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Resumo - Fator Antinúcleo (FAN)

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FATOR ANTI-NÚCLEO (FAN) 
É também chamado de pesquisa de anticorpos contra antígenos celulares e é utilizado na triagem 
de doenças autoimunes sistêmicas e pode ser avaliado pelo teste de imunofluorescência indireto, 
que permite a visualização de padrões de fluorescência, ou por ELISA. Inicia-se com a prova 
qualitativa cuja diluição é de 1:80 e se der positivo se realiza a semi-quantificação para avaliação 
de títulos. Pode estar presente em indivíduos sem evidências de doença autoimune e, portanto, os 
médicos preconizam que o teste seja sempre solicitado dentro de um contexto clínico e de 
preferência solicitado por um reumatologista. 
Importante ressaltar que serve para triagem no diagnóstico de doenças autoimunes e não serve 
para acompanhamento terapêutico, visto que não tem associação com atividade clínica. 
Títulos abaixo de 1:80 podem ser encontrados em população saudável sem qualquer evidência 
clínica. O FAN negativo é uma forte evidência contra Lúpus, ou seja, normalmente pacientes 
com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) apresenta FAN positivo. 
O FAN realizado pelo teste de imunofluorescência indireta é vantajoso pois além dos títulos, ele 
traz os diferentes padrões de fluorescência vistos a seguir. 
Etapas de realização do teste: 
1. Utiliza lâminas que contém células HEP-2, que são células de carcinoma de laringe, cuja 
vantagem é por estarem em diferentes fases da divisão celular, ou estão em repouso e é 
importante porque o teste vai detectar anticorpos que vão reagir com antígenos que podem 
estar mais preponderantes em uma fase do que em outra e assim vai ser possível visualizar 
nas lâminas; 
2. Essas lâminas são incubadas com amostra de soro do indivíduo diluídas 1:80 com PBS 
(salina tamponada com fosfato); 
3. Após um tempo lava as lâminas e coloca um conjugado anti-IgG marcado com 
fluoresceína e é incubada novamente, para depois lavar de novo. 
4. Coloca glicerina, cobre com uma lamínula e leva para o microscópio de fluorescência. 
Em 2016 foram propostos 28 padrões de FAN, sendo alguns: nucleares, citoplasmáticos ou 
mitóticos. Ou seja, padrões de fluorescência correspondentes à presença de anticorpos contra 
antígenos do núcleo, do citoplasma ou do aparelho mitótico. Por isso a importância de o analista 
permanecer atualizado. 
Os padrões mais frequentemente encontrados são: homogêneo, pontilhado, centromérico, 
nucleolar e citoplasmático. Os padrões revelam a presença de anticorpos contra antígenos 
presentes nas diferentes fases de divisão celular. 
Como proceder quando o FAN for positivo? 
Quando o FAN for positivo e o indivíduo não apresentar manifestação clínica, o padrão pode ser 
pontilhado fino denso que normalmente indica baixa probabilidade de doença autoimune (por que 
foi investigado e foi mais encontrado em pessoas que não tinha a doença), assim como pontilhado 
fino <1:320 (baixos títulos de pontilhado fino também representam baixa probabilidade). Se for 
encontrado outros padrões ou tiver manifestações clínicas a investigação do caso deve ser 
ampliada. 
 
