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Resumo de Literatura – EsSA Componentes da comunicação Emissor Aquele que diz algo à alguém. Receptor Com quem o emissor se comunica. Mensagem O texto, tudo que é transmitido do emissor ao receptor. Código Língua portuguesa, a convenção social que permite ao receptor compreender a mensagem. Canal ou Contato Língua oral, meio físico que conduz a mensagem ao receptor. Referente ou Contexto Assunto da mensagem. Funções de linguagem Função emotiva (ou expressiva) Ocorre quando o emissor é posto em destaque. Mensagem centrada no eu lírico, texto pessoal, subjetivo. Função apelativa (ou conotativa) Ocorre quando o receptor é posto em destaque. Verbos no imperativo, verbos e pronomes na 2° ou na 3° pessoa. Função referencial Ocorre quando o referente é posto em destaque. Informar o seu receptor. Função metalinguística Ocorre quando o código é posto em destaque. Uma pessoa que reflete a criação poética, um filme que tematiza sobre o cinema. Função fática Ocorre quando o canal é posto em destaque. Função poética Ocorre quando a própria mensagem é posta em destaque. Preocupa-se em chamar atenção como o texto foi organizado, sonoridade diferenciada e etc. Faz mais do que informar. Denotação x Conotação Denotação Palavra no sentido comum, do dicionário. Conotação Palavra no sentido figurado, diferente do que lhe é próprio. Gêneros literários Gênero lírico Tipo de texto no qual um eu-lírico exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Predomínio de função emotiva da linguagem e verbos em primeira pessoa. Gênero Épico Presença de um narrador que, fundamentalmente, conta a história passada por terceiros. Verbos e os pronomes, quase sempre, estão na terceira pessoa. Pressupõe- se a presença de um ouvinte, poemas épicos intitulam- se epopeias. Gênero dramático Trata-se de texto escrito para ser encenado no teatro. Figuras de Linguagem Comparação Aproxima dois seres pela sua semelhança, de modo que as características de um sejam atribuídas ao outro. Sempre há um elemento comparativo. Silencioso e branco como a bruma. Metáfora Comparação implícita entre dois seres ou supressão do elemento A e a utilização do B em seu lugar. O pranto é uma bruma. “Pelos vales de teus olhos” De claras águas antigas “Meus sonhos passando vão” Metonímia Uso de uma palavra no lugar de outra, pela familiaridade que possuem. Autor pela obra - Ler Guimarães Rosa é desafiante. (obra) Nome de divindade pela função - O cupido acertou mais a vez. (amor) Contingente pelo conteúdo - Tomou dois copos. Lugar pelo objeto característico - Quero tomar um porto. (vinho do porto) Causa pela consequência - Verde do país. (matas) Concreto pelo abstrato - Trata- se de um papo-cabeça. (intelectual) Marca pelo produto - Tem gilete pra emprestar. (lâmina) Observação: Alguns autores entendem que quando entre A e B é qualitativa temos uma sinédoque. Parte pelo todo: Nunca tive um teto próprio. (casa) Singular pelo plural: O francês cultiva a arte. (os franceses) Hipérbole Ideia de exagero. Queria gritar seiscentas vezes. Antítese Emprego de palavras que se opõem quanto ao sentido. De repente do riso fez-se o pranto. Pleonasmo É a repetição de uma ideia, com repetição ou não da mesma palavra. A mata verde do Brasil. Prosopopeia ou Personificação Atribuir atitudes animadas ou humanas a seres inanimadas. Dorme as Àsias. Onomatopeia Reprodução de sons e ruídos. Cof-Cof, Bem-te-vi. Ironia Quando se diz alguma coisa, querendo- se dizer exatamente o contrário, além disso, é algo mais contextual. Eufemismo É o uso de uma forma mais amena para dizer algo que possa chocar. Moça da limpeza, invés de faxineira. Paradoxo Figura de linguagem que consiste no emprego de palavras que, embora opostas quanto ao sentido, se fundem em um enunciado. “Amor é fogo que arde sem se ver”. “É ferida que dói e não se sente”. Os versos e seus recursos musicais. Verso: É uma sucessão de sílabas ou fonemas formando uma unidade rítmica e melódica que corresponde, normalmente, a uma linha de poema. Os versos organizam-se em estrofes. Estrofe (estância): É um grupamento de versos. Distico 2 Terceto 3 Quarteto ou quadra 4 Quintilha 5 Sexteto ou sextilha 6 Sétima ou septilha 7 Oitava 8 Nona 9 Décima 10 Poemas podem ser em versos livres, mas alguns apresentam forma fixa, como: Balada Três oitavas e uma quadra. Vilancete Um terceto e outros dois tipos de Estrofe, à escolha do poeta. Rondó Apenas quadras, ou quadras combinadas com oitavas. Soneto Duas quadras e dois tercetos. Haicai Três versos com dezessete sílabas no total, em ordem, 5,7,5 sílabas Modinha Três quartetos ou quadras Recursos poéticos encontrados na poesia: Métrica: É a medida dos versos. Para determinar a métrica de um verso, dividimos o verso em sílabas poéticas, processo chamado de escansão. As vogais átonas são agrupadas numa única sílaba, e a contagem das sílabas devem ser feita até a última tônica. Elisão: Vogais átonas agrupam-se, supressão da vogal final. De acordo com o número de sílabas poéticas, os versos recebem nome de: Nome Número de sílabas Monossílabo 1 Dissílabo 2 Trissílabo 3 Redondilha menor ou pentassílabo 5 Redondilha maior ou heptassílabo 7 Octassílabo 8 Decassílabo 10 Alexandrino 12 O verso cuja métrica se repete é verso regular. Mais recentemente apareceu o verso livre, que não obedece a uma regularidade métrica. Ritmo: Alternância de sílabas acentuadas e não acentuadas. Rima: É um recurso musical baseado na semelhança sonora no final das palavras. Estilos de rima. Nome Estilo Alternadas 1212 Interpoladas 1221 Emparelhadas 1122 Outros recursos sonoros Aliteração É a repetição de sons consonantais. “Brancas bacantes bêbadas o beijam.” Assonância Repetição de sons vocálicos. “Para cá, para lá.” “Para cá, para lá.” Paronomásia Emprego de palavras de grafia ou som aproximado, mas de sentido diferente. “E quero me dedicar a criar confusões de prosódias” “É uma profusão de paródias.” Paralelismo Repetição de ideias e palavras que se correspondem quanto ao