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Resumo Literatura ESA pdf

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Resumo de Literatura – EsSA
Componentes da comunicação
Emissor Aquele que diz algo à alguém.
Receptor Com quem o emissor se comunica.
Mensagem O texto, tudo que é transmitido do 
emissor ao receptor.
Código Língua portuguesa, a convenção 
social que permite ao receptor 
compreender a mensagem.
Canal ou Contato Língua oral, meio físico que conduz a 
mensagem ao receptor.
Referente ou Contexto Assunto da mensagem.
Funções de linguagem
Função emotiva (ou 
expressiva)
Ocorre quando o 
emissor é posto em 
destaque.
Mensagem centrada 
no eu lírico, texto 
pessoal, subjetivo.
Função apelativa (ou 
conotativa)
Ocorre quando o 
receptor é posto em 
destaque.
Verbos no imperativo, 
verbos e pronomes na 
2° ou na 3° pessoa.
Função referencial Ocorre quando o 
referente é posto em 
destaque.
Informar o seu 
receptor.
Função 
metalinguística
Ocorre quando o código 
é posto em destaque.
Uma pessoa que 
reflete a criação 
poética, um filme que 
tematiza sobre o 
cinema.
Função fática Ocorre quando o canal é
posto em destaque.
Função poética Ocorre quando a própria
mensagem é posta em 
destaque.
Preocupa-se em 
chamar atenção como 
o texto foi organizado, 
sonoridade 
diferenciada e etc. Faz 
mais do que informar.
Denotação x Conotação
Denotação Palavra no sentido comum, do 
dicionário.
Conotação Palavra no sentido figurado, diferente 
do que lhe é próprio.
Gêneros literários
Gênero lírico Tipo de texto no qual um
eu-lírico exprime suas 
emoções, ideias e 
impressões em face do 
mundo exterior.
Predomínio de função 
emotiva da linguagem 
e verbos em primeira 
pessoa.
Gênero Épico Presença de um 
narrador que, 
fundamentalmente, 
conta a história passada
por terceiros. Verbos e 
os pronomes, quase 
sempre, estão na 
terceira pessoa.
Pressupõe- se a 
presença de um 
ouvinte, poemas 
épicos intitulam- se 
epopeias.
Gênero dramático Trata-se de texto escrito 
para ser encenado no 
teatro.
Figuras de Linguagem
Comparação Aproxima dois seres 
pela sua semelhança, 
de modo que as 
características de um 
sejam atribuídas ao 
outro. Sempre há um 
elemento comparativo.
Silencioso e branco como a 
bruma.
Metáfora Comparação implícita 
entre dois seres ou 
supressão do 
elemento A e a 
utilização do B em seu 
lugar.
O pranto é uma bruma.
“Pelos vales de teus olhos”
De claras águas antigas
“Meus sonhos passando vão”
Metonímia Uso de uma palavra no 
lugar de outra, pela 
familiaridade que 
possuem.
Autor pela obra - Ler Guimarães
Rosa é desafiante. (obra)
Nome de divindade pela função 
- O cupido acertou mais a vez. 
(amor)
Contingente pelo conteúdo - 
Tomou dois copos.
Lugar pelo objeto característico
- Quero tomar um porto. (vinho 
do porto)
Causa pela consequência - 
Verde do país. (matas)
Concreto pelo abstrato - Trata- 
se de um papo-cabeça. 
(intelectual)
Marca pelo produto - Tem gilete
pra emprestar. (lâmina)
Observação: Alguns autores
entendem que quando entre 
A e B é qualitativa temos 
uma sinédoque.
Parte pelo todo: Nunca tive 
um teto próprio. (casa)
Singular pelo plural: O 
francês cultiva a arte. (os 
franceses)
Hipérbole Ideia de exagero. Queria gritar seiscentas vezes.
Antítese Emprego de palavras 
que se opõem quanto ao
sentido.
De repente do riso fez-se o 
pranto.
Pleonasmo É a repetição de uma 
ideia, com repetição ou 
não da mesma palavra.
A mata verde do Brasil.
Prosopopeia 
ou 
Personificação
Atribuir atitudes 
animadas ou humanas a
seres inanimadas.
Dorme as Àsias.
Onomatopeia Reprodução de sons e 
ruídos.
Cof-Cof, Bem-te-vi.
Ironia Quando se diz alguma 
coisa, querendo- se 
dizer exatamente o 
contrário, além disso, é 
algo mais contextual.
Eufemismo É o uso de uma forma 
mais amena para dizer 
algo que possa chocar.
Moça da limpeza, invés de 
faxineira.
Paradoxo Figura de linguagem que
consiste no emprego de 
palavras que, embora 
opostas quanto ao 
sentido, se fundem em 
um enunciado.
“Amor é fogo que arde sem se 
ver”.
“É ferida que dói e não se 
sente”.
Os versos e seus recursos musicais.
Verso: É uma sucessão de sílabas ou fonemas formando uma unidade rítmica 
e melódica que corresponde, normalmente, a uma linha de poema.
Os versos organizam-se em estrofes.
Estrofe (estância): É um grupamento de versos.
Distico 2
Terceto 3
Quarteto ou quadra 4
Quintilha 5
Sexteto ou sextilha 6
Sétima ou septilha 7
Oitava 8
Nona 9
Décima 10
Poemas podem ser em versos livres, mas alguns apresentam forma fixa, 
como:
Balada Três oitavas e uma quadra.
Vilancete Um terceto e outros dois tipos de
Estrofe, à escolha do poeta.
Rondó Apenas quadras, ou quadras
combinadas com oitavas.
Soneto Duas quadras e dois tercetos.
Haicai Três versos com dezessete sílabas no
total, em ordem, 5,7,5 sílabas
Modinha Três quartetos ou quadras
Recursos poéticos encontrados na poesia:
 Métrica: É a medida dos versos.
Para determinar a métrica de um verso, dividimos o verso em sílabas poéticas, 
processo chamado de escansão.
As vogais átonas são agrupadas numa única sílaba, e a contagem das sílabas 
devem ser feita até a última tônica.
Elisão: Vogais átonas agrupam-se, supressão da vogal final.
De acordo com o número de sílabas poéticas, os versos recebem nome 
de:
Nome Número de sílabas
Monossílabo 1
Dissílabo 2
Trissílabo 3
Redondilha menor ou pentassílabo 5
Redondilha maior ou heptassílabo 7
Octassílabo 8
Decassílabo 10
Alexandrino 12
O verso cuja métrica se repete é verso regular. Mais recentemente apareceu o 
verso livre, que não obedece a uma regularidade métrica.
 Ritmo: Alternância de sílabas acentuadas e não acentuadas.
 Rima: É um recurso musical baseado na semelhança sonora no final 
das palavras.
Estilos de rima.
Nome Estilo
Alternadas 1212
Interpoladas 1221
Emparelhadas 1122
 Outros recursos sonoros
Aliteração É a repetição de sons 
consonantais.
“Brancas bacantes 
bêbadas o beijam.”
Assonância Repetição de sons 
vocálicos.
“Para cá, para lá.”
“Para cá, para lá.”
Paronomásia Emprego de palavras de 
grafia ou som 
aproximado, mas de 
sentido diferente.
“E quero me dedicar a 
criar confusões de 
prosódias”
“É uma profusão de 
paródias.”
Paralelismo Repetição de ideias e 
palavras que se 
correspondem quanto ao
sentido.
“É preciso ter força”
“É preciso ter raça”
“É preciso ter gana 
sempre”.
A linguagem do texto narrativo.
 Tipos de linguagem: 
Pela palavra Verbal, oral e escrita.
Pela imagem Visual
Pela representação Teatral
Pelos gestos Gestual
 Elementos no texto narrativo:
Enredo Encadeamento de fatos.
Desenvolvimento do enredo - Apresentação (estabelecimento de uma 
situação), a complicação (conflito entre personagens), clímax (momento 
culminante de tensão), desfecho (conclusão, acontecimentos que levam 
ao final da história).