 
Padrão Homogêneo 
O núcleo é visualizado de uma forma homogênea e quando esse tipo de padrão é visualizado 
suspeita-se de alguns anticorpos: anti-DNA dupla fita, anti-nucleossomos (presentes em LES), 
anti-histonas, anti-DNA fita simples (presente em Lúpus induzido por fármacos). 
Anti-nucleossomos e anti-DNA dupla fita são muito característicos de LES, então junto com 
apresentação clínica podem fechar o diagnóstico de Lúpus. 
Nucleossomos são unidades que compõe a cromatina, são compostos de 146 pares de bases de 
DNA e octâmero de histonas e uma proteína histona H1. É chamado de anti-nucleossomos porque 
quando as histonas estão enoveladas com o DNA em determinada configuração existem epítopos 
presentes apenas nessa conformação e esses antígenos induzem a produção de anticorpos, ou seja, 
provoca a formação de anti-nucleossomos ou anti-cromatina e são altamente característicos. 
Como saber de qual anticorpo se trata após visualizar o padrão homogêneo? Através de um 
teste para complementar o FAN como o ELISA indireto. No caso de anti-DNA dupla fita se pode 
fazer também imunofluorescência indireta. 
Ou seja, o FAN sugere alguns anticorpos diante de determinado padrão, mas para confirmar 
é necessário fazer outros testes. 
Na imunofluorescência indireta para anti-DNA dupla fita emprega o hemoflagelado de vida livre 
Chritidiae luciliae que contém na base do flagelo o cinetoplasto, onde contém uma fita dupla de 
DNA circular. Coloca-se o hemoflagelado na lâmina e se incuba com a diluição de ensaio de 1:10 
de soro (um décimo), depois lava, coloca anti-IgG marcado com fluoresceína, lava, coloca 
glicerina e investiga na microscopia de fluorescência. Caso o cinetoplasto esteja fluorescente o 
paciente possui anti-DNA dupla fita, sinal patognomônico de LES. Além disso, é importante 
semi-quantificar essa amostra para saber o título, porque títulos acima de 1:20 significa que o 
indivíduo está em atividade clínica. O anti-DNA dupla fita serve tanto para diagnóstico como 
para acompanhamento. 
Padrão pontilhado grosso 
Nesse padrão se visualiza pontilhados mais grosseiros no núcleo e possui uma fita mais escurecida 
significando que a célula está em metástase chamada de negativa, pois quando a célula está nessa 
fase os anticorpos não estão se ligando à placa metafásica, então quando revelado na fluorescência 
ela está negativa ou não fluorescente. 
Quando temos esse padrão os anticorpos que podem estar envolvidos são o anti-Sm e o anti-RNP 
(presentes em LES), no entanto o anti-RNP, além do Lupus pode 
estar presente também na doença mista do tecido conjuntivo. 
Nessa doença o paciente traz características de LES e 
características de Esclerose sistêmica, então é como se fosse uma 
superposição dessas duas doenças. 
Padrão pontilhado fino 
É um outro padrão nuclear, é um padrão menos grosseiro que o anterior, mas é fácil de confundir. 
Indica anticorpos como Anti-Ro (presente em LES e mais presente em Lúpus neonatal que é 
preocupante para gestantes que pode passar para o feto) e Anti-La, ambos presentes da Síndrome 
de Sjogren. Nesta ocorre uma dificuldade em produzir secreções exócrinas, afetando glândulas 
salivares e lacrimais. Essa síndrome pode ser primária, apresentando-se sozinha, ou secundária e 
se apresentar junto com Lúpus. 
Padrão Nucleolar 
Os nucléolos vão estar fluorescentes. A visualização deste padrão significa a produção de anti-
nucléolo e está associado com Esclerodermia, que pode ser sistêmica (Esclerose sistêmica) ou 
localizada. É inflamação do tecido conjuntivo que leva ao espessamento na região periarticular e 
quando sistêmica pode acometer outros órgãos. 
Padrão centromérico 
Nele o indivíduo está produzindo anti-centrômero que está associado com a Síndrome de CREST 
(esclerose sistêmica limitada) em que o indivíduo possui depósitos de cálcio, pode apresentar o 
fenômeno de Raynaud, esclerodactilia (engrossamento do tecido conjuntivo dos dedos) e 
telangectasia (dilatação dos pequenos vasos). 
Os anticorpos anti-Ro, anti-La, anti-RNP, Anti-Sm são chamados de anticorpos contra 
antígenos extraíveis por salina, vulgo Anti-ENA. Eles podem ser identificados por: ELISA 
indireto, Imunocromatografia e por Imunodifusão radial dupla (porém tem baixa sensibilidade 
analítica e é pouco utilizada em laboratórios clínicos). Na Imunocromatografia se emprega uma 
variedade de antígenos na fita de microcelulose e depois é colocada em contato com amostra de 
soro e diluente, depois lava e coloca anti-IgG marcada com uma enzima (fosfatase alcalina) e no 
final se revela com um cromógeno-substrato e o cromógeno vai precipitar no local onde tiver 
presente os anticorpos. 
Se o FAN for negativo, é uma forte evidência contra Lúpus. No entanto, quando for negativo e 
tiver uma manifestação clínica sugestiva de 
Lúpus, se emprega o anti-Ro. Esse 
anticorpo atua contra o antígeno daribonucleoproteína e foi identificado pela 
primeira vez em um paciente chamado 
Robert (por isso o nome).O anti-Sm foi 
identificado pela primeira vez em um 
paciente chamado Smith. 
O padrão pontilhado grosso em quase 
100% das vezes está relacionado com uma 
doença autoimune, assim como o padrão 
homogêneo e o nucleolar. O padrão centromérico está 70% das vezes relacionado. O padrão 
pontilhado fino está relacionado com alguma patologia quando tem títulos altos, já o pontilhado 
fino cerca de 40% dos casos que não tem uma doença de autoimunidade. 
O FAN sempre deve ser solicitado quando tem em base um critério clínico, pois pode dar positivo 
em indivíduos hígidos. O FAN positivo, no entanto, pode preceder a doença autoimune.

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