sentido. “É preciso ter força” “É preciso ter raça” “É preciso ter gana sempre”. A linguagem do texto narrativo. Tipos de linguagem: Pela palavra Verbal, oral e escrita. Pela imagem Visual Pela representação Teatral Pelos gestos Gestual Elementos no texto narrativo: Enredo Encadeamento de fatos. Desenvolvimento do enredo - Apresentação (estabelecimento de uma situação), a complicação (conflito entre personagens), clímax (momento culminante de tensão), desfecho (conclusão, acontecimentos que levam ao final da história). Personagens Participantes dos acontecimentos narrados. Lugar Espaço onde ocorrem os fatos. Tempo Época, momento em que decorrem os fatos. Narrador Quem conta a história. Narrador observador Não participa da história. Narrador personagem Narrador participa dos fatos. Fatos Sequência com relação de causa e efeito. Elementos do texto teatral: Cenário Local onde ocorre a ação. Conflito Momento da história que se opõe a outro.·. Quinhentismo Contexto histórico: Grandes Navegações, Renascimento, Mercantilismo, Reforma protestante, Companhia de Jesus e Contra- Reforma. Contexto histórico brasileiro: Colonização, primeira cidade (Salvador), pau-brasil, Governo Geral e chegada dos Jesuítas. O primeiro texto escrito no Brasil foi a conhecida Carta, de Pero Vaz de Caminha, registra com detalhes as impressões do descobrimento da terra brasileira. A Carta de Caminha abre a era colonial, na qual nossa literatura busca uma identidade própria, oscilando entre os modelos culturais portugueses e o interesse pela vida da própria colônia. Não existiam, na época, condições necessárias para a literatura florescer e expandir, como público leitor influente, grupo atuante de escritores, vida cultural rica, até mesmo a impressão de livros era proibida por conta do pacto colonial. Por isso,alguns historiadores preferem chamar essa produção literária do Brasil-colônia de ‘manifestação literária, literatura dos jesuítas e ecos da literatura no Brasil’. A produção artística, não pode ser considerada brasileira, de fato. Isso porque quem produzia eram portugueses, que estavam aqui com uma finalidade específica e por um período curto. Crônicas de viagens, cartas e tratados eram chamados de literatura de informação ou informativa, cuja finalidade era narrar e descrever as viagens e os primeiros contatos com a terra brasileira e seus nativos, informando tudo que pudesse interessar aos portugueses. Dessa literatura informativa sobre o Brasil merecem destaque: Autor Obra Pero Vaz de Caminha A carta Pero Lopes de Sousa Diário de navegação Pero Magalhães Gândavo O tratado da terra do Brasil e da história da província de Santa Cruz Gabriel Soares de Sousa Tratado descritivo do Brasil Ambrósio Fernando Brandão Diálogo das grandezas do Brasil As cartas dos missionários jesuítas escritas nos dois primeiros séculos da catequese: Autor Obra Frei Vicente de Salvador A História do Brasil Hans Staden Duas Viagens ao Brasil Jean de Lery A Viagem a terra do Brasil José de Anchieta Poema à virgem, Arte da gramática da língua mais usada na costa do Brasil e Na Festa de São Lourenço A poesia e o teatro, cultivados pelos jesuítas, notadamente por José de Anchieta, cuja finalidade era a catequese dos índios. José de Anchieta (Pajé Branco) Assim que chegou ao Brasil, juntamente, com Padre Manuel da Nóbrega, fundou um colégio em Piratininga, SP. Tendo em vista a catequese, Anchieta escreveu vários tipos de textos, com finalidade pedagógica como: poemas, hinos, canções e autos, além de cartas que informavam sobre o andamento da catequese no Brasil e gramática tupi-guarani. Em caráter pessoal escreveu poemas e sermões. Anchieta cumpriu, amplamente, sua missão catequética com o teatro. Sempre se preocupou em caracterizar extremos como o Bem e o Mal, o Anjo e o Diabo. A Carta, de Pero Vaz de Caminha ao el-rei D. Manuel é para nossa história uma verdadeira certidão de nascimento. Barroco Contexto Histórico Mundial: Reforma x Contra- Reforma, absolutismo, atuação da Companhia de Jesus, Portugal sob domínio espanhol, Católicos x Protestantes. Contexto histórico no Brasil: Ciclo de cana-de-açucar, invasões holandesas, Revolta de Beckman, Guerra dos Mascates. O barroco na arte marcou um momento de crise espiritual da sociedade europeia. O homem era dividido entre duas mentalidades. Convivendo com o sensualismo e os prazeres matérias trazidos pelo Renascimento, os valores espirituais voltaram a exercer forte influência sobre a mentalidade da época. Uma nova onda de religiosidade foi trazida de volta pela Contra- Reforma e a Companhia de Jesus. O que ocorreu daí foram sentimentos contraditórios, já que o homem estava dividido entre o pagão e o cristão, apresentando uma arte indisciplinada. Características da linguagem barroca Requinte formal Têm consciência que vida é passageira e precisa aproveitar; o que implica pecar e isso não o permitiria ser salvo. Figuração (metáfora e comparações) Cultismo jogo de palavras e excesso de figuras de linguagem conhecido como gongorismo Conflito espiritual com uso de antítese Conceptismo jogo de ideias, analogias. Paradoxo e hipérbato; temas contraditórios (amor/dor, pecado/perdão,...) Jogo de claro e escuro, mais visível em artes plásticas, tentativa de unir valores opostos: Renascimento x Contra Reforma, Mitologia x Catolicismo, Antropocentrismo (homem como o centro do universo) x Teocentrismo (Deus como centro de tudo). Efemeridade do tempo e o carpe diem (aproveita o dia) Barroco no Brasil O Brasil presenciava o nascer de uma literatura em suas terras, ainda presa aos modelos lusitanos, como durante todo período colonial; ainda restrita a uma elite muito pequena, culta e sem público consumidor influente. Mas os primeiros escritores nascidos no Brasil começaram a despontar e, com eles, surgiram as primeiras manifestações do sentimento nativista (valorização da terra onde haviam nascido). O Barroco no Brasil só foi mais praticado e reconhecido no seu final, quando foram fundadas várias academias literárias por todo