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Direito previdenciário do servidor público

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DIREITO PREVIDENCIÁRIO DO SERVIDOR PÚBLICO
BENEFÍCIOS EM ESPÉCIES
Inovações da MP 871/2019 e Lei nº 13.846/2019 da Pensão por morte
Termo inicial da pensão
Art. 219. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data:
I – do óbito, quando requerido em até 180 dias após o óbito, para os filhos menores de dezesseis anos, ou em até 90 dias após o óbito, para os demais dependentes;
II – do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso I; ou
III – da decisão judicial, na hipótese de morte presumida.
§ 1º A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro possível dependente e a habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só produzirá efeito a partir da data da publicação da portaria de concessão da pensão do dependente habilitado.
Habilitação provisória à pensão por morte
§ 2º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição de dependente, este poderá requerer a sua habilitação provisória ao benefício de pensão por morte, exclusivamente para fins de rateio dos valores com outros dependentes, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de decisão judicial em contrário.
§ 3º Nas ações em que for parte o ente público responsável pela concessão da pensão por morte, este poderá proceder de ofício à habilitação excepcional da referida pensão, apenas para efeitos de rateio, descontando-se os valores referentes a esta habilitação das demais cotas, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de decisão judicial em contrário. 
§ 4º Julgada improcedente a ação prevista no § 2º ou § 3º deste artigo, o valor retido será corrigido pelos índices legais de reajustamento e será pago de forma proporcional aos demais dependentes, de acordo com as suas cotas e o tempo de duração de seus benefícios.
§ 5º Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão concessor da pensão por morte a cobrança dos valores indevidamente pagos em função de nova habilitação.    
Alimentos temporários a ex-cônjuge ou ex-companheiro(a)
Art. 222. § 5º Na hipótese de o servidor falecido estar, na data de seu falecimento, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento anterior do benefício.    
Perda da pensão pelo exercício de atividade remunerada (?)
§ 7º O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual, não impede a concessão ou manutenção da cota da pensão de dependente com deficiência intelectual ou mental ou com deficiência grave. 
Alterações da EC nº 103/2019
O valor mínimo de um salário-mínimo será assegurado por lei quando foi a única fonte de renda formal do dependente (art. 40, § 7º); Isto é, pode ser menos de um salário-mínimo se o dependente possuir outra renda, mas isso depende de lei complementar que ainda não existe.
A lei irá dar tratamento diferenciado pensão no caso de morte sofrida no exercício ou em razão da função para os servidores agentes penitenciários ou socioeducativos, policiais legislativos, policiais civis, federais, rodoviários federais e ferroviários federais;
Talvez seja interessante discutir a inconstitucionalidade desse tratamento diferenciado para pensões no caso de morte sofrida no exercício ou em razão da função dos servidores supracitados, pois existem outros servidores que estão expostos ao risco também. Pode ser considerado discriminatório.
Outras alterações problemáticas...
Valor da pensão para o servidor federal: cota familiar de 50% da aposentadoria que o servidor recebia, ou daquela que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito;
Acrescem cotas de 10 pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100%.
Quando o dependente perde essa qualidade a sua cota não reverte para os demais, isto é, se o filho do dependente completa 21 anos e não possui nenhuma deficiência, ele vai parar de receber a pensão e a sua cota não será revertida para a sua mãe, ela se perde e o benefício diminui. É uma regra muito draconiana, pois aniquila tudo aquilo que se contribuiu. Essa mesma regra também vale para o regime geral.
Mantém-se o valor de 100% se o número de dependentes remanescentes for igual ou superior a 5.
É problemática, pois a alteração foi feita apenas para os servidores federais, enquanto os estaduais e municipais ficaram condicionados a alteração de suas próprias leis, isto é, leis estaduais e municipais.
Outra coisa...
Se houver dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, a pensão será de:
100% da aposentadoria recebida pelo servidor (ou da que teria direito na data do óbito se fosse aposentado por incapacidade permanente), até o limite máximo do RGPS.
