A Industrialização alemã no século XIX

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A Industrialização alemã no século XIX
KEMP, Tom. A Revolução Industrial na Europa do século XIX... cap. 4
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1. A Ascensão da Alemanha industrial
. A transformação da Alemanha num espaço de uma geração (25 a 30 anos):
.. De um conjunto de Estados “economicamente atrasados”, formando uma manta de retalhos na Europa Central num Império unificado, impulsionado por uma indústria em rápida expansão e assentada numa base tecnológica avançada.
 . A transformação econômica, mais o recurso deliberado da força militar e uma ideologia nacionalista exacerbada um dos acontecimentos de grande significado político para o período.
 
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..Kemp: “Economicamente, assistia-se à ascensão de um novo monstro industrial capaz de tomar a dianteira no continente e de enfrentar a posição britânica no mercado mundial” .
. As condições (culturais, sociais, econômicas e políticas) que prevaleceram antes e depois da industrialização a caracterização do capitalismo alemão alta concentração do poder econômico nas indústria avançadas, uma forte associação entre a indústria e os bancos e a combinação de uma estrutura institucional arcaica e tradicional com as formas de capitalismo mais avançadas.
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Mapa 1: A “Alemanha” no final do século XVIII 
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2. As peculiaridades do Capitalismo Alemão
. O primeiro problema as forças conservadoras na Alemanha pré-industrial.
.. A Alemanha no século XVIII não era um país subdesenvolvido no sentido moderno.
.. A contribuição alemã seus portos (Hamburgo), cidades (Frankfurt, Berlim) e bancos mercantis (Rothschild) desempenharam importantes papéis no desenvolvimento econômico europeu. 
.. A contribuição intelectual alemã filosofia (Kant), literatura (Goethe e Schiller) e na música (Beethoven).
. A Alemanha uma região atrasada economicamente se comparada com os centros comerciais do Noroeste da Europa. 
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.. A Guerra dos 30 anos e a Paz de Vestfália (1848) o fim do Sacro-Império Romano Germânico e as divisões políticas e administrativas (e religiosas) na Europa Central.
. A estrutura social e política dos Estados alemães mais próxima da Rússia czarista do que do Ocidente.
.. Politicamente Estados governados autocraticamente (reis, príncipes, duques).
.. A estrutura social e econômica a agricultura e as relações feudais no campo. 
...O caso das terras do Hohenzollern, na Prússia(no Leste alemão) nas propriedades dos Junkers, as terras cultivadas pelos servos camponeses.
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...Na parte ocidental e no centro alemão a servidão do tipo prussiana tinha desaparecido ao final do século XVIII as obrigações dos camponeses foram comutadas em pagamento em dinheiro ou em gêneros.
... As mudanças não implicaram reformas políticas os poderes sociais e legais dos senhores continuaram a ser amplos.
..A fonte de rendimento dos senhores alemães (Leste, Centro e Oeste) através do excedente que extraíam da população agrária sob seu domínio.
.. O aparecimento de fazendas camponesas e hereditárias na parte ocidental uma mudança se comparada com o oriente alemão. 
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.. O baixo nível produtivo da unidade campesina na Alemanha “uma parte do excedente obtido pelos camponeses acima da mera subsistência era pago aos seus superiores sociais (os senhores), o que reduzia a possibilidade de investimentos em melhores métodos agrícolas”
... A limitação da servidão coletiva reduzia as iniciativas individuais e criava uma barreira para a produção agrícola para o mercado.
.. A produção na propriedade do senhor com trabalho agrícola a produção agrícola tinha possibilidades de se tornar mais racional (e para mercado). 
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. Kemp os senhores de terra prussianos estavam interessados “não no futuro desenvolvimento de economia de mercado, mas na preservação das relações sociais existentes” .
.. Os junkers dominava o Estado e o exército, e constituía na base social da Dinastia Hohenzolern (monarquia prussiana).
. Kemp “a política econômica do Estado Prussiano seguiu as práticas mercantis estabelecidas, encorajando as atividades que pareciam úteis ao Estado” .
.. A manufatura e o comércio “estavam sujeitas a um controle burocrático, cuja eficácia dependia das técnicas administrativas e dos oficiais da Coroa”.
... A atuação do Estado nas manufaturas interesses públicos e privados lado a lado os investimentos estatais nas minas.
