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Classificação dos Crimes

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Classificação 
doutrinária dos Crimes 
A classificação de crimes pode ser: 
Classificação legal: que diz respeito ao nomen iuris, ou 
seja, à denominação que a própria lei confere à figura 
criminosa. Ex.: homicídio, furto, estrupo etc. 
Classificação doutrinária: é aquela atribuída pelos 
estudiosos tendo em consideração as características das 
infrações penais; descreve o resultado naturalístico e exige 
a sua ocorrência para caracterizar a consumação. 
Veremos, a seguir, as classificações doutrinárias dos 
crimes: 
1. Crime material, formal e de merda conduta 
- É crime material aquele que descreve o resultado 
naturalístico (modificação do mundo exterior) e exige a 
sua ocorrência para a consumação. A conduta e o 
resultado são cronologicamente separados. Ex.: 
homicídio. 
- Crime formal (ou de consumação antecipada), o 
resultado naturalístico é previsto, mas é dispensável, pois 
a consumação ocorre com a conduta. O resultado 
consumador do delito ocorre em concomitância com o 
comportamento do agente. Ex.: extorsão. 
- O crime de mera conduta é aquele que apenas descreve 
a conduta delituosa, sem mencionar qualquer resultado 
naturalístico, que é dispensável. Ex.: porte ilegal de arma. 
2. Crime comum, próprio e de mão própria 
- Crime comum é aquele que pode ser praticado por 
qualquer pessoa, isto é, a lei não exige qualidade especial 
do sujeito ativo. Ex.: furto, homicídio, latrocínio. 
- Crime próprio o tipo penal exige que o agente ostente 
certas características. Ex.: peculato, crime praticado por 
funcionário público no exercício de sua função; 
infanticídio, que somente a mão pode praticar. 
- Crime de mão própria é aquele que somente pode ser 
cometido por determinado agente designado no tipo penal. 
Exige-se a atuação pessoal do sujeito ativo, que não pode 
ser substituído por mais ninguém. Ex.: falso testemunho. 
3. Crime doloso, culposo e preterdoloso 
- Crime doloso é aquele onde o agente quis o resultado 
(dolo direto) ou assuma o risco de produzi-lo (dolo 
eventual). 
- Crime culposo é o crime cujo resultado não foi querido 
ou aceito pelo agente, mas que, previsível, seja 
proveniente de inobservância dos deveres de cuidado 
(imprudência, negligência oi imperícia). 
- Crime preterdoloso é o crime praticado com dolo em 
relação ao fato antecedente e culpa no que tange ao 
resultado agravante. Ex.: lesão corporal seguida de morte. 
4. Crime instantâneo, permanente e instantâneo de 
efeitos permanentes 
- Crime instantâneo é aquele que se consuma em 
momento determinado (consumação imediata), sem 
qualquer prolongação. 
- Crime permanente é aquele em que a execução se 
protrai no tempo por determinação do sujeito ativo. É a 
modalidade de crime que a ofensa ao bem jurídico se dá 
de maneira constante e cessa de acordo com a vontade do 
agente. Ex.: extorsão mediante sequestro. 
- Crime instantâneo de efeitos permanentes, a 
consumação também ocorre em momento determinado, 
mas os efeitos dela decorrentes são indeléveis. Ex.: 
homicídio consumado. 
5. Crime consumado e crime tentado 
- Crime consumado é o crime em que se reúnam todos os 
seus requisitos de ordem legal (art. 14, I do CP). 
- Crime tentado é aquele em que por circunstâncias 
alheias à vontade do agente, o resultado não ocorre (art. 
14, II do CP). 
6. Crime de dano e de perigo 
- Ocorre o crime de dano quando há efetiva lesão ao bem 
jurídico penalmente tutelado. A incorrência dessa lesão 
pode ocasionar na tentativa ou configurar um indiferente 
penal. Ex.: o dano, furto, homicídio. 
- Crime de perigo dispensa a efetiva lesão, configurando-
se com a simples exposição do bem jurídico a perigo. 
Podendo este ser: 
 a) concreto: exige-se a efetiva comprovação de risco 
para o bem jurídico. Divide-se em individual onde a 
conduta do agente expõe a perigo uma só ou um número 
determinado de pessoas, art. 132 do CP. Ou comum, onde 
a conduta expõe a perigo número indeterminado de 
pessoas, como por exemplo, crime de explosão, art. 251 
do CP. 
 b) abstrato ou presumido: a própria lei presume 
perigosa a ação, dispensando-se a comprovação de que 
houve efetivo perigo ao bem jurídico tutelado. 
 
 
 
7. Crime simples, complexo, qualificado e privilegiado 
- Crime simples é o basilar, formado objetivamente por 
apenas um tipo penal e subjetivamente sem nenhuma 
circunstância que aumente ou diminua sua gravidade. 
 - Crime complexo é o crime formado por meio da reunião 
entre dois ou mais tipos penais. 
- Crime qualificado é o crime que deriva do tipo penal 
básico ou do complexo, com a mesma natureza, cuja 
reprimenda sofre um agravamento, em novos patamares 
mínimo e máximo, em virtude da maior gravidade da 
conduta. 
- Crime privilegiado é aquele em que a lei considera 
determinadas circunstâncias que diminuem a gravidade 
da ação e, consequentemente, a reprimenda imposta. 
8. Crime plurissubjetivo e unissubjetivo 
- Crime será plurissubjetivo na hipótese em que o 
concurso de agentes seja imprescindível para sua 
configuração (crime de concurso necessário). 
- Crime unissubjetivo é aquele que pode ser praticado por 
apenas uma ou várias pessoas (concurso eventual de 
agentes). 
9. Crime comissivo e omissivo 
- Crime comissivo é a realização (ação) de uma conduta 
desvaliosa proibida pelo tipo penal incriminador. Viola 
um tipo proibitivo. Ex.: matar alguém (art.121 do CP). 
- Crime omissivo é a não realização (não fazer) de 
determinada conduta valiosa (comportamento ideal) a que 
o agente estava juridicamente obrigado e que lhe era 
possível concretizar. Viola um tipo mandamental. Ex.: 
deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem 
o risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à 
pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e 
iminente perigo. 
10. Crime unissubsistente e plurissubsistente 
- Crime unissubsistente é aquele em que não se admite o 
fracionamento da conduta, isto é, perfaz-se com apenas 
um ato. Não admite tentativa. Ex.: crimes contra a honra 
cometidos verbalmente. 
- Crime plurissubsistente, por sua vez, a conduta é 
fracionada em diversos atos que, somados, provocam a 
consumação. É admissível a tentativa. Ex.: estelionato, 
roubo, homicídio.

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