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direito penal >> ramo do direito público que de�ne as infrações penais, as ações e omissões delitivas e estabelece determinada consequência jurídica. >> Busca a justiça igualitária, adéqua os dispositivos legais aos princípios constitucionais. ● Legislação Penal Brasileira ● Código Penal - Decreto Lei n. 2.848/40 ● A parte geral foi alterada pela lei n. 7.209/84 Preceito Primário – Descrição da conduta. Preceito Secundário – Previsão de pena. 1.2. FUNÇÃO E CARACTERÍSTICAS O direito penal é a proteção do bem jurídico, bens relevantes para o desenvolvimento humano e a vida social, merecedores de tutela penal. A reação às condutas lesivas aos bens jurídicos: Pena e Medida de Segurança. 1.3. DIREITO PENAL OBJETIVO E SUBJETIVO Objetivo: Conjunto de normas que de�ne os delitos e as sanções correspondentes e como aplicá-las. Subjetivo: Direito de punir do Estado (princípio da soberania) é a faculdade de impor sanções diante do delito. 1.4. DIREITO PENAL COMUM E ESPECIAL Comum: Representado pelo Código Penal Brasileiro – Parte Geral (art. 1 a 120, CP.) e Parte Especial (art. 121 a 361, CP.). Especial: É a legislação Penal Extravagante – Leis, Decretos e Decreto-lei. 2. DA LEI PENAL 2.1. TEORIA DA LEI PENAL Norma jurídica regulamentando a vida social disciplinando as relações sociais. Mandatos (imperativo positivo). Proibições (imperativo negativo). 1 – Hipótese legal 2 – Consequências jurídicas 2.2. FONTES DO DIREITO PENAL A – Fontes Materiais: Art. 22, I – CF. É competência privativa da União legislar. B – Fontes Formais: 1 – Formais Imediatas – Leis Penais 1 LEI PENAL NO TEMPO: 1.a – Normas Penais Incriminadoras: de�ne as infrações penais. 1.b - Normas Penais Permissivas: preveem a ilicitude ou a impunidade. 1.c - Normas Penais Complementares ou explicativas: esclarece o signi�cado de outra norma ou o limita a aplicação. 2- Formais Mediatas – Costumes e Princípios 2.a - Costumes: conjunto de normas de comportamentos. 2.b – Princípios gerais do Direito: regras de consciência; aceitas pela sociedade mesmo que não escritas. 2.3 CARACTERES DAS NORMAS PENAIS A norma penal: é exclusiva; é autoritária; é geral, tem efeito erga omnes; é, ainda, abstrata e impessoal. 2.4. CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS a – Crime ou Delito b – Contravenção Possuem a mesma estrutura jurídica: Fato Típico e Antijurídico. A tipi�cação vai depender do legislador. A diferença é apontada pelo art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal 1 LEI PENAL NO TEMPO: Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. Crime: possibilidade de penas: reclusão / reclusão + multa / reclusão ou multa detenção / detenção + multa / detenção ou multa Contravenção: possibilidades de penas: prisão simples / multa Crimes / Contravenção Ação pública condicionada / incondicionada ou ação privada Ação incondicionada Peça inicial é a denúncia ou queixa / Peça inicial Denúncia Tentativa é punível / Tentativa não é punível Dependendo do caso, crime praticado no exterior pode ser punido no Brasil . / Se for cometido no exterior não pode ser punido no Brasil Elemento subjetivo: Dolo ou Culpa / Elemento subjetivo: Basta vontade Duração máxima da pena é de 30 anos/ Duração máxima da pena é de 5 anos Sursis é de 2 a 4 anos / Sursis é de 1 a 3 anos 2.5. LEI PENAL EM BRANCO A Lei Penal em Branco é aquela em que a descrição de conduta penal se mostra incompleta ou lacunosa. Precisa de um procedimento de reenvio a outra espécie normativa. >> Heterogêneas: em sentido estrito são aquelas que o complemento se encontra contida em outra lei emanada de outra instância legisladora. >> Homogêneas: O complemento se acha na própria lei (técnica legislativa) ou em outra emanada da mesma instância legislativa. 2.6. INTERPRETAÇÃO DA NORMA PENAL A interpretação consiste em extrair o signi�cado e a extensão da norma em relação à realidade. É uma operação lógico-jurídica que se dirige a descobrir a vontade da lei, em função de todo o ordenamento jurídico e das normas superiores de cultura, a �m de aplicá-las aos casos concretos da vida real. 2.7. INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA É permitida toda vez que uma cláusula genérica se segue a uma forma casuística, devendo entender-se que aquela só compreende os casos análogos aos mencionados por esta. Só é possível quando dentro do próprio do texto legal. 2.8 ANALOGIA Consiste em aplicar a uma hipótese não prevista em lei a disposição relativa a um caso semelhante. Forma de integração do direito penal e não de interpretação. Só pode ser aplicada im bonam partem. >> Requisitos: a) que o fato considerado não tenha sido regulado pelo legislador; b) este, no entanto, regulou situação que oferece relação de coincidência de identidade com o caso não regulado; c) o ponto comum às duas situações constitui o ponto determinante na implantação do princípio referente à situação considerada pelo julgador. 2.9 PRINCÍPIOS: 2.9.1 Princípio do in dúbio pro reo 1 LEI PENAL NO TEMPO: Se persistir dúvida, após a utilização de todas as formas interpretativas, a questão deverá ser resolvida da maneira mais favorável ao réu. 2.9.2. Princípio do bis in idem 1 LEI PENAL NO TEMPO: Por esse princípio, determina circunstância não pode ser empregada mais de uma vez em relação ao mesmo crime, nem para agravar nem para reduzir a pena. 2.9.3. Princípio da intervenção mínima e da insigni�cância 1 LEI PENAL NO TEMPO: O princípio da intervenção mínima signi�ca que o direito penal só deve cuidar de situações graves a coletividade. O princípio da insigni�cância considera atípico o fato quando a lesão ao bem jurídico tutelado pela lei é de tal forma irrisório que não justi�ca a movimentação da máquina jurídica, ou seja, o direito penal só deve intervir nos casos de ataques muito graves aos bens jurídicos mais importantes, e as perturbações mais leves são objeto de outros ramos do Direito, sendo assim, é correto dizer que é a utilização do DP como “ultima ratio”, uma vez que o Estado não deve recorrer ao DP e sua gravíssima sanção se existir a possibilidade de garantir uma proteção su�ciente com outros instrumentos jurídicos que não os penais. Princípio da Insigni�cância: Não há previsão expressa na lei, dá-se por meio de jurisprudência Claus Roxin: para que uma conduta seja considerada crime é necessário que cause uma lesão signi�cativa ao bem jurídico tutelado pela norma penal 2.9.4. Princípio da Consunção ou da absorção: O crime �m absorve o crime meio. Ex: estelionato. 