o país. A descoberta de ouro em Minas Gerais possibilitou o desenvolvimento de um Barroco tardio nas artes plásticas, que resultou na construção de igrejas de estilo barroco durante todo o século XVIII. A obra considerada, tradicionalmente, o marco inicial do Barroco brasileiro é Prosopopéia, de Bento Teixeira, um poema feito à copia de Os Lusíadas. Os escritores barrocos brasileiros que mais se destacaram são: Na poesia Obras Gregório de Matos Poesia Sacra, Lírica, Graciosa, Satíricas e Últimas. Bento Teixeira Prosopopéia Botelho de Oliveira X Frei Itaparica X Na prosa Obras Pe. Antônio Vieira Sermão da Sexagésima, Sermão pelo sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda e Sermão de Santo Antônio dos Peixes Sebastião da Rocha Pita x Nuno Marques Pereira X Gregório de Matos (Boca do Inferno) É o maior poeta barroco brasileiro e um dos fundadores da poesia lírica e satírica no nosso país. Devido às suas sátiras, foi perseguido pelo governador baiano Antônio de Souza Menezes, o Braço de Prata. Gregório de Matos foi irreverente. Irreverente como pessoa, ao chocar os valores e a falsa moral da sociedade baiana de seu tempo, com seus comportamentos considerados indecorosos; irreverente como poeta lírico, porque seguia, ao mesmo tempo, quebrava os modelos barrocos europeus; irreverente como poeta satírico, pois, empregando um vocabulário de baixo calão denunciou as contradições e falsidades daquela sociedade. Hoje, a obra de Gregório de Matos é reconhecida não só por abrir uma tradição entre nós, mas também superou limites do barroco, sendo um dos precursores da poesia moderna brasileira do século XX. Lírica Lírica amorosa: É, fortemente, marcada pelo dualismo amoroso carne/espírito, que leva há um sentimento de culpa no plano espiritual. Lírica filosófica: Destacam-se os textos de referência ao desconcerto do mundo e às frustrações humanas diante da realidade. Também há poemas em que predomina a consciência da transitoriedade da vida e do tempo, marcados pelo carpe diem. Lírica religiosa: Obedece à princípios fundamentais do barroco europeu, fazendo uso de temas como o amor a Deus, a culpa, o arrependimento, o pecado e o perdão, além de constantes referências bíblicas. Sátira Também conhecido como “Boca do Inferno”, devido a suas sátiras, representa uma das veias mais ricas e ferinas de toda a literatura satírica em língua portuguesa. Não poupou palavrões em sua linguagem, nem críticas a todas as classes da sociedade baiana de seu tempo. A sátira de Gregório constitui a parte mais original de sua poesia, pois foge plenamente dos padrões estabelecidos pelo Barroco vigente e se volta para a realidade baiana. Além disso, emprega na sátira uma linguagem portuguesa diversificada, cheia de termos indígenas e africanos, de palavrões, gírias e expressões sociais. A poesia de Gregório, talvez, seja a primeira manifestação nativista de nossa literatura. Padre Antônio Vieira É a principal expressão do Barroco em Portugal e sua obra pertence tanto à literatura portuguesa quanto à brasileira. Homem de Ação Embora religioso Vieira nunca ficou restrito à pregação religiosa. Sempre pôs seus sermões a serviço das causas políticas que abraçava e defendia, e por isso se indispôs com muita gente. Pregou a índios, brancos e negros, a brasileiros, africanos e portugueses, a dominadores e dominados, pondo em prática suas ideias políticas, tanto na catequese do índio como na defesa da colônia em favor de Portugal, contra a invasão holandesa. Visionário Vieira acreditava na ressurreição de D, João IV, seu protetor, morto em 1656. Essas ideias estão na obra, Esperança de Portugal,motivo porque foi processado e preso pela Inquisição. Além disso, defendia a entrada de judeus em Portugal, como forma de estimular o comércio do país, mas, secretamente, tinha interesse em fazer um acordo teológico com os judeus Orador. As qualidades de Vieira como orador são incomparáveis. Pronunciou sermões que se tornaram expressão máxima do Barroco em prosa sacra e uma das principais expressões ideológicas e literárias da Contra- Reforma. Dentre a vasta produção do autor, mais de 200 sermões e 500 cartas, destacam-se: Obra Objetivo Sermão da sexagésima Tematiza a arte de pregar Sermão pelo sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda Coloca-se contra a invasão holandesa Sermão de Santo Antônio Ataca escravização dos índios Sermão do Mandato Toma do amor místico Arcadismo Contexto Histórico Mundial: Iluminismo, Revolução Industrial, Revolução Francesa, Independência dos Estados Unidos. Contexto Histórico no Brasil: Mineração, Vila Rica (Centro econômico e cultural), Rio de Janeiro (Capital política), Inconfidência Mineira e Revolta dos Alfaiates. A influência neoclássica penetrou nos setores da vida europeia e os artistas desse período compreendiam que o Barroco havia ultrapassado os limites do que se considerava arte de qualidade e procuravam recuperar e imitar os padrões do Renascimento. Os italianos criaram a Arcádia, uma academia literária que reunia escritores com a finalidade de combater o Barroco e difundir ideias neoclássicas. Tinham princípios como simplicidade e igualdade, os cultos literários árcades usavam roupas e pseudônimos de pastores gregos e reuinam-se em parques e jardins para gozar a vida natural. Esses ideais de vida simples e natural vêm ao encontro dos anseios de um novo público consumidor em formação, a burguesia, que historicamente lutava pelo poder e denunciava a vida luxuosa da nobreza nas cortes. A linguagem árcade procura adequar-se a nova realidade social vivida pela classe que a produzia e a consumia: a burguesia. Características da linguagem árcade: Fugere Uren (fuga da cidade) defendiam o bucolismo como ideal de vida, uma vida simples e natural, junto ao campo, distante dos centros urbanos. Tal princípio era reforçado pelo pensamento do filósofo francês Jean Jacques Rousseau, segundo o qual a civilização rompe os costumes do homem, que nasce naturalmente bom; aurea mediocritas (vida medíocre