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Fármacos que atuam nos sistemas cardiovascular e renal

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Fármacos que atuam nos sistemas cardiovascular e renal
PROF: ENF. RAYANI OLIVEIRA
FÁRMACOS 
ANTIANGINOSOS
Os Antianginosos são os fármacos usados no tratamento da angina pectoris, uma afecção dolorosa do peito devido a isquemia cardíaca (cuja causa mais frequente é a aterosclerose).
ANGINA
A angina pectoris, comumente conhecida como angina, é a sensação de dor no peito, pressão ou aperto, muitas vezes esta relacionada ao fluxo sanguíneo insuficiente para os músculos cardíaco como resultado da obstrução (ou espasmo) das artérias coronárias. Embora a angina no peito possa ocorrer em razão de anemia, ritmos cardíacos anormais e insuficiência cardíaca, sua principal causa é a doença arterial coronariana, um processo aterosclerótico que afeta as artérias que alimentam o coração. 
O agravamento dos ataques de angina, a angina de repouso e a angina com duração superior a 15 minutos são sintomas de angina instável (geralmente agrupados com condições semelhantes à síndrome coronária aguda). 
O ataque cardíaco , exige atenção medica urgente e são tratados de forma semelhante ao infarto agudo do miocárdio. 
Classificação da angina pectoris
ANGINA ESTÁVEL: Dor previsível ao esforço ou estresse emocional, (estreitamento dos vasos coronarianos – ateroma), aliviando com repouso ou nitroglicerina sublingual.
ANGINA INSTÁVEL: Dor aos esforços cada vez menores até dor em repouso (estreitamento dos vasos coronarianos, mas sem obstrução completa do vaso) – risco de infarto substancial.
ANGINA VARIANTE: Dor ocorre em repouso (é causado por espasmo da artéria coronária geralmente associando a – doença ateromatosa)
INFARTO DO MIOCÁRDIO: Ocorre após bloqueio de uma artéria coronária por trombo.
Fármacos antianginosos
Tratamento do angina: Busca Restabelecer o Equilíbrio
Elevação no fluxo sanguíneo: 
1. Vasodilatação das artérias epimiocárdicas e arteríolas coronárias periféricas, diminuindo a resistência coronariana periférica. 
2. Redução das estenose coronariana através da regressão da placa aterosclerótica e correção da disfunção endotelial.
3. Melhora nas condições de relaxamento miocárdio e no tempo de enchimento ventricular.
Diminuição no consumo de oxigênio:
1. Controlar frequência cardíaca, PA sistólica, contratilidade miocárdica, tempo de ejeção ventricular e tensão miocárdica. 
Fármacos antianginosos
Grupos de Fármacos 
Elevação no fluxo sanguíneo 
Nitratos orgânicos 
Bloqueadores de canais de cálcio 
Amiodarona (antiarrítmico) 
Redutores do colesterol, antiagregantes plaquetários e anticoagulantes.
Diminuição no consumo de oxigênio
Bloqueadores
Bloqueadores de canais de cálcio 
Amiodarona (antiarrítmico)
Principais fármacos utilizados no tratamento da angina pectoris
Nitratos Orgânicos: 
Isossorbida e Nitroglicerina
Mecanismo de ação: Esses fármacos são ésteres de acido nítrico e nitroso com glicerol e inibem vasoconstrição ou espasmos coronarianos aumentando a perfusão do miocárdio e, assim aliviando os sintomas da angina; Além disso, relaxam as veias diminuindo a pré-carga e o consumo de oxigênio pelo coração.
Indicação: São eficazes nos sintomas da angina (para alívio imediato de um ataque de angina provocado por exercícios ou estresse emocional, o fármaco de escolha deve ser a nitroglicerina sublingual).
Efeitos adversos: (Deve evitar a associação com outros vasodilatadores como a sildenafila, pois causam severa hipotensão).
Betabloqueadores: 
metoprolol e atenolol
Mecanismo de ação: Os betabloqueadores diminuem a demanda de oxigênio do miocárdio, diminuindo a frequência e a força de contração do coração; eles também suprimem a ativação do coração bloqueando seletivamente os receptores beta – 1- adrenérgicos.
Indicação: São agentes anti-hipertensivos, indicados também na insuficiência cardíaca e na angina pectoris;
Efeitos adversos: Os efeitos adversos dessa classe estão listrados na secção de fármacos anti-hipertensivos.
BLOQUEADORES DE CANAL DE CÁLCIO: NIFEDIPINA, VERAPAMIL E DILTIAZEM
Mecanismo de ação: O cálcio é essencial para a contração muscular e seu influxo aumenta a isquemia devido à despolarização da membrana provocada pela hipóxia: os bloqueadores de canal de cálcio agem inibindo sua entrada nas células cardíacas e musculares lisas dos leitos artérias coronarianas e sistêmicos. 
Indicação: Na angina, pois promovem o relaxamento das artérias coronárias.
Efeitos adversos: Taquicardia reflexa, rubor, cefaleia, hipotensão, edema periférico e constipação. 
Fármacos 
Antiarrítmicos 
Arritmia cardíaca é qualquer alteração no ritmo das batidas do coração, que pode fazer com que ele bata mais rápido, mais lento ou simplesmente fora de ritmo. A frequência de batimentos cardíacos considera muito rápida (acima de 100 batimentos por minuto em adultos) é chamada de taquicardia, e uma frequência cardíaca considerada muito lenta (abaixo de 60 batimentos por minuto) é chamado de bradicardia .