2.9.5. Princípio da Legalidade: prevê a segurança jurídica. Art. 1º do Código Penal. “ Não há crime sem lei anterior que o de�na, nem pena sem prévia cominação legal”. Desdobramentos: a) Princípio da anterioridade: a lei deve ser anterior a prática da conduta. b) Princípio da Reserva Legal: a lei precisa ser positivada, ou seja, escrita. c) Princípio da Proibição da Analogia: exceto para utilização da analogia “ in bonam partem”, em favorecimento ao réu. Funções do Princípio da Legalidade: a) Proibir a retroatividade da lei penal. Exceto para favorecer o réu. b) Proibir a criação de penas e crimes pelos costumes. Só a lei escrita pode criar penas e crimes, não os costumes. c) Proibir o emprego da analogia para criar, fundamentar ou agravar as penas. d) Proibir incriminações vagas e indeterminadas, pois a criação de normas vagas e indeterminadas violam o princípio da legalidade e ofendem os direitos humanos fundamentais. 2.10. SUJEITO ATIVO: Ser humano, maior de 18 anos. Excepcionalmente pessoa jurídica pode cometer crime. 2.11. SUJEITO PASSIVO: É a pessoa ou entidade que sofre os efeitos do delito. >> Uma só pessoa não pode ser ao mesmo tempo sujeito ativo e passivo. No entanto existem entendimentos contrários. 2.12. OBJETO JURÍDICO: É o bem ou interesse que a lei visa proteger. 2.13. OBJETO MATERIAL: É a coisa sobrea qual recai a conduta delituosa. 3. DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL >> Princípio da legalidade (reserva legal): não há crime sem lei que o de�na; não há pena sem cominação legal. Somente haverá crime quando existir perfeita correspondência entre a conduta praticada e a previsão legal. >> Princípio da anterioridade: não há crime sem lei “anterior” que o de�na; não há pena sem “prévia” imposição legal. O artigo 1º do Código Penal está previsto na Constituição Federal, no Art. 5º, XXXIX. 3.1 LEI PENAL NO TEMPO: 1 LEI PENAL NO TEMPO: 3.1.1 Âmbito Temporal da Lei: a lei de introdução ao Código Civil (decreto-lei 4.657/42) alcança todo o ordenamento jurídico e prevê a vigência da lei no território nacional. At. 1º - salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar em todo o país 45 (quarenta e cinco) dias depois de o�cialmente publicada. 3.1.2 Revogação: é expressão genérica que traduz a ideia de cessação da existência de regra obrigatória, em virtude de manifestação, nesse sentido, do poder competente; Compreende: >> derrogação (revogação parcial), quando cessa em parte a autoridade da lei; >> ab-rogação (revogação total), quando se extingue totalmente; >> A revogação poder ser: expressa (quando a lei, expressamente, determina a cessação da vigência da norma anterior) >> e tácita (quando o novo texto, embora de fora não expressa, é incompatível com o anterior ou regula inteiramente a matéria precedente). 3.1.3 Irretroatividade e Retroatividade da Lei Penal: 1 LEI PENAL NO TEMP Princípio da irretroatividade da lei mais severa e da retroatividade da lei mais benigna: constitui um direito subjetivo de liberdade, com fundamento no art. 5º, XXXVI e XL, da CF/88 diz aquele que a lei não prejudicará o direito adquirido; diz este que a lei penal não retroagirá, salvo para bene�ciar o réu; a lei mais benigna prevalece sobre a mais severa. A lei penal produz efeitos para frente, contudo ela poderá retroagir para bene�ciar o réu, nos termos do parágrafo único. Postulado que se encontra no art. 5º, XL, da Constituição Federal. Art. 5º (...) XL - a lei penal não retroagirá, salvo para bene�ciar o réu; 3.1.4 Conflitos de Leis Penais no Tempo: 1 LEI PENAL NO TEMP O: 3.1.4.1 Abolitio criminis: pode ocorrer que uma lei posterior deixe de considerar como infração um fato que era anteriormente punido; a lei nova retira do campo da ilicitude penal a conduta precedentemente incriminada; 3.1.4.2 Novatio legis incriminadora: ocorre quando um indiferente penal em face de lei antiga é considerado crime pela posterior; a lei que incrimina novos fatos é irretroativa, uma vez que prejudica o sujeito. 3.1.4.3 Novatio legis in pejus: se lei posterior, sem criar novas incriminações ou abolir outras precedentes, agrava a situação do sujeito, não retroage; aplica-se o princípio da irretroatividade da lei mais severa. 3.1.4.4 Novatio legis in me�ius: se a lei nova, sem excluir a incriminação, é mais favorável ao sujeito, retroage; aplica-se o princípio da retroatividade da lei mais benigna. 3.1.5 Ultratividade da lei: ocorre quando a lei tem e�cácia mesmo depois de cessada sua vigência, quando mais bené�ca que a outra. 3.1.6 Leis Excepcionais e Temporárias: 1 LEI PENAL NO TE 3.1.6.1 Leis Temporárias: São aquelas que trazem preordenada a data da expiração de sua vigência. 3.1.6.2 Leis excepcionais: são as que, não mencionando expressamente o prazo de vigência, condicionam a sua e�cácia à duração das condições que as determinam. 3.1.6.3 Ultratividade da lei temporária ou excepcional: Se um fato é praticado sob vigência de uma lei temporária ou excepcional continuará sendo por ela regulada, mesmo quando cessada sua vigência. E ainda que prejudique o agente. 3.2 TEMPO DO CRIME: Tempo do crime é o momento em que ele se considera cometido o crime. 3.2.1 Teoria da atividade: atende-se ao momento da prática da ação (ação ou omissão); considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que seja outro o momento do resultado. 3.2.2 Teoria do resultado: considera o tempus delicti o momento da produção do resultado. 3.2.3 Teoria mista (ubiquidade): tempus delicti é, indiferentemente, o momento da ação ou do resultado. Teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro – ATIVIDADE - Art. 4º, CP. 3.2.4) Tempo do crime em: >> Crime Permanente: Tempo de sua duração. >> Crime Continuado: Tempo da prática de cada ação. >> Crime em Concurso de Pessoa: Tempo da ação de cada participante. >> Delitos Habituais: momento da caracterização do hábito. >> Delitos Omissivos: último momento em que o agente pode realizar a ação ou impedir o resultado. 3.3 EFICÁCIA DA LEI PENAL NO ESPAÇO 1 LEI PENAL NO A e�cácia da lei penal no espaço vem regulada pelo art. 5º, caput, do Código Penal. 3.3.1 Princípio da territorialidade: segundo ele, a lei penal só tem aplicação no território do Estado que a determinou, sem atender à nacionalidade do sujeito ativo do delito ou do titular do bem jurídico lesado. 