Mais uma cota familiar de 50% com cotas de 10 pontos percentuais por dependente, para o valor que supere o limite máximo do RGPS.
Se não houve mais dependente inválido ou com deficiência, a pensão será recalculada, observando a regra geral. 
Outras alterações:
Tempo de duração da pensão por morte e das cotas individuais por dependente será o fixado pela Lei nº 8.213/91 (constitucionalizou essas regras, portanto. Constitucionalizou o que não beneficiava e desconstitucionalizou o que beneficiava).
A pensão será vitalícia para cônjuge ou companheiro de policial civil do DF, policiais da Câmara e do Senado, agente federal penitenciário ou socioeducativo, policiais federais, federais rodoviários e ferroviários se a morte for decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função (outra discriminação que parece inconstitucional);
Permite o reconhecimento da condição de dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave antes do óbito, por meio de avaliação biopsicossocial (é recomendado que se faça).
Equipara a filho, para fins de pensão, exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica (aparentemente quer excluir o menor sob guarda).
Também houve alteração nas cumulações de pensão por morte:
Não podem ser acumuladas mais de uma pensão por morte, deixada por cônjuge ou companheiro, no mesmo regime de previdência, exceto se proveniente de cargos acumuláveis na atividade, como por exemplo um médico que atue no município e no estado ao mesmo tempo, desde que haja compatibilidade de horário (cf, artigo 37 da cf).
Pode cumular: pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro em um regime de previdência com pensão concedida por outro regime de previdência (incluindo o dos militares);
Pode cumular: pensão por morte em um regime com aposentadoria de qualquer regime (incluindo militares);
Pode cumular: pensão por morte de militares com aposentadoria no RGPS ou RPPS.
O CÚMULO NÃO É A SOMA.
Nas hipóteses em que pode cumular, não é integral:
O interessado escolhe um dos benefícios (o mais vantajoso) e recebe um percentual da renda do outro benefício;
60% do valor que excede 01 salário-mínimo, até o limite de 02 salários-mínimos; 
40% do valor que excede 02 salários-mínimos, até o limite de 04 salários-mínimos;
20% do valor que excede 03 salários-mínimos, até o limite de 04 salários-mínimos;
10% do valor que excede 04 salários-mínimos.
Estas regras não se aplicam aos cargos acumuláveis (só nas exceções):
Preservado o direito adquirido antes da EC nº 103/2019.
LICENÇAS MATERNIDADE, PATERNIDADE E POR ADOÇÃO
Lei nº 8112/92
Art. 207.  Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.               
§ 1o  A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
§ 2o  No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.
§ 3o  No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será submetidaa exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.
§ 4o  No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.
Art. 208.  Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
Art. 209.  Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora.
Art. 210.  À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.     
Parágrafo único.  No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.
Esses temas não são benefícios de natureza previdenciária, mas apenas afastamentos do trabalho.
Lei nº 11770/2008
Art. 2o  É a administração pública, direta, indireta e fundacional, autorizada a instituir programa que garanta prorrogação da licença-maternidade para suas servidoras, nos termos do que prevê o art. 1o desta Lei. 
Lei nº 8112/92
Art. 202.  Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
Art. 203.  A licença de que trata o art. 202 desta Lei será concedida com base em perícia oficial.            
§ 1o  Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.
§ 2o  Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, e não se configurando as hipóteses previstas nos parágrafos do art. 230, será aceito atestado passado por médico particular.
§ 3o  No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente produzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos humanos do órgão ou entidade.   
§ 4o  A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de afastamento será concedida mediante avaliação por junta médica oficial.     
§ 5o  A perícia oficial para concessão da licença de que trata o caput deste artigo, bem como nos demais casos de perícia oficial previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o campo de atuação da odontologia.
