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Resenha Histologia e Biomecânica dos Tecidos

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Universidade Cidade de São Paulo
Curso: Fisioterapia 
Disciplina: Recursos Terapêuticos Manuais I
Professora: Layana Guimaraes 
Aluna: Thamara de Lima Benjamim – RGM: 2579845-6
Resenha: Histologia e Biomecânica dos Tecidos
A histologia é a área da ciência responsável pelo estudo da formação, estrutura e função dos tecidos biológicos. Os tecidos são grupos organizados de células que realizam funções específicas no organismo. Existem quatro tipos básicos de tecidos: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. 
O tecido epitelial, ou epitélio, desempenha diversas funções no organismo. Ele reveste e protege as superfícies internas e externas do corpo, absorve e secreta substâncias e capta estímulos sensoriais. Suas células encontram-se sempre bem próximas umas das outras e há pouco ou nenhum espaço intercelular. Não existem vasos sanguíneos no interior do epitélio, por isso o tecido é chamado de avascular. Existem dois tipos de tecido epitelial: o epitélio de revestimento e o epitélio glandular.
O epitélio de revestimento recobre as superfícies externas (por ex., a epiderme) e internas (por ex., o interior do intestino) do corpo. De acordo com o número de camadas de célula, o epitélio de revestimento é classificado em três tipos principais: simples, estratificado e pseudoestratificado. O epitélio simples é constituído por uma única camada celular. O estratificado apresenta duas ou mais camadas. O pseudoestratificado é um epitélio simples que possui células de diferentes alturas, dando a impressão de estratificação.
O epitélio glandular possui células que produzem e secretam diversas substâncias como, por exemplo, hormônios e enzimas digestivas. As glândulas podem ser classificadas como exócrinas (por ex. glândulas sudoríparas), quando possuem um ducto que elimina a secreção, e endócrinas (por ex. tireoide) quando não possuem ducto. Há um terceiro tipo de glândula, chamada de mista ou anfícrina, que apresenta porções endócrinas e exócrinas (por ex., o pâncreas).
Diferentemente do tecido epitelial, as células do tecido conjuntivo encontram-se distantes umas das outras e, em geral, há uma grande quantidade de material intercelular entre elas. Dentre as diversas células do tecido conjuntivo podemos citar, por exemplo, os fibroblastos, os macrófagos e os adipócitos. O tecido conjuntivo é aquele de maior ocorrência e pode ser subdividido em: tecido conjuntivo propriamente dito, tecido adiposo, tecido cartilaginoso, tecido ósseo e tecido sanguíneo.
O tecido conjuntivo propriamente dito é classificado como frouxo ou denso. O tecido conjuntivo frouxo ocorre em praticamente todos os órgãos do corpo. Ele é composto por células, fibras e uma massa gelatinosa chamada de substância fundamental (ou amorfa). Entre suas células podemos citar os fibroblastos e os macrófagos. Os fibroblastos produzem as fibras e a substância fundamental. Os macrófagos detectam e digerem (fagocitam) substâncias estranhas e restos celulares.
Entre as fibras do tecido conjuntivo frouxo encontram-se as fibras colágenas e as elásticas. O tecido conjuntivo denso é caracterizado por uma grande quantidade de fibras de colágeno dispostas entre os fibroblastos. Ele pode ser encontrado nos tendões e nos ligamentos.
O tecido adiposo é formado por células adiposas. Estas células são capazes de armazenar uma grande quantidade de lipídios em seu interior. O tecido adiposo atua como reserva de energia e isolante térmico.
O tecido cartilaginoso é formado por fibras colágenas, fibras elásticas e um tipo de célula chamado de condrócito. O tecido cartilaginoso é resistente e flexível e pode ser encontrado, por exemplo, em regiões de articulações, na traqueia e no septo nasal. Alguns vertebrados, como os tubarões, possuem o esqueleto composto por tecido cartilaginoso. Porém, na maioria dos vertebrados, o esqueleto cartilaginoso é em grande parte substituído pelo tecido ósseo.
O tecido ósseo, caracterizado sua grande resistência, é formado principalmente por três tipos de células (osteoblastos, osteócitos e osteoclastos) e pela matriz óssea (substância intercelular). Osteoblasto é o nome dado à célula óssea jovem. Já os osteócitos são as células ósseas maduras. Os osteoclastos são células responsáveis pela degradação de partes lesadas ou velhas do tecido ósseo. A matriz óssea é composta principalmente por fibras colágenas e fosfato de cálcio, substância que confere a rigidez ao tecido.
O tecido sanguíneo é um tipo de tecido conjuntivo altamente especializado. O tecido apresenta uma grande quantidade de substância intercelular em estado líquido chamada de plasma. No plasma encontramos as hemácias (ou glóbulos vermelhos), diversos tipos de leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. O tecido sanguíneo, entre outras funções, realiza as trocas gasosas, transporta substâncias pelo organismo e o protege da invasão de agentes infecciosos ou corpos estranhos.
O tecido muscular é um tecido altamente contrátil responsável pelos movimentos voluntários e involuntários do organismo. Ele é constituído principalmente por células alongadas chamadas de fibras musculares. No citoplasma das fibras musculares existem microfilamentos constituídos das proteínas contráteis, a actina e a miosina. O tecido muscular é classificado em três tipos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso.