3.3.2 Princípio da nacionalidade: de acordo com ele, a lei penal do Estado é aplicável a seus cidadãos onde quer que se encontrem. 3.3.3 Princípio da defesa: leva em conta a nacionalidade do bem jurídico lesado pelo crime, independentemente do local de sua prática ou da nacionalidade do sujeito ativo. 3.3.4 Princípio da justiça penal universal: preconiza o poder de cada Estado de punir qualquer crime, seja qual for a nacionalidade do delinquente e da vítima, ou local de sua prática. 3.3.5 Princípio da representação: nos seus termos, a lei penal de determinado país é também aplicável aos delitos cometidos em aeronaves e embarcações privadas, quando realizados no estrangeiro a aí não venham a serem julgados. Princípio adotado pelo Brasil – TERRITORIALIDADE - Art. 5º, CP. Exceções: 1ª exceção: princípio da defesa – art. 7º, I, § 3º, do Código Penal. 2ª exceção: princípio da justiça universal – art. 7º, II, a, do Código Penal. 3ª exceção: princípio da nacionalidade – art. 7º, II, b, do Código Penal. 4ª exceção: princípio da representação – art. 7º, II, c do Código Penal. Território – é todo espaço terrestre, �uvial, marítimo e aéreo onde é exercida a soberania nacional. a)Espaço terrestre – as fronteiras territoriais; b)Espaço �uvial – relaciona aos rios que pertencem ao território nacional e que o integram dentro dos limites reconhecidos. c)Espaço marítimo – é composto pelo mar territorial que compreende uma faixa de doze milhas marítimas de largura, medida a partir da linha baixa-mar do litoral continental e insular brasileiro. d)Espaço aéreo - é adotado no Brasil a teoria da soberania sobre a coluna atmosférica, prevista, no artigo 2ª da Lei 7.565, de 19 de dezembro de 1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica) e)Espaço cósmico –Decreto nº 64.362/69, o espaço cósmico poderá ser explorado e utilizado livremente por todos os Estados. 3.4 LUGAR DO CRIME: O lugar do crime é o lugar onde ele se considera praticado. 3.4.1 Teoria da atividade: de acordo com ela, é considerado lugar do crime aquele em que o agente desenvolveu a atividade criminosa, onde praticou os atos executórios. 3.4.2 Teoria do resultado: locus delicti é o lugar da produção do resultado. 3.4.3 Teoria da ubiquidade: nos termos dela, lugar do crime é aquele em que se realizou qualquer dos momentos do iter, seja da prática dos atos executórios, seja da consumação. Teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro – UBIQUIDADE - Art. 6º, CP. 3.4.4 Extraterritorialidade: ressalva a possibilidade de renúncia de jurisdição do Estado, mediante “convenções, tratados e regras de direito internacional”; o art. 7º, CP, prevê uma série de casos em que a lei penal brasileira tem aplicação a delitos praticados no estrangeiro; é inaplicável nas contravenções. 3.5 CONTAGEM DO PRAZO 1 LEI PENAL NO TEMPO: Art. 10, CP. >> O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo penal, sendo os dias, os meses e os anos contados pelo calendário comum. >> São improrrogáveis. >> O mês é contado não pelo número real de dias e sim de determinados dias à véspera do mesmo dia do mêssubsequente. Da mesma forma, um ano é contado de certo dia do mês à véspera do dia idêntico daquele mês no ano seguinte. Art. 11, CP. Evitar frações de dia e de valor em dinheiro. 4. TEORIA GERAL DO CRIME 1 LEI PENAL NO TEMPO: 4.1 Conceito material de crime: delito é a ação ou omissão, imputável a uma pessoa, lesiva ou perigosa a interesse penalmente protegido, constituída de determinados elementos e eventualmente integrada por certas condições ou acompanhada de determinadas circunstâncias previstas em lei. 4.2 Conceito formal: crime é um fato típico e antijurídico; a culpabilidade constitui pressuposto da pena. 4.3 FATO TÍPICO: é o comportamento humano que provoca um resultado e é previsto em lei penal como infração. É aquele que se enquadra nos elementos contidos no tipo penal. O fato típico é composto: a)Conduta humana dolosa ou culposa; b)Resultado; c)Nexo de causalidade entre a conduta e o resultado; d)Enquadramento do fato material a uma norma penal incriminadora. 4.3.1 Tipo: É o conjunto de elementos descritivos do crime contido na lei penal. a) Objetivos - que se referem à materialidade da infração penal, a forma de execução, tempo, lugar. b) Subjetivos - que se referem ao estado anímico do sujeito, ao �m especial da conduta ou ao estado de consciência do agente em relação a determinada circunstância. c) Normativos - componentes da �gura típica que exigem, para sua ocorrência, um juízo de valor. antijuridicidade - é a relação de contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico; a conduta descrita em norma penal incriminadora será ilícita ou antijurídica quando não for expressamente declarada lícita. culpabilidade - é a reprovação da ordem jurídica que vem recair sobre o agente. reprovabilidade pessoal da conduta típica e antijurídica. sujeito ativo do crime - é quem pratica o fato descrito na norma penal incriminadora; só o homem possui capacidade para delinquir. capacidade penal - condições exigidas para que um sujeito possa tornar-se a titular de direitos ou obrigações no campo do direito penal. ex: maior de 18 anos/ saúde mental/etc. incapacidade penal: não há qualidade de pessoa humana viva e quando a lei penal não se aplique a determinada classe de pessoas. sujeito passivo do crime - é o titular do interesse cuja ofensa constitui a essência do crime. objeto do delito - é aquilo contra que se dirige a conduta humana é necessário que se veri�que o que o comportamento humano visa; >> objeto jurídico do crime é o bem ou interesse que a norma penal tutela. >> objeto material é a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta do sujeito ativo. conduta - é o comportamento humano consistente em uma ação ou omissão, consciente e voltada a uma �nalidade (teoria �nalista da ação). O primeiro elemento do fato crime é a conduta que deve ser dolosa ou culposa, comissiva ou omissiva. Não há crime sem conduta. > teoria causalista(teoria naturalista ou causal ou teoria clássica): só o movimento corpóreo é capaz de1 produzir alguma alteração no mundo exterior. dela não faz parte nem o dolo nem a culpa. para seus defensores crime só pode ser fato típico, antijurídico, e culpável. crime - tripartida, qual seja: crime é fato típico, antijurídico e culpável. > teoria �nalista - comportamento humano consciente dirigido a uma �nalidade (comportamento doloso ou culposo) - (ato doloso ou culposo). com �nalismo, descobriu-se dolo e culpa integram o fato típico e não a culpabilidade. crime = bipartido, ou crime é o fato típico e antijurídico. > teoria social - também conhecida como teoria normativa / teoria da adequação social ou teoria da ação socialmente adequada. segundo a qual a ação (ou omissão) nada mais é do que a realização de uma conduta socialmente relevante. em síntese: teoria da causalidade teoria �nalista teoria social qualquer mov. corpóreo capaz de mudar o mundo exterior qualquer mov. corpóreo capaz de mudar o mundo exterior + �nalidade da conduta (dolo ou culpa) qualquer mov. corpóreo capaz de de mudar o mundo exterior + �nalidade da conduta (dolo ou culpa) + conduta socialmente relevante. 