Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LITERATURA – BRASIL ERA COLONIAL * QUINHENTISMO - Literatura sobre o Brasil - Prosa: Literatura de Viagens - Literatura Informativa (Pero Vaz de Caminha) - Literatura Jesuítica (Padre Anchieta) * BARROCO - 1601 - Desequilíbrio - Oxímoro (paradoxo radical) - Antítese - Paradoxo - Linguagem rebuscada - Cultismo (jogo de palavras) X Conceptismo (raciocínio) - Padre Antônio Vieira (em seus sermões defendia o conceptismo) (também faz parte do barroco português) - Gregório de Mattos também conhecido como boca do inferno (Poesia tanto cultista quanto conceptista) * ARCADISMO - Teve início em 1768 com a publicação de “Obras Poéticas” de Cláudio Manuel da Costa e também com a fundação da Arcádia Ultramarina em Vila Rica - Poeta Pastor - Lemas Latinos (contra o Barroco): Fugere Urberem (fuga da cidade), Locus Amoenus (lugar ameno), Carpedien (aproveite o momento), Aurea Mediocritas (equilíbrio de outro) e Inutilia Truncat (cortar o inútil) - Objetividade e racionalismo - Linguagem simples - Bucolismo (vida no campo) e pastoralismo - Simplicidade e exaltação da natureza - Crítica a burguesia e aos centros urbanos - Uso de pseudônimos ✓ Cláudio Manuel da Costa (1729-1789) - Usava o pseudônimo de Glauceste Satúrnio - Precursor do Arcadismo no Brasil - Aborda elementos locais, descrevendo paisagens, temática pastoril e expressando um forte sentimento nacionalista. - Acusado de participar da Inconfidência Mineira junto com Tiradentes, foi preso em 1789 e suicidou-se na cadeia. Suas obras que merecem destaque são Obras Poéticas (1768) e Villa Rica (1773) ✓ José de Santa Rita Durão (1722-1784) - Autor do poema épico Caramuru (1781) - Considerado um dos precursores do indianismo no Brasil. - Influenciado por Camões, o poema Caramuru, com subtítulo “Poema épico do Descobrimento da Bahia”, é baseado no modelo da epopeia tradicional: proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo. É composto de dez cantos e versos decassílabos em oitava rima. O texto conta a história de um português, o Caramuru, que após ter naufragado em terras brasileiras, começa a viver com os índios Tupinambás. - Suas principais obras: “Pro anmia studiorum instauratione oratio” (1778) e Caramuru (1781) ✓ José Basílio da Gama (1741-1795) - Usava o pseudônimo de Termindo Sípilio - Autor do poema épico O Uraguai (1769) aborda as disputas entre os europeus, os jesuítas e os índios sendo considerado um marco na literatura brasileira.. Diferente do poema épico clássico, O Uraguai é composto de cinco cantos, com ausência de rima (rima branca) e estrofação - Participou da Arcádia Romana na Itália e foi preso em Portugal em 1768, acusado de manter relações de amizades com os jesuítas - Suas Principais obras são: O Uraguai (1769), Epitalâmio às Núpcias da Senhora Dona Maria Amália (1769), A Declamação Trágica (1772) e Quitúbia (1791). ✓ Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810) - Jurista, Político e Poeta luso-brasileiro, Tomás Antônio Gonzaga é um dos grandes poetas árcades de pseudônimo Dirceu. - A obra que merece destaque é Marília de Dirceu (1792) carregada de lirismo e baseada no seu romance com a brasileira Maria Doroteia Joaquina de Seixas. Com fortes impulsos afetivos, Dirceu declara-se para sua pastora idealizada: Marília - Suas principais obras: Marília de Dirceu e Cartas Chilenas (1863) ERA NACIONAL * ROMANTISMO - Quebra com os ideais arcades - Aburguesamento da Literatura - Popularização da narrativa - 3 fases (movimento extenso) - Surge num momento histórico de insatisfação e transformação econômica, política e social, destacando-se a Revolução Francesa, as Guerras Napoleônicas e as Revoluções de 1830 e 1848 - Tem início em 1836 com a publicação de “Suspiros poéticos e saudades” por Gonçalves de Magalhães - Libertação Estilística - Subjetivismo - Sentimentalismo - Idealização - Nacionalismo ou Patriotismo - Culto ao Fantástico - Culto à Natureza - Saudosismo - 1° fase Indianista (José de Alencar) * REALISMO - Tem início em 1881 com a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” - Homem social - Linguagem comedida - Retrata o cenário Burguês - Somente Prosa - O principal autor é Machado de Assis * NATURALISMO - Tem início em 1881 com a publicação de “O Mulato” de Aluísio de Azevedo - Homem biológico - Linguagem agressiva - Retrata a plebe - Filosofia Determinista - Os principais autores são Aluísio de Azevedo e Raul Pompéia * PARNASIANISMO - Tem início em 1882 com a publicação de “Fanfarras” de Teófilo Dias - Linguagem objetiva, em oposição à linguagem mais subjetiva do romantismo; - Predomínio de vocabulários e estrutura sintática cultos; - Busca pelo equilíbrio formal; - Predileção pelo soneto. - Paganismo greco-latino, em oposição ao cristianismo e ao misticismo do simbolismo; - Retomada de elementos da tradição clássica; - Materialismo e racionalismo; - Contenção de sentimentos, em oposição à externalização amorosa romântica; - A busca da arte pela arte ✓ Principais autores - Teófilo Dias (1854-1889) - Alberto de Oliveira (1857-1937) - Raimundo Correia (1859-1911) - O/lavo Bilac (1865-1918) - Vicente de Carvalho (1866-1902) - Francisca Júlia (1871-1920) * SIMBOLISMO - Tem início em 1893 com a publicação de “Missal” e “Broquéis” por Cruz e Souza - Uso de pausas, reticências, espaços em branco e rupturas sintáticas para representar o silêncio metafísico - Sinestesia: construção de versos que descrevem sons, aromas e cores, pois os cinco sentidos são instrumentos de captação dos símbolos ao redor - Temáticas voltadas à interioridade humana, ao êxtase do espírito - Vocabulário etéreo e remissões ao Nada e ao Absoluto - Presença comum de antíteses e oposições, graças às tentativas de encarnar o que é divino e espiritualizar o que é terreno: o poema é a forma de conciliação entre os planos material e espiritual - Entendimento da poesia como uma visão da existência - Presença da religiosidade, não somente cristã como também oriental, compondo a busca simbolista da transcendência - Descrições crepusculares, presença simultânea de luz e sombra - Imagens sombrias, lúgubres, decadentes - Afrouxamento do rigor métrico parnasiano, dando espaço para metrificações irregulares e versos livres - Conceito musical do poema. ✓ Principais autores - João da Cruz e Sousa (1863-1898) (figura central do Simbolismo brasileiro - publicou “Missais” e “Broquéis”) - Afonso Henriques da Costa Guimarães (1870-1921) (Alphonsus de Guimaraens era obcecado com a temática da morte e possuía um perene desencanto com o mundo) - Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (1884-1914) (Retoma de Cruz e Sousa a dificuldade de adaptar-se ao cotidiano e a estrutura de alguns versos. No entanto a novidade trazida pelo poeta era a mistura de uma terminologia científica com uma obra permeada por profunda tristeza e amargura.) * PRÉ – MODERNISMO - Não é considerada uma escola literária - Período de intensa movimentação literária que marcou a transição entre o simbolismo e o modernismo. - Caracteriza-se pelas produções desde início do século até a Semana de Arte Moderna, em 1922. - Ruptura com o academicismo - Ruptura com o passado e a linguagem parnasiana - Linguagem coloquial, simples - Exposição da realidade social brasileira - Regionalismo e nacionalismo - Marginalidade das personagens: o sertanejo, o caipira, o mulato - Temas: fatos históricos, políticos, econômicos e sociais ✓ Euclides da Cunha (1866-1909) - Foi um escritor, poeta, ensaísta, jornalista, historiador, sociólogo, geógrafo, poeta e engenheiro brasileiro. Ocupou a cadeira 7 na Academia Brasileira de Letras de 1903 a 1906 - Publicou Os Sertões: Campanha de Canudos, em 1902, a qual é dividida em três partes: A Terra, o Homem, A Luta. Essa obra