materialmente, mas rica em realizações espirituais), idealização de uma vida pobre e feliz no campo; ideias iluministas, uso da razão em contraposição à fé cristã, e combateram o Absolitismo; convencionalismo amoroso - No plano amoroso, quase sempre é um pastor que confessa seu amor por uma pastora e a convida para aproveitar a vida junto à natureza, nos poemas, tem-se a impressão de que se trata sempre do mesmo homem, da mesma mulher e do mesmo tipo de amor; carpe diem; frases na ordem direta; vocabulário simples; ausência total de figuras de linguagem. Os jovens brasileiros foram buscar em Coimbra cursos superiores, já que não era oferecido no país e ao retornarem de Portugal, traziam consigo as ideias iluministas. Essas ideias, em Vila Rica, levaram vários intelectuais e escritores a sonharem com a independência do Brasil, principalmente, após a repercussão da independência dos Estados Unidos da América. Tais sonhos culminaram na frustrada Inconfidência Mineira. Os escritores árcades mineiros tiveram participação direta na Inconfidência Mineira, influenciados pela independência dos EUA e pelas ideias iluministas não só endossaram as fileiras dos revoltosos contra o erário régio, que confiscava a maior parte do ouro extraído na colônia, mas também divulgaram sonhos de um país independente e contribuíram parar a organização do grupo inconfidente. Esses escritores eram Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Cláudio Manuel da Costa. Os escritores brasileiros procuravam obedecer aos princípios estabelecidos pelas academias literárias ou se inspiravam em escritores consagrados, como Camões, Petrarca, Homero e outros, para conferir maior universalidade, tentavam eliminar os vestígios pessoais ou locais. Nossa natureza, na poesia de Cláudio Manuel da Costa, aparece mais bruta e selvagem do que a europeia; mito do “homem natural” culminou, entre nós, no índio brasileiro, presente nas obras de Basílio da Gama e Santa Rita Durão. Dentre os árcades brasileiros, destacam-se: Na lírica Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Silva Alvarenga. Na épica Basílio da Gama, Santa Rita Durão e Cláudio Manuel da Costa. Na sátira Tomás Antônio Gonzaga Na encomiástica Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto O Arcadismo no Brasil iniciou-se oficialmente com a publicação das Obras poéticas, de Cláudio Manuel da Costa. Cláudio Manuel da Costa Sua carreira de escritor teve início com a publicação de Obras poéticas. Foi acusado de envolvimento na Inconfidência Mineira. Encontrado morto na prisão, a alegação oficial foi suicídio. Seus sonetos apresentavam afinidade com a lírica de Camões, além disso, sua obra é a que melhor se ajustou aos padrões do Arcadismo europeu, embora se apresente influências barrocas e uso de influências da paisagem local. Cultivou a poesia lírica e épica. Na lírica: Tem destaque a desilusão amorosa. Na épica: Escreveu Vila Rica, inspirado nas epopeias clássicas, que trata da penetração bandeirante, da descoberta das minas, da fundação da Vila Rica e da revoltas locais. Tomás Antônio Gonzaga O mais popular dos poetas árcades é Tomás Antônio Gonzaga, além disso, chegou a escrever uma obra filosófica em homenagem ao Marquês de Pombal: Tratado de direito natural. Era ouvidor de Vila Rica, onde começou sua atividade literária e relações amorosas com Maria Dorotéia de Seixas cantada em seus versos como Marília. Foi preso na inconfidência e exilado em Moçambique. Sua poesia apresenta algumas inovações que apontam para uma transição entre Arcadismo e Romantismo, ademais quebra a rigidez árcade usando uma poesia mais emotiva e descreve uma mulher real, e não Nise. O tema já usado no Arcadismo, distanciamento da mulher amada é real no caso de Tomás o que torna sua obra subjetividade, espontaneidade e emotividade. Gonzaga cultivou a poesia lírica, reunida na obra Marília de Dirceu (amor entre Dirceu e Marilia), e a poesia satírica, reunida nas Cartas chilenas (satirizavam os desmandos administrativos e morais de Luís Cunha Meneses, que governava a Capitania de Minas), poema anônimo e incompleto cuja autoria lhe foi atribuída e que foi a principal expressão satírica do período colônia até aquela época. Épica árcade É apresentada, principalmente, pela obra. O Uraguai, de Basílio da Gama, e Caramuru, de Santa Rita Durão. Basílio da Gama Foi preso no Rio de Janeiro, acusado de ter amizade com jesuítas. Livra- se da prisão por fazer uma homenagem à filha do Marquês de Pombal, essa amizade lhe abriu novos contatos com árcades portugueses e lhe permitiu escrever sua maior obra, O Uraguai. O Uraguai É considerada a melhor realização no gênero épico no Arcadismo brasileiro. Seu tema luta de portugueses e espanhóis contra índios e jesuítas, que não queria aceitar as decisões do Tratado de Madri. . O fato histórico não é alterado, os espanhóis saem vencedores da batalha. Jesuítas são tratados como vilões, traço que atinge interesses de Marquês de Pombal, e os índios são tratados como vítimas da ação jesuítica. Destacam a força é coragem do indígena, deixando claro que só foram derrotados por conta do armamento ibérico. O índio virou o herói moral. A obra descreve o índio, destaca a cultura e a paisagem nacional. Além disso, cria passagens de forte lirismo, como a morte de Lindóia. A valorização do índio e da natureza selvagem do Brasil, por um lado corresponde aos ideais iluministas e árcades da vida primitiva e natural, que o índio encarna de forma absoluta. Santa Rita Durão Caramuru. Afirmava que Caramuru era o “amor à pátria”, embora tivessevivido quase todo o tempo em Portugal, Santa Rita confirma a tendência nativista. Santa Rita, na condição de religioso, não apresenta o anti-jesuitismo de Uraguai, pelo contrário, valoriza a ação catequética. Mesmo distante do Brasil desde os nove anos, procura ressaltar a natureza brasileira, aliando- se a cronistas e viajantes que descreviam a colônia no século. Por não viver muito tempo no Brasil, Caramuru de Santa Rita possui certa artificialidade