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Os ofiuroides têm 10 invaginações da parede corporal – conhecidas como bursas (PRIMEIRA IMAGEM) – que se abrem ao exterior por meio de fendas ciliadas. A água circula através das bursas por ação ciliar e, em algumas espécies, por bombeamento muscular das paredes das bursas. Os gases são trocados entre a água circulante e os líquidos corporais. A hemoglobina está presente nos celomócitos de algumas espécies de ofiuroides. 
Nos ofiuroides, suspeita-se que os celomócitos levem as escórias até as bursas, de onde são eliminadas. A excreção é feita por difusão de compostos nitrogenados, principalmente na forma de ureia na maioria das espécies. A difusão ocorre por meio do fluido celômico perivisceral e são eliminados para fora por meio dos pódios, e da parede corporal em algumas espécies.
Em geral, os equinodermos são criaturas esteno-hialinas estritamente marinhas, que não precisam realizar regulação osmótico-iônica rigorosa. Contudo, algumas espécies têm sido relatadas em águas salobras. Por exemplo, Ophiophragmus filograneus (2 IMAGEM) na Flórida (salinidade de 7,7%). Alguns mecanismos permitem que esses táxons sobrevivam em salinidades tão baixas, mas eles não foram definidos até agora. Existem evidências sugestivas de que os equinodermos sejam osmoconformadores. A água e os íons atravessam com facilidade relativa as superfícies do corpo, e a tonicidade dos líquidos corporais varia com as oscilações do ambiente. Aparentemente, há certa regulação iônica por meio de transporte ativo, mas ela é mínima.
A circulação interna é realizada em grande parte pelos celomas periviscerais principais, maximizada pelos sistemas vascular aquífero e hemal derivados do celoma. O sistema hemal é um conjunto complexo de canais e lacunas principais mergulhadas em canais celômicos denominados seios periemais. O sistema está arranjado radialmente, correndo paralelamente ao sistema vascular aquífero, consistindo de um anel hemal oral e outro aboral, ambos com extensões radiais, onde eles se ligam por um seio axial. O sistema hemal ajuda na distribuição dos nutrientes absorvidos do trato digestivo, mas sua função não é totalmente conhecida.
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O sistema nervoso dos ofiurídeos apresenta uma estrutura semelhante ao das estrelas-do-mar, mas o componente sensorial do anel e da unidade oral (ectoneural) de cada nervo radial localiza-se num canal, denominado epineural.
 A captação de estímulos não se efetua por meio de órgãos sensoriais complexos, mas através de células individuais da epiderme.
 A maioria dos ofiurídeos afastam-se da luz (fototáticos negativos) e  são sensíveis a substâncias químicas dissolvidas na água, sendo capazes de detectar o alimento a grandes distâncias. Algumas espécies têm cromatóforos na epiderme que lhes permitem modificar a cor e o padrão. Os ofiurídeos têm uma boa coordenação dos pés ambulacrários quando se deslocam e se alimentam. Algumas serpentes-do-mar têm tecidos fotossensíveis aborais e até utilizam microlentes de calcita nos elementos esqueléticos do estereoma dos braços para ampliar a detecção da luz.
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Os ofiuroides frequentemente desprendem braços ou seus fragmentos quando são perturbados e, em seguida, regeneram a parte perdida. Se uma estrela quebradiça é agarrada por um braço, a contração de certos músculos separa o braço do corpo. Portanto, eles são nomeados como estrela quebradiça. Esse processo é chamado de autotomia. Estrela quebradiça usa a autotomia para escapar de predadores. Mais tarde, regenera o braço. Algumas espécies têm uma linha de fissão em seu disco central. Ofiuroides se dividem em metades ao longo desta linha e dois ofiuroides são formados por regeneração. A reprodução assexuada ocorre em alguns ofiuroides por fissiparidade, por meio da qual o disco central divide-se em dois e cada metade forma um animal completo por regeneração. Quando a pequena serpente-do-mar Ophiactis ( IMAGEM) de seis braços divide-se, cada metade conserva 2 a 4 braços. A maioria dos equinodermos é gonocorística, mas também existem espécies hermafroditas entre os ofiuroides. O sistema reprodutivo é relativamente simples e está diretamente relacionado com os derivados celômicos. Em geral, as gônadas ficam abrigadas dentro de seios genitais revestidos por peritônio. Os ofiuroides têm uma ou muitas gônadas ligadas ao lado peritoneal de cada bursa adjacente às fendas bursais. Os gametas são liberados dentro das bursas e expelidos pelas fendas. As estratégias dos ciclos de vida dos equinodermos variam da desova livre seguida de fecundação externa e desenvolvimento indireto, até diversos tipos de desenvolvimento direto e incubação. Estudos indicam que a desova seja um evento basicamente noturno, durante o qual os animais assumem posturas características com seus corpos elevados do substrato. A incubação é especialmente comum entre as espécies boreais e polares. As espécies que incubam produzem menos ovos, embora sejam maiores e mais ricos em vitelo que os das outras espécies que fazem desova livre. A incubação é comum entre os ofiuroides. Os espermatozoides entram nas bursas e fecundam os ovos, enquanto os embriões são mantidos dentro desses sacos durante seu desenvolvimento.
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Com relação aos modos de desenvolvimento larval, os ofiuróides podem ser agrupados em quatro categorias: planctotróficos, lecitotróficos, com desenvolvimento direto e fissíparos. Analisando a época de reprodução e desenvolvimento larval de algumas espécies de diferentes famílias de Ophiuroidea, nota-se que na maioria a reprodução ocorre nos meses mais quentes e o desenvolvimento é do tipo lecitotrófico. Algumas espécies, como Amphiura filiformis, reproduzem-se no verão estendendo até o início do outono (BOWMER, 1982). Há espécies que liberam gametas em duas épocas do ano (uma mais significativa no verão e outra de menor proporção no inverno), como Ophiocomella ophiactoides (MLADENOV & EMSON, 1984) e Ophionereis schayeri (SELVAKUMARASWAMY & BYRNE, 1995) e outras com liberação contínua, sem picos muito determinados, como Ophiomusium lymani (GAGE & TYLER, 1982). Desta forma, tais espécies tendem a se favorecer com a menor pressão por competição e predação nas épocas de temperaturas mais baixas. Existem poucas espécies que se reproduzem apenas no inverno, como Asteroporpa annulata (McCLINTOCK et al., 1993), a qual possui desenvolvimento larval lecitotrófico. Há também aquelas com desenvolvimento direto, como Ophionereis diabloensis e O. amphilogus, que podem incubar diferentes embriões durante todo ano (HENDLER, 2002).

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