regionalista retrata a vida do sertanejo. Publicou também a Guerra de Canudos (1896-1897) no interior da Bahia ✓ Graça Aranha (1868-1931) - Foi um escritor, diplomata maranhense e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e organizador da Semana de Arte Moderna de 1922. - Sua obra que merece destaque é Canaã, publicada em 1902.Ela aborda sobre a migração alemã no estado do Espírito Santo. Outras obras que merecem destaque são: Malazarte (1914), A Estética da Vida (1921) e Espírito Moderno (1925). ✓ Monteiro Lobato (1882-1948) - Foi um escritor, editor, ensaísta e tradutor brasileiro - Ficou muito conhecido por suas obras infantis de caráter educativo, como, por exemplo, a série de livros do Sítio do Picapau Amarelo. - Em 1918 publica Urupês, uma coletânea regionalista de contos e crônicas. Já em 1919 publica Cidades Mortas, livro de contos que retrata a queda do Ciclo do Café ✓ Lima Barreto (1881-1922) - Afonso Henriques de Lima Barreto, conhecido como Lima Barreto, foi um escritor e jornalista brasileiro. - Autor de uma obra crítica veiculada aos temas sociais, o escritor rompe com o nacionalista ufanista e faz críticas ao positivismo. - Sua obra que merece destaque é o Triste Fim de Policarpo Quaresma escrito numa linguagem coloquial. Nela, o autor faz crítica à sociedade urbana da época. * MODERNISMO - Tem início em 1922 com a Semana de Arte Moderna - O modernismo no Brasil foi um longo período (1922-1960) que reuniu diversas características e obras, por isso, esteve dividido em três fases, também chamadas de gerações - Primeira fase modernista (1922-1930): A fase heroica ou de destruição - Segunda fase modernista (1930-1945): A fase de consolidação ou geração de 30 - Terceira fase modernista (1945-1960): A geração de 45 ✓ Primeira fase modernista no Brasil (1922-1930) - Voltada para a busca de uma identidade nacional. Nesse momento, diversos artistas aproveitaram a agitação causada pela semana de arte moderna para romper com os modelos preconcebidos que, segundo eles, eram limitados e impediam a criatividade. - Inspirado nas ideias das vanguardas artísticas europeias, os artistas buscam uma renovação estética. Por esse motivo, ela é conhecida como a "fase heroica", sendo a mais radical de todas. É também chamada de "fase de destruição", pois propunha a destruição dos modelos que vigoravam no cenário artístico-cultural do país. - A consolidação de uma arte genuinamente brasileira possibilitou a valorização da cultura e do folclore. Junto a isso, os artistas estabelecem a liberdade formal, rompendo com a sintaxe e utilizando uma linguagem mais coloquial para se aproximar da fala cotidiana. - Muitas revistas e manifestos foram criados, o que fez surgir alguns movimentos, dos quais se destacam: o movimento pau-brasil, o movimento antropofágico, o movimento regionalista e o movimento verde-amarelo. - Movimento Pau-Brasil - Movimento Antropofágico - Grupo modernista-regionalista de Recife - Movimento Verde-Amarelo e a Escola da Anta → Características da primeira fase modernista - Fase mais radical e nacionalista - Busca de uma identidade nacional - Maior liberdade formal com rupturas da sintaxe - Presença de regionalismos e linguagem informal - Valorização do folclore, arte e cultura popular brasileira - Uso de versos livres, que não possuem métrica (medida) - Uso de versos brancos, com ausência de rimas - Utilização do sarcasmo e da ironia. → Autores e obras da primeira fase modernista - Mario de Andrade (1893-1945): Paulicéia Desvairada (1922), Amar, Verbo Intransitivo (1927) e Macunaíma (1928). - Oswald de Andrade (1890-1954): Os condenados (1922), Memórias Sentimentais de João Miramar (1924) e Pau Brasil (1925). - Manuel Bandeira (1886-1968): A cinza das horas (1917), Carnaval (1919) e Libertinagem (1930) ✓ Segunda fase modernista no Brasil (1930-1945) - A segunda fase do modernismo, chamada de