Personagens Participantes dos acontecimentos 
narrados.
Lugar Espaço onde ocorrem os fatos.
Tempo Época, momento em que decorrem os
fatos.
Narrador Quem conta a história.
Narrador observador Não participa da história.
Narrador personagem Narrador participa dos fatos.
Fatos Sequência com relação de causa e 
efeito.
 Elementos do texto teatral:
Cenário Local onde ocorre a ação.
Conflito Momento da história que se opõe a 
outro.·.
Quinhentismo
Contexto histórico: Grandes Navegações, Renascimento, 
Mercantilismo, Reforma protestante, Companhia de Jesus e Contra-
Reforma. 
Contexto histórico brasileiro: Colonização, primeira cidade 
(Salvador), pau-brasil, Governo Geral e chegada dos Jesuítas.
O primeiro texto escrito no Brasil foi a conhecida Carta, de Pero Vaz
de Caminha, registra com detalhes as impressões do descobrimento da terra 
brasileira.
A Carta de Caminha abre a era colonial, na qual nossa literatura busca 
uma identidade própria, oscilando entre os modelos culturais portugueses e o 
interesse pela vida da própria colônia.
Não existiam, na época, condições necessárias para a literatura 
florescer e expandir, como público leitor influente, grupo atuante de 
escritores, vida cultural rica, até mesmo a impressão de livros era 
proibida por conta do pacto colonial.
Por isso,alguns historiadores preferem chamar essa produção literária 
do Brasil-colônia de ‘manifestação literária, literatura dos jesuítas e ecos da
literatura no Brasil’.
A produção artística, não pode ser considerada brasileira, de fato. 
Isso porque quem produzia eram portugueses, que estavam aqui com uma 
finalidade específica e por um período curto.
Crônicas de viagens, cartas e tratados eram chamados de literatura de 
informação ou informativa, cuja finalidade era narrar e descrever as 
viagens e os primeiros contatos com a terra brasileira e seus nativos, 
informando tudo que pudesse interessar aos portugueses.
Dessa literatura informativa sobre o Brasil merecem destaque:
Autor Obra
Pero Vaz de Caminha A carta
Pero Lopes de Sousa Diário de navegação
Pero Magalhães Gândavo O tratado da terra do Brasil e da 
história da província de Santa Cruz
Gabriel Soares de Sousa Tratado descritivo do Brasil
Ambrósio Fernando Brandão Diálogo das grandezas do Brasil
As cartas dos missionários jesuítas escritas nos dois primeiros séculos 
da catequese:
Autor Obra
Frei Vicente de Salvador A História do Brasil
Hans Staden Duas Viagens ao Brasil
Jean de Lery A Viagem a terra do Brasil
José de Anchieta Poema à virgem, Arte da gramática 
da língua mais usada na costa do 
Brasil e Na Festa de São Lourenço
A poesia e o teatro, cultivados pelos jesuítas, notadamente por José de 
Anchieta, cuja finalidade era a catequese dos índios.
José de Anchieta (Pajé Branco)
Assim que chegou ao Brasil, juntamente, com Padre Manuel da
Nóbrega, fundou um colégio em Piratininga, SP.
Tendo em vista a catequese, Anchieta escreveu vários tipos de
textos, com finalidade pedagógica como: poemas, hinos, canções e
autos, além de cartas que informavam sobre o andamento da catequese
no Brasil e gramática tupi-guarani. Em caráter pessoal escreveu poemas e
sermões.
Anchieta cumpriu, amplamente, sua missão catequética com o teatro.
Sempre se preocupou em caracterizar extremos como o Bem e o Mal, o
Anjo e o Diabo.
A Carta, de Pero Vaz de Caminha ao el-rei D. Manuel é para nossa história
uma verdadeira certidão de nascimento.
Barroco
Contexto Histórico Mundial: Reforma x Contra- Reforma,
absolutismo, atuação da Companhia de Jesus, Portugal sob domínio
espanhol, Católicos x Protestantes.
Contexto histórico no Brasil: Ciclo de cana-de-açucar, invasões
holandesas, Revolta de Beckman, Guerra dos Mascates.
O barroco na arte marcou um momento de crise espiritual da
sociedade europeia. O homem era dividido entre duas mentalidades.
Convivendo com o sensualismo e os prazeres matérias trazidos pelo
Renascimento, os valores espirituais voltaram a exercer forte influência sobre a
mentalidade da época. Uma nova onda de religiosidade foi trazida de volta
pela Contra- Reforma e a Companhia de Jesus. O que ocorreu daí foram
sentimentos contraditórios, já que o homem estava dividido entre o pagão
e o cristão, apresentando uma arte indisciplinada. 
Características da linguagem barroca
Requinte formal Têm consciência que vida é 
passageira e precisa aproveitar; o 
que implica pecar e isso não o 
permitiria ser salvo.
Figuração (metáfora e comparações) Cultismo jogo de palavras e excesso 
de figuras de linguagem conhecido 
como gongorismo
Conflito espiritual com uso de 
antítese
Conceptismo jogo de ideias, 
analogias.
Paradoxo e hipérbato; temas 
contraditórios (amor/dor, 
pecado/perdão,...)
Jogo de claro e escuro, mais visível 
em artes plásticas, tentativa de unir 
valores opostos: Renascimento x 
Contra Reforma, Mitologia x 
Catolicismo, Antropocentrismo 
(homem como o centro do 
universo) x Teocentrismo (Deus 
como centro de tudo).
Efemeridade do tempo e o carpe 
diem (aproveita o dia)
Barroco no Brasil
 O Brasil presenciava o nascer de uma literatura em suas terras, ainda
presa aos modelos lusitanos, como durante todo período colonial; ainda restrita
a uma elite muito pequena, culta e sem público consumidor influente. Mas os
primeiros escritores nascidos no Brasil começaram a despontar e, com
eles, surgiram as primeiras manifestações do sentimento nativista
(valorização da terra onde haviam nascido).
O Barroco no Brasil só foi mais praticado e reconhecido no seu final,
quando foram fundadas várias academias literárias por todo o país. A
descoberta de ouro em Minas Gerais possibilitou o desenvolvimento de um
Barroco tardio nas artes plásticas, que resultou na construção de igrejas de
estilo barroco durante todo o século XVIII.
A obra considerada, tradicionalmente, o marco inicial do Barroco
brasileiro é Prosopopéia, de Bento Teixeira, um poema feito à copia de Os
Lusíadas.
Os escritores barrocos brasileiros que mais se destacaram são:
Na poesia Obras
Gregório de Matos Poesia Sacra, Lírica, Graciosa,
Satíricas e Últimas.
Bento Teixeira Prosopopéia
Botelho de Oliveira X
Frei Itaparica X
Na prosa Obras
Pe. Antônio Vieira Sermão da Sexagésima, Sermão
pelo sucesso das armas de
Portugal contra as de Holanda e
Sermão de Santo Antônio dos
Peixes
Sebastião da Rocha Pita x
Nuno Marques Pereira X
Gregório de Matos (Boca do Inferno)
É o maior poeta barroco brasileiro e um dos fundadores da poesia 
lírica e satírica no nosso país. Devido às suas sátiras, foi perseguido pelo 
governador baiano Antônio de Souza Menezes, o Braço de Prata.
Gregório de Matos foi irreverente. Irreverente como pessoa, ao chocar
os valores e a falsa moral da sociedade baiana de seu tempo, com seus 
comportamentos considerados indecorosos; irreverente como poeta lírico, 
porque seguia, ao mesmo tempo, quebrava os modelos barrocos europeus; 
irreverente como poeta satírico, pois, empregando um vocabulário de baixo 
calão denunciou as contradições e falsidades daquela sociedade.
Hoje, a obra de Gregório de Matos é reconhecida não só por abrir uma 
tradição entre nós, mas também superou limites do barroco, sendo um dos 
precursores da poesia moderna brasileira do século XX.