1 teoria causalista = teoria neokantista. mundo fenomenico e numenico. ex: matar uma pessoa a tiros é um fato, contudo a intenção do agente (teoria �nalista) é o que de�nirá o crime. nexo de causalidade - é a relação física de causa e efeito a ligar a conduta ao resultado naturalístico, pelo o qual se pode dizer que a conduta produziu o resultado. ex: se joão põe a mão no fogo, ela vai queimar, logo, há nexo causal físico entre a conduta e o resultado. concausas absolutamente independentes da conduta do agente: > causa preexistente - causa que existe anteriormente à conduta do agente. Ex: "A" deseja matar a vítima "B" e para tanto a espanca, atingindo-a em diversas regiões vitais. A vítima é socorrida, mas vem a falecer. O laudo necroscópico, no entanto, evidencia como causa mortis envenenamento anterior, causado por "C", cujo veneno ministrado demorou mais de 10 horas para fazer efeito. > causa concomitante - causa que surge no mesmo instante em que o agente realiza a conduta. Ex: "A" efetua disparos de arma de fogo contra "B", que vem a falecer em razão de um súbito colapso cardíaco (cuidado, não se trata de doença cardíaca preexistente, mas sim de um colapso ocorrido no mesmo instante da conduta do agente.) solução penal: o agente só responde pelo o que fez (tentativa de homicídio). não responde pelo resultado morte porque não há nexo de causalidade entre o disparo e a morte decorrente do colapso cardíaco > causa superveniente - causa que atua após a conduta do agente. "A" administra dose letal de veneno para "B". Enquanto este último ainda está vivo, desprende-se um lustre da casa, que acaba por acertar qualquer região vital de "B" e vem a ser sua causa mortis. solução penal: o agente só responde pelo o que fez (tentativa de homicídio). não responde pelo resultado morte porque não há nexo de causalidade entre o disparo e a morte decorrente do terremoto. absolutamente independente da conduta do agente ex: ambrosio dispara arma e acerta robervaldo preexistente concomitante superveniente morte morte morte pq bebeu veneno anteriormente / pq teve ataque porque sofreu colapso cardíaco terremoto posterior/ queda de uma cardíaco. pedra, piano, etc. ambrósio responderá somente pelos atos praticados (tentativa). se não houver caracterização de crime impossível concausas relativamente independentes da conduta do agente (art. 13. parágrafo 1, do cp): >causa preexistentes: a c/ intenção de matar disparou contra b, causando leve ferimento, todavia, a vítima era hemofílica e isso concorreu decisivamente p/ sua morte. solução penal dada pela doutrina: o agente responde pelo resultado morte, visto que no parágrafo primeiro do art. 13 só o isenta de responsabilidade quando a concausa for superveniente. na atualidade, essa solução é muito criticada. > causa concomitante: a c/ intenção de matar, disparou arma contra b, causando leve ferimento, todavia a vítima já estava com hemorragia em curso e isso contribui decisivamente p/ a sua morte. solução penal dada pela doutrina : o agente responde pelo resultado morte, visto que o § 1º do art. 13 só o isenta de responsabilidade quando a concausa for superveniente. > Causa supervenientes - “A”, com intenção de matar, disparou contra “B”, causando-lhe leve ferimento no braço, todavia, a vítima acabou morrendo em virtude de traumatismo craniano provocado por acidente causado pelo motorista (da ambulância) que transportava ao hospital. Solução penal: nesse caso, o agente não responde pela morte, por força do art. 13, § 1º, do CP. Concausa superveniente que, por si só, causou o resultado, isenta o agente de responsabilidade. Ele só responde pelo que fez: tentativa de homicídio. RELATIVAMENTE INDEPENDENTE DA CONDUTA DO AGENTE: AMBRÓSIO DISPARA ARMA E ACERTA ROBERVALDO. PREEXISTENTE CONCOMITANTE SUPERVENIENTE MORTE MORTE MORTE > Hemofílico ou diabético > Estava sofrendo hemorragia > Cirurgia, infecção hospitalar. O Ambrósio responderá porhomicídio. Diferença entre concausas absolutamente independentes supervenientes e concausas relativamente independentes supervenientes que, por si só, excluem a imputação penal: Concausas Absolutamente Independentes supervenientes 1 LEI PENAL NO TEMPO: A segunda causa não tem nenhuma relação com a primeira causa, ou seja, absolutamente independente superveniente. Exemplo: Robervaldo dispara arma de fogo contra Ambrósio, acerta-lhe de raspão o braço. Este, em vez de ir para o hospital vai para casa. Ocorre que no caminho de casa acaba atingido por bala perdida. Vê-se que a bala perdida é causa absolutamente independente da primeira, sem qualquer relação. Concausas Relativamente Independentes supervenientes que, por si só, excluem a imputação 1 LEI PENA segunda causa tem relação com a primeira causa, ou seja, há ligação entre as duas. Uma acaba sendo consequência da outra, porém dá novo curso no desdobramento físico dos fatos. Exemplo: Robervaldo dispara arma de fogo contra Ambrósio, acerta-lhe de raspão o braço. Este, a caminho do hospital é atingido por bala perdida. Vê-se, neste caso, a bala perdida é causa relativamente independente da primeira, pois a caminho do hospital (consequência do disparo de arma de fogo) a vítima foi atingida. Ocorre que a bala perdida, por si só, deu novo desdobramento físico dos fatos, excluindo a imputação de Robervaldo. 4.13) Relevância da omissão – Art. 13, § 2º, CP: A omissão é relevante nos crimes omissivos impróprios, ou comissivos por omissão, pois são praticados por certas pessoas denominadas de garantes, que por lei têm o dever de impedir o resultado e a obrigação de proteção e vigilância em relação a alguém. 