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QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DE CRIMES

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QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DE CRIMES 
 
1. CRIME COMUM E CRIME ESPECIAL 
O crime comum é aquele que descritos no Direito Penal Comum; especiais, os definidos no 
Direito Penal Especial 
2. CRIME COMUM E PRÓPRIO 
Crime comum é o que pode ser praticado por qualquer pessoa, já o crime próprio o tipo penal 
exige que só pode ser cometido por determinada categoria de pessoas, pois pressupõe no 
agente uma particular condição ou qualidade pessoal, questão que já estudamos no capítulo 
da “capacidade especial do sujeito ativo”. 
3. CRIME DE MÃO PRÓPRIA OU DE ATUAÇÃO PESSOAL 
É aquele que somente pode ser cometido por determinado agente designado no tipo penal. 
Exige-se uma atuação pessoal do sujeito ativo, que não pode ser substituído por mais 
ninguém. 
4. CRIME DE DANO DE PERIGO 
O crime de dano ocorre quando há efetiva lesão ao bem jurídico penalmente tutelado. Já o 
crime de perigo dispensa a efetiva lesão, configurando-se com a simples exposição do bem 
jurídico tutelado ao perigo, que poderá ser: 
a) Concreto: exige-se efetiva comprovação do risco para o bem jurídico, sendo divido em 
individual (quando o agente expõe apenas uma só ou determinado número de pessoas 
ao risco) e comum (quando a conduta expõe um número indeterminado de pessoas ao 
perigo). 
b) Abstrato ou presumido ou de simples desobediência: a própria lei presume perigosa 
ação, dispensando-se a comprovação de houve efetivo perigo ao bem jurídico tutelado 
 
5. CRIME MATERIAL, FORMAL E DE MERA CONDUTA 
Crime material é aquele que descreve o resultado naturalístico e exige a sua ocorrência pra a 
consumação. A conduta e o resultado são cronologicamente separados. 
Crime formal o resultado naturalístico é previsto, mas é dispensável, pois a consumação ocorre 
com a conduta. O resultado jurídico consumador do delito ocorre em concomitância com o 
comportamento do agente. 
Crime de mera conduta é aquele que apenas descreve a conduta delituosa, sem mencionar 
qualquer resultado naturalístico, pune-se o agente pela simples atividade, como por exemplo, 
no porte ilegal de arma e na violação de domicilio. 
 
6. CRIME DOLOSO, CULPOSO E PRETERDOLOSO 
O crime será doloso sempre quando o agente quiser o resultado (dolo direto) ou assumir o 
risco de produzi-lo (dolo eventual). Será culposo quando o resultado do crime não for querido 
de cuidado (imprudência, negligência e imperícia). O preterdoloso é o crime praticado com 
dolo em relação ao fato antecedente e culpa no que tange ao resultado agravante, como 
ocorre na lesão corporal seguida de morte, em que a intenção inicial do agente era a de tão 
somente atingir a integridade física da vítima, mas, por inobservância das cautelas necessárias, 
termina por causar a morte. 
7.CRIME INSTANTÂNEO, PERMANENTE E INSTANTÂNEOS DE EFEITOS PERMANENTES 
Crime instantâneo é aquele que se consuma em momento determinado, sem qualquer 
prolongação. Nucci cita que há o crime instantâneo de habitualidade preexistente, em que a 
consumação ocorre em um determinado momento, porém só pode ser cometido em 
circunstâncias de habitualidade, como por exemplo conduta de vender, expor a venda, manter 
em depósito, ou utilizar em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou 
industrial, mercadoria de procedência estrangeira introduzida clandestinamente no país. 
O crime permanente por sua vez, é aquele que a execução se prolonga no tempo por 
determinação do sujeito ativo. É a modalidade de crime em que a ofensa ao bem jurídico se dá 
de maneira constante e cessa de acordo com a vontade do agente. Como por exemplo, 
extorsão mediante a sequestro. 
O crime instantâneo de efeito permanentes é quando a consumação também ocorre em um 
momento determinado, mas os efeitos dela decorrentes são indeléveis, como o homicídio 
consumado, por exemplo. 
7. CRIME CONSUMADO E TENTADO 
O crime consumado é aquele reúne todos os requisitos de ordem legal (tipicidade e a 
antijuridicidade). Crime consumado é diferente de crime exaurido, onde este ocorre após a 
consumação, a exemplo a extorsão, em que a consumação ocorre quando o agente emprega 
os meios para constranger a vítima, e quando ele alcança a finalidade é chamado de exaurido. 
Já o crime tentado, por circunstâncias alheias a vontade do agente, o resultado não ocorre. 
8. Crime de dano e de perigo 
O dano refere-se a efetiva lesão ao bem jurídico penalmente tutelado, quando não há lesão 
pode caracterizar em tentativa ou um indiferente penal. Já o crime de perigo dispensa efeitos 
de lesão, configurando-se com a simples exposição do bem jurídico ao perigo, sendo dividido 
em: a) concreto: exigindo a comprovação do risco para o bem jurídico (divide em individual –
expõe um determinado número de pessoas- e comum-expõem um número indeterminado de 
pessoas); b) abstrato ou presumido ou de simples desobediência: a própria lei presume 
perigosa a ação, dispensado a comprovação de que houve efetivo perigo ao bem jurídico 
tutelado. 
 