Enquanto no regime geral o afastamento gera benefício previdenciário, no regime próprio o afastamento não gera benefício previdenciário porque é o próprio empregador “poder público” que acaba fazendo o pagamento desse servidor nesse período.
Art. 204.  A licença para tratamento de saúde inferior a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de perícia oficial, na forma definida em regulamento. 
Art. 205.  O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou qualquer das doenças especificadas no art. 186, § 1o.
Art. 206.  O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção médica.
Vantagem não previdenciária, custada pelo Tesouro Nacional (não pelo RPPS).
QUESTÕES PROCESSUAIS/PROCEDIMENTAIS
1. Aposentadoria/pensão no RPPS é sempre um ato complexo, isto é, é aquele que se concretiza quando há a:
1. Manifestação de vontade do órgão em que o servidor está lotado (ou superior) – ato concedendo a aposentadoria/pensão.
1. Registro do ato no Tribunal de Contas respectivo (da União, Estado ou Município)
Constituição Federal
Art. 71.  O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
III -  apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
Súmula vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
MAS:
O próprio Supremo flexibilizou o que preconiza na súmula vinculante 3, ao declarar em um julgado que “quando ultrapassado sem decisão o prazo de cinco anos contado da chegada a esse órgão do processo administrativo de concessão de aposentadoria ou pensão.” MS 26.053 ED segundos Rel. Min. Ricardo Lewandoski Pleno DJe de 23/05/2011. 2. Agravo regimental desprovido. (MS 25933 AgR. Relator (s): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 16/12/2016. ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe 037 DIVULG 26.02.2016 PUBLICADO 29.02.2016.
Depois desse julgado o STF teve outro entendimento, que foi manifestado no RE 636.553 com repercussão geral reconhecida (já transitado em julgado, sem modulação).
Tema 445: “Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de contas, em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima”.
Portanto, os prazos para discussão do ato concessório têm início somente depois do registro.
Por exemplo, art. 54 da Lei nº 9.784/99: Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1 o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2 o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.
STF: “1. A decadência prevista no art. 54 da Lei 9.784/99 não se consuma, apenas, no período compreendido entre o ato administrativo concessivo de aposentadoria ou pensão e o posterior julgamento de sua legalidade e registro pelo Tribunal de Contas da União que consubstancia o exercício da competência constitucional de controle externo (CRFB/88, art. 71, III) -, porquanto o respectivo ato de aposentação é juridicamente complexo, que se aperfeiçoa com o registro na Corte de Contas. [...] 2. In casu, o início do prazo decadencial para revisão das parcelas de aposentadoria da agravada se deu com a prolação do Acórdão TCU 1.774/2003, pois englobou a discussão acerca da base de cálculo para o recebimento do “Complemento GATS”, imposta por sentença judicial transitada em julgado, de sorte que os atos impugnados - Acórdãos TCU 6.759/2009 e 1.906/2011 – restam alcançados pela decadência administrativa (Lei 9.784/99, art. 54). [...] (MS 30780 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 11/09/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-232 DIVULG 09-10-2017 PUBLIC 10-10-2017)
Prescrição: fundo de direito ou apenas das prestações vencidas antes dos cinco anos? 
 “3. É igualmente consolidado o entendimento de que a prescrição da pretensão à revisão do ato de aposentadoria para inclusão de tempo de serviço prestado em condições especiais alcança o próprio fundo de direito, não havendo falar em relação de trato sucessivo” (STJ, RESP 201701573796, HERMAN BENJAMIN, STJ - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:16/10/2017).
 “1. A pretensão do recorrida é a implementação de uma vantagem pecuniária em suas complementações de aposentadorias e pensão. Trata-se de parcelas de trato sucessivo, onde a não concessão renova, mês a mês, a violação do suposto direito. 2. No caso da parcela denominada sexta-parte, vantagem não incorporada pela Administração, o ato omissivo renova-semês a mês, caracterizando relação de trato sucessivo; na espécie, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas anteriormente aos cinco anos da propositura da ação, nos moldes da Súmula 85/STJ” (RESP 201701779600, HERMAN BENJAMIN, STJ - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:10/10/2017).