5. DO CRIME 1 LEI 1) Crimes comuns e especiais: comuns são os descritos no Direito Penal comum; especiais os de�nidos no Direito Penal especial. 2) Crimes comuns e próprios: comum é o que pode ser praticado por qualquer pessoa; crime próprio é o que só pode ser cometido por uma determinada categoria de pessoas, pois pressupõe no agente uma particular condição ou qualidade pessoal. 3) Crimes de dano: são os que se só se consumam com a efetiva lesão do bem jurídico. 4) Crimes de perigo: são os que se consumam tão-só com a possibilidade do dano; 5) Crimes materiais, formais e de mera conduta: Crime material o tipo menciona a conduta e o evento, exigindo a sua produção para a consumação. Descreve uma ação ou omissão e um resultado. Crime formal o tipo menciona o comportamento e o resultado, mas não se exige a sua produção para a consumação; descreve uma ação e resultado. Crime de mera conduta o legislador só descreve o comportamento do agente; descreve apenas uma ação. Tem o resultado, mas o legislador antecipa a consumação. 6) Crimes comissivos praticados mediante ação; 7) Crimes omissivos: praticados mediante inação; deixa de fazer; podem ser: a) omissivos próprios: quando o tipo penal descreve uma omissão. Não depende de resultado. b) omissivos impróprios: são aqueles em que o sujeito, mediante uma omissão, permite a produção de um resultado posterior; existem quando a omissão consiste na transgressão do dever jurídico de impedir o resultado. Nestes casos a lei descreve uma conduta de fazer, mas o agente se nega a cumprir o dever de agir. c) de conduta mista: há uma ação inicial e uma omissão �nal. 8) Crimes instantâneos: são os que se completam num só momento; 9) Crimes permanentes: são os que causam uma situação danosa ou perigosa que se prolonga no tempo. 10) Crimes instantâneos de efeitos permanentes: são os crimes em que a permanência dos efeitos não depende do agente; 11) Crime continuado: o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro (CP, art. 71, caput). 12) Crimes progressivos: ocorre quando o sujeito, para alcançar a produção de um resultado mais grave, passa por outro menos grave; o evento menos grave é absorvido pelo de maior gravidade. 13) Delito putativo: ocorre quando o agente considera erroneamente que a conduta realizada por ele constitui crime, é um fato atípico; só existe na imaginação do sujeito. 14) Crime de �agrantes esperado: Polícia, que põe seus agentes de sentinela, os quais apanham o autor no momento da prática ilícita; não se trata de crime putativo, pois não há provocação. 15) Crimes hediondos: são delitos repugnantes, sórdidos, decorrentes de condutas que, causam intensa repulsa (Lei 8072/90). 5.1 CRIME DOLOSO – art. 18, I, CP. 1 LEI PENAL NO TEMPO: 5.1 .1) Conceito: dolo é a vontade de concretizar as características objetivas do tipo; constitui elemento subjetivo do tipo. 5.1.2) Elementos do dolo: a) consciência da conduta e do resultado; b) consciência da relação causal objetiva entre a conduta e o resultado; c) vontade de realizar a conduta e produzir o resultado. 5) Dolo geral O dolo geral ou erro sucessivo ocorre quando o agente, supondo já ter alcançado um resultado por ele visado, pratica nova ação que efetivamente o provoca. Ou seja, depois do primeiro ato, o agente imagina já ter atingido o resultado desejado, que, no entanto, somente ocorre com a prática dos demais atos. 4) Dolo direto e indireto: Dolo direto, o sujeito visa a certo e determinado resultado. Quer o resultado. Dolo indireto quando a vontade do sujeito não se dirige a certo e determinado resultado; Vontade não é de�nida. Possui duas formas: a) Dolo alternativo: quando a vontade do sujeito se dirige a um ou outro resultado e pessoa. b) Dolo eventual: Agente não almeja o resultado, mas o sujeito assume o risco de produzir o resultado, isto é, admite a aceita o risco de produzi-lo. Embora não queira, não deixa de agir, postando-se indiferente ao resultado. 5) Dolo de dano e de perigo: Dolo de dano - o sujeito quer o dano ou assume o risco de produzi-lo; Direto e Eventual. Dolo de perigo - o agente não quer o dano nem assume o risco de produzi-lo. Não acredita que vai acontecer 5.2 CRIME CULPOSO 1 LEI PENAL NO TEMPO: 1) Noção: Faz referência à inobservância do dever de diligência; é a obrigação de realizar condutas de forma a não produzir danos a terceiros; não corresponda ao comportamento que teria adotado uma pessoa dotada de discernimento e prudência, colocada nas mesmas circunstâncias que o agente; a inobservância do cuidado necessário. Quando o sujeito dá causa ao resultado. 2) São 3 as Formas: 2.1) Imprudência: é a prática de um fato perigoso; Conduta positiva, provoca o resultado. Sem cuidado, afoito. 2.2) Negligência: é a ausência de precaução ou indiferença em relação ao ato realizado; Conduta negativa provoca o resultado. Falta de cuidado. 2.3) Imperícia: é a falta de aptidão para o exercício de arte ou pro�ssão. Incapacidade falta de conhecimento. 3) Culpa consciente e inconsciente: Inconsciente o resultado não é previsto pelo agente, embora previsível; Consciente o resultado é previsto pelo sujeito, que espera levianamente que não ocorra ou que pode evitá-lo. Por sua habilidade. 4) Compensação e concorrência de culpas: é incabível em matéria penal; Compensação- carro em alta velocidade e pedestre não presta atenção e atravessa. Concorrência - 2 carros 1 em alta velocidade e 1 não respeita preferência – vítima pedestre. 5.3 CRIME PRETERDOLOSO – art. 19, CP. 1 LEI PENAL NO TEMPO: 1) Conceito: é aquele em que a conduta produz em resultado mais grave que o pretendido pelo sujeito de maneira que se conjugam o dolo na conduta antecedente e a culpa no resultado. Ação causa um resultado mais grave que o pretendido. Quali�ca pelo resultado – �gura típica + resultado = aumento da pena. Conduta dolosa e Resultado agravador culposo: Resultado = não quis nem assume o risco. Lesão corporal seguida de morte = pena maior se a lesão provoca a morte. Não admite tentativa – agente não quer o resultado agravador. 2) Nexo objetivo e normativo: a lesão corporal é punida à título de dolo; a morte, a título de culpa; o dolo do agente só se estende a lesãocorporal. 