9. CRIME SIMPLES, COMPLEXO, QUALIFIDCADO E PRIVILEGIADO 
O crime simples é aquele formado objetivamente para um tipo penal e subjetivamente sem 
nenhuma circunstância que aumente ou diminua sua gravidade; 
O crime complexo é aquele formado por meio da reunião entre dois ou mais tipos penais, 
como por exemplo os crimes de roubo (furto+ constrangimento ilegal) e de extorsão mediante 
sequestro (extorsão+ sequestro), na doutrina há também a denominação de crime 
ultracomplexo, onde há a ocorrência de crime complexo e este é acrescido de outro, servindo 
como qualificadora ou majorante daquele, exemplo o roubo (crime complexo_ 
constrangimento ilegal+ furto) praticado com emprego de arma de fogo (porte ilegal de arma 
de fogo) 
O crime qualificado é o que deriva do tipo penal básico ou do complexo com a mesma 
natureza, cuja reprimenda sofre um agravamento em novos patamares mínimo e máximo, em 
virtude de maior gravidade da conduta. 
O crime privilegiado é aquele que a lei considera determinadas circunstâncias que diminuem a 
gravidade da ação e, consequentemente, a reprimenda imposta, a exemplo o furto privilegiado 
pela primariedade do agente e pelo pequeno valor da coisa. 
10. CRIME PLURISSUBJETICO E UNISSUBJETIVO 
O crime será plurissubjetivo na hipótese em que o concurso de agentes seja imprescindível 
para sua configuração. O crime unissubjetivo é aquele que pode ser praticado por apenas uma 
ou várias pessoas. 
11. CRIME COMISSIVO E OMISSIVO 
O crime comissivo é o que a realização (ação) de conduta desvaliosa proibida pelo tipo penal 
incriminador, viola um tipo proibitivo, exemplo matar alguém, furto ou roubo. Já o crime 
omissivo é a não realização (não fazer) de determinada conduta valiosa (comportamento ideal) 
a que o agente estava juridicamente obrigado e que lhe era possível concretizar, exemplo 
deixar de prestar assistência quando possível fazê-lo sem risco pessoal, á criança abandonada 
ou extraviada. 
12. CRIME UNISSUBSISTENTE E PLURISSUBISTENTE 
Crime unissubsistente é aquele em que não se admite o fracionamento da conduta, isto é, 
perfaz-se com apenas um ato. Por isso, não admite a tentativa, a exemplo crimes contra a 
honra cometidos verbalmente. 
 Crime plurissubsistente é a conduta fracionada em diversos atos que, somados, provocam a 
consumação. Por esse motivo é admitida a tentativa, a exemplo o homicídio, no roubo, no 
estelionato, etc. 
 