Lírica
 Lírica amorosa: É, fortemente, marcada pelo dualismo 
amoroso carne/espírito, que leva há um sentimento de culpa no 
plano espiritual.
 Lírica filosófica: Destacam-se os textos de referência ao 
desconcerto do mundo e às frustrações humanas diante da 
realidade. Também há poemas em que predomina a consciência 
da transitoriedade da vida e do tempo, marcados pelo carpe diem.
 Lírica religiosa: Obedece à princípios fundamentais do barroco 
europeu, fazendo uso de temas como o amor a Deus, a culpa, 
o arrependimento, o pecado e o perdão, além de constantes 
referências bíblicas.
Sátira
Também conhecido como “Boca do Inferno”, devido a suas sátiras, 
representa uma das veias mais ricas e ferinas de toda a literatura satírica 
em língua portuguesa. Não poupou palavrões em sua linguagem, nem críticas
a todas as classes da sociedade baiana de seu tempo.
A sátira de Gregório constitui a parte mais original de sua poesia, 
pois foge plenamente dos padrões estabelecidos pelo Barroco vigente e se 
volta para a realidade baiana. Além disso, emprega na sátira uma linguagem 
portuguesa diversificada, cheia de termos indígenas e africanos, de 
palavrões, gírias e expressões sociais.
A poesia de Gregório, talvez, seja a primeira manifestação nativista 
de nossa literatura.
Padre Antônio Vieira
É a principal expressão do Barroco em Portugal e sua obra 
pertence tanto à literatura portuguesa quanto à brasileira.
Homem de Ação
Embora religioso Vieira nunca ficou restrito à pregação religiosa. Sempre
pôs seus sermões a serviço das causas políticas que abraçava e 
defendia, e por isso se indispôs com muita gente.
Pregou a índios, brancos e negros, a brasileiros, africanos e 
portugueses, a dominadores e dominados, pondo em prática suas ideias 
políticas, tanto na catequese do índio como na defesa da colônia em favor 
de Portugal, contra a invasão holandesa.
Visionário
Vieira acreditava na ressurreição de D, João IV, seu protetor, morto em 
1656. Essas ideias estão na obra, Esperança de Portugal,motivo porque foi
processado e preso pela Inquisição. Além disso, defendia a entrada de judeus 
em Portugal, como forma de estimular o comércio do país, mas, secretamente, 
tinha interesse em fazer um acordo teológico com os judeus
Orador.
As qualidades de Vieira como orador são incomparáveis. Pronunciou 
sermões que se tornaram expressão máxima do Barroco em prosa sacra e 
uma das principais expressões ideológicas e literárias da Contra- Reforma.
Dentre a vasta produção do autor, mais de 200 sermões e 500 
cartas, destacam-se:
Obra Objetivo
Sermão da sexagésima Tematiza a arte de pregar
Sermão pelo sucesso das armas de 
Portugal contra as de Holanda
Coloca-se contra a invasão holandesa
Sermão de Santo Antônio Ataca escravização dos índios
Sermão do Mandato Toma do amor místico
Arcadismo
Contexto Histórico Mundial: Iluminismo, Revolução Industrial, Revolução 
Francesa, Independência dos Estados Unidos.
Contexto Histórico no Brasil: Mineração, Vila Rica (Centro econômico e 
cultural), Rio de Janeiro (Capital política), Inconfidência Mineira e Revolta 
dos Alfaiates.
A influência neoclássica penetrou nos setores da vida europeia e os
artistas desse período compreendiam que o Barroco havia ultrapassado os 
limites do que se considerava arte de qualidade e procuravam recuperar e 
imitar os padrões do Renascimento.
Os italianos criaram a Arcádia, uma academia literária que reunia 
escritores com a finalidade de combater o Barroco e difundir ideias 
neoclássicas. Tinham princípios como simplicidade e igualdade, os cultos 
literários árcades usavam roupas e pseudônimos de pastores gregos e 
reuinam-se em parques e jardins para gozar a vida natural.
Esses ideais de vida simples e natural vêm ao encontro dos anseios de 
um novo público consumidor em formação, a burguesia, que 
historicamente lutava pelo poder e denunciava a vida luxuosa da nobreza nas 
cortes.
A linguagem árcade procura adequar-se a nova realidade social vivida 
pela classe que a produzia e a consumia: a burguesia.
Características da linguagem árcade: 
Fugere Uren (fuga da cidade) defendiam o bucolismo como ideal de vida, 
uma vida simples e natural, junto ao campo, distante dos centros urbanos. Tal 
princípio era reforçado pelo pensamento do filósofo francês Jean Jacques 
Rousseau, segundo o qual a civilização rompe os costumes do homem, que 
nasce naturalmente bom; aurea mediocritas (vida medíocre materialmente, 
mas rica em realizações espirituais), idealização de uma vida pobre e feliz no 
campo; ideias iluministas, uso da razão em contraposição à fé cristã, e 
combateram o Absolitismo; convencionalismo amoroso - No plano 
amoroso, quase sempre é um pastor que confessa seu amor por uma pastora e
a convida para aproveitar a vida junto à natureza, nos poemas, tem-se a 
impressão de que se trata sempre do mesmo homem, da mesma mulher e do 
mesmo tipo de amor; carpe diem; frases na ordem direta; vocabulário simples; 
ausência total de figuras de linguagem.
Os jovens brasileiros foram buscar em Coimbra cursos superiores, já 
que não era oferecido no país e ao retornarem de Portugal, traziam consigo 
as ideias iluministas. Essas ideias, em Vila Rica, levaram vários 
intelectuais e escritores a sonharem com a independência do Brasil, 
principalmente, após a repercussão da independência dos Estados Unidos da 
América. 
Tais sonhos culminaram na frustrada Inconfidência Mineira.
Os escritores árcades mineiros tiveram participação direta na 
Inconfidência Mineira, influenciados pela independência dos EUA e pelas 
ideias iluministas não só endossaram as fileiras dos revoltosos contra o erário 
régio, que confiscava a maior parte do ouro extraído na colônia, mas também 
divulgaram sonhos de um país independente e contribuíram parar a 
organização do grupo inconfidente. Esses escritores eram Tomás Antônio 
Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Cláudio Manuel da Costa.
Os escritores brasileiros procuravam obedecer aos princípios 
estabelecidos pelas academias literárias ou se inspiravam em escritores 
consagrados, como Camões, Petrarca, Homero e outros, para conferir maior 
universalidade, tentavam eliminar os vestígios pessoais ou locais.
Nossa natureza, na poesia de Cláudio Manuel da Costa, aparece mais 
bruta e selvagem do que a europeia; mito do “homem natural” culminou, 
entre nós, no índio brasileiro, presente nas obras de Basílio da Gama e 
Santa Rita Durão.
Dentre os árcades brasileiros, destacam-se:
Na lírica Cláudio Manuel da Costa, Tomás 
Antônio Gonzaga e Silva Alvarenga.
Na épica Basílio da Gama, Santa Rita Durão 
e Cláudio Manuel da Costa.
Na sátira Tomás Antônio Gonzaga
Na encomiástica Silva Alvarenga e Alvarenga 
Peixoto
O Arcadismo no Brasil iniciou-se oficialmente com a publicação das
Obras poéticas, de Cláudio Manuel da Costa.
Cláudio Manuel da Costa
Sua carreira de escritor teve início com a publicação de Obras poéticas. 
Foi acusado de envolvimento na Inconfidência Mineira. Encontrado morto na 
prisão, a alegação oficial foi suicídio.
Seus sonetos apresentavam afinidade com a lírica de Camões, além 
disso, sua obra é a que melhor se ajustou aos padrões do Arcadismo europeu, 
embora se apresente influências barrocas e uso de influências da paisagem 
local.
Cultivou a poesia lírica e épica. 
Na lírica: Tem destaque a desilusão amorosa. 
Na épica: Escreveu Vila Rica, inspirado nas epopeias clássicas, que trata da 
penetração bandeirante, da descoberta das minas, da fundação da Vila Rica e 
da revoltas locais.
