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Radiobiologia e radioproteção

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Radiobiologia e radioproteção 
 
Introdução: 
Radiação é um termo da área da física e significa a 
propagação de energia de um ponto a outro no 
espaço ou em um meio material. 
Historicamente tem-se conhecimento de que logo 
após Wilhelm Conrad Röntgen descobrir os raios-x, 
em 8 de novembro de 1895, os raios-x foram 
utilizados também por fotógrafos, até surgirem os 
seus primeiros efeitos danosos e perceber-se a 
necessidade de estudos mais profundos sobre os 
raios de Röntgen. 
Sendo assim, surgiu a Radiobiologia, com o 
objetivo de estudar os efeitos, desmistificando e 
trazendo à luz da ciência os efeitos determinísticos, 
estocásticos e o risco fetal. A partir desse 
conhecimento fez-se necessário criar princípios de 
proteção radiológica. 
Um grande exemplo dos danos causados pelos 
raios X, logo no seu início foi o assistente de 
Thomas Edson, Clarence Madson Dally, nos 
estudos deste sobre o comportamento dos Raios X. 
Clarence, teve diversos problemas devido a 
radiação, como por exemplo dermatite por 
radiação e diversas complicações, e aos poucos 
este foi se deteriorando até sua morte precoce em 
1904, com apenas 39 anos. 
Inicialmente, observaram-se danos na pele das 
mãos dos médicos radiologistas e queda de cabelo 
de pacientes irradiados. O primeiro relato 
associando a exposição às radiações à indução de 
câncer foi publicado em 1902. 
 
Radiobiologia 
A Radiobiologia é o ramo da ciência, cujo objetivo é 
estudar as interações das luzes e das radiações 
ultravioletas e ionizantes com os organismos e 
tecidos vivos. 
A radiação ionizante interage com células e tecidos 
basicamente de duas formas. A primeira ocorre 
após absorção da energia da radiação pelo meio 
biológico, ejeção de elétrons e interação direta dos 
elétrons ejetados com componentes celulares, 
como DNA, proteínas e lipídios, provocando 
alterações estruturais e funcionais; esse é chamado 
de efeito direto e corresponde a cerca de 30% do 
efeito biológico total. O outro mecanismo, que é o 
predominante, deve-se à interação da radiação e 
ejeção de elétrons da água, um dos principais 
componentes de nossas células, levando à 
produção de radicais livres, e denominado efeito 
indireto. O principal radical livre oxidante, 
resultante da radiólise da água, é a hidroxila. A 
dupla hélice do DNA pode ser danificada pela ação 
dos radicais livres, que quebram as ligações 
químicas em busca de um elétron que lhes confira 
equilíbrio eletrônico, exatamente por se 
encontrarem em estado desbalanceado 
eletricamente. A presença do oxigênio induz à 
formação de radicais livres peroxidantes que não 
retornam à estrutura química original. Assim, 
considera-se que o oxigênio “fixa” a lesão 
radioinduzida, aumentando a radiossensibilidade. 
 
Efeito da radiação: 
Existem diversos tipos de interações da radiação 
ionizante com a matéria. Suas probabilidades de 
ocorrência dependem de alguns fatores, tais como o 
tipo de radiação, energia do feixe, número atômico (Z) 
do meio irradiado, densidade eletrônica desse meio, 
entre outras. Essas diversas probabilidades levam aos 
seguintes efeitos: 
Efeito estocásticos são efeitos não aparentes e que 
dependem de longos períodos de latência, estão 
relacionados a exposição de baixas doses, cuja 
probabilidade aumentam com o aumento da dose 
absorvida. Podemos citar efeitos de estocásticos: 
radio determinante; probabilidade a indução do 
câncer. 
Existe também os chamados efeitos genéticos no 
qual refere-se aos efeitos provocados sobre o 
conteúdo do DNA podendo altera-los e 
transmitidos para as gerações futuras. 
Os efeitos deterministicos relacionam a causa 
entre a exposição ao tecido e o sintoma, 
normalmente as manifestações ocorrem em um 
pequeno período de latência, por exemplo: um 
indivíduo exposto em corpo inteiro a uma dose de 
aproximadamente 3,5Sv, pelo período de 1 hora, 
terá alguns sintomas como: diarreia, febre, vômito, 
perda de peso, queda de cabelos e etc. 
Os efeitos Somáticos das Radiações, podem ser 
imediatos ou tardios. São os efeitos imediatos 
aqueles que ocorrem nos primeiros 2 meses após a 
irradiação; já os efeitos, tardios são quando as 
manifestações ocorrem após 2 meses da 
irradiação. Carcinogênese, o envelhecimento 
precoce, as cataratas, a depressão do sistema 
imunológico e as malformações são exemplos de 
efeitos tardios. 
Em se tratando de mulheres grávidas, existem 
alguns riscos que variam de acordo com o período 
da gestação em que ocorreu a exposição. O efeito 
mais comum da exposição à radiação durante os 
dez primeiros dias pós-concepção é a morte 
uterina prematura. O feto é mais vulnerável a 
indução de anomalias congênitas pela radiação 
durante o primeiro trimestre, mais 
especificamente de 20 a 40 dias após a concepção. 
Considera-se que, quando o número de células do 
embrião é pequeno, a probabilidade de efeito é 
maior, pois a multiplicação celular é mais intensa. 
 