 
13. CRIME HABITUAL 
É aquele que se configura mediante a reiteração de atos. Somente irá ocorrer se houver 
repetição da conduta que revele ser aquela atividade um procedimento costumeiro por parte 
do agente, a exemplo manutenção de estabelecimento que ocorra a exploração sexual. 
14. CRIME EXAURIDO 
É aquele que contempla atos posteriores à consumação, é o que ocorre quando há o 
recebimento do resgate na extorsão mediante sequestro, em que o crime se consumou com a 
restrição da liberdade da vítima. 
15. CRIME PROFISSIONALÉ aquele em que a pessoa se utiliza da profissão que exerce para alcançar uma finalidade 
ilícita. 
16. CRIME PROGRESSIVO (OU DE PASSAGEM) 
É aquele que para alcançar seu intento, deve o agente obrigatoriamente violar norma de 
caráter menos grave. O autor responderá pelo delito visado, absorvendo-se os demais, a 
exemplo o furto a residência, antes pratica a violação ao domicilio e o agente responderá pelo 
furto. 
17. CRIME SUBSIDIÁRIO 
É aquele que somente se configura se a conduta do agente não constituir crime mais grave, a 
exemplo se no crime de roubo não houver violência, grave ameaça ou emprego de outro meio 
que tornasse impossível a resistência da vítima, mas apenas a subtração sorrateira, em caráter 
subsidiário, o crime de furto. 
18. CRIME DE AÇÃO ÚNICA E AÇÃO MÚLTIPLA 
É de ação única o crime em que o tipo penal prevê apenas conduta nuclear possível, como no 
furto que só há a conduta de subtrair. Na ação múltipla é aquele que diversas condutas 
possíveis, como no tráfico de drogas. 
19. CRIME PRINCIPAL E CRIME ASSESSÓRIO 
O principal é o crime independe da existência de outro como no roubo; já o crime acessório 
(ou parasitário) é aquele que pressupõe a ocorrência de outro delito em momento anterior, 
como a receptação. 
20. CRIME A PRAZO 
É aquele que exige o decurso de um prazo para que se configure. É o que ocorre na já 
menciona apropriação de coisa achada, em que o agente que acha coisa alheia perdida e dela 
se apropria total ou parcialmente, deixando de entregar ao dono ou a autoridade competente 
no prazo de quinze dias. 
 
21. CRIME VAGO 
É aquele em que o sujeito passivo é indeterminado, representado por uma coletividade. 
22. CRIME FALHO 
É sinônimo de tentativa perfeita ou acabada, ocorre quando o agente utilizou todos os meios 
possíveis á sua disposição, mas não conseguiu consumar o crime por circunstâncias alheiras a 
sua vontade. 
23. QUASE CRIME 
É o crime impossível e da participação impunível, situações em que, na realidade, crime não 
há. 
24. CRIME PUTATIVO 
É o crime existente apenas na intenção do agente, que acredita estar cometendo um crime 
enquanto pratica um indiferente penal. Pode ser: a) erro de tipo; b) erro de proibição; c) por 
obra do agente provocador. 
25. CRIME FUNCIONAL 
É o prático por funcionário público, de acordo com a definição do artigo 327 do código penal 
considera “embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função 
público.” Podendo ser próprio ou impróprio, no primeiro afasta a qualidade de funcionário 
público e o fato se torna atípico, no segundo a falta dessa qualidade poderá configurar outro 
delito. 
26. CRIME DE CIRCULAÇÃO 
É o praticado por meio de automóvel 
27. CRIME MILITAR 
Em tempos de paz “os crimes previstos no código penal militar e os precisos na legislação 
penal, quando praticados” na forma das alíneas “a” a “e” os quais forem objeto de 
modificação. O crime militar é o delito praticado por militar. Pode ser próprio, porque definido 
apenas no código penal militar, ou impróprio quando definido no restante da legislação penal 
ou somente nela, legislação não militar. 
28. CRIME DE ATENTADO 
É aquele que a lei atribui punição idêntica tanto para a tentativa quanto para a consumação. 
29. CRIME DE OPINIÃO OU DE PALAVRA 
É aquele praticado por meio de abuso da liberdade de expressão. 
 