Tomás Antônio Gonzaga
O mais popular dos poetas árcades é Tomás Antônio Gonzaga, além
disso, chegou a escrever uma obra filosófica em homenagem ao Marquês 
de Pombal: Tratado de direito natural.
Era ouvidor de Vila Rica, onde começou sua atividade literária e 
relações amorosas com Maria Dorotéia de Seixas cantada em seus versos
como Marília.
Foi preso na inconfidência e exilado em Moçambique.
Sua poesia apresenta algumas inovações que apontam para uma transição 
entre Arcadismo e Romantismo, ademais quebra a rigidez árcade usando uma 
poesia mais emotiva e descreve uma mulher real, e não Nise.
O tema já usado no Arcadismo, distanciamento da mulher amada é real no 
caso de Tomás o que torna sua obra subjetividade, espontaneidade e 
emotividade.
Gonzaga cultivou a poesia lírica, reunida na obra Marília de Dirceu (amor 
entre Dirceu e Marilia), e a poesia satírica, reunida nas Cartas chilenas 
(satirizavam os desmandos administrativos e morais de Luís Cunha Meneses, 
que governava a Capitania de Minas), poema anônimo e incompleto cuja 
autoria lhe foi atribuída e que foi a principal expressão satírica do período 
colônia até aquela época.
Épica árcade
É apresentada, principalmente, pela obra. O Uraguai, de Basílio da Gama, 
e Caramuru, de Santa Rita Durão.
Basílio da Gama
Foi preso no Rio de Janeiro, acusado de ter amizade com jesuítas. Livra-
se da prisão por fazer uma homenagem à filha do Marquês de Pombal, 
essa amizade lhe abriu novos contatos com árcades portugueses e lhe permitiu
escrever sua maior obra, O Uraguai.
O Uraguai
É considerada a melhor realização no gênero épico no Arcadismo 
brasileiro. Seu tema luta de portugueses e espanhóis contra índios e 
jesuítas, que não queria aceitar as decisões do Tratado de Madri. .
O fato histórico não é alterado, os espanhóis saem vencedores da batalha. 
Jesuítas são tratados como vilões, traço que atinge interesses de Marquês de 
Pombal, e os índios são tratados como vítimas da ação jesuítica.
Destacam a força é coragem do indígena, deixando claro que só foram 
derrotados por conta do armamento ibérico. O índio virou o herói moral.
A obra descreve o índio, destaca a cultura e a paisagem nacional. Além disso, 
cria passagens de forte lirismo, como a morte de Lindóia.
A valorização do índio e da natureza selvagem do Brasil, por um lado 
corresponde aos ideais iluministas e árcades da vida primitiva e natural, que o 
índio encarna de forma absoluta.
Santa Rita Durão 
Caramuru.
Afirmava que Caramuru era o “amor à pátria”, embora tivessevivido quase todo
o tempo em Portugal, Santa Rita confirma a tendência nativista.
Santa Rita, na condição de religioso, não apresenta o anti-jesuitismo de 
Uraguai, pelo contrário, valoriza a ação catequética.
Mesmo distante do Brasil desde os nove anos, procura ressaltar a natureza 
brasileira, aliando- se a cronistas e viajantes que descreviam a colônia no 
século. Por não viver muito tempo no Brasil, Caramuru de Santa Rita possui 
certa artificialidade sendo inferior a O Uraguai e, de certa forma, um retrocesso.
Tema de Caramuru: narra às aventuras do naufrago português Diogo 
Alves Correia, o Caramuru.
Romantismo
Contexto histórico: Duas classes sociais – Burguesia e Proletariado; 
Liberalismo burguês e socialismo utópico.
Contexto histórico brasileiro: Regências, Segundo Império, Guerra do 
Paraguai, Luta abolicionista e Organização do Exército.
O Romantismo no Brasil nasce anos depois da independência brasileira,
por isso, as primeiras obras procuram definir um perfil da cultura 
brasileira. Pode- se dizer que o nacionalismo é o traço essencial que 
caracteriza a produção de nossos primeiros escritores.
Se o artista árcade centrava sua arte na razão, o artista romântico a 
centra no coração. Trata-se de uma arte mais espiritualista, contrários ao 
cientificismo e ao materialismo iluministas.
A arte clássica apreciava a clareza e a razão, por isso, podemos 
chama- lá de diurna. O romantismo aprecia o mistério, solidão, escuro; 
por isso podemos chama- lá de noturna.
O artista romântico considera que a arte vem da expressão direta da 
emoção, da intuição, da espontaneidade vividas por ele na hora da criação, por
isso a obra romântica não pode ser retocada após a concepção.
Crendo nisso, os artistas procuram aventuras e emoções, alguns 
envolvem- se até com drogas e álcool. Chegam, às vezes, a ter 
pensamentos suicidas; outros tentavam ser líderes da humanidade.
Defendem a união do grotesco e do sublime (belo e feio).
De modo geral, marca uma mudança de postura na arte: proximidade 
entre a realidade e a obra. 
Característica da linguagem romântica
Subjetismo Trata de assuntos de forma pessoal, 
de acordo com o que sente.
Condoreirismo Terceira e última geração, na qual 
os poetas condoreiros defendem a 
justiça social e a liberdade. Castro 
Alves era o maior poeta social 
romântico.
Byronismo Estilo de visa boemia, noturna, 
voltada para o vício, par os prazeres 
da bebida, do fumo e do sexo.
Religiosidade Mais comum entre os primeiros 
românticos. A vida espiritual é 
enfocada como ponto de apoio ou 
válvula de escape diante das 
frustrações.
Indianismo O interesse pelo índio e sua 
idealização na literatura brasileira 
estão relacionadas com o projeto 
nacionalista do Romantismo, nosso 
ideal do “bom selvagem”. O 
indianismo teve sua maior 
expressão em nossa literatura 
entre os românticos, como 
Gonçalves Dias e José de Alencar. 
Medievalismo Interesse dos românticos pelas 
origens de sei próprio país, de seu 
povo e a língua. Índio cumpre papel 
de nosso medieval vivo.
Egocentrismo A maior parte dos poetas românticos 
é voltada predominantemente para o 
próprio eu, numa atitude narcisista.
Sentimentalismo A relação entre o artista romântico e o
mundo é sempre mediada pela 
emoção. Sentimentos, como tristeza, 
saudade, desilusão, são constantes 
nos textos românticos.
Idealização Tende a idealizar vários temas, isto 
é, trata- os não dá maneira como 
são, mas como deveriam ser, de 
acordo com sua ótica pessoal. 
Assim, a pátria é sempre perfeita; a
mulher é virgem, delicada, 
submissa e inatingível; o amor é 
espiritual e inalcançável; o índio é 
herói nacional e etc.
Romantismo no Brasil
Com a vinda da Corte portuguesa, a dinamização da vida cultural da 
colônia e a criação de um público leitor criaram algumas condições necessárias
para o florescimento de uma literatura mais consistente.
A independência despertou a consciência de intelectuais e artistas 
nacionais a criar uma cultura brasileira identificada com suas próprias 
raízes históricas.
Adota um movimento antilusitano e anticolonialista.
Portanto, um dos traços essenciais do nosso Romantismo é o 
nacionalismo, que exploram o indianismo, regionalismo, pesquisa 
histórica, folclórica e linguística, além da crítica aos problemas nacionais.
Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves Dias é considerado o 
marco inicial do Romantismo no Brasil.
As gerações do Romantismo
Primeira geração Nacionalista, 
indianista e religiosa.
Gonçalves Dias e 
Gonçalves de 
Magalhães.
Segunda geração Marcada pelo "mal do 
século", apresenta 
egocentrismo 
exacerbado, 
pessimismo, satanismo 
e atração pela morte.
Álvares de Azevedo, 
Casimiro de Abreu, 
Fagundes Varela e 
Junqueira Freire.
Terceira geração Formada pelo grupo 
condoreiro, 
desenvolve uma 
poesia de cunho 
político e social.