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2. A ocupação francesa com Napoleão e as mudanças na Alemanha
. O impacto da guerra no território alemão:
A Prússia saiu vitoriosa da guerra, com a integridade territorial e administrativa;
2. Muitos Estados alemães desapareceram ou surgiram muito modificados com a guerra;
3. A propriedade, em muitos Estados, estava destruída, e os recursos canalizados para usos improdutivos, o comércio em ruptura;
4. A tendência para o desenvolvimento manufatureiro (pós-1780) foi interrompida;
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. O Bloqueio Continental de Napoleão redução do comércio com a GB e expôs a produtores locais à competição com os produtores franceses.
. O pós-1815 a necessidade de restaurar a economia e a ameaça dos produtos baratos (têxteis) vindos da GB ameaçando a manufatura alemã.
.A competição e ameaça dos produtos importados Friedrich List e seu famoso livro de 1841, O Sistema Nacional de Economia Política, que defendia o protecionismo.
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Mapa 2: O crescimento da Prusssia 1807 1866
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3. O pós-guerra e seu impacto sobre a “Alemanha” : as mudanças na estrutura agrária e a industrialização
. A estrutura agrária alemã no século XVIIII a predominância de duas formas de feudalismo.
.. No Ocidente grundherrshaft (“senhor responsável”);
.. No Oriente gutsherraschaft (“cavalheiro e sua família”).
. No interior desta larga divisão havia muitas variações locais e regionais.
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. A existência da agricultura campesina o cultivo da terra em campo aberto, apesar de haver, em alguns locais, fazendas de propriedade individual (separadas).
.. O camponês gozava de uma certa segurança, pelo menos contra as forças do mercado.
. A invasão da “Alemanha” pelas tropas francesas e a transformação da estrutura agrária.
.. Transformação a extensão das mudanças dependeu da maior ou menor resistência dos proprietários e da força dos camponeses (política, econômica e social).
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.. As transformações no Oeste e no Leste:
... No Oeste a aceleração da tendência de uma agricultura campesina dependente do mercado;
... No Leste (na Prússia) reformas que visaram a “modernizar” a sociedade sem pertubar o seu equilíbrio
.... Nos territórios da Coroa prussiana a emancipação dos camponeses ocorreu no final do século XVIII e tinham sido autorizados a comprar a sua terra.
.... As terras dos camponeses compreendiam, somente, 1/5 da área total “não era possível atacar as prerrogativas dos junkers, de cujo apoio político e militar a monarquia dependia”. 
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3.1 A Reforma Agrária Prussiana
. O desafio imposto pela invasão francesa a reforma agrária como a primeira prioridade, seja para a constituição da unidade alemã, seja para evitar uma revolução vinda de baixo.
. A Reforma de Stern- Heidenberg (1807) a abolição da servidão pessoal, efetiva a partir de 1810.
.. Reforma possibilitou a divisão e a venda mais fácil das propriedades dos nobres. 
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. As leis de 1811, 1816 e 1821 os camponeses podiam ficar com parte das suas fazendas, como propriedade privada, desde que entregassem a outra parte ao seu ex-senhor.
.. Os camponeses que tinham a terra herdada deveriam entregar 1/3 da sua propriedade ao
ex-senhor.
.. A maior parte dos camponeses, que não tinham direitos hereditários o total a entregar era de 2/3.
..Os camponeses beneficiários com as medidas uma minoria .
.. A maioria dos camponeses com pouca terra para subsistir com a sua família, e cuja saída seria a venda da força de trabalho (mercado).
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. A Reforma Agrária foi:
Um processo complexo e prolongado (até 1872);
Beneficiou somente uma pequena parcela de camponeses, que puderam “granjear” as suas fazendas, pagando uma renda (ao ex-senhor) por 25 anos;
 Proveitosa para os senhores, que alargaram as suas terras; quando os camponeses podiam pagar a sua emancipação, os senhores ficavam com a posse de reservas líquidas para comprar mais terras ou investir em obrigações do Estado (títulos com renda fixa).
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. Os junkers e a Reforma Agrária:
Continuaram a dominar a cena rural;
Não tinham pressa em impulsionar mudanças que não o beneficiassem a manutenção do poder de justiça (até meados do século XIX) e político (até 1872).
. A Reforma Agrária com todos os problemas, lançou as bases para uma agricultura mais rentável e eficiente no Leste, fortalecendo a grande propriedade e favorecendo o camponês mais rico (frente ao mercado).
.. O aumento da produção agrícola produção de alimentos suficiente para a satisfação do aumento populacional no período 1816-1856 (de 25 milhões de hab. em 1820 para 40 milhões em 1840).
 
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.O aumento populacional estava relacionado com:
A relativa paz no período;
Um governo estável;
Extensão do conhecimento médico;
Cultivo da batata;
. A crise agrária do Oeste alemão (1840) as deficiências de uma agricultura campesina, dificultada ainda mais com o crescimento populacional.