 
30. CRIME DE EXPRESSÃO 
É o crime que pode ser cometido por meio de atividade intelectiva do autor, que processa a 
informação que recebe e se expressa inveridicamente. É o caso do falso testemunho, em que a 
falsidade não se extrai da comparação do depoimento da testemunha com a realidade dos 
fatos. 
31. CRIME A DISTÂNCIA 
É o crime que percorre dois territórios soberanos, com a conduta em um lugar e o resultado 
em outro. Gera conflito internacional de jurisdição. No código penal brasileiro adotou o lugar 
do crime a teoria da ubiquidade, híbrida ou mista. 
32. CRIME EM TRÂNSITO 
É o crime percorre territórios de mais de dois países soberanos, sem, contudo, atingir bens 
jurídicos em um ou alguns desses países, a exemplo um objeto é furtado na Argentina e para 
ser receptado nos Estados Unidos, passa pelo Brasil 
33. CRIME PURILOCAL 
É quando o crime percorre dois ou mais territórios do mesmo país, gera conflito interno de 
conferência (qual comarca aplicará a lei brasileira?). O código penal brasileiro adotou a teoria 
do resultado, sendo competente a comarca onde se deu a consumação 
34. CRIME MONO-OFENSIVO E PLURIOFENSIVO 
É o crime mono-ofensivo é o delito que atinge apenas um bem jurídico, ao passo que 
pluriofensivo é aquele cuja constituição acarreta a afronta a mais de um bem juridicamente 
tutelado. 
35. CRIME DE EXECUÇÃO LIVRE E CRIME DE EXECUÇÃO VINCULADA 
O crime de execução livre é aquele que admite variadas formas para a prática da conduta 
típica, como o homicídio, cometido por golpes de faca, envenenamento, etc. O crime de forma 
vinculada, ao contrário, é restritivo na forma sob a qual a conduta pode ser empreendida, 
como ocorre na redução a condição análoga à de escravo, cometida apenas por meio de atos 
elencados no tipo incriminador. 
36. CRIME GRATUITO 
É aquele cometido sem motivo conhecido, não há ser confundido como motivo fútil, presente 
quando o móvel apresenta real desproporção entre o delito e sua causa moral. 
37. CRIME MULTITUDINÁRIO 
É o delito cometido por multidão no contexto de um tumulto, a lei não estabelece o conceito 
de multidão, por isso deve ser analisado o caso concreto para sua configuração. 
 
38. CRIME INDEPENDENTE 
É o delito que não assume ligação com outras infrações penais. 
 
39. CRIME DE CONEXÃO CONSEQUENCIAL 
É o crime cometido para assegurar a ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime. 
40. CRIME DE CONEXÃO OCASIONAL 
Não há na realidade, conexão entre os crimes, pois um não é cometido para assegurar a 
execução ou para garantir a ocultação de outro. Há tão somente uma proximidade física entre 
várias infrações penais, que não se relacionam entre si. 
41. CRIME DE TENDÊNCIA 
Determinadas ações podem ser consideradas criminosas ou lícitas a depender da intenção do 
agente ao praticá-las. Os crimes de de tendência refletem essa situação, em que a conduta 
será típica se a inclinação interna do agente se revelar no sentido da prática criminosa. 
Exemplo: uma palavra lançada contra alguém pode caracterizar crime de injuria ou simples 
exercício do direito de crítica, a depender da intenção do emissor. 
42. CRIME DE TENDÊNCIA INTERNA TRANSCEDENTE (OU CRIME DE INTENÇÃO) 
O sujeito ativo quer um resultado e dispensável para a consumação do delito. O tipo subjetivo 
é composto pelo dolo e por elemento subjetivo especial (finalidade transcende). 
43. CRIME DE RESULTADO CORTADO 
É a espécie de crime de intenção, o resultado (dispensável para a consumação), não depende 
do agente, não está na sua esfera de decisão. 
44. CRIME MUTILADO DE DOIS ATOS 
É espécie de crime de intenção, o crime mutilado de dois atos se verifica quando resultado 
dispensável depende de novo comportamento do agente, está em sua esfera de decisão. 
45. CRIME CONSUNTO E CRIME CONSULTIVO 
 Para essa classificação se aplica o princípio da consunção (absorção), assim o crime consulto é 
o absorvido; consuntivo, o que absorve 
46. CRIME DE FATO PERMANENTE E DE FATO TRANSEUNTE (OU NÃO TRANSEUNTE) 
O crime de fato permanente é o que deixa vestígios materiais que devem ser constatados 
mediante perícia. Delito transeunte não permite constatação mediante análise de vestígios, 
pois não os exibe. 
 