fase de consolidação ou geração de 30, começou em 1930 e durou até 1945, quando termina a Segunda Guerra Mundial. - Diferente da primeira fase na segunda geração os artistas demonstram maior equilíbrio e racionalidade em seus escritos. - Esse momento de amadurecimento da literatura brasileira é caracterizado por temáticas nacionalistas, regionalistas e de caráter social, com predomínio de uma literatura mais crítica e revolucionária. Além da prosa de ficção, a poesia brasileira se consolida, o que significa o maior êxito para os modernistas. - Esse é um momento muito fértil da literatura brasileira onde encontramos uma vasta produção de textos poéticos em verso e prosa. → Características da segunda fase modernista - Fase de consolidação do modernismo no Brasil - Vasta produção literária em poesia e prosa (poesia de 30 e romance de 30) - Valorização do regionalismo e da linguagem popular - Utilização de versos livres, sem métrica, e brancos, sem rimas crítica à realidade social brasileira - Valorização da diversidade cultural do país - Temática cotidiana, social, histórica e religiosa. → Autores e obras da segunda fase modernista (Poesia e Prosa) Carlos Drummond de Andrade (1902-1987): Alguma poesia (1930), A Rosa do povo (1945) e Claro Enigma (1951) Murilo Mendes (1901-1975): Poemas (1930), A poesia em pânico (1937) e As metamorfoses (1944) Jorge de Lima (1893-1953): Novos poemas (1929), O acendedor de lampiões (1932) e O anjo (1934). Cecília Meireles (1901-1964): Espectros (1919), Romanceiro da Inconfidência (1953) e Batuque, Samba e Macumba (1935). Vinicius de Moraes (1913-1980): Poemas, Sonetos e Baladas (1946), Antologia Poética (1954), Orfeu da Conceição (1954) - Graciliano Ramos (1892-1953): Vidas Secas (1938), São Bernardo (1934), Angústia (1936), Memórias do cárcere (1953). - José Lins do Rego (1901-1957): Menino do Engenho (1932), Doidinho (1933), Banguê (1934) e Fogo morto (1943). - Jorge Amado (1912-2001): O País do Carnaval (1930), Mar morto (1936) e Capitães da areia (1937). - Rachel de Queiroz (1910-2003): O quinze (1930), Caminho das pedras (1937) e Memorial de Maria Moura (1992). - Érico Veríssimo (1905-1975): Olhai os lírios do campo (1938), O Tempo e o Vento - 3 volumes (1948-1961) e Incidente em Antares (1971). ✓Terceira fase modernista no Brasil (1945-1960) - Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o processo de redemocratização do país, em 1945, a arte brasileira produzida na terceira fase do modernismo ganha novos contornos e linguagens. Muitos críticos literários defendem que essa fase terminou em 1960, já outros acreditam que ela perdura até o presente. - Esse momento, que ficou conhecido como “Geração de 45”, reuniu um grupo de escritores, muitas vezes chamados de neoparnasianos, que buscavam uma poesia mais equilibrada e objetiva. - Assim, a liberdade formal, característica das fases anteriores, é deixada de lado para dar lugar à métrica e o culto à forma, com produções inspiradas no Parnasianismo e Simbolismo. - Além da poesia, há uma diversidade grande na prosa com a prosa urbana, intimista e regionalista. → Características da terceira fase modernista - Linguagem mais objetiva e equilibrada; - Influência do Parnasianismo e Simbolismo; - Oposição à liberdade formal; - Forte preocupação com a estética e a perfeição; - Valorização da métrica e da rima; - Temática social e humana. → Autores e obras da terceira fase modernista - Mario Quintana (1906-1994): Rua dos cataventos (1940), Canções (1946) e Baú de espantos (1986) - João Cabral de Melo Neto (1920-1999): Pedra do sono (1942), O cão sem plumas (1950) e Morte e vida severina (1957) - Guimarães Rosa (1908-1967): Sagarana (1946), Primeiras Estórias (1962) e Grande Sertão: Veredas (1956) - Clarice Lispector (1920-1977): Perto do coração selvagem (1942), A paixão segundo G. H (1964) e A hora da estrela (1977)
Compartilhar