (prótese) POSITIVAM depois de 2 dias ● Padrão ouro: biópsia óssea Cultura ● S. aureus ● Anemia falciforme: Salmonella (Ceftriaxone) OBS: PCR e VHS: exclusão da doença TRATAMENTO ● Oxacilina ou Cefazolina ou Vanco ● 4 a 6 semanas. ● Vertebral: 6-8 semanas ● Salmonella (anemia falciforme) -> ceftriaxone Cirurgia ● Secreção purulenta franca drenada da metáfise ou do espaço subperiosteal ● Osteomielite secundária a trauma penetrante com presença de corpo estranho ● Osteomielite da cabeça femoral com acometimento da articulação do quadril Aguda ● Destruição da cortical, reação periosteal e hiperdensidade na medular óssea Crônica ● Abscesso de brodie ● Coleção líquida intra-óssea focal e alongada ● Sequestro ósseo ● Fragmentos ósseos avasculares escleróticos, circundados por tecido de granulação ABSCESSO HEPÁTICO ● Abscesso piogênico ● Abscesso amebiano ● Cisto hidático ABSCESSO PIOGÊNICO ● Jovens Idosos ● Apendicite -> Câncer ● Via portal Trato biliar Vias de infecção ● Trato biliar: a mais comum ● Sistema porta: infecções abdominais ● Artéria hepática: bacteremia ● Infecção direta: ferida penetrante ● Iatrogenia: biópsia ou embolização Associações: ● Escherichia coli ● Múltiplos ● Lobo direito ● Litíase biliar ● Câncer Queixas ● Febre ● Dor abdominal ● Sintomas pulmonares Diagnóstico ● FA + G-GT + BT/BD/BI + VHS + Leuco ● TC de abdome + punção guiada Tratamento ● Antibioticoterapia venosa ○ Ceftriaxone + Metronidazol (4-6 semanas) ● Drenagem ○ Percutânea ou cirúrgica* ABSCESSO AMEBIANO ● Jovens ● Homens (10:1) ● Etilismo Como diferenciar? ● Pistas diagnósticas ○ Área endêmica ○ Hepatomegalia dolorosa ○ Resposta ao metronidazol ○ Abscesso único a direita ○ Rx tórax sugestivo ○ Sorologia positiva Será piogênico se: ● Idade > 50 anos ● Achados pulmonares ● Abscessos múltiplos ● Sorologia ameba negativa Diagnóstico ● Sorologia para ameba ● TC de abdome + punção guiada Tratamento ● Antibioticoterapia venosa ○ Metronidazol 10 dias VO (tecidual) ○ Paromomicina 7 dias VO (intestinal) ● Drenagem se: ○ Dúvida ○ > 5 cm ou lobo esquerdo ○ Ausência de respostas ○ Infecção secundária CISTO HIDÁTICO ● Echinococcus granulosus ● Ausência de febre ● USS (septações) ● Albendazol (3 meses) + drenagem NEUTROPENIA FEBRIL INTRODUÇÃO ● Quimioterapia ○ Toxicidade tumoral: Efeito terapèutico ○ Toxicidade medular: redução imunidade inata ○ Mucosite: Quebra da barreira ● Invasão a partir do trato gastrointestinal, respiratório alto e pele (principalmente se cateter profundo) ● A febre pode ser o único sinal de infecção ● Outras manifestações flogísticas estarão atenuadas pela própria neutropenia ● ATB empírico de amplo espectro após coleta de 2 sets de hemocultura ● Cobrir gram positivos e negativos ● Cobrir pseudomonas aeruginosa!! DEFINIÇÕES Neutropenia 1. PMN + basto~es < 500/uL 2. PMN + bastões < 1000/uL com previsão de queda para <500 em 48h 3. *Neutropenia profunda: <100/uL Febre 1. Temp oral >= 38.3ºC medida única 2. Temp oral >= 38ºC por >1h 3. Temp axilar > 37.8ºC medida única ● Pode não ocorrer ● Dispneia, hipotermia, hipotensão arterial etc ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO Alto Pelo menos 1 dos abaixo ● Expectativa de neutropenia > 7 dias ● Disfunção orgânica crônica ● Disfunção orgânica aguda ● Mucosite GI intensa ● Sinais de infecção de cateter Baixo Ausência de todos os critérios de alto risco Alto -> ATB IV internado Baixo -> ATB IV ou VO ambulatorial (após 6-24h de observação no hospital) AVALIAÇÃO CLÍNICA