5.4 ERRO DE TIPO – art. 20, CP. 1 LEI PENAL NO TEMPO: 1)Conceito: é o que faz o sujeito supor a ausência de elemento ou circunstância da �gura típica incriminadora ou a presença de requisitos da norma permissiva; não quer praticar o crime, há uma interpretação errônea dos elementos da �gura típica. Para o Direito Penal, o erro é uma falsa compreensão dos aspectos do mundo real dos acontecimentos ou aspectos normativos. Assim, inclui-se não só a falsa compreensão da dinâmica dos fatos mas também a falsa compreensão sobre as normas de convivência social estabelecidas em lei. 2) Efeito: o erro de tipo exclui sempre o dolo; como o dolo é elemento do tipo, sujeito responder por crime culposo. Ou não há crime 5.4.1 FORMAS DE ERRO DE TIPO O erro de tipo pode ser essencial ou acidental. 1) ESSENCIAL: é aquele que incide sobre o elemento e circunstâncias do crime. O agente não tem consciência de estar cometendo um delito ou incidindo em alguma quali�cadora ou agravante. Apresenta-se nas espécies Invencível/Escusável e Vencível/Inescusável. a) O erro Essencial Vencível, emana da culpa do agente. Este erro seria evitado se o agente empregasse maior atenção. O agente responde a título de culpa (se compatível com o tio penal). b) O erro Essencial Invencível, é aquele que não emana da culpa, isto é, ainda que o agente tivesse empregado a atenção necessária, o erro aconteceria. Esta espécie exclui o dolo e a culpa. Se o erro recair sobre um elementar, exclui o crime e se cair em uma quali�cadora ou outra circunstância, deve esta ser desconsiderada. 2) ACIDENTAL – recai sobre o elemento secundário e irrelevante da �gura típica, não impedindo a responsabilização. a) Erro sobre objeto (error in objecto): o sujeito supõe que sua conduta recai sobre determinada coisa, sendo que incide sobre outra; sujeito subtrair açúcar supondo tratar-se de farinha. b) Erro sobre pessoa (error in persona): sujeito atinge uma pessoa supondo tratar-se da que pretendia ofender; ele pretende atingir certa pessoa, vindo a ofender outra inocente pensando tratar-se da primeira. Cai a quali�cadora. c) Erro na execução (aberratio ictus): o sujeito, pretendendo atingir uma pessoa; ele pretende que em consequência de seu comportamento se produza um resultado contra Antônio; realiza a conduta e causa evento contra Pedro. Não se confunde em relação a vítima, a Execução que recai sobre outro. Art. 73, CP- responde e levam-se em conta as condições da vítima que o agente pretendia. 2) Erro de Tipo; Delito Putativo e Erro Provocado por Terceiro a) Erro de Tipo e Delito Putativo art. 20, CP: Erro de tipo o sujeito não quer praticar o crime; Delito Putativo quer praticar o crime, mas comete uma conduta atípica por ema errônea percepção. Erro s refere ao fato. b) Delito Putativo e erro de proibição – não há norma incriminadora de�nida como crime. Se refere a existência de uma norma penal. c) Erro provocado por terceiro: responde pelo crime o terceiro que determina o erro (20, § 2º, CP.; o terceiro conscientemente induz o sujeito a incidir em erro; o provocador responde pelo crime a título de dolo; existe determinação culposa quando o terceiro age com imprudência, negligência ou imperícia. 5.5 CRIME CONSUMADO 1ª fase – cogitação; 2ª fase – preparação; 3ª fase – Execução 4ª fase – Consumação 1) Conceito: o art. 14, I, do CP, nele se reúnem todos os elementos de sua de�nição legal; a noção da consumação expressa total conformidade do fato praticado pelo agente com a hipótese abstrata descrita pela norma penal incriminadora. 2) A consumação nos crimes materiais: nos crimes materiais, de ação e resultado, o momento consumativo é o da produção deste; assim, consuma-se o homicídio com a morte da vítima. 3) Crimes de mera conduta: a consumação se dá com a simples ação; na violação de domicílio. 4) Crimes formais: a consumação ocorre com a conduta típica, independentemente da produção do resultado descrito no tipo 5) Crimes permanentes: a consumação se protrai no tempo desde o instante em que se reúnem os seus elementos até que cesse o comportamento do agente. 6) Crime omissivo próprio: comportamento negativo não se condicionando à produção de um resultado ulterior. 7) Crime omissivo impróprio: a consumação se veri�ca com a produção do resultado, a simples conduta negativa não o perfaz. 5.6 TENTATIVA - art. 14 II, CP. 1) Conceito: é a execução iniciada de um crime, que não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente; 2) Tentativa perfeita e imperfeita: Imperfeita: quando o processo executório é interrompido por circunstâncias alheias à vontade do agente; Perfeita: quando a fase de execução é integralmente realizada pelo agente, mas o resultado não se veri�ca por circunstâncias alheias à sua vontade. 3) Infrações que não admitem tentativa: a) Os crimes culposos; b) Os preterdolosos; c) As contravenções; d) Os omissivos próprios; e) Os crimes de atentado. 4) Aplicação da pena: pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços; quanto mais o sujeito se aproxima da consumação, menor deve ser a diminuição da pena (1/3); quando menos ele se aproxima da consumação, maior deve ser a atenuação (2/3). 5) Tentativa Branca: Se atinge a vítima – redução menor, se não atinge a vítima – redução maior. 6) Desistência voluntária: Art. 15 §1º, CP. O sujeito cessa o seu comportamento delituoso; assim, só ocorre antes de o agente esgotar o processo executivo. 7) Arrependimento e�caz: tendo já ultimado o processo de execução do crime, desenvolve nova atividade impedindo a produção do resultado. 8) Arrependimento posterior: Art. 16, CP. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída à coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois. 9) Crime impossível: Art. 17, CP. a) por ine�cácia absoluta do meio; b) por impropriedade absoluta do objeto; natureza é absolutamente incapaz de produzir o evento. 10) Causas de exclusão da antijuricidade: o fato permanece típico, mas não há crime, excluindo-se a ilicitude, e sendo ela requisito do crime, �ca excluído o próprio delito; em consequência, o sujeito deve ser absolvido; são causas de exclusão de antijuricidade, previstas no art. 23 do CP: estado de necessidade; legítima defesa; estrito cumprimento de dever legal; exercício regular de direito. 