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Resenha 11 04 21

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Resenha do artigo Alimentação, sociedade e cultura: temas contemporâneos
Aluna: Brenda Inara Pereira Cabral
Matrícula: 201902646517
O pesquisa Alimentação, sociedade e cultura: temas contemporâneos (32 páginas), de Elaine de Azevedo, publicado em 2007, é um artigo que analisa de forma teórica-conceitual uma discussão sobre à alimentação em uma visão sociopolítica e cultural, dividindo em cinco eixos temáticos principais: Riscos, Controvérsias e (in)segurança alimentar e nutricional; Globalização, urbanização e seleção dos alimentos; Comer de outras formas (que abriga discussões sobre alimentação e ética, gênero, sexualidade, literatura, cinema e artes); O universo da gastronomia; O ativismo alimentar como desdobramento do ativismo político. No primeiro eixo, traz o alerta ‘gastro-anômico” de Claude Fischer, onde aparece o debate sobre o tripé, alimentação-saúde-doença, e suas controvérsias, o qual a mídia, informações cientificas e o conhecimento popular disseminam informações sobre o que é alimentação e nem sempre concordam, trazendo à tona a problemática do conceito de alimentação saudável. Além disso, o período histórico também é citado nesse tema como um modificante da alimentação, a exemplo disso, entre 2003 e 2016, as preocupações com a fome e a desnutrição se ampliaram sob a aquecida discussão da (in) segurança alimentar e nutricional (SAN) que colocou o Brasil como referência internacional no combate à fome e erradicação da pobreza e trouxe desafios como os transtornos alimentares; obesidade; doenças não transmissíveis causadas pela dieta desequilibrada; luta pelo acesso igualitário a água e ao alimento saudável como direito humano; promoção da soberania alimentar e nutricional; luta contra o desperdício de alimentos; o direito alimentos de qualidade; o fomento à Agroecologia, a agricultura familiar e aos sistemas agroalimentares sustentáveis. No segundo eixo temático, trás a pergunta “o que podemos comer hoje?”, onde, para a seleção da comida seguimos critérios étnicos, políticos, ecológicos, ambientais e éticos e os menus racionais, baseados a partir de critérios científicos, além de impactos culturais e socioambientais significativos que a globalização, como ideias sobre culinária, gosto e nutrição. Ainda nesse tema, ele três a discussão de o comer hoje também envolve culpa, sob a reflexividade alimentar contemporânea, Claude Fischler fala do paradoxo do prazer que confronta a busca da saudabilidade e encontra a culpa e o temor de comer. Na mesma direção, François Ascher reflete, a partir do seu conceito de hipermodernidade alimentar, sobre a liberdade do comedor eclético hipermoderno frente ao controle da indústria alimentar, a culpa de comer o que deseja e as restrições impostas por suas escolhas na forma de distúrbios como a obesidade e a anorexia. O terceiro eixo temático falou sobre um simpósio interdisciplinar sobre Alimentação e Cultura com o tema “Eating Otherwise” onde falaram sobre alimentação, literatura, cinema, TV e artes; alimentação e biopolítica; alimentação e tecnologia; alimentação e corpo; alimentação na filosofia; comida, lugares e memórias; alimentação e religião e movimentos alimentares canalizando para a produção de estudos de alimentos e animais; alimentos e sexo; comidas profanas e sagradas; comidas sinistras, subversivas e góticas (entomofagia, placentofagia, coprofagia e necrofagia); canibalismo; alimentação do passado, presente e futuro; alimentação pós-humana; alimentação, gênero e Teoria Queer; desordens alimentares e alimentação saudável; alimentação, prazer e culpa. No quarto eixo temático, falaram sobre a gourmetização da comida, onde a comida traz um conceito de identidade sobre a comida, o resgate sobre alguns conceitos tradicionais, porém com uma renovação, e é atrelado ao ativismo alimentar, assunto do eixo seguinte. O próximo eixo fala sobre a revolução que se faz com o garfo, o ativismo alimentar, um dos movimentos sociais que debate questões que vão além da comida e que complexificam a relação do ser humano com os outros reinos da natureza. Sob as égides conceituais do ativismo alimentar, novas qualidades adjetivam o já polissêmico conceito contemporâneo de alimento saudável: ecológico; orgânico; ético; local; alimento colonial e decolonial; sustentável; tradicional; seguro e adequado; limpo; puro; alimento amigo do animal; alimento feito por mulheres; alimento afetivo... só para citar alguns que contribuem para fomentar a confusão dos comedores. Tais temas do estudo dialogam entre si, e mostram como a comida está ganhando mais notoriedade como um objeto de análise social, com um embasamento teórico e diversos olhares sobre ações políticas e movimentos sociais sobre a cultura alimentar contemporânea, sem pretender esgotar as temáticas nos campos social e cultural da comida, mas mostrar a fertilidade e a variedade das temáticas. Diante de tanta ebulição não há dúvida que a comida ganha notoriedade e mais legitimidade na arena das Ciências Humanas e Sociais e que o cientista social interessado em alimentação deve cultivar um fôlego para transitar em tamanha diversidade de disciplinas e áreas de estudo.