O tecido muscular estriado esquelético é composto por longas fibras estriadas. Estas fibras possuem contração rápida e voluntária. Este tecido forma a maioria dos músculos do corpo garantido a sua sustentação e movimentação.
O tecido muscular estriado cardíaco também é composto por longas fibras estriadas. Sua contração é rápida, porém, involuntária. Este tipo de tecido é encontrado no coração.
O tecido muscular liso é formado por fibras sem estrias. Sua contração é lenta e involuntária. Este tecido pode ser encontrado, por exemplo, no tubo digestório ou nos ductos respiratórios.
O tecido nervoso integra todas as partes do organismo recebendo e desencadeando respostas a estímulos do meio externo ou interno. Este tecido é formado por dois tipos principais de células: os neurônios e as células da glia.
Os neurônios são as células responsáveis por receber e transmitir os impulsos nervosos. Já as células da glia (ou neuroglia) são células pequenas, mas numerosas, que se situam ao redor dos neurônios. Elas nutrem, protegem e sustentam os neurônios.
Sobre os aspectos das propriedades dos tecidos, os tecidos biológicos que possuem em sua constituição uma quantidade considerável de colágeno, entre eles os tecidos musculares e conectivo denso, apresentam como propriedades mecânicas a elasticidade, viscoelasticidade e plasticidade. 
A elasticidade pode ser definida como a capacidade de um material retornar ao seu comprimento e forma originais após a retirada de uma carga. Assim, em um material elástico, a deformação ocorre instantaneamente com a aplicação de uma força externa e, após a remoção dessa força, a recuperação é imediata. Entretanto, a grande maioria dos tecidos biológicos exibe uma deformação e recuperação graduais quando submetidos à aplicação e retirada de uma carga. Este comportamento é característico da propriedade de viscoelasticidade apresentada por músculos, tendões e ligamentos. 
A viscoelasticidade indica que todas as deformações sofridas por esses tecidos dentro de limites fisiológicos são recuperáveis, mas a recuperação não ocorre imediatamente. Materiais viscoelásticos têm a capacidade de se deformarem a uma taxa constante independente da velocidade com que a força é aplicada.
Outra propriedade mecânica encontrada nos tecidos biológicos é a plasticidade. Ao contrário das propriedades descritas anteriormente, a plasticidade implica em deformações permanentes dos tecidos biológicos e está associada a situações patológicas, onde ocorre lesão de estruturas.
Além das características mecânicas, o conhecimento das propriedades físicas dos tecidos biológicos contribui para o entendimento da resposta dos músculos, tendões e ligamentos aoestresse aplicado. Essas propriedades são o “creep”, relaxamento ao estresse e histerese. 
O “creep” é um comportamento apresentado pelos tecidos caracterizado por uma deformação contínua durante aplicação de uma carga constante em um determinado período de tempo. 
Adicionalmente, quando um tecido é mantido a uma deformação constante, a resistência oferecida pelo material diminui progressivamente com o tempo. Este comportamento é denominado relaxamento ao estresse. 
A histerese é uma propriedade física diretamente relacionada com a energia perdida pelo tecido na forma de calor após um ciclo de aplicação e retirada de carga.
As propriedades físicas e mecânicas apresentadas pelos músculos, tendões e ligamentos contribuem para o desempenho adequado de suas funções durante atividades esportivas e de vida diária. No entanto, se as forças impostas não permitem a capacidade adaptativa desses tecidos, seja por meio de cargas extremamente altas ou baixas, ocorrem prejuízos funcionais.
Assim como os tecidos biológicos reagem ao estresse mecânico imposto por forças externas ao corpo, modificando suas propriedades, a ausência de estresse também induz respostas adaptativas nessas estruturas. Em geral, perda de componentes básicos do tecido decorrem do processo de imobilização e podem repercutir negativamente nas funções teciduais básicas.
O conhecimento do comportamento dos tecidos biológicos à aplicação de estresse e à imobilização permitirá que os profissionais da área de reabilitação assumam condutas e tomem decisões clínicas cientificamente embasadas para que os indivíduos disponham de um tratamento mais consistente e qualificado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ENGLES, M. Tissue response. In: DONATELLI, R.A.; WOODEN, M.J. Orthopaedic Physical Therapy.3. ed. Philadelphia: Churchill Livingstone, 2001. Cap.1. p.1-24.
LORENZ, T.; CAMPELLO, M. Biomechanics of skeletal muscle. In: Nordin M, Frankel VH. Basic biomechanics of the musculoskeletal system. 3.ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Williams, 2001. Cap 6. p.148-74.
ÖSKAYA, N.; LEGER, D. Introduction to Biomechanics: Basic terminology and concepts. In: NORDIN, M.; FRANKEL, V.H. Basic biomechanics of the musculoskeletal system. 3.ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Williams, 2001. Cap 1. p.2 –16.
BRITES, Alice Dantas. Biologia. Uol, 2021. Disponível em: <https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/biologia/histologia.htm >. Acesso em: 01 de mar. de 2021.

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