GLOBAL 1. Alto risco de germe resistente? ● Colonização ou infecção documentada prévia ● Internação recente 2. É possível identificar um sítio de infecção? ● Buscar dor e/ou eritema 3. Não fazer toque retal!! ● Nem colonoscopia ou retossigmoidoscopia ● EDA e BFC pode 4. Além da hemocultura... ● Hemograma, hepatograma, Função renal e eletrólitos ● Outros exames e culturas -> indicação clínica TRATAMENTO ESQUEMA EMPÍRICOINICIAL Alto risco ● ATB IV, internação hospitalar ● Monoterapia com beta-lactâmico anti-pseudomonas ○ Cifepime ○ Ceftazidime ○ Piperacilina-Tazobactam ○ Ticarcilina-Clavulonato ○ Aztreonam ○ Mero e Imipenem(Erta não) ● Associar VANCOMICINA se: ○ Hipotensão ○ Infecção CVP, pele, PNM ○ Colonização MRSA ● Alergia BL = cipro+ clinda; ● Alergia Vanco = linezolida, dapto Baixo risco ● ATB IV ou VO ● Pode ser ambulatorial Modificam esquema empírico ● Infecção ou colonização MDR prévia documentada ● Internação recente em hospital com aumento MDR MRSA: vancomicina, linezolida ou daptomicina VRE: linezolida ou daptomicina ESBL: carbapenêmicos KPC: polimixina/colistina ou tigeciclina Suspeita de C. difficile (DIarreia importante) ● Associar metronidazol ou vancomicina ORAL CONDUTA SUBSEQUENTE ● Germe isolado em hemocultura -> adequação de ATB ● Nenhum germe é isolado -> manter esquema empírico ● Se fez vanco… ○ Hemocultura negativa após 48h -> suspende vanco ● Duração do tratamento ○ Até PMN + bastões > 500/uL OU ○ Caso sítio infeccioso identificado: até completar a duração recomendada para aquele sítio, o que for maior E SE A FEBRE NÃO MELHORAR? Baixo risco: Febre > 2 dias ● Se cultura negativa, internar + ATB IV anti-pseudomonas Alto risco: Febre > 2-4dias ● Paciente estável ○ Só muda ATB se indicado por cultura ○ Se não, manter ATB + protocolo ● Paciente instável ○ Amplia espectrp ATB (consulta CCIH) + antifúngico empírico + protocolo ● Úlceras orais/Odinofagia ○ Aciclovir p/ cobrir herpes simplex ○ Antifúngico p/ cobrir candida PROTOCOLO DE REAVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA Em todos… 1. Novo set de hemocultura 2. TC de tórax e seios da face 3. Galactomanana e beta-glucana Se indícios de infecção específica ● Exames apropriados ao quadro clínico ● Exemplos: ○ Disúria: urinocultura ○ PNM: LBA ○ Diarreia: toxina C. difficile + TC abdome* ● sinal do halo; tiflite ou enterocolite neutropênica COMO ALTERAR O TRATAMENTO? ● Febre persistente + evidências de infecção fúngica invasiva (tratamento preemptivo): Anfo B, Voriconazol ou Caspofungina ● BGN isolado + febre persistente: Associar aminoglicosídeos ● Mucosite grave, gengivite necrosante e/ou dor perianal: associar antianaeróbio FATORES ESTIMULANTES DE COLÔNIA (G-CSF, GM-CSF) ● Na vigência de neutropenia febril: não tem benefício ● Alto risco (>= 20%), antes da QT: diminuição da mortalidade INFECÇÃO ASSOCIADA AO CATETER VENOSO PROFUNDO INFECÇÃO ● Tûnel subcutâneo ○ Flogose local ausente na neutropenia ● Lúmen do cateter ○ Sangue coletado pelo cateter positiva >120 min antes do que o periférico CONDUTA ● Obrigatório retirar o cateter ○ S. aureus ○ P. aeruginosa ○ Candida ○ Micobactérias de rápido crescimento ○ Infecção do túnel ● Retirada opcional (fazer antibiotic-lock) ○ Staphylococcus Coagulase-Negativo PREVENÇÃO 1. Assepsia e antissepsia durante inserção 2. Higienização das mãos antes e após manipulação 3. Preferência pelo clorexidine 4. Uso de cateter impregnado com ATB PRECAUÇÕES AMBIENTAIS Internação ● Enfermaria comum ● Se TMO -> quarto