A maior expressão do 
grupo é Castro Alves.
O Romantismo brasileiro contou com um grande número de escritores 
com uma vasta produção:
Na lírica Gonçalves Dias, Gonçalves de 
Magalhães, Álvares de Azevedo, 
Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, 
Junqueira Freire, Castro Alves e 
Sousândrade, dentre outros.
Na épica Gonçalves Dias e Castro Alves.
No romance José de Alencar, Manuel Antônio de 
Almeida, Joaquim Manuel de Macedo,
Bernardo Guimarães, Visconde de 
Taunay, Franklin Távora e outros.
No conto Álvares de Azevedo.
No teatro Martins Pena, José de Alencar, 
Gonçalves de Magalhães, Gonçalves 
Dias, Álvares de Azevedo e outros.
Gonçalves Dias
Sua primeira obra foi Primeiros cantos, seguidas por outras 
publicações, como Segundos cantos e Sextilhas de Frei Antão, Últimos 
cantos, Os timbiras; além disso escreveu um Dicionário da Língua Tupi.
Criou uma poesia voltada para o índio e para a natureza brasileira, 
numa linguagem simples e acessível. Cultivou também poemas religiosos, 
que Deus era associado à natureza (panteísmo).
Seu poema lírico usa temas como a pátria, a natureza, Deus, índio e
amor. No épico, canta feitos heroicos de índios valorosos que substituem 
a figura do herói medieval europeu.
 A épica
Da produção épica de Gonçalves Dias, destacam-se dois poemas: “I-Juca 
Pirama (o mais perfeito poema épico-indianista de nossa literatura)” e Os 
timbiras".
A lírica
Cultivou uma poesia lírica de rica construção formal, sem cair nos 
exageros românticos e sem deixar de ser, plenamente, romântico.
Buscava pôr a literatura brasileira no nível das europeias e tinha 
como temas preferidos a natureza, religião, amor, solidão, pátria, índio e 
medievalismo.
Para alguns, Gonçalves Dias é o primeiro grande poeta brasileiro e um 
dos melhores dentre os românticos.
Ultrarromantismo
Esses poetas eram mais jovens, universitários que levavam ama vida 
desregrada, entre ócio, casos amorosos, leitura de obras europeias e seus 
estudos.
Essa geração caracterizava-se pelo espírito do “mal do século” isto
é, por uma onda de pessimismo doentio diante do mundo, que se 
apegava a certos valores decadentes (bebida, vício, e na atração pela noite 
e pela morte).
Os ultrarromânticos desprezavam certos temas e posturas da primeira 
geração, como nacionalismo e o indianismo; contudo acentuavam traços 
como subjetivismo, o egocentrismo e o sentimentalismo.
Quanto ao amor, o ultrarromântico possui uma visão dualista, que 
envolve atração e medo, desejo e culpa. Eles temem a realização amorosa, 
o ideal feminino é normalmente associado a figuras assexuadas ou 
incorpóreas, como anjo, criança e virgem.
Álvares de Azevedo
É a principal expressão da geração ultrarromântica de nossa 
poesia.
Cultivou a poesia, a prosa e o teatro.
As faces de Ariel e Caliban
 Articulação de um projeto literário baseado na contradição, talvez, a 
solidão que ele próprio sentisse como adolescente.
Sua principal obra poética foi Lira dos vinte anos, em que ocorre 
essa contradição. A primeira e a terceira parte mostram um Álvares de 
Azevedo adolescente, casto, sentimental e ingênuo. Ele mesmo chama a 
essas partes de a face de Ariel. 
Quando seabre a segunda parte de Lira dos vinte anos, o poeta 
introduz o mundo de Caliban, esses escritos relatam um mundo 
decadente, povoado de viciados, bêbados e prostitutas.
Ironia: É um traço constante na obra poética de Álvares de Azevedo. É 
um modo de quebrar a noção de ordem e abalar as convenções do mundo 
burguês. Ironizava, as vezes, as próprias atitudes de sua geração: a 
idealização do amor e o sentimentalismo exagerado.
Casimiro de Abreu
Um dos mais populares poetas brasileiros começou a escrever a maior 
parte de seus poemas de Primaveras em Portugal.
O amor na poesia de Casimiro, apesar do medo, associa-se sempre à 
vida e à sensualidade, um dos pontos altos de sua poesia. Faz uso até o 
esgotamento variações métricas e rítmicas, agregando uma forte musicalidade.
Fagundes Varela
Graças à desgraça da morte de seu filho primogênito entregou-se 
totalmente à vida boêmia, mas nos anos finais de vida passou a buscar refúgio 
na religião e no contato com a natureza, adotando uma poesia panteísta.
Ao invés de egocêntrica, sua poesia já se volta para os problemas 
sociais do Brasil (defesa da pátria, do índio e crítica a escravidão). 
Junqueira Freire
Embora, tenha feito ainda jovem uma opção pela vida eclesiástica, 
sempre questionou algumas normas da vida clerical, como o celibato e o 
enclausuramento. Mostra-se dividido entre os apelos da vida material e 
carnal e da religiosa, entre o amor à Deus e à mulher.
Condoreirismo
Mais voltado para temas sociais e com uma nova forma de tratar o tema 
amoroso. Os condoreiros desenvolveram a poesia social, comprometidos 
com a causa abolicionista e republicana, cuja finalidade é convencer o 
leitor-ouvinte e conquista-lo para a causa defendida. 
O nome, condoreiros, associa-se ao condor ou a outras aves, como a 
águia, o falcão e o albatroz, que foram tomados como símbolo dessa geração. 
Identificando-se com o condor, tinham capacidade de enxergar a grande 
distância, por isso, tinham o compromisso, como poetas-gênios iluminados
por Deus, de orientar os homens comuns para os caminhos da justiça e 
da liberdade.
Castro Alves (Poeta dos escravos)
É considerado a principal expressão condoreira da poesia 
brasileira. 
Sua obra apresenta um momento de maturidade e revolução na poesia 
brasileira, além disso, Castro Alves dará um tratamento mais realista e 
crítico à literatura.
Poesia social: Talvez, seja Castro Alves o primeiro grande poeta social 
brasileiro.
Diferente de Álvares de Azevedo, poeta da segunda geração romântica, Castro
Alves trata os problemas de forma real, com objetivo de solucioná-los e 
não apenas mostrar desequilíbrio entre o eu e o mundo. Em vez de 
idealizar a pátria, retrata o lado feio esquecido por outros românticos, 
como escravidão dos negros, opressão e ignorância dos brasileiros.
O navio negreiro: É um poema épico dramático que integra a obra Os 
escravos, e ao lado de “Vozes d’África”, da mesma obra, vem a ser uma 
das principais realizações épicas de Castro Alves.
O tema é a denúncia da escravidão e do transporte de negros para 
o Brasil. Recriou na poesia o que acontecia nos porões dos navios negreiros, 
das cenas dramáticas dos transportes, valendo-se de relatos de escravos, com 
quem conviveu na Bahia.
Poesia lírica: Invés de tratar a mulher como inalcançável trata como mais 
corpórea e o amor é algo viável, concreto, capaz de trazer dor ou felicidade.
Sousândrade
Estreou na nossa literatura com, Harpas Selvagens, pode ser 
considerado tanto poeta de segunda geração, pelo critério cronológico, 
quanto de terceira, dado o teor abolicionista e republicano de alguns textos.
Era um poeta incompreendido por todos, o que já afirmou em um trecho 
de sua obra máxima (Guesa errante). Sua obra era em parte foi marginalizada 
e esquecida durante longo tempo.
Sousândrade defendia uma nova civilização americana, independente, 
política e culturalmente.
Romance romântico (prosa romântica)
Narra fatos criados ou relacionados a personagens, numa sequência de 
tempo relativamente ampla e em determinado lugar ou lugares e divide-se em 
romance de cavalaria, romance sentimental e romance pastoril.