Radioproteção: 
As normas de proteção radiológica, apesar de 
indicarem valores de limitação da dose, 
estabelecem o princípio fundamental conhecido 
como ALARA. No Brasil, as diretrizes básicas 
referentes à proteção radiológica estão 
relacionadas na norma do CNEN (Comissão 
Nacional de Energia Nuclear) NE-3.01 (Diretrizes 
Básicas de Radioproteção). Os princípios básicos da 
proteção radiológica estabelecem condições 
necessárias para que as atividades operacionais 
que utilizam radiações ionizantes sejam adotadas 
em benefício da sociedade, considerando-se a 
proteção dos trabalhadores, do público, do 
paciente e do meio ambiente. Esses princípios são 
justificativas, otimização e limitação de dose. 
Fazem parte de documentos internacionais nos 
quais são estabelecidos conceitos atuais de 
proteção radiológica. Princípio da justificativa - 
onde houver atividade com exposição à radiação 
ionizante, deve-se justificá-la, levando-se em conta 
os benefícios advindos. Princípio da otimização - 
toda exposição deve manter o nível mais baixo 
possível de radiação ionizante. A proteção 
radiológica é otimizada quando as exposições 
empregam a menor dose possível de radiação, sem 
que haja perda na qualidade da imagem. 
 
Principio da limitação de dose: 
As doses de radiação não devem ser superiores aos 
limites estabelecidos pelas normas de 
radioproteção de cada país. Esse princípio aplica-se 
para limitação de dose nos trabalhadores 
ocupacionalmente expostos à radiação ionizante 
para o público em geral. O limite individual de dose 
para o trabalhador da área de radiações ionizantes 
é 50 mSv/ano e para o público em geral é de 
1mSv/ano. 
 
Formas de radioproteção: 
As formas de se reduzir a possível exposição dos 
trabalhadores são: Tempo, Distância e Blindagem. 
• Tempo de exposição e Distancia: 
A redução do tempo de exposição ao mínimo 
necessário, para uma determinada técnica de 
exames, é a maneira mais prática para se reduzir a 
exposição à radiação ionizante. No gerenciamento 
de um serviço de radiologia, o rodízio dos técnicos 
durante os procedimentos de radiografia é uma 
forma de limitar-se a exposição dos técnicos aos 
raios-x. E, quanto mais distante da fonte de 
radiação, menor a intensidade do feixe 
• Blindagem: 
Na blindagem individual, os equipamentos de 
proteção individual (EPI) são obrigatórios nos 
serviços de radiologia conforme as normas da 
Vigilância Sanitária. Dentre eles pode-se citar: 
óculos Pb, Protetor de tireóide, Dosímetro TLD, 
Avental de Pb e Saiote de Pb. São constituídos com 
lâminas de chumbo ou serem flexíveis, quando 
confeccionados em borracha enriquecida com 
chumbo. A espessura dos aventais de proteção 
pode variar de 0,25 a 0,5 mm de chumbo, em 
função de necessidade de proteção radiológica. O 
chumbo (Pb) é o elemento mais empregado como 
barreira de proteção em função da sua densidade 
(11,35b/cm3) e elevado número atômico (Z=82) 
A blindagem dos pacientes consiste na proteção 
dos pacientes através do uso de acessórios que é 
indispensável. O protetor de gônadasdeve ser 
usado em pacientes em idade reprodutiva, se a 
linha das gônadas não estiver próxima do campo 
primário de irradiação, para que não ocorra 
interferência no exame. A utilização de saiotes 
plumbíferos em pacientes submetidos aos raios-x é 
uma forma barata e eficaz de proteção. 
Para a blindagem das áreas é importante que as 
salas de raios-x devem ser blindadas com chumbo 
ou equivalente em barita. Pisos e tetos em 
concreto podem ser considerados como 
blindagens, dependendo da espessura da laje, tipo 
concreto (vazado ou não), distância da fonte, 
geometria do feixe e fator de ocupação das áreas 
acima e abaixo da sala de raios-x. 
Conclusão: 
A radioproteção tem a finalidade de fornecer 
condições seguras para atividades que envolvam 
radiações ionizantes. Condições básicas de 
segurança devem ser observadas no exercício 
profissional. Devido ao relato histórico, ocorrido 
em 1902, sobre os efeitos biológicos das radiações, 
fez-se necessário elaborar princípios de proteção 
radiológica e desenvolver formas de radioproteção 
aplicáveis na rotina dos serviços de radiologia. 
Cabe ao profissional ter conhecimento pleno do 
assunto.

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