11) Estado de necessidade: o agente, para salvar um bem próprio ou de terceiros, não tem outro meio senão o de lesar o interesse de outrem; perigo atual é o presente, que está acontecendo; iminente é o prestes a desencadear-se. 12) Legítima defesa: art. 25 do CP, usando moderadamente os meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 13) Estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito: art. 23, III, do CP, só ocorre quando há um dever imposto pelo direito objetivo desde que a conduta se enquadre no exercício de um direito. 6. Do Concurso de Pessoas O concurso de pessoa serve para estabelecer e precisar a respectiva responsabilidade e dar a individualização judicial da pena de cada um dos concorrentes. 6.1 Conceito: O Concurso de pessoa é a ciente e voluntaria cooperação de duas ou mais pessoas para cometer uma infração penal. São agentes que se agregam para �ns delitivos, ocasião em que duas ou mais condutas concorrendo para o crime. Embora todos concorram para o mesmo �m, não fazem necessariamente da mesma forma e nas mesmas condições. Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 6.2 Natureza jurídica: O artigo 29, CP. é uma norma de adequação típica, por aplicação pessoal de �gura típica penal. Atribui relevância à conduta que, apesar de não se adequar a �gura típica incriminadora, vão se adequar através deste artigo. Teorias do concurso de pessoas Pluralista: cada pessoa correspondia a uma conduta própria. Dualista: há dois crimes Autordesenvolve a conduta Partícipe atividade secundária Unitária: todos os participantes incidem nas mesmas sanções de um único crime. Adéqua a dosagem de pena de acordo com a efetiva participação. 6.3 Concursos eventual e necessário 6.3.1 Eventual: Monosubjetivo podem ser cometidos por uma só pessoa, no entanto é possível que várias pessoas o pratiquem. a) Pluralidade de Participantes e condutas: + de 1 pessoa na execução Não fazem necessariamente da mesma forma. b) Relevância causal de cada conduta: Tem que ter e�cácia causal. c) Vínculo subjetivo entre os partícipes: Consciência de que participam de uma obra comum – visam a realizar um �m. d) Identidade de infração penal: Mesmo objetivo típico - Divisão de trabalho - Todos respondem por 1 crime. 6.3.2 Necessário: Plurisubjetivo só podem ser praticados por duas ou mais pessoas. a) Condutas paralelas - agentes se auxiliam mutuamente par um �m comum b) Condutas convergentes - agentes encontram-se gerando resultado c) Condutas contrapostas - uma contra a outra 6.4 AUTOR: é o sujeito que executa a conduta expressa pelo verbo típico da �gura delitiva. 6.5 COAUTORIA: dá-se coautoria quando várias pessoas realizam as características do tipo; há diversos executores do tipo penal; por isso não há necessidade de aplicação do art. 29, caput, 1ª parte, do CP. Ocorre quando várias pessoas tomam parte, conjuntamente, no delito. Domínio do fato é comum. Não necessita de acordo prévio. Consciência de cooperação. Contribuem na realização de uma infração penal. Desnecessário que se pratique a mesma conduta. Teoria de divisão de trabalho. É desnecessária e extensão do art. 29, CP. pois é executor art. 13, CP. 6.5.1 Coautoria em crimes culposos Cada agente não quer o resultado, mas cooperam com a ação. Ambos respondem pelo crime. 6.5.2 Autoria mediata Agente serve-se de outra pessoa, sem discernimento, para executar para ele o delito. Executor é mero instrumento. Realiza a ação típica através do outro que atua sem culpa. a) Ausência de capacidade: menoridade ou doença mental. b) Coação moral irresistível: praticar o fato com vontade submissa à do autor. c) Erro de tipo escusável: autor induz o executor a matar inocente, fazendo-se acreditar estar em legítima defesa. d) Obediência hierárquica: Autor da ordem sabe ser ilegal, faz o executor crê-la legal. Exceção: Cooperação dolosa distinta: - art.29, §2º, CP. - se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicado pena desde que não tenha contribuído com o resultado mais grave. Se previsível tem a pena aumentada de ½. Consentimento da prática de aborto art. 124, CP: que pratica com o consentimento da gestante tem pena maior. 6.6 Participação: dão-se quando o sujeito, não praticando atos executórios do crime, concorre de qualquer modo para a sua realização art.29, CP; ele não realiza conduta descrita pelo preceito primário da norma, mas realiza uma atividade que contribui para a formação do delito. 6.6.1 PARTÍCIPE: é o agente que acede sua conduta à realização do crime, praticando atos diversos dos do autor. Este responde pelo mesmo crime que o autor. Atos diversos do autor Não realiza conduta descrita na norma. Realiza uma atividade que contribui para o delito. O código não de�ne o que deve ser entendido por partícipe, mas não impede que a doutrina reconheça. Moral: Instigação – incentiva ideia já existente, encoraja. Induzimento – cria uma ideia na cabeça do autor. Material: Exterioriza a contribuição através de um comportamento. 6.6.2 Participação impunível: o art. 31, CP determina que o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. Assim, são impuníveis as formas de concurso quando o delito não chega à fase de execução. Atos preparatórios não são puníveis. 6.6.3 Participação de menor importância Art. 29, §1º, CP. - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. Não há efetiva colaboração. A pena é reduzida de 1/6 a 1/3. Pode �car aquém do limite mínimo. Faculdade do juiz depende da vontade de participar, intensidade volitiva. O juiz pode entende como absoluta irrelevância. Princípio da insigni�cância A Participação não é admitida, por sua vez, nos delitos culposos, pois não existe diferença entre autores e partícipes 6.7 Autoria colateral: quando duas pessoas querem praticar um crime e agem ao mesmo tempo sem que uma saiba da intenção da outra e o resultado decorre de ação de apenas uma delas que é identi�cada no caso concreto. 6.8 Autoria incerta: dão-se quando, na autoria colateral, não se apura a quem atribuir a produção do evento; a autoria é conhecida; a incerteza recai sobre quem, dentre os realizadores dos vários comportamentos, produziu o resultado. Não há previsão legal a respeito, a solução aceitável pela doutrina é que ambas responderão por tentativa. 6.9 Conivência: consiste em omitir voluntariamente o fato impeditivo da prática do crime, ou a informação à autoridade pública, ou retirar-se do local onde o delito está sendo cometido, ausente o dever jurídico de agir; pode-se falar em conivência posterior à prática do crime, caso em que o sujeito, tomando conhecimento de um delito, não dá a notitia criminis à autoridade pública. 