sendo inferior a O Uraguai e, de certa forma, um retrocesso. Tema de Caramuru: narra às aventuras do naufrago português Diogo Alves Correia, o Caramuru. Romantismo Contexto histórico: Duas classes sociais – Burguesia e Proletariado; Liberalismo burguês e socialismo utópico. Contexto histórico brasileiro: Regências, Segundo Império, Guerra do Paraguai, Luta abolicionista e Organização do Exército. O Romantismo no Brasil nasce anos depois da independência brasileira, por isso, as primeiras obras procuram definir um perfil da cultura brasileira. Pode- se dizer que o nacionalismo é o traço essencial que caracteriza a produção de nossos primeiros escritores. Se o artista árcade centrava sua arte na razão, o artista romântico a centra no coração. Trata-se de uma arte mais espiritualista, contrários ao cientificismo e ao materialismo iluministas. A arte clássica apreciava a clareza e a razão, por isso, podemos chama- lá de diurna. O romantismo aprecia o mistério, solidão, escuro; por isso podemos chama- lá de noturna. O artista romântico considera que a arte vem da expressão direta da emoção, da intuição, da espontaneidade vividas por ele na hora da criação, por isso a obra romântica não pode ser retocada após a concepção. Crendo nisso, os artistas procuram aventuras e emoções, alguns envolvem- se até com drogas e álcool. Chegam, às vezes, a ter pensamentos suicidas; outros tentavam ser líderes da humanidade. Defendem a união do grotesco e do sublime (belo e feio). De modo geral, marca uma mudança de postura na arte: proximidade entre a realidade e a obra. Característica da linguagem romântica Subjetismo Trata de assuntos de forma pessoal, de acordo com o que sente. Condoreirismo Terceira e última geração, na qual os poetas condoreiros defendem a justiça social e a liberdade. Castro Alves era o maior poeta social romântico. Byronismo Estilo de visa boemia, noturna, voltada para o vício, par os prazeres da bebida, do fumo e do sexo. Religiosidade Mais comum entre os primeiros românticos. A vida espiritual é enfocada como ponto de apoio ou válvula de escape diante das frustrações. Indianismo O interesse pelo índio e sua idealização na literatura brasileira estão relacionadas com o projeto nacionalista do Romantismo, nosso ideal do “bom selvagem”. O indianismo teve sua maior expressão em nossa literatura entre os românticos, como Gonçalves Dias e José de Alencar. Medievalismo Interesse dos românticos pelas origens de sei próprio país, de seu povo e a língua. Índio cumpre papel de nosso medieval vivo. Egocentrismo A maior parte dos poetas românticos é voltada predominantemente para o próprio eu, numa atitude narcisista. Sentimentalismo A relação entre o artista romântico e o mundo é sempre mediada pela emoção. Sentimentos, como tristeza, saudade, desilusão, são constantes nos textos românticos. Idealização Tende a idealizar vários temas, isto é, trata- os não dá maneira como são, mas como deveriam ser, de acordo com sua ótica pessoal. Assim, a pátria é sempre perfeita; a mulher é virgem, delicada, submissa e inatingível; o amor é espiritual e inalcançável; o índio é herói nacional e etc. Romantismo no Brasil Com a vinda da Corte portuguesa, a dinamização da vida cultural da colônia e a criação de um público leitor criaram algumas condições necessárias para o florescimento de uma literatura mais consistente. A independência despertou a consciência de intelectuais e artistas nacionais a criar uma cultura brasileira identificada com suas próprias raízes históricas. Adota um movimento antilusitano e anticolonialista. Portanto, um dos traços essenciais do nosso Romantismo é o nacionalismo, que exploram o indianismo, regionalismo, pesquisa histórica, folclórica e linguística, além da crítica aos problemas nacionais. Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves Dias é considerado o marco inicial do Romantismo no Brasil. As gerações do Romantismo Primeira geração Nacionalista, indianista e religiosa. Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães. Segunda geração Marcada pelo "mal do século", apresenta egocentrismo exacerbado, pessimismo, satanismo e atração pela morte. Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire. Terceira geração Formada pelo grupo condoreiro, desenvolve uma poesia de cunho político e social. A maior expressão do grupo é Castro Alves. O Romantismo brasileiro contou com um grande número de escritores com uma vasta produção: Na lírica Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela, Junqueira Freire, Castro Alves e Sousândrade, dentre outros. Na épica Gonçalves Dias e Castro Alves. No romance José de Alencar, Manuel Antônio de Almeida, Joaquim Manuel de Macedo, Bernardo Guimarães, Visconde de Taunay, Franklin Távora e outros. No conto Álvares de Azevedo. No teatro Martins Pena, José de Alencar, Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e outros. Gonçalves Dias Sua primeira obra foi Primeiros cantos, seguidas por outras publicações, como Segundos cantos e Sextilhas de Frei Antão, Últimos cantos, Os timbiras; além disso escreveu um Dicionário da Língua Tupi. Criou uma poesia voltada para o índio e para a natureza brasileira, numa linguagem simples e acessível. Cultivou também poemas religiosos, que Deus era associado à natureza (panteísmo). Seu poema lírico usa temas como a pátria, a natureza, Deus, índio e amor. No épico, canta feitos heroicos de índios valorosos que substituem a figura do herói medieval europeu. A épica Da produção épica de Gonçalves Dias, destacam-se dois poemas: “I-Juca Pirama (o mais perfeito poema épico-indianista de nossa literatura)” e Os timbiras". A lírica Cultivou uma poesia lírica de rica construção formal, sem cair nos exageros românticos e sem deixar de ser, plenamente, romântico. Buscava pôr a literatura brasileira no nível das europeias e tinha como temas preferidos a natureza, religião, amor, solidão, pátria, índio e medievalismo. Para alguns, Gonçalves Dias é o primeiro grande poeta brasileiro e um dos melhores dentre