O romance, pelo seu estilo, agradava o gosto burguês pela fantasia 
e pela aventura, vem a ser o mais legítimo veículo de expressão artística 
dessa classe. Esse gênero narra o presente, as coisas banais da vida e do 
mundo, numa linguagem simples e direta.
O romance assumiu o papel de principal instrumento de construção
da cultura brasileira e liga-se com os espaços nacionais, tomando três 
frentes: romance regional, romance urbano e romance regional. José de 
Alencar, o maior romancista de nosso Romantismo, escreveu o Guarani 
(indianista), O gaúcho (regional) e Senhora (urbano). 
A linguagem romântica foi sendo aprimorada com o tempo, preparou 
bases para o surgimento de grandes mestres no gênero, como Machado de 
Assis.
Joaquim Manuel Macedo
A Moreninha: Primeiro romance brasileiro propriamente dito, além disso, 
foi a primeira obra de Joaquim. O autor usou ingredientes como: comicidade,
namoro difícil ou impossível, dúvida entre dever e desejo, revelação 
surpreendente de uma identidade, brincadeiras de estudante e uma linguagem 
coloquial.
Características da prosa romântica
Flash-back narrativo Volta no tempo para justificar certas 
atitudes.
Amor como redenção Conflitos, que pode ser familiares 
que impedem a realização 
amorosa, entre outros.
Idealização do herói Um ser dotado de idealismo; honra 
e coragem, feições de cavaleio 
medieval.
Idealização da mulher Moças sem opinião própria e 
submissas.
Personagens planas Mantém seu ideal e opinião do 
começo ao fim da obra.
Linguagem metafórica Com finalidade de idealizar o 
ambiente ou uma personagem.
Romance indianista
Uma das principais tendências do Romantismo brasileiro. Dele saíram 
algumas das melhores contribuições da nossa literatura romântica, quer na 
poesia de Gonçalves Dias, quer na prosa de José de Alencar.
As razões para o indianismo na literatura nacional são muitas, 
como: tradição indianista colonial ( com Basílio da Gama e Santa Rita 
Durão), índio como o “bom selvagem”, como passado histórico nacional 
(na Europa usavam o medieval, no Brasil o laço antepassado era o 
indígena) e o índio como símbolo da nacionalidade (verdadeiro 
representante da raça brasileira).
José de Alencar
Foi o principal romancista brasileiro da fase romântica. Escreveu 
vários romances indianistas, históricos, urbanos e regionalistas, além disso, foi 
autor de crônicas, críticas e várias peças teatrais, como Mãe e O Jesuíta.
Suas obras estavam voltadas para o projeto da construção da 
cultura brasileira. As principais realizações indianistas em prosa de nossa
literatura são três romances de José de Alencar: O Guarani, Iracema e 
Ubirajara.
Iracema: Chamada pelo autor de “lenda do Ceará”, é uma das mais 
belas realizações indianistas de nossa prosa. Seguindo o projeto nacionalista, 
o romance narra a lenda da origem do Ceará e da civilização brasileira, 
fruto de amores proibidos entre o guerreiro português Martim e a virgem 
Iracema, uma jovem indígena.
O Guarani: Um fidalgo português muda-se para o Brasil com sua família
e uma suposta sobrinha, que na verdade é sua filha com uma índia, com outros
diversos empregados. 
O Romance regional
Coube ao romance regionalista dar ao país uma visão sobre si 
mesmo. Olhando para os quatro cantos do país, buscou compreender as 
diferenças étnicas, linguísticas, sociais e culturais que até hoje marcam essas 
regiões. 
Quatro são os espaços nacionais que despertam maior interesse nos 
românticos: Capitais, com amplo destaque para a, então capital do país (Rio de
Janeiro); regiões do Sul, Nordeste e Centro-Oeste.
Sobre o Sul
José de Alencar
Gaúcho: É a principal idealização romântica que tematizou o Sul do país. 
Descreve o fator sociocultural do Rio Grande do Sul, ressaltando 
peculiaridades linguísticas, características culturais e geográficas do Estado e 
seu passado histórico.
A obra situa-se às vésperasda Guerra dos Farrapos, conta com 
vários personagens históricos do Brasil. O protagonista era Manuel Cunho, 
sobrinho de Bento Gonçalves (militar), tem destaque seu envolvimento com 
Catita, filha do dono de uma pousada.
Sobre o Nordeste
Franklin Távora: Chama a atenção para o Nordeste criar sua própria 
literatura, construída a partir de passado histórico cheio de heroísmo, os 
costumes da região e a poesia popular. Chama atenção sobre problemas 
locais e aponta temas como banditismo, cangaço, seca, miséria, 
migrações e etc.
 O Cabeleira: Focaliza na vida do famoso cangaceiro José Gomes, o 
“Cabeleira”, que ao lado de dois malfeitores, seu pai e Teodósio, 
aterrorizam a cidade de Pernambuco. A obra oscila entre ficção e o 
relato histórico.
Sobre o Centro-Oeste
Visconde de Taunay: Militar, que participou da Guerra do Paraguai e passou à
senador. Como era militar e andou bastante pelo país, principalmente por 
Mato Grosso, colheu experiência para compor suas obras, que tem como 
ponto forte impressões visuais da paisagem sertaneja, como fauna e flora da 
região.
 Inocência: É considerada a obra-prima de romance regionalista de 
nosso Romantismo. Trata-se da história de amor impossível 
envolvendo Cirino e uma jovem do Sertão de Mato Grosso. 
O amor é impossível, já que Inocência foi prometida em casamento pelo 
pai, que exerce vigilância para garantir a virgindade da filha até o casamento.
Romance Urbano
Foi o tipo de romance mais lido durante o Romantismo. O Brasil, 
contou com um número considerável de romances urbanos, dos quais se 
destacam Memórias póstumas de um sargento de milícias, de Manuel 
Antônio de Almeida, e Lucíola e a Senhora, ambos de José de Alencar.
Manuel Antônio de Almeida
Seu senso de humor lhe permitiu escrever uma das obras mais originais 
do Romantismo brasileiro: Memórias de um sargento de milícias
Memórias de um sargento de milícias: Foi publicado sob forma de folhetins 
anônimos sob pseudônimo de “um brasileiro”. O autor valeu-se de sua 
experiência com os mais humildes para construir o universo da obra.
A obra situa-se na época de D. João VI, quando um meirinho, pai do 
protagonista da história, no navio vindo ao Brasil conhece Maria das Hortaliças.
Após anos, o meirinho vê Maria com outro homem e foge para Portugal. 
Leonardo, filho do casal, passa a ser criado pelo padrinho e pela madrinha.
O centro da narrativa são as travessuras de Leonardo, até que é 
escolhido para ocupar a vaga na tropa de granadeiros (soldados).
José de Alencar
Além de ter participado do romance indianista e regional, foi 
também um dos nossos melhores romancistas urbanos. Em Senhora, são 
abordados temas como casamento por interesse, ascensão social a qualquer 
preço e a independência feminina. Em Lucíola se discute a prostituição. O 
romance, Diva, junto com Senhora e Lucíola constitui a série de “perfis 
femininos”.
Senhora: O autor abre a discussão sobre certos valores e 
comportamentos da sociedade carioca do século passado, resultantes de 
um capitalismo emergente no Brasil.
Aurélia é noiva de Seixas, mas este a troca por uma moça com dote
maior. Aurélia passa a desprezar todos os homens, e com a morte do avô 
torna-se milionária e uma das mais cortejadas da corte do Rio de Janeiro. 
Como vingança, manda oferecer ao ex-noivo um dote grande, mas que o 
mesmo só saberia quem era a noiva no dia do casamento. 
Seixas aceita e casam-se, mas na noite de núpcias Aurélia revela-lhe 
seu desprezo. O rapaz cai em si e nota sua ganância. 
Vivem durante um ano fazendo cena como o casal perfeito, Seixas 
consegue o dinheiro e devolve à moça, que revela seu amor e passam a 
desfrutar do casamento.