 “1. A orientação jurisprudencial desta Corte é firme no sentido de que, inexistindo manifestação expressa da Administração Pública negando o direito reclamado, não ocorre a prescrição do chamado fundo de direito, mas tão somente das parcelas anteriores ao quinquênio que precedeu à propositura da ação, ficando caracterizada relação de trato sucessivo (Súmula 85 do STJ) 2. Agravo interno a que se nega provimento” (AINTARESP 201701273004, SÉRGIO KUKINA, STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE DATA:24/08/2017).
“PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AÇÃO RESCISÓRIA. SERVIDOR APOSENTADO. REPOSICIONAMENTO. REVISÃO. PRESCRIÇÃO DO FUNDO DO DIREITO NÃO CONFIGURADA. PEDIDO JULGADO PROCEDENTE. ALEGAÇÃO DA UNIÃO DE QUE NÃO ESTARIA PREENCHIDO O REQUISITO DE EXERCÍCIO DA FUNÇÃO PELO TEMPO MÍNIMO EXIGIDO LEGALMENTE. NECESSIDADE DE ANÁLISE DO CONJUNTO FÁTICOPROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. [...]. 2. Nos termos da orientação jurisprudencial consolidada desta Corte, o ato de readaptação de servidor constitui ato único de efeito concreto e, apesar de gerar efeitos contínuos futuros, não caracteriza relação de trato sucessivo, a atrair a incidência do Enunciado n. 85 da Súmula desta Corte. Logo, passados cinco anos do ato de aposentadoria, ocorre a prescrição do próprio fundo de direito, nos termos do art. 1º do Decreto n. 20.910/32. Havendo pedido administrativo, ocorre a suspensão do prazo prescricional, nos termos do art. 4º do Decreto n. 20.910/32, reiniciando a contagem do prazo na data da negativa do pedido. 3. O acórdão rescindendo violou literal disposição dos artigos 1º e 4º do Decreto-Lei n. 20.910/32 ao não reconhecer a suspensão do prazo prescricional em razão do pedido administrativo protocolado pelo servidor e pendente de resposta por parte da Administração, conforme reconhecido pelo Tribunal de origem e não impugnado pela União [...] (AR 200201653750, ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, STJ - TERCEIRA SEÇÃO, DJE DATA:01/08/2017). 
Se a decadência conta-se do registro, porque não contar a prescrição também do registro?
1. Cumulação de proventos:
Constituição Federal
Art. 40 [...] § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo.
[Redação da EC nº 103/2019]
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social.
Constituição Federal 
Art. 37 [...] XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.
Constituição Federal 
Art. 95. Parágrafo único. Aos juízes é vedado: 
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; 
Art. 128. § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: [...]
II - as seguintes vedações: [...] d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
Teto (Tema 384): “Nos casos autorizados, constitucionalmente, de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do artigo 37, inciso XI, da Constituição Federal, pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público” (RE 602043, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, em regime de repercussão geral, j. em 27.4.2017).
Teto na cumulação de proventos de aposentadoria com proventos de pensão: 
Teto (Tema 359): “Ocorrida a morte do instituidor da pensão em momento posterior ao da Emenda Constitucional nº 19/1998, o teto constitucional previsto no inciso XI do artigo 37 da Constituição Federal incide sobre o somatório de remuneração ou provento e pensão percebida por servidor“ (RE 602.584, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, em regime de repercussão geral, j. em 06.8.2020).
1. Cassação da aposentadoria
Lei nº 8.112/90 Art. 127. 
São penalidades disciplinares: [...]: 
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade. 
Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão. 
Mas e o caráter contributivo da aposentadoria (art. 40 da CF)?