os românticos. Ultrarromantismo Esses poetas eram mais jovens, universitários que levavam ama vida desregrada, entre ócio, casos amorosos, leitura de obras europeias e seus estudos. Essa geração caracterizava-se pelo espírito do “mal do século” isto é, por uma onda de pessimismo doentio diante do mundo, que se apegava a certos valores decadentes (bebida, vício, e na atração pela noite e pela morte). Os ultrarromânticos desprezavam certos temas e posturas da primeira geração, como nacionalismo e o indianismo; contudo acentuavam traços como subjetivismo, o egocentrismo e o sentimentalismo. Quanto ao amor, o ultrarromântico possui uma visão dualista, que envolve atração e medo, desejo e culpa. Eles temem a realização amorosa, o ideal feminino é normalmente associado a figuras assexuadas ou incorpóreas, como anjo, criança e virgem. Álvares de Azevedo É a principal expressão da geração ultrarromântica de nossa poesia. Cultivou a poesia, a prosa e o teatro. As faces de Ariel e Caliban Articulação de um projeto literário baseado na contradição, talvez, a solidão que ele próprio sentisse como adolescente. Sua principal obra poética foi Lira dos vinte anos, em que ocorre essa contradição. A primeira e a terceira parte mostram um Álvares de Azevedo adolescente, casto, sentimental e ingênuo. Ele mesmo chama a essas partes de a face de Ariel. Quando seabre a segunda parte de Lira dos vinte anos, o poeta introduz o mundo de Caliban, esses escritos relatam um mundo decadente, povoado de viciados, bêbados e prostitutas. Ironia: É um traço constante na obra poética de Álvares de Azevedo. É um modo de quebrar a noção de ordem e abalar as convenções do mundo burguês. Ironizava, as vezes, as próprias atitudes de sua geração: a idealização do amor e o sentimentalismo exagerado. Casimiro de Abreu Um dos mais populares poetas brasileiros começou a escrever a maior parte de seus poemas de Primaveras em Portugal. O amor na poesia de Casimiro, apesar do medo, associa-se sempre à vida e à sensualidade, um dos pontos altos de sua poesia. Faz uso até o esgotamento variações métricas e rítmicas, agregando uma forte musicalidade. Fagundes Varela Graças à desgraça da morte de seu filho primogênito entregou-se totalmente à vida boêmia, mas nos anos finais de vida passou a buscar refúgio na religião e no contato com a natureza, adotando uma poesia panteísta. Ao invés de egocêntrica, sua poesia já se volta para os problemas sociais do Brasil (defesa da pátria, do índio e crítica a escravidão). Junqueira Freire Embora, tenha feito ainda jovem uma opção pela vida eclesiástica, sempre questionou algumas normas da vida clerical, como o celibato e o enclausuramento. Mostra-se dividido entre os apelos da vida material e carnal e da religiosa, entre o amor à Deus e à mulher. Condoreirismo Mais voltado para temas sociais e com uma nova forma de tratar o tema amoroso. Os condoreiros desenvolveram a poesia social, comprometidos com a causa abolicionista e republicana, cuja finalidade é convencer o leitor-ouvinte e conquista-lo para a causa defendida. O nome, condoreiros, associa-se ao condor ou a outras aves, como a águia, o falcão e o albatroz, que foram tomados como símbolo dessa geração. Identificando-se com o condor, tinham capacidade de enxergar a grande distância, por isso, tinham o compromisso, como poetas-gênios iluminados por Deus, de orientar os homens comuns para os caminhos da justiça e da liberdade. Castro Alves (Poeta dos escravos) É considerado a principal expressão condoreira da poesia brasileira. Sua obra apresenta um momento de maturidade e revolução na poesia brasileira, além disso, Castro Alves dará um tratamento mais realista e crítico à literatura. Poesia social: Talvez, seja Castro Alves o primeiro grande poeta social brasileiro. Diferente de Álvares de Azevedo, poeta da segunda geração romântica, Castro Alves trata os problemas de forma real, com objetivo de solucioná-los e não apenas mostrar desequilíbrio entre o eu e o mundo. Em vez de idealizar a pátria, retrata o lado feio esquecido por outros românticos, como escravidão dos negros, opressão e ignorância dos brasileiros. O navio negreiro: É um poema épico dramático que integra a obra Os escravos, e ao lado de “Vozes d’África”, da mesma obra, vem a ser uma das principais realizações épicas de Castro Alves. O tema é a denúncia da escravidão e do transporte de negros para o Brasil. Recriou na poesia o que acontecia nos porões dos navios negreiros, das cenas dramáticas dos transportes, valendo-se de relatos de escravos, com quem conviveu na Bahia. Poesia lírica: Invés de tratar a mulher como inalcançável trata como mais corpórea e o amor é algo viável, concreto, capaz de trazer dor ou felicidade. Sousândrade Estreou na nossa literatura com, Harpas Selvagens, pode ser considerado tanto poeta de segunda geração, pelo critério cronológico, quanto de terceira, dado o teor abolicionista e republicano de alguns textos. Era um poeta incompreendido por todos, o que já afirmou em um trecho de sua obra máxima (Guesa errante). Sua obra era em parte foi marginalizada e esquecida durante longo tempo. Sousândrade defendia uma nova civilização americana, independente, política e culturalmente. Romance romântico (prosa romântica) Narra fatos criados ou relacionados a personagens, numa sequência de tempo relativamente ampla e em determinado lugar ou lugares e divide-se em romance de cavalaria, romance sentimental e romance pastoril. O romance, pelo seu estilo, agradava o gosto burguês pela fantasia e pela aventura, vem a ser o mais legítimo veículo de expressão artística dessa classe. Esse gênero narra o presente, as coisas banais da vida e do mundo, numa linguagem simples e direta. O romance assumiu o papel de principal instrumento de construção da cultura brasileira e liga-se com os espaços nacionais, tomando três frentes: romance regional, romance urbano e romance regional. José de Alencar, o maior romancista de nosso Romantismo, escreveu o Guarani (indianista), O gaúcho (regional) e