47. CRIME CONDICIONADO E CRIME INCONDICIONADO 
O crime condicionado é aquele que a lei impõe certas condições de procedibilidade para que a 
punição seja perseguida. É o caso da necessidade de que o agente entre no território nacional 
para que seja punido por crime cometido forado Brasil na situação de extraterritoriedade 
condicionada. Já o crime incondicionado independe de circunstância externa como condição 
de procedibilidade. 
48. CRIME DE ÍMPETO 
É o crime que resulta de uma reação emocional, sem premeditação, como no homicídio 
cometido sob o domínio da violenta emoção. 
49. CRIME DE ACUMULAÇÃO 
É o crime cometido mediante condutas que, geralmente são inofensivas ao bem jurídico 
protegido. Só a repetição delas, cumulativamente consideradas, é que pode constituir séria 
ofensa ao bem jurídico. Pequenas infrações à segurança viária ou ao ambiente, por exemplo, 
desde que repetidas, cumulativamente, podem constituir um fato ofensivo sério. 
50. CRIME DE MERA SUSPEITA 
É o crime que o agente é punido pela mera suspeita despertada. Em nosso ordenamento 
jurídico, só há uma forma que se assemelha a esse crime, que é a contravenção penal prevista 
no art. 25 do Decreto Lei n° 3.688/41 posse de instrumentos usualmente empregados para a 
prática de crime contra o patrimônio, por quem já tenha sido condenado por esse delito). 
51. CRIME DE AÇÃO VIOLENTE 
É o crime cometido com o emprego de violência ou grave ameaça contra pessoa 
52. CRIME DE AÇÃO ASTUCIOSA 
É o crime cometido por meio de fraude, dissimulação, como o estelionato. 
53. CRIME ABSTÁCULO 
É o delito cometido que revela a tipificação de atos preparatórios, que, normalmente, não são 
punidos. 
54. CRIME DE CATÁLAGO 
É o crime passível de apuração por meio de interceptação telefônica. 
55. CRIME DE IMPRESSÃO 
É o delito que desperta na vítima determinado estado anímico. Pode ser divido em: a) crime de 
sentimento: recai nas faculdades emocionais, como a injuria, b) crime de inteligência: recai nas 
faculdade cognitivas da vítima, enganando-a, como o estelionato, c) crime de vontade: recai na 
autodeterminação, como o constrangimento ilegal. 
56. CRIME PARCELAR 
É o crime que integra lima cadeia de crimes cometidos em continuidade delitiva. 
57. CRIME INOMINADO 
É o crime em que a conduta recai sobre os bens jurídicos consagrados pelo direito, mas sem 
tipificação penal específica. 
58. CRIME DE HERMENÊUTICA 
É o delito que existe unicamente em virtude da interpretação do operador da lei, sem que haja 
indícios ou provas da ocorrência de um fato tipificado. 
59. CRIME REMETIDO 
É aquele que em sua definição típica se reporta a outro crime. 
60. CRIME ANÃO (OU CRIME LILIPUTIANO) 
É a denominação reservada ás contravenções penais, não se trata de crime. 
61. CRIME DE RUA (OU COLARINHO AZUL) 
É o crime cometido normalmente por pessoas economicamente menos favorecidas, como o 
furto e roubo. 
62. CRIME DO COLARINHO BRANCO (OU CRIME DE PALETÓ E GRAVATA OU CRIME DE 
ESCRITÓRIO) 
É o delito cometido na esfera econômica, movimentando normalmente grande volume de 
recursos. É o caso dos crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem de dinheiro. 
63. CRIME CIBERNÉTICO 
É aquele cometido por meio da rede mundial de computadores ou mesmo por meio de uma 
rede pública ou privada de computadores. Pode ser classificado como próprio ou impróprio, é 
próprio quando meio e o objeto material se identificam exclusivamente no sistema 
cibernético, como no caos da violação de dispositivos informáticos; já o impróprio é aquele em 
que a utilização da rede informática é apenas uma das formas de execução, como é o caso da 
calúnia cometida por meio da internet. 
64. CRIME DE GREVE 
É o delito cometido durante a paralisação dos empregados 
65. CRME DE LOCKOUT 
É o delito cometido no decorrer da paralisação do empregador 
 