Prosa gótica
Uma literatura fantasiosa, identificada com um universo de 
satanismo, mistério, morte, sonho, loucura e degradação. Trata-se da 
tradição gótica que perdura até hoje.
Alguns elementos dessa tradição gótica foram introduzidos na 
literatura brasileira por Álvares de Azevedo (face de Caliban) e por outros 
poetas de segunda geração.
Trata-se de uma literatura que afronta o racionalismo e o materialismo 
burguês e opta por zonas escuras e anti-lógicas.
Álvares de Azevedo
A produção gótico-romântica em prosa é representada pelas obras 
Noite na taverna e a peça Macário, ambas realizadas por Álvares de 
Azevedo.
Noite na taverna: Pode ser considerada uma obra de contos apesar de haver 
fio narrativo que une as histórias.
Um narrador em terceira pessoa faz a apresentação do ambiente – 
uma taverna com bêbados e loucos que conversam e bebem. Cada um 
deles conta a história de sua vida, de modo que cada capítulo tem o nome 
do narrador-personagem. Todas as histórias envolvem trágicos acontecimentos
de amor e morte, vícios e crimes.
Há presença de temas do período como violência, adultérios, 
assassinatos, incestos, necrofilia, antropofagia, corrupção e etc.
Realismo, Naturalismo e Parnasianismo
Contexto histórico: Segunda Revolução Industrial, Unificação da Itália e 
Alemanha, Socialismo científico (Marx e Engels), Positivismo, 
Evolucionismo e Lutas proletárias.
Contexto histórico no Brasil: Ciclo do café, Decadência da monarquia, 
Proclamação da república, Governo de Marechal Deodoro e a primeira 
Constituição republicana.
Realismo
A arte e literatura buscam analisar, descrever e até criticar a realidade. 
Os artistas procuram retratar a realidade de forma objetiva, fiel, sem 
distorções. Em lugar da fuga da realidade, os realistas procuram apontar 
e corrigir as falhas do comportamento humano, invés de heróis retratam 
pessoas comuns com problemas e limitações, como todos nós.
Machado de Assis é o principal escritor realista brasileiro. 
Ideias científico-filosóficas: Verifica-se uma onda de cientificismo e 
materialismo. 
Dentre as mais importantes correntes da época destacam-se: 
Positivismo Considera que o único 
conhecimento válido é o oriundo 
das ciências. Acredita que o homem 
é capaz de amar e ser solidário 
socialmente.
Determinismo: O comportamento humano é 
determinado por três aspectos 
(meio, raça e momento histórico).
Darwinismo Teoria da seleção natura (os mais 
fortes sobrevivem e os mais novos 
são eliminados)
Realismo no Brasil
A obra, Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, 
tem sido apontada como marco inicial do Realismo no Brasil.
Machado de Assis
Na época de 60, escreve todos suas comédias e os versos, ainda que 
românticos em Crisálidas. Sua esposa falecida inspirou a criar a 
personagem Dona Carmo, de Memorial de Aires.
De sua extensa e variada obra, sobressai o Machado de Assis 
contista e romancista, não só preocupado com a expressão, com técnica, 
mas também com articulação dos temas do caráter e do comportamento 
humano.
As obras Ressurreição, de Helena, A mãe a Luva, Iaiá Garcia, 
apresentam características gerais do romance do século XIX.
A partir de Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis 
se revela um gênio na análise psicológica de personagens, tornando-se o 
mais extraordinário contista da língua portuguesa e um dos raros 
romancistas de interesse universal. Nesse grupo incluem-se os romances
Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires.
O conto machadiano estreou em pleno Romantismo e sofreu 
mudanças de perspectiva e de linguagem a partir de Papéis Avulsos. 
Dentre seus inúmeros contos, destacam-se: ‘O alienista’, ‘Missa do galo’, ‘A 
cartomante’, ‘Noite de Almirante’, ‘Teoria do medalhão’, ‘O espelho’, ‘Cantiga de
esponsais’, ‘ Sereníssima república’, ‘Versa testamentária’. 
Memórias póstumas de Brás Cubas: É a autobiografia de Brás Cubas, 
que, depois de morto, resolve escrever suas memórias. Seus amores juvenis 
por Marcela, suas aspirações à vida política, sua amizade com o filósofo 
Quincas Borba e seu caso amoroso com a mulher de Lobo Neves.
Dom Casmurro: Constitui, juntamente, com Memórias póstumas de Brás 
Cubas e Quincas Borba, a trilogia mais significativa dos romances de 
Machado de Assis.
Tematiza o adultério sob a ótica de seu personagem-narrador, osolitário Dom Casmurro, que acredita ter sido traído por sua mulher, 
Capitu.
Naturalismo
Volta-se para a realidade, mas observa-a, documenta-a, analisa-a, 
sob uma ótica rigorosamente científica.
As novas palavras de ordem são dissecar, documentar e analisar. Faz-
se defesa de uma arte reformista.
Entretanto, os naturalistas brasileiros detiveram-se mais em casos 
individuais de temperamento patológico. Desse modo, fatos históricos 
sociais de maior relevância como a Abolição, a República, a Revolta da Armada
e o Encilhamento ficaram em segundo plano, ganhando destaque pequenos 
casos que não são representativos da realidade brasileira.
Aluísio de Azevedo, como romancista, estabelecera um plano de 
traçar uma cópia fiel dos fatos políticos e sociais e reunir todos os tipos 
de brasileiros, bons e maus.
Seriam cinco romances, reunidos sob o título de Brasileiros antigos e 
modernos, que registrariam modificações ocorridas no país desde o início da 
independência até 1887. Desse projeto, só O cortiço foi escrito.
A publicação do romance O mulato, de Aluísio de Azevedo, marca 
oficialmente o início do Naturalismo no Brasil. 
Com o lançamento de O Cortiço, também de Aluísio de Azevedo, o 
Naturalismo atingiu seu apogeu. Aparece também o livro de Rodolfo Teófilo, 
A Fome e, posteriormente, O missionário, de Inglês de Souza, A normalista e o 
Bom Crioulo, de Adolfo Caminha.
A melhor produção regionalista desse período é Dona Guidinha do 
Poço, de Manuel de Oliveira Paiva, que aprofundava a relação do homem 
com a paisagem.
Para os naturalistas, o homem não passa de um animal cujo destino 
é determinado pelo meio social em que vive pela hereditariedade. O 
romancista assume uma atitude de frieza diante os personagens, já que é um 
observador que deve registrar impessoalmente com precisão. A linguagem 
naturalista caracteriza-se ainda pela exatidão das descrições, pelo apelo à 
minúcia e pela linguagem simples, coloquial.
Características da linguagem naturalista: De acordo com Afrânio 
Coutinho, o Naturalismo amplia as características do Realismo.
Determinismo O homem é uma máquina guiada pela
ação das leis da física e química, pela
hereditariedade e pelo meio físico e 
social. Conduzidos por forças que o 
tiram do livre arbítrio.
Preferência por temas de patologia 
social
Baseiam-se nos efeitos da 
hereditariedade.
Objetivismo científico e 
impessoalidade
Precisa a objetividade, 
descrevendo com impessoalidade, 
minúcia, e atendo-se somente aos 
fatos.
Literatura engajada Análise de problemas evidenciados 
pela decadência social, fazendo da 
obra de arte uma tese com intenção
científica.
Aluísio de Azevedo
Com a publicação de O Mulato, consagrou-se como escritor 
naturalista. Oscilava bastante entre Realismo e Naturalismo, alternando 
trechos de intensa morbidez romântica com outros predominantemente 
realistas.
O Cortiço: Representa uma conquista definitiva do nosso romance, 
pois, pela primeira vez, um autor dá vida e corpo a um agrupamento 
humano.
Inúmeros tipos humanos, quase todas as partes da população 
marginal, desfilam pelas páginas do romance.