.. A crise principalmente, no Oeste alemão.
...O malogro das colheitas da batata e as fracas colheitas dos cereais.
.. Solução: a emigração ou a constituição do exército de mão-de-obra nas minas e fábricas.
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. A reação dos camponeses a rebelião e a revolução de 1848.
.. A rebelião foi motivada:
 Encargos legais e contratuais que substituíram a servidão;
 Nos locais, onde subsistiram os pagamentos feudais e senhoriais, a luta para a sua extinção.
. O camponês em 1848 não estavam interessados em reformas institucionais, e sim em mudanças agrárias (contra os contratos e os direitos de propriedade).
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.. O descompasso entre os revolucionários (liberais e comunistas alemães) e os camponeses a desconfiança de Marx frente aos camponeses.
.. No Oeste a emancipação foi completada com a abolição dos pagamentos dos direitos;
.. No Leste a continuidade do recebimento das rendas pelos proprietários e os camponeses tornaram-se proprietários,com o recebimento das terras por herança. 
. A reforma agrária coube aos conservadores prussianos a manutenção da grande propriedade no leste. 
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3.2 O Zollverein (1834) e a constituição do mercado interno
. A ação da burocracia prussiana na uniformidade administrativa a cobrança dos direitos alfandegários.
.. Em 1818 a adoção de uma tabela tarifária uniforme e medianamente protecionista para todos os territórios prussianos (a leste e a oeste).
. O Zollverein acordo entre os Estados que, por razões históricas e culturais, e que se encontravam “livremente” associados na Confederação Germânica.
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.. A Confederação Germânica embora sob influência do Império Austríaco, o Zollverein foi uma invenção prussiana
. Zollverein união aduaneira que permitiu a constituição de uma única área de livre comércio.
. Zollverein fator de primeira grandeza na promoção do desenvolvimento econômico (capitalismo) alemão:
Alargou os limites legais do mercado (interno);
A livre circulação de mercadorias (fatores de produção);
 Reforçou os laços comerciais de diversas regiões;
Extinguiu velhos particularismos e diferenças locais.
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3.3 A implementação da Ferrovia e a industrialização alemã
. A ferrovia complementação das potencialidades do Zollverein.
. A ferrovia produto de tecnologia industrial avançada para os padrões da Alemanha (1830/1840).
.. A ferrovia na Alemanha inicialmente contou: 
Capital estrangeiro;
Mão-de-obra qualificada, também estrangeira;
Material e equipamento estrangeiro.
Bancos privados alemães (pequena participação)
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. O processo de substituição das importações na Alemanha pós-1850 o desenvolvimento da indústria pesada alemã (a vanguarda industrial).
. A relação entre a ferrovia e o Estado prussiano inicialmente, a desconfiança e a posição conservadora com relação a sua implementação (o receio da especulação/propriedade).
. O pós-1840/50 a importância da ferrovia para o transporte e expansão do mercado. 
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. A importância da ferrovia para os militares/ proprietários de terras/burocracia prussiana o seu significado estratégico .
. A ação do Estado no incremento e implementação da ferrovia o projeto de Nação (a Segurança Nacional).
. O financiamento da ferrovia na Alemanha:
Ação do Estado (depois de 1871);
Capital externo
Financiamento interno, com a forte participação dos bancos (principalmente do grossbanker)
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4. O Império e o pacto de 1879: a Lei das Tarifas e o protecionismo alemão
. A constituição do Império Alemão feito a “ferro e fogo” (Otto von Bismark).
.. O Império as guerras contra a Dinamarca, Áustria e a França, que possibilitaram a unificação .
. As guerras aumentou a unidade da economia interna alemã o aparato militar-industrial .
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Otto von Bismark, Chanceler alemão de 1871-1890.
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O processo Bessemer e um produto industrial alemão: o canhão Krupp
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. A crise econômica pós-1873 (a Grande Depressão do final do século XIX) e a sua repercussão sobre a Alemanha o fechamento (protecionismo) alemão e o pacto político estabelecido entre os empresários alemães e os junkers (prussianos).
.. O “Pacto pelo Alto” a via prussiana.
. A Grande Depressão na Alemanha acelerou o processo de concentração/centralização do capital industrial e financeiro o avanço da integração horizontal _ o cartel.
 
http://www.ieg-maps.uni-mainz.de/mapsp/mapebga0.htm
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http://www.ieg-maps.uni-mainz.de/mapsp/mapebga0.htm
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