66. CRIME POLÍTICO 
É aquele que vulnera a segurança interna ou externa do Estad. 
67. CRIME DE RESPONSABILIDADE 
Será próprio ou impróprio, o próprio é uma infração penal comum cometida por determinados 
agentes, julgada pelo Poder Judiciário, já o impróprio revela uma infração político-
administrativa, em que a apreciação e a punição política são atribuídas ao Poder Legislativo. 
68. CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO 
É aquele com pena máxima não superior a dois anos, investigado por meio de termo 
circunstanciado, admitindo as medidas despenalizadas da transação penal e suspenção 
condicional do processo. 
69. CRIME DE MÉDIO POTENCIAL OFENSIVO 
É aquele que apesar de pena máxima suplantar 2 anos, a pena mínima é igual ou inferior a 1 
ano, admitindo a medida despenalizadora da suspensão condicional do processo. 
70. CRIME DE MAIOR POTENCIAL OFENSIVO 
É aquele incompatível com medidas despenalizadoras 
71. CRIME HEDIONDO 
É o delito constante no rol do art. 1° da Lei 8.072/90, que atualmente são: 
a) Homicídio: quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente e homicídio qualificado 
b) Lesão corporal dolosa de natureza gravíssima e lesão corporal seguida de morte, 
quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da 
Constituição Federal. 
c) Roubo com restrição de liberdade da vítima, com emprego de arma de fogo, com 
emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito e qualificado pelo resultado 
lesão corporal grave ou morte. 
d) Extorsão qualificada pela restrição de liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal 
ou morte. 
e) Extorsão mediante sequestro e na forma qualificada 
f) Estupro de vulnerável 
g) Alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais 
h) Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou 
adolescente ou de vulnerável. 
i) O genocídio 
j) Posse ou porte ilegal de arma de fogo 
k) Comércio ilegal de arma de fogo 
l) Tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição. 
m) Organização criminosa, quando direcionada a pratica de crime hediondo ou 
equiparado 
 
72. CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO 
É o delito não constante do rol do art. 1° da LEI n° 8.072/90, mas que, por imposição 
constitucional, sofre os mesmos consectários. São equiparados a hediondos o tráfico de 
drogas, o terrorismo e a tortura. 
73. CRIME FALIMENTAR 
É o delito definido na Lei n° 11.101/05, praticado na administração de sociedades comerciais 
ou da massa falida. Se for praticado pelo falido, será próprio; se for por outra pessoa, será 
impróprio. 
74. CRIME ORGANIZADO 
É o cometido por meio de organização criminosa (“associação de 4 ou mais pessoas 
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, 
com o objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a 
pratica de infração penal cuja penas máximas sejam superiores a 4 anos ou que sejam de 
caráter transnacional. 
75. CRIME NATURAL E CIRME DE PLÁSTICO 
Crime natural é aquele comportamento que sempre foram, são e, provavelmente, no futuro 
infrações penais, como o homicídio. Já o crime de plástico abrange condutas que, no passado, 
configuravam, um indiferente penal, porém, em razão do momento histórico e social, passa-se 
as sentir a necessidade de tipificação, como por exemplo crimes cibernéticos. 
76. CRIME FEDERAL, CRIME ESTADUAL E CIRME INTERNACIONAL 
O crime federal é o julgamento atribuído a justiça federal, cuja competência se extrai da 
Constituição; o crime estadual é o julgado pela justiça estadual, cuja competência é residual, 
ou seja, atribui-se-lhe tudo o que não compete a Justiça Federal; o crime internacional em 
sentido amplo, como a conduta que, por provocar ofensa de tal ordem à consciência jurídica 
da Humanidade, passa a ser considerada ilícita pelo Direito Internacional. 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
CUNHA, Rogério Sanches. Direito Penal-Parte Geral. 8ª edição. Salvador: Editora 
JusPODIVM,2020

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