7. DA CULPABILIDADE COMO PRESSUPOSTO DA PENA autor 7.1 Culpabilidade: Liame subjetivo resultado Pressuposto da pena 7.2 Imputabilidade: Atribuir a alguém a responsabilidade. 7.2.1 Imputabilidade Penal: Conjunto de condições pessoais que dão ao agente capacidade para ser imputado a ele a prática de um fato punível. Carrara: A imputabilidade é o juízo de um fato futuro, previsto como meramente possível - Contemplação de uma ideia. A imputação é o juízo de um fato ocorrido – Exame de um fato concreto. Capez: dolo – vontade / Imputabilidade – capacidade de compreender essa vontade 7.3 Responsabilidade Penal: Obrigação de arcar com as consequências jurídicas do crime; Prestar contas; Depende da imputabilidade. 7.4 Inimputabilidade: incapacidade de apreciar o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com essa apreciação. Autodeterminação. 7.4.1 Semi-imputabilidade: Art. 26, § único, CP. Quando o agente ao tempo da ação estava parcialmente privado de sua capacidade para entender o caráter ilícito e de se determinar de acordo com ela. Pena será reduzida de 1/3 a 2/3. 7.5 Critérios para de�nição da imputabilidade a) Biológico – Leva-se em conta o desenvolvimento mental do acusado; b) Psicológico – Considera-se apenas se o agente, ao tempo da ação, tinha capacidade de entendimento e autodeterminação; c) Biopsicológico – Em razão de sua condição mental (causa), era, ao tempo do crime, totalmente incapaz de entender o ilícito e de determinar-se de acordo (consequência). 7.5 Causas de exclusão da imputabilidade: Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. a) doença mental; b) desenvolvimento mental incompleto. c) desenvolvimento mental retardado; d) embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior; excluem, por consequência, a culpabilidade; art. 28, § 1º, CP. 7.6 Causas de exclusão da culpabilidade: a) erro de proibição se inevitável (21, caput, CP.); b) coação moral irresistível (22, 1ª parte, CP.); c) obediência hierárquica (22, 2ª parte, CP.); d) inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado; e) inimputabilidade por menoridade penal; f) inimputabilidade por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior. Elementos da culpabilidade: Imputabilidade Consciência de ilicitude; Exigibilidade de conduta diversa. Não confundir: Exclusão da Antijuricidade não há crime. Fato não constitui crime. Exclusão da Culpabilidade: é isento de pena. Autor não é punível o autor do fato.7.6.1 Erro de Proibição (Inevitável): Autor não tem possibilidade de saber que o fato por ele praticado é proibido. Juízo equivocado - Supõe permitido a conduta. Erra sobre a ilicitude do fato. Não é desconhecimento da lei, acha que é lícito. Incide sobre a ilicitude do fato e não de lei. Inevitável ou escusável: Não tinha como conhecer o ilícito do fato. Exclui a culpa, não tem pena. Evitável ou inescusável: Embora desconhecesse o fato ilícito, tinha condições de saber. Não exclui a culpa. 7.6.2 Coação moral irresistível: (art. 22, CP.) uso da força física / coerção p fazer algo Moral ameaça grave > Vontade não é integrada a conduta. Para ser culpável a conduta tem que ser livre. Iminente. > Somente a Coação Moral Irresistível exclui a culpabilidade. 7.6.3 Obediência hierárquica: Ordem de superior hierárquico de uma função pública a um funcionário subordinado para realizar uma conduta. Quando a ordem manifestamente é ilegal responde o superior e o Subordinado. Se não manifestamente exclui a culpa do subordinado. Não pode ter excesso. Funcionário público. 7.6.4 Inimputabilidade por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado: Não basta ser portador de doença mental. Necessário que em consequência desta seja inteiramente incapaz de determinar o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento no momento da conduta. 7.6.4.1 Requisitos normativos: Capacidade psicológica por meio da vontade: Intelectiva Capacidade de entendimento do caráter ilícito; Não compreende que o fato é reprovável pela sociedade. Volitivo Capacidade de determinação; Dirigir o comportamento de acordo com o entendimento. 7.6.5 Inimputabilidade por menoridade penal: (ivre et de iure – presunção absoluta) Legislação especial que regulamenta as sanções aplicáveis ao menor inimputável é o ECA (lei n. 8.069/90) que prevê: Medidas socioeducativas: Aos adolescentes Ato infracional Consiste em: Advertência / Obrigação de reparar o dano/ Prestação de serviço à comunidade/ Liberdade assistida/ Semiliberdade ou internação. Medidas de Proteção à criança: As crianças Que venham a praticar fatos de�nidos como Infração Penal. 7.6.6 Inimputabilidade por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior 7.6.6.1 Embriaguez: intoxicação aguda e transitória causada pelo álcool ou substâncias de efeitos análogos. 7.6.6.2 Embriaguez voluntária ou culposa: Não acidental Voluntária - Agente ingere álcool com a intenção de embriagar-se. Culposa - Agente ingere álcool sem a intenção de embriagar-se, mas em face de excesso imprudente vem a se embriagar. Não há exclusão da Imputabilidade 7.6.6.3 Embriaguez acidental: Caso fortuito Desconhece o efeito inebriante da substância. Desconhece particular condição �siológica. Força maior Obrigado a ingerir bebida alcoólica. 7.6.6.4 Embriaguez Preordenada: embriaga-se propositadamente para cometer crime. Circunstância agravante art. 61, II, §1º, CP 7.6.6.5 Sistema de embriaguez na Legislação Penal Não exclui a imputabilidade: a) Embriaguez Voluntária Completa art. 28 II, CP. b) Embriaguez Culposa Incompleta c) Embriaguez Preordenada Exclui a imputabilidade: Embriaguez acidental a) Caso fortuito - Completo (art. 28, §1º, CP.) exclui a imputabilidade. - Incompleto (art. 28, §1º, CP.) responde com atenuante da pena b) Força maior - Completo (art. 28, §1º, CP.) exclui a imputabilidade. - Incompleto (art. 28, §1º, CP.) responde com atenuante da pena Embriaguez Patológica - art. 26 caput. ou § único, CP. 7.7 Emoção ou Paixão: Emoção - estado súbito e momentâneo de insanidade psíquica, perturbação momentânea da afetividade. Paixão - sentimento duradouro, afetividade permanente. Não excluem a imputabilidade (art. 28, I, CP.). Acompanhados de outros requisitos podem ser atenuantes genéricos (art. 65, III, a, CP.) ou como diminuição de pena (art. 121, §1º, CP.).
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