STJ: “III - A pretensão da Agravante esbarra, ademais, em orientação desta Corte, segundo a qual, não obstante a natureza contributiva do benefício previdenciário, é constitucional a pena de cassação de aposentadoria” (AINTMS 20469 2013.03.21702-3, Rel. Min. REGINA HELENA COSTA, STJ - Primeira Seção, DJe 20.3.2018). 
“1. Trata-se, na origem, de Mandado de Segurança impetrado por Delegada da Polícia Civil do Distrito Federal contra ato do Governador consubstanciado no Decreto do Distrito Federal de 18 de julho de 2018 que cassou a aposentadoria da impetrante, nos termos dos arts. 43, XI, XXXVIII e XLVIII, e 62 da Lei 4.878/1965; 132, I, e 134 da Lei 8.112/1990. A segurança foi denegada. 2. A irresignação não prospera, pois a constitucionalidade e legalidade da pena de cassação de aposentadoria são reconhecidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça. Precedentes: ARE 1.092.355 AgR, Relator(a): Min. Edson Fachin, Segunda Turma, DJe-109 24/5/2019; ARE 1.091.968 AgR, Relator(a): Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe-256 30/112018; RE 1044681 AgR, Relator(a): Min. Dias Toffoli, Segunda Turma, 21/3/2018; RE 848019 AgR, Relator(a): Min. Teori Zavascki, Segunda Turma, DJe-210 3/10/2016; MS 23.681/SE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, DJe 28/8/2018; RMS 54.297/DF, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 11/10/2017” (RMS 61.108, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 25.10.2019).
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. ARTS. 127, IV, E 134 DA LEI 8.112/1990. PENALIDADE DISCIPLINAR DE CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA OU DISPONIBILIDADE. EMENDAS CONSTITUCIONAIS 3/1993, 20/1998 E 41/2003. PENALIDADE QUE SE COMPATIBILIZA COM O CARÁTER CONTRIBUTIVO E SOLIDÁRIO DO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES. PODER DISCIPLINAR DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. AÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE. 1. As Emendas Constitucionais 3/1993, 20/1998 e 41/2003 estabeleceram o caráter contributivo e o princípio da solidariedade para o financiamento do regime próprio de previdência dos servidores públicos. Sistemática que demanda atuação colaborativa entre o respectivo ente público, os servidores ativos, os servidores inativos e os pensionistas. 2. A contribuição previdenciária paga pelo servidor público não é um direito representativo de uma relação sinalagmática entre a contribuição e eventual benefício previdenciário futuro. 3. A aplicação da penalidade de cassação de aposentadoria ou disponibilidade é compatível com o caráter contributivo e solidário do regime próprio de previdência dos servidores públicos. Precedentes. 4. A perda do cargo público foi prevista no texto constitucionalcomo uma sanção que integra o poder disciplinar da Administração. É medida extrema aplicável ao servidor que apresentar conduta contrária aos princípios básicos e deveres funcionais que fundamentam a atuação da Administração Pública. 5. A impossibilidade de aplicação de sanção administrativa a servidor aposentado, a quem a penalidade de cassação de aposentadoria se mostra como única sanção à disposição da Administração, resultaria em tratamento diverso entre servidores ativos e inativos, para o sancionamento dos mesmos ilícitos, em prejuízo do princípio isonômico e da moralidade administrativa, e representaria indevida restrição ao poder disciplinar da Administração em relação a servidores aposentados que cometeram faltas graves enquanto em atividade, favorecendo a impunidade. 6. Arguição conhecida e julgada improcedente. (ADPF 418, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 15/04/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-105 DIVULG 29-04-2020 PUBLIC 30-04-2020)
1. Litisconsórcio passivo necessário:
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO INSS. FORMAÇÃO DE LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. PRELIMNARES AFASTADAS. CÔMPUTO NO R.G.P.S. DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO SOB REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO. REQUISITOS PREENCHIDOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. MULTA DIÁRIA. 1. Não há que se falar em incompetência da Justiça Federal, ilegitimidade passiva do INSS ou formação de litisconsórcio passivo necessário, tendo em vista que se trata de pedido de cômputo de atividade laborativa sujeita a Regime Próprio de Previdência Social, para fins de concessão de benefício junto ao R.G.P.S., considerando que a Constituição Federal em seu artigo 201, § 9º, assegura a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, urbana e rural, mediante compensação dos regimes [...] (ApReeNec - 0000846-69.2013.4.03.6328, Rel. Desembargadora Federal LUCIA URSAIA, TRF3 - DÉCIMA TURMA, eDJF3 24.8.2018).
PREVIDENCIÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. APOSENTADORIA. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. UNIÃO FEDERAL E INSS. RECURSO PROVIDO. I. A legitimidade passiva da União Federal se mostra clara no caso concreto, eis que a averbação do tempo de serviço reconhecido como especial durante o período trabalhado é de sua exclusiva competência. II. Por outro lado, consoante o atual entendimento jurisprudencial das Cortes Superiores e desta Corte Regional, a contagem de tempo de serviço prestado em atividade especial no regime celetista e sua posterior conversão em comum são de competência do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. III. Assim sendo, considerando que o pedido deduzido na inicial é no sentido de que seja reconhecido como especial o período trabalhado junto às empresas [....] todos sob a regime das normas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, convertendo-o em comum, e que a União Federal proceda à respectiva averbação do tempo de serviço apurado, verifica-se claramente a existência de um litisconsórcio passivo necessário, nos termos do artigo 114 do Código de Processo Civil de 2015. IV. Todavia, observa-se que o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS não integrou a lide, razão pela qual deverá ser reconhecida a nulidade da sentença, nos termos do artigo 115, inciso I e parágrafo único, do Código de Processo Civil de 2015, com o retorno dos autos a primeira instância, para que o INSS integre lide. V. Apelação da parte autora provida. Agravo retido prejudicado. (Ap - 0005216-73.2002.4.03.6103, Rel. Desembargador Federal VALDECI DOS SANTOS, TRF3 - Primeira Turma, e-DJF3 21.6.2018).
Mesmo sentido: TRF3, Quinta Turma, ReeNec 0004713.52.2002.4.03.6103, Rel. LOUISE FILGUEIRAS, DJe 01.12.2017.
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO CIVIL. PENSÃO POR MORTE. REVISÃO. EXESPOSA. ESPOSA BENEFICIÁRIA. INTEGRAÇÃO À LIDE E CITAÇÃO. INOCORRÊNCIA. LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. ART. 47 DO CPC. SENTENÇA ANULADA DE OFÍCIO. [...] . 2. Diante da natureza da relação jurídica, o eventual reconhecimento do direito da ex-esposa, ora apelada, à pensão por morte atingirá diretamente a esfera jurídica da esposa, diminuindo-lhe ou retirando-lhe o benefício previdenciário, motivo pelo qual se impõe a sua integração à lide, sob pena de absoluta ineficácia da decisão, nos termos do artigo 47 do Código de Processo Civil. 3. A ineficácia da sentença em face de quem deveria integrar o processo na qualidade de litisconsorte necessário unitário está afeta à própria regularidade da relação jurídica processual. 4. O pressuposto processual é questão de ordem pública, que não está afeta ao regime de preclusão, podendo ser apreciada pelo julgador de ofício em qualquer tempo e grau de jurisdição. 5. Reconhecida de ofício, a irregularidade não dá azo à extinção do processo sem que seja oportunizada à parte saná-la, consoante disciplina do parágrafo único do artigo 47 do Código de Processo Civil. 6. Sentença anulada de ofício e apelação e remessa oficial prejudicadas. 
 ApReeNec 0004800-40.2009.4.03.6110, JUÍZA CONVOCADA NOEMI MARTINS, TRF3 - DÉCIMA PRIMEIRA TURMA, e-DJF3 22.8.2017.

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