A arritmia cardíaca pode ser benigna ou maligna, sendo as do tipo benignas as mais comuns. As arritmias cardíacas benignas são aquelas que não alteram a função e o desempenho do coração e não trazem riscos maiores de morte, podendo ser controladas com medicamentos e com atividade física. Já as do tipo malignas, pioram com esforço ou exercício e podem levar à morte.
Muitos tipos de arritmia não apresentam sintomas, mas, quando estão presente podem incluir palpitações ou a sensação de pausa entre os batimentos cardíacos. Mais seriamente pode haver tonturas, desmaio, falta de ar ou dor no peito.
Embora a maioria dos tipos de arritmia não seja grave, alguns predispõem uma pessoa a complicações como acidente vascular cerebral ou insuficiência cardíaca; outros podem resultar em parada cardíaca. 
As causas da arritmia cardíaca podem ser:
1. Anemia
2. Ansiedade e estresse
3. Hipotireoidismo grave
4. Doença coronariana
5. Doenças do músculo cardíaco
6. Valvulopatias
7. Doenças infecciosas, como a doença de Chagas
8. Doença cardíaca congênita
 A maioria das arritmias pode ser efetivamente tratada e os tratamentos podem incluir medicamentos, procedimentos médicos e cirurgia.
Os marca-passos são frequentemente usados para situações de bradicardia.
Os pacientes apresentando sintomas graves de arritmia podem receber tratamento urgente com uma carga de eletricidade sob a forma de cardioversão ou desfibrilação 
A diferença entre cardioversor e Desfibrilador elétrico
O desfibrilador aplica uma corrente contínua no músculo cardíaco. Esta corrente elétrica não é sincronizada, o que de maneira agrupada despolariza as fibras envolvidas do miocárdio. Este procedimento proporciona a regularização do ritmo do coração, como se reiniciasse os batimentos cardíacos após a descarga.
A utilização do desfibrilador é recomendada em situações ainda mais complexas, com alto risco de vida, como taquicardia.
O cardioversor funciona de forma semelhante, porém, a corrente elétrica é sincronizada, no qual o equipamento está preparado para perceber a frequência cardíaca e aplicar a carga de maneira simultânea. 
O uso do cardioversor certamente envolve condições graves do paciente, porém em um estado mais tênue, onde o profissional da saúde possui uma margem de tempo maior para reverter a situação. 
Classificação de arritmias
Pode ser pela frequência cardíaca (taquicardia, bradicardia), pelos mecanismo cardíacos afetados (automaticidade, reentrada, desencadeada) ou duração (batimentos prematuros isolados, dísticos, corridas , ou seja, 3 ou mais batimentos, não sustentados - menos de 30 segundos – ou sustentados – mais de 30 segundos). 
Também pode ser classificada pelo local de origem: 
Atrial, Arritmias Juncionais, Ventricular, Blocos do Coração ou Atrioventriculares e
Síndrome de Morte Arrítmica Súbita (SADS)
Fármacos utilizados como antiarrítmicos
Os fármacos antiarrítmicos podem ser classificados de acordo com seu efeito predominante sobre o potencial de ação.
	Classificação dos Antiarrítmicos
	Classe I – Bloqueadores dos canais de sódio
	A (ação moderada) – Quinidina,Procainamida, Disopiramida
B (ação discreta) – Lidocaina, Hidantoína, Mexiletina, Tocainida
C (ação atenuada) – Propafenona, Flecainida, Encainida
	Classe II - Betabloqueadores
	Propanolol e Similares
	Classe III – Inibidores da repolarização 
	Amiodarona, Bretiílio, Soltalol
	Classe IV – Bloqueadores de canais de cálcio
	Verapamil
Classe I: Esses fármacos atuam bloqueando canais de Na+ sensíveis à voltagem, pelos mesmos mecanismo dos anestésicos locais. A diminuição da velocidade de entrada de sódio reduz a velocidade inicial do potencial de ação, causando diminuição na excitabilidade e na velocidade de condução elétrica cardíaca.
Entre os principais fármacos dessa classe estão a quinidina, a procainamida, a disopiramida, a lidocaína, a tocainida, a propafenoma e a flecainida. 
Os principais efeitos adverso são: Taquicardia, Arritmias, Sonolência, Fala enrolada, Parestesia, Agitação, Confusão mental, Xerostomia, Retenção urinaria, Constipação, Cefaleia, Náuseas e Visão borrada.
Classe II: Esses fármacos são os betabloqueadores clássicos estudados anteriormente, sendo os mais utilizados o propranolol, o metoprolol e o esmolol.
Eles restringem a despolarização do final do potencial de ação, reduzindo, assim, a automaticidade e prolongado a condução atrioventricular; Também diminuem a frequência cardíaca e a contratilidade. Os efeitos adversos dessa classe Taquicardia, Arritmias, Sonolência, Fala enrolada, Parestesia, Agitação, Confusão mental, Xerostomia, Retenção urinaria, Constipação, Cefaleia, Náuseas e Visão borrada.
Classe III: Esses fármacos bloqueiam canais de k+ e, assim diminuem o fluxo de potássio durante a repolarização das células cardíacas. Também prolongam a duração do potencial de ação sem alterar a fase inicial do potencial ou o potencial de repouso da membrana. Dentre os principais fármacos temos amiodarona, a dronedarona e o sotalol. Os efeitos adversos causados são arritmias, intolerância gastrointestinal, fraqueza muscular, coloração azulada da pele e fotossensibilidade. 
Classe IV: Esses fármacos são bloqueadores de canais de cálcio. Eles restringem a corrente de entrada do cálcio, resultando na diminuição da velocidade de despolarização espontâneo. Os principais fármacos utilizados são o verapamil e o diltiazem. 
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