Senhora (urbano). A linguagem romântica foi sendo aprimorada com o tempo, preparou bases para o surgimento de grandes mestres no gênero, como Machado de Assis. Joaquim Manuel Macedo A Moreninha: Primeiro romance brasileiro propriamente dito, além disso, foi a primeira obra de Joaquim. O autor usou ingredientes como: comicidade, namoro difícil ou impossível, dúvida entre dever e desejo, revelação surpreendente de uma identidade, brincadeiras de estudante e uma linguagem coloquial. Características da prosa romântica Flash-back narrativo Volta no tempo para justificar certas atitudes. Amor como redenção Conflitos, que pode ser familiares que impedem a realização amorosa, entre outros. Idealização do herói Um ser dotado de idealismo; honra e coragem, feições de cavaleio medieval. Idealização da mulher Moças sem opinião própria e submissas. Personagens planas Mantém seu ideal e opinião do começo ao fim da obra. Linguagem metafórica Com finalidade de idealizar o ambiente ou uma personagem. Romance indianista Uma das principais tendências do Romantismo brasileiro. Dele saíram algumas das melhores contribuições da nossa literatura romântica, quer na poesia de Gonçalves Dias, quer na prosa de José de Alencar. As razões para o indianismo na literatura nacional são muitas, como: tradição indianista colonial ( com Basílio da Gama e Santa Rita Durão), índio como o “bom selvagem”, como passado histórico nacional (na Europa usavam o medieval, no Brasil o laço antepassado era o indígena) e o índio como símbolo da nacionalidade (verdadeiro representante da raça brasileira). José de Alencar Foi o principal romancista brasileiro da fase romântica. Escreveu vários romances indianistas, históricos, urbanos e regionalistas, além disso, foi autor de crônicas, críticas e várias peças teatrais, como Mãe e O Jesuíta. Suas obras estavam voltadas para o projeto da construção da cultura brasileira. As principais realizações indianistas em prosa de nossa literatura são três romances de José de Alencar: O Guarani, Iracema e Ubirajara. Iracema: Chamada pelo autor de “lenda do Ceará”, é uma das mais belas realizações indianistas de nossa prosa. Seguindo o projeto nacionalista, o romance narra a lenda da origem do Ceará e da civilização brasileira, fruto de amores proibidos entre o guerreiro português Martim e a virgem Iracema, uma jovem indígena. O Guarani: Um fidalgo português muda-se para o Brasil com sua família e uma suposta sobrinha, que na verdade é sua filha com uma índia, com outros diversos empregados. O Romance regional Coube ao romance regionalista dar ao país uma visão sobre si mesmo. Olhando para os quatro cantos do país, buscou compreender as diferenças étnicas, linguísticas, sociais e culturais que até hoje marcam essas regiões. Quatro são os espaços nacionais que despertam maior interesse nos românticos: Capitais, com amplo destaque para a, então capital do país (Rio de Janeiro); regiões do Sul, Nordeste e Centro-Oeste. Sobre o Sul José de Alencar Gaúcho: É a principal idealização romântica que tematizou o Sul do país. Descreve o fator sociocultural do Rio Grande do Sul, ressaltando peculiaridades linguísticas, características culturais e geográficas do Estado e seu passado histórico. A obra situa-se às vésperasda Guerra dos Farrapos, conta com vários personagens históricos do Brasil. O protagonista era Manuel Cunho, sobrinho de Bento Gonçalves (militar), tem destaque seu envolvimento com Catita, filha do dono de uma pousada. Sobre o Nordeste Franklin Távora: Chama a atenção para o Nordeste criar sua própria literatura, construída a partir de passado histórico cheio de heroísmo, os costumes da região e a poesia popular. Chama atenção sobre problemas locais e aponta temas como banditismo, cangaço, seca, miséria, migrações e etc. O Cabeleira: Focaliza na vida do famoso cangaceiro José Gomes, o “Cabeleira”, que ao lado de dois malfeitores, seu pai e Teodósio, aterrorizam a cidade de Pernambuco. A obra oscila entre ficção e o relato histórico. Sobre o Centro-Oeste Visconde de Taunay: Militar, que participou da Guerra do Paraguai e passou à senador. Como era militar e andou bastante pelo país, principalmente por Mato Grosso, colheu experiência para compor suas obras, que tem como ponto forte impressões visuais da paisagem sertaneja, como fauna e flora da região. Inocência: É considerada a obra-prima de romance regionalista de nosso Romantismo. Trata-se da história de amor impossível envolvendo Cirino e uma jovem do Sertão de Mato Grosso. O amor é impossível, já que Inocência foi prometida em casamento pelo pai, que exerce vigilância para garantir a virgindade da filha até o casamento. Romance Urbano Foi o tipo de romance mais lido durante o Romantismo. O Brasil, contou com um número considerável de romances urbanos, dos quais se destacam Memórias póstumas de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, e Lucíola e a Senhora, ambos de José de Alencar. Manuel Antônio de Almeida Seu senso de humor lhe permitiu escrever uma das obras mais originais do Romantismo brasileiro: Memórias de um sargento de milícias Memórias de um sargento de milícias: Foi publicado sob forma de folhetins anônimos sob pseudônimo de “um brasileiro”. O autor valeu-se de sua experiência com os mais humildes para construir o universo da obra. A obra situa-se na época de D. João VI, quando um meirinho, pai do protagonista da história, no navio vindo ao Brasil conhece Maria das Hortaliças. Após anos, o meirinho vê Maria com outro homem e foge para Portugal. Leonardo, filho do casal, passa a ser criado pelo padrinho e pela madrinha. O centro da narrativa são as travessuras de Leonardo, até que é escolhido para ocupar a vaga na tropa de granadeiros (soldados). José de Alencar Além de ter participado do romance indianista e regional, foi também um dos nossos melhores romancistas urbanos. Em Senhora, são abordados temas como casamento por interesse, ascensão social a qualquer preço e a independência feminina. Em Lucíola se discute a prostituição. O