Raul Pompéia
Estreou na literatura com uma novela romanesca. Uma tragédia no 
Amazonas. Dedicou-se ao jornalismo, onde escreveu: crônicas e contos, além 
da novela As joias da Coroa, uma sátira à família imperial, sem valor literário.
O Ateneu: Notabilizou Raul Pompéia, um romance que surpreende pela 
linguagem peculiar e nova. Trata-se de situações e experiências vividas 
pelo adolescente Sérgio no internato Ateneu, sob o ponto de vista de 
Sérgio adulto.
Parnasianismo
O Parnasianismo representou na poesia o retorno à orientação clássica, 
ao princípio do belo na arte, busca do equilíbrio e da perfeição formal. 
Acreditavam que o sentido maior da arte reside nela mesmo.
A arte pela arte: O Parnasianismo se distancia da realidade e se 
volta para si mesmo. Os parnasianos achavam que a arte não deve tratar 
problemas humanos e sim alcançar a perfeição em sua construção.
Batalha de Parnaso: Polêmicas literárias que reuniu de um lado 
adeptos do Romantismo, e do outro, os adeptos do Realismo e do 
Parnasianismo.
A primeira publicação parnasiana propriamente dita é a obra 
Fanfarras, de Teófilo Dias. Entretanto, caberia a Alberto de Oliveira, 
Raimundo Correia, Olavo Bilac, Vicente de Carvalho e Francisca Júlia o papel 
de solidifica o movimento entre nós.
A linguagem da poesia parnasiana pretende ser universal. Por isso 
utiliza linguagem objetiva, que busca a contenção dos sentimentos e a 
perfeição formal. Seus temas são também universais: a natureza, o tempo, o 
amor, objetos da arte e a própria poesia.
Características da linguagem parnasiana
Busca de perfeição formal Racionalismo, contenção de 
emoções.
Vocabulário culto Universalismo.
Gosto pelo soneto Apego à tradição clássica
Rimas raras; chaves de ouro Presença da mitologia
Gosto pelas descrições “Arte pela arte”
Objetivismo
Olavo Bilac
Sua primeira obra foi Poesias, em que o poeta demonstra estar 
identificado com as propostas do Parnasianismo. 
Olavo foi o mais jovem e o mais bem-acabado poeta parnasiano 
brasileiro. Seus poemas, principalmente os sonetos, apresentam uma perfeita 
elaboração formal.
Dentre as obras que Bilac escreveu, destacam-se: Via Láctea (e 
subjetiva); Sarças de Fogo (objetividade e sensualismo) e O caçado de 
esmeraldas (preocupação histórica e nacionalista).
Raimundo Correia
É um poeta que, juntamente com Olavo Bilac e Alberto de Oliveira, 
forma a chamada “tríada parnasiana”. Sua poesia registra um momento de 
descontração e de investigação. Nela se verificam pelo menos três fases:
Fase romântica Com influência de Casimiro de Abreu 
e Fagundes Varela, representada por
Primeiros Sonhos.
Fase Parnasiana Representada pelas obras 
Sinfonias e Versos e Versões, 
marcada pelo pessimismo de 
Schopenhauer.
Fase pré-simbolista Pessimismo diante da condição 
humana busca refúgio na 
metafísica e na religião.
Alberto de Oliveira
Foi o que melhor se adaptou aos princípios parnasianos. Defendia a 
“arte pela arte”, em vez de se interessar pela realidade brasileira, preferia 
buscar inspiração nos modelos clássicos que perseguia: os poetas barrocos e 
árcades portugueses. Dentre suas obras destacam-se: Meridionais e 
Versos e rimas.
Simbolismo
Contexto histórico: Freud e psicanálise, pré-guerra, Primeira Guerra 
Mundial e Revolução Russa.
Contexto histórico do Brasil: República da Espada, Governo Floriano 
Peixoto (Revolta Federalista e Armada), Revolta de Canudos, Ciclo da 
Borracha, Revolta da Vacina, Revolta da Chibata 
Não se crê mais no conhecimento positivo. Acredita-se que, assim 
como a ciência é limitada, igualmente a linguagem não pode pretender 
representar a realidade como ela é desta forma, pode-se no máximo 
sugeri-la.
Os simbolistas representam um grupo social que ficou à margem 
do cientificismo do século XIX e que procurou resgatar valores 
românticos varridos pelo Realismo.
Essa reação antimaterialista situa-se num contexto mais amplo vivido 
pela Europa, a forte crise espiritual a que se tem chamado decadentismo do 
final do século.
O Simbolismo buscou uma linguagem que fosse capaz de sugerir a 
realidade, e não retratá-la objetivamente. Para isso usavam uso de 
símbolos, imagens, metáforas, sinestesias, além de recursos sonoros e 
cromáticos.
Características da linguagem simbolista
Linguagem vaga, que prefere 
sugerir a nomear.
Uso de figuras de linguagem.
Subjetivismo. Antimaterialismo, 
antirracionalíssimo.
Misticismo, religiosidade. Pessimismo, dor de existir.
Desejo de transcendência, de 
integração cósmica.
Interesse pelo noturno, pelo 
mistério e pela morte.
Interesse pela exploração das zonas desconhecidas da mente humana e 
pela loucura.
Os malditos ou decadentes: simbolistas ignoram a opinião pública, desprezam 
prestígio social e literário.
O Simbolismo no Brasil
No Brasil, o Simbolismo foi quase que inteiramente abafado pelo 
Parnasianismo, que gozou de amplo prestígio entre as camadascultas e até as
primeiras décadas do século XIX. Tradicionalmente, se tem apontado o 
marco introdutório do simbolista brasileiro a publicação das obras Missal 
e Bronquéis, de nosso maior simbolista: Cruz e Sousa.
Além de Cruz e Sousa, destacam-se Alphonsus de Guimarães e Pedro 
Kilkerry. 
Cruz e Sousa
Suas únicas obras publicadas em vida foram Missal e Bronquéis. 
Sua obra apresenta diversidade e riqueza. De um lado, encontram-se 
aspectos noturnos do Simbolismo, herdados do Romantismo: culto da 
noite, satanismo, pessimismo, a morte e etc. De outro lado aparece certa 
preocupação formal que o aproxima dos parnasianos.
Apresenta uma das poéticas de maior profundidade em língua 
portuguesa, quanto à investigação filosófica e à angústia metafísica.
O drama da existência revela uma provável influência das ideias 
pessimistas do filósofo alemão Schopenhauer. Origina-se não só pelo 
sentimento de opressão e maldade trazido pelo capitalismo, mas também 
o drama racial e pessoal que vivia.
A trajetória de sua obra parte da consciência e da dor de ser negro, 
em Bronquéis, à dor de ser homem, em busca da transcendência, em 
Faróis e Últimos sonetos, obras póstumas.
As características mais importantes de Cruz e Sousa são
No plano temático A morte, a transcendência 
espiritual, a integração cósmica, o 
mistério, o sagrado, o conflito entre
a matéria e o espírito, angústia e a 
sublimação sexual, a escravidão e 
uma obsessão por brilhos e pela 
cor branca.
No plano formal Uso de sinestesias, imagens 
surpreendentes, sonoridade das 
palavras, predominância de 
substantivo e a utilização de letras 
maiúsculas, com a finalidade de 
dar um valor absoluto a certos 
termos.
Alphonsus Guimarães
Marcado pela morte da prima Constança – a quem amava e que 
contava apenas 17 anos – sua poesia é quase que toda voltada ao tema da 
morte da mulher amada. Todos os outros temas que explorou como: a 
natureza, a arte e a religião que estão de alguma forma relacionadas. 
A exploração do tema da morte abre ao poeta, por um lado, um vasto 
campo da literatura gótica ou macabra dos escritores ultrarromânticos, 
recuperada por alguns simbolistas. Por outro lado, possibilita a criação de uma
atmosfera mística. Presa o ambiente místico da cidade de Mariana e ao 
drama sentimental vivido na adolescência.
O poeta revela influências árcades e renascentistas, sem cair no 
formalismo parnasiano.

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