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Abordagem comunitária

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Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Disciplina: Medicina de Família e Comunidade
Nomes: Marcelo Martins, Mariana Debastiani, Natascha Tortorelli e Tereza Ko
ABORDAGEM COMUNITÁRIA
1. Por que criar um grupo?
Os grupos objetivam a construção de novos conhecimentos por meio da participação,
promovendo um processo de aprendizagem coletivo, em que tarefas são compartilhadas,
analisadas e praticadas por um todo. Em uma unidade de saúde, eles são uma alternativa
viável para além das assistências individuais. Apesar de contar com um número maior de
pessoas, essas sendo assessoradas pelos agentes de saúde, o grupo permite dar voz a anseios,
não só comunitários, mas também individuais, reunindo pessoas em prol de objetivos
comuns. Assim, falar sobre estilos de vida saudável, por exemplo, acaba por ser um modo de
alcançar grandes objetivos em educação em saúde e melhora do bem estar geral.
O ponto de partida para a criação de um grupo geralmente são problemáticas
levantadas por indivíduos específicos, mas que refletem angústias de uma população. Dessa
forma, unir essas pessoas com motivações semelhantes favorece a troca de experiências,
auxiliando a contornar anseios e confrontar certos aspectos mais desafiadores da vida. Como
um processo coletivo, os grupos permitem que a relação vertical profissional-paciente -
predominante na assistência de saúde -, seja quebrada, o que facilita a expressão de
expectativas e angústias, as quais geralmente não são priorizadas na APS, podendo passar
despercebidas. Ao ser criado um espaço de fala e pensamento, o indivíduo é munido de
ferramentas para se tornar protagonista de seus objetivos, o que amplia suas capacidades de
controle das doenças, de reabilitação e de tomada de decisões, favorecendo uma vida
saudável. De modo a construir um conhecimento coletivo e ampliar as possibilidades de
decisões saudáveis sobre a realidade do grupo, essa atividade pode ter como objetivos
específicos o suporte de pessoas em períodos de crise ou de adaptação, a realização de tarefas
em prol de um indivíduo ou de toda a comunidade, a socialização de pessoas com interrupção
de vínculos sociais, o autocuidado ou até mesmo a psicoterapia.
2. Como fazer o planejamento de um grupo?
O planejamento de um grupo começa pela escuta das demandas que chegam até a
equipe e, a partir dessas, a sugestão de temas. Os temas devem ser pertinentes e avaliados de
acordo não só com a magnitude do problema, a viabilidade técnica, financeira e política, mas
também com a capacidade de engajar a população, pois ela será a protagonista da atividade.
Ainda, é necessário identificar se o problema abordado é passível de ser resolvido em grupo,
visto que a proposta da dinâmica é que as atividades realizadas e os resultados obtidos sejam
resultado de esforços conjuntos. A intervenção começa com a definição dos temas prioritários
a partir das demandas da comunidade, culminando na criação de um projeto, o qual deve ser
avaliado corretamente e classificado de acordo com a sua importância num contexto mais
amplo. Nessa perspectiva, deve ser analisado o panorama geral, pensando no vínculo que já
existe entre a unidade de saúde com a população, e no vínculo que se pretende criar.
As diretrizes, como os objetivos e os métodos aplicados, devem estar claros logo no
início, sendo priorizada a tomada de decisão em grupos, respeitando a horizontalidade das
relações envolvidas. Um plano de trabalho deve ser delineado, sendo necessário definir o
espaço físico em que será realizado o grupo, a equipe que fará parte do trabalho, o tamanho
do grupo (esse deve ser pequeno o suficiente para que se estabeleça uma boa comunicação
entre seus participantes), os critérios de inclusão e exclusão dos participantes, o
funcionamento e, por fim, o cronograma que se pretende seguir. Assim, deve ser definido o
modo de condução da atividade de modo que sejam obtidos os melhores resultados possíveis.
Ainda, faz-se necessário entender que esse é um processo dinâmico, estando aberto a
alterações futuras de acordo com as necessidades observadas durante as reuniões do grupo,
assim, acomodando-se às necessidades e anseios comunitários..