romance, Diva, junto com Senhora e Lucíola constitui a série de “perfis femininos”. Senhora: O autor abre a discussão sobre certos valores e comportamentos da sociedade carioca do século passado, resultantes de um capitalismo emergente no Brasil. Aurélia é noiva de Seixas, mas este a troca por uma moça com dote maior. Aurélia passa a desprezar todos os homens, e com a morte do avô torna-se milionária e uma das mais cortejadas da corte do Rio de Janeiro. Como vingança, manda oferecer ao ex-noivo um dote grande, mas que o mesmo só saberia quem era a noiva no dia do casamento. Seixas aceita e casam-se, mas na noite de núpcias Aurélia revela-lhe seu desprezo. O rapaz cai em si e nota sua ganância. Vivem durante um ano fazendo cena como o casal perfeito, Seixas consegue o dinheiro e devolve à moça, que revela seu amor e passam a desfrutar do casamento. Prosa gótica Uma literatura fantasiosa, identificada com um universo de satanismo, mistério, morte, sonho, loucura e degradação. Trata-se da tradição gótica que perdura até hoje. Alguns elementos dessa tradição gótica foram introduzidos na literatura brasileira por Álvares de Azevedo (face de Caliban) e por outros poetas de segunda geração. Trata-se de uma literatura que afronta o racionalismo e o materialismo burguês e opta por zonas escuras e anti-lógicas. Álvares de Azevedo A produção gótico-romântica em prosa é representada pelas obras Noite na taverna e a peça Macário, ambas realizadas por Álvares de Azevedo. Noite na taverna: Pode ser considerada uma obra de contos apesar de haver fio narrativo que une as histórias. Um narrador em terceira pessoa faz a apresentação do ambiente – uma taverna com bêbados e loucos que conversam e bebem. Cada um deles conta a história de sua vida, de modo que cada capítulo tem o nome do narrador-personagem. Todas as histórias envolvem trágicos acontecimentos de amor e morte, vícios e crimes. Há presença de temas do período como violência, adultérios, assassinatos, incestos, necrofilia, antropofagia, corrupção e etc. Realismo, Naturalismo e Parnasianismo Contexto histórico: Segunda Revolução Industrial, Unificação da Itália e Alemanha, Socialismo científico (Marx e Engels), Positivismo, Evolucionismo e Lutas proletárias. Contexto histórico no Brasil: Ciclo do café, Decadência da monarquia, Proclamação da república, Governo de Marechal Deodoro e a primeira Constituição republicana. Realismo A arte e literatura buscam analisar, descrever e até criticar a realidade. Os artistas procuram retratar a realidade de forma objetiva, fiel, sem distorções. Em lugar da fuga da realidade, os realistas procuram apontar e corrigir as falhas do comportamento humano, invés de heróis retratam pessoas comuns com problemas e limitações, como todos nós. Machado de Assis é o principal escritor realista brasileiro. Ideias científico-filosóficas: Verifica-se uma onda de cientificismo e materialismo. Dentre as mais importantes correntes da época destacam-se: Positivismo Considera que o único conhecimento válido é o oriundo das ciências. Acredita que o homem é capaz de amar e ser solidário socialmente. Determinismo: O comportamento humano é determinado por três aspectos (meio, raça e momento histórico). Darwinismo Teoria da seleção natura (os mais fortes sobrevivem e os mais novos são eliminados) Realismo no Brasil A obra, Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, tem sido apontada como marco inicial do Realismo no Brasil. Machado de Assis Na época de 60, escreve todos suas comédias e os versos, ainda que românticos em Crisálidas. Sua esposa falecida inspirou a criar a personagem Dona Carmo, de Memorial de Aires. De sua extensa e variada obra, sobressai o Machado de Assis contista e romancista, não só preocupado com a expressão, com técnica, mas também com articulação dos temas do caráter e do comportamento humano. As obras Ressurreição, de Helena, A mãe a Luva, Iaiá Garcia, apresentam características gerais do romance do século XIX. A partir de Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis se revela um gênio na análise psicológica de personagens, tornando-se o mais extraordinário contista da língua portuguesa e um dos raros romancistas de interesse universal. Nesse grupo incluem-se os romances Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires. O conto machadiano estreou em pleno Romantismo e sofreu mudanças de perspectiva e de linguagem a partir de Papéis Avulsos. Dentre seus inúmeros contos, destacam-se: ‘O alienista’, ‘Missa do galo’, ‘A cartomante’, ‘Noite de Almirante’, ‘Teoria do medalhão’, ‘O espelho’, ‘Cantiga de esponsais’, ‘ Sereníssima república’, ‘Versa testamentária’. Memórias póstumas de Brás Cubas: É a autobiografia de Brás Cubas, que, depois de morto, resolve escrever suas memórias. Seus amores juvenis por Marcela, suas aspirações à vida política, sua amizade com o filósofo Quincas Borba e seu caso amoroso com a mulher de Lobo Neves. Dom Casmurro: Constitui, juntamente, com Memórias póstumas de Brás Cubas e Quincas Borba, a trilogia mais significativa dos romances de Machado de Assis. Tematiza o adultério sob a ótica de seu personagem-narrador, osolitário Dom Casmurro, que acredita ter sido traído por sua mulher, Capitu. Naturalismo Volta-se para a realidade, mas observa-a, documenta-a, analisa-a, sob uma ótica rigorosamente científica. As novas palavras de ordem são dissecar, documentar e analisar. Faz- se defesa de uma arte reformista. Entretanto, os naturalistas brasileiros detiveram-se mais em casos individuais de temperamento patológico. Desse modo, fatos históricos sociais de maior relevância como a Abolição, a República, a Revolta da Armada e o Encilhamento ficaram em segundo plano, ganhando destaque pequenos casos que não são representativos da realidade brasileira. Aluísio de Azevedo, como romancista, estabelecera um plano de traçar uma cópia fiel dos fatos políticos e sociais e reunir todos os tipos de brasileiros, bons e maus. Seriam cinco romances, reunidos sob o título de Brasileiros antigos