individual c/ pressão positiva e filtro HEPA ● Plantas, animais e pessoas doentes proibidos ● Álcool gel sempre!! Dieta ● Dieta sem crus ● Alimentos de boa qualidade e higienizados Pele e mucosa ● Banho diário (atenção períneo -> limpar após evacuação) ● Mulheres: após micção, secar períneo (anteroposterior) ● Menstruação -> tampões intravignais proibidos ● Escovar dentes 2x dia, enxaguar 4-6x dia (sol. bicarbonato) INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA (ICS) CLASSIFICAÇÃO ● Primárias (64%) - cateter venoso central ● Secundárias - origem em outro sítio (pulmão, ferida operatória, urinário) FISIOPATOLOGIA Colonização do cateter (punção venosa, contiguidade, via hematogênica) ↓ Progressão do agente microbiano pela superfície do cateter ● Progressão externa: curta permanência (<14 dias) ● Progressão interna: longa AGENTE ETIOLÓGICO ● S. coagulase negativo (+ prevalente) ● S. aureus (HIV; agente principal?) ● Enterococos ● Candida spp ● Gram negativos OBS: em queimados, pseudomonas sp FATORES DE RISCO ● Idade avançada ● Imunodepressão ● Relacionados ao cateter: ○ Material (polivinilcloreto e polietileno) ○ Múltiplos lumens ○ Tempo prolongado de cateterização ○ Pouca habilidade de quem punciona ○ Inserção via femoral ou subclávia ○ Troca inadequada de curativos (úmidos) DIAGNÓSTICO ● Critério clínico + microbiológico Clínico ● Quadro febril sem outro foco de infecção ● Lesão exsudativa ou purulenta no orifício de inserção ● Sepse e hipotensão Microbiológico ● Evidência microbiológica através de amostras pareadas ● Curta permanência: isolamento do mesmo microorganismo no sangue periférico e na ponta do cateter (cultura semiquantitativa ou quantitativa) ● Longa permanência: ‘’ OU isolamento do mesmo microrganismo em duas amostras pelo cateter, a partir de lumens diferentes TRATAMENTO Curta permanência: ● Remoção + antibioticoterapia 7-14 dias (Vancomicina) ● Exceção: S. coagulase negativo - pode manter cateter, realizando ATB sistêmico + terapia antimicrobiana em sist. fechado (lock therapy) Longa permanência: ● Antibioticoterapia (Vancomicina) ● Remover o cateter em caso de: ○ Sepse grave ○ Tromboflebite supurativa ○ Endocardite ○ Bacteremia persistente após 72 de ATB ○ Infecções por S. aureus, P. aeruginosa, fungo ou micobactéria ● Em caso de neutropenia ou sepse grave: cobertura contra pseudomonas sp - Cefepime, carbapenêmico OBS: NÃO existem evidências de uso profilático de antibióticos para prevenção de ICS primária a partir de cateter venoso central INFECÇÕES DE PELE E PARTES MOLES IMPETIGO ● Forma de pioderma superficial causada pelo Streptococcus e/ou Staphylococcus ● Lesões espessas e crostosas ● Margens irregulares ● Geralmente na face ● Infecção bacteriana mais comum na infância Tipos ● Bolhosa ● Não bolhosa/Crostosa (70%): máculas eritematosas → vesicopápula que disseca → crostas melicéricas (em favos de mel) Agente causador: ● Streptococcus pyogenes (principal causador clássico) ● Staphylococcus aureus (principal causador ult. 15 anos) Epidemiologia ● Crianças entre 2-10 anos ● Baixa condição socioeconômica ● Higiene precária Transmissão ● Através de outra pessoa infectada ou contaminação por micro-organismos nas narinas anteriores e na orofaringe ● Tempo p/ lesões ● 10-14 dias Evolução clínica ● Abrasões leves e picadas de insetos -> exposição de proteínas cutâneas ● Curso geralmente benigno e autolimitado ● Podem haver bolhas na primeira fase, depois crostas ● Estafilo - isoladas ● Estrepto - epidemias Principal complicação ● Glomerulonefrite pós estreptocócica Tratamento ● Cuidados locais: Limpeza, remoção de crostas e compressas molhadas ● Antibióticos tópicos: Mupirocina 2% e Ác. fusídico ● Antibióticos orais: Cefalexina/ Dicloxacilina 10 dias ● Se não melhorar, exclusão de MRSA OBS: Retapamulin 2x/dia por 5 dias Impetigo bolhoso ● S. aureus fagotipo II ● Mais comum no período neonatal ● Pode coalescer e formar grandes placas em pescoço e face ● Bolhas rompidas facilmente ● Tratamento é o mesmo Síndrome da pele escaldada Fatores de risco ● Crianças < 5 anos ● Imunodepressão ● IRA Fisiopatologia ● Staphylococcus aureus fagotipo II libera esfoliatina (A e B) ● Infecção na faringe ou conjuntiva → lesão de pele à distância ● Toxina afeta junção celular de células jovens na derme e provoca descamação → clivagem camada granulosa e estrato córneo Manifestações ● Febre, iritabilidade e dor de garganta ● Rash eritematoso -> Bolhas flácidas que se rompem -> Descamação em fitas Tratamento ● Evolução benigna (sem cicatriz) ● Curativos + cuidados locais + antimicrobianos (oxacilina) + clindamicina FOLICULITE ● Pústula ao redor do folículo piloso, geralmente circundadapor um anel eritematoso ● Pode haver prurido, ardência e desconforto ● Podem progredir para furúnculos (drenagem espontânea) Tipos ● Superficial/Ostiofoliculite/Impetigo de Bockhart: pústula folicular que rompe e forma crosta ● Profundas ○ Sicose: barba ○ Hordéolo: glândulas de Meibomius (pálpebra) Agente ● S. aureus ● Enterobacterias (pcts com acne ou rosácea) ● Candida e Malassezia furfur (imunodepressão, uso de corticoide e diabéticos) Fatores de risco ● Outras doenças cutâneas ● Raspagem, depilação ● Uso de corticoide tópico ● Clima quente e úmido ● DM ● Higiene pessoal pobre Clínica ● Nádegas, região inguinal e axilas ● Pode aparecer no conduto auditivo externo ● Desaparece depois de 5 dias Tratamento ● Compressas mornas e suspensão de depilação local ● Superficiais: sabonete de triclosan e clorexidina ● Resistente: ATb e antifúngico tópico FURÚNCULO E CARBÚNCULO Furúnculo: ● Abscessos aglomerados (complicação da foliculite) que atingem derme e subcutâneo ● Drenagem espontânea ● Agente: S. aureus ● Tratamento: compressas mornas e sintomáticos para dor Carbúnculos: ● Furúnculos dolorosos em regiões de pele espessa e inelástica ● Múltiplos pontos de drenagem e culeração ● Febre, sintomas sistêmicos e leucocitose ● Complicações: osteomielite e endocardite ● Tratamento: Drenagem cirúrgica e antibiótico oral (cefalexina, clindamicina) OBS: Furunculose recorrente: Mupirocina intranasal ou pomada de bacitracina ERISIPELA ● Variante mais superficial da celulite (envolvimento linfático) Agente etiológico ● Streptococcus pyogenes ● Ocasionalmente por estreptococos do grupo B, C e D Clínica ● Início abrupto de edema, eritema, calor na face ou extremidades ● Febre de Santo antônio (alta e abrupta) e calafrios ● Margens bem definidas no sulco nasolabial, progressão rápida dor intensa ● Membros inferiores, face e áreas de drenagem linfática ● Porta de entrada para micro-organismos (distante do foco primário) Tratamento ● Casos graves/toxêmicos: Penicilina G cristalina 1-2 milhões U 4/4h OU Ceftriaxone 1g/24h ou Cefazolina 1-2g 8/8h. ● Casos leves/moderados: Penicilina G procaína 600.000 U 12/12h OU Penicilina V oral 500 mg 6/6h OBS: Quando não for possível diferenciar de uma celulite, optar ou oxacilina e cefalosporina de 1 geração CELULITE ● Infecção da derme profunda e do subcutâneo que cursa com área eritematosa xtensa ● Eritema mais claro e margem não tão bem definida Agente etiológico: ● S. pyogenes ou S. aureus Dados clínicos ● Febre, calafrio e mal estar ● Em crianças: cabeça e região cervical ● Em adultos: extremidade ● Infiltração de leucócitos na derme, dilatação capilar e proliferação bacteriana ● S. aureus: espalha-se centripetamente a partir do ponto central de infecção ● S. pyogenes: espalha-se rapidamente de forma difusa (linfangite e febre) Tratamento ● Durante 10-14 dias ● Casos graves: Oxacilina 2g IV 4/4h ou Cefazolina 1g 8/8h ou Nafcilina 1-2g 6/6h ● Casos leves/moderados: Cefalexina, Cefadroxil, Eritromicina ou Clindamicina ou Dicloxacilina OBS: Celulite purulenta (MRSA) - Clindmixina, SMX + TMP ou Doxiciclina Celulite orbitária ● S. aureus ● Originam de sinusites, infecção cutânea da face ou da orofaringe ● TC para diagnóstico ● Tratamento agudo e imediato + atb iv empírica ECTIMA ● Lesões crostosas de pele até a derme ● Ulceração superficial -> crosta dura, seca e aderente ● Membro inferior Agente etiológico: ● S aureus ou estreptococos do grupo A Tratamento ● Mesmo do impetigo HIDRADENITE SUPURATIVA ● Infecção crônica das glândulas apócrinas ● Plugs de queratina que impedem drenagem das células -> rompimento do ducto -> abscesso subcutâneo ● Axila, genitália e região perianal Agente etiológico: ● S. aureus ● Estreptococos não hemolíticos ● E. coli ● Pseudomonas ● Germes anaeróbios Fatores de risco ● Mulheres ● Raça negra ● Depilação ● Roupas apertadas OBS: Doença perianal + comum em homens Tratamento ● Emprego de calor local ● Drenagem dos maiores abscessos ● Retirada de fatores de risco ABSCESSO ● Supurações da derme e do tcs que não mantêm relação com folículos pilosos ● Lesões eritematosas, dolorosas, bem circunscritas, cercadas por halo de tec. inflamatório e flutuação central Agente causador ● Infecção cutânea direta ● Estados de bacteremia (endocardite) ● Estéreis ● Os infecciosos mais comuns pelo S. aureus Diagnóstico ● Clínico ● Em caso de dúvida, USS visualiza acúmulo de líquido no subcutâneo (septações) Tratamento ● Drenagem ● Casos complicados: antibioticoterapia ● Cultura indicada na presença de complicações: celulite e abscessos de repetição FASCIÍTE NECROSANTE ● Infecção profunda de TCS que invade fáscia e gordura, poupa pele ● 24h: edema, calor, eritema e dor que se espalham a partir do foco inicial ● 24-48h: escurecimento (roxo/azul) com bolhas hemorrágicas ou violáceas ● 4-5º dias: áreas de gangrena (com destruição de nervos) ● 7-10º dias: toxemia, prostração e queda de consciência Agente etiológico ● Diversos microorganismos ● Associação de bactérias aeróbias e anaeróbias ○ Progressão lenta ○ Não envolve fáscia e músculo ○ Fatores de risco: ■ Cirurgia ou trauma com quebra de mucosa (Trato gastrointestinal ou genitourinário) ■ Doença vascular periférica ■ DM ■ Lesão abdominal penetrante ● Streptococcus pyogenes ○ Idosos ○ Não há gás no tecido subcutâneo ○ Toxicidade grave e disfunção renal ○ Miosite ○ Trauma leve ou inaparente ● Mionecrose clostridial ○ Dor intensa, febre, taquicardia e choque não responsivo ○ Crepitação e odor característico (prod de gás) Tratamento ● Desbridamento cirúrgico extenso com fasciotomia ● Remoção de tecido necrótico com Gram e cultura ● Terapia antibacteriana de amplo espectro (Piperacilinatazobactan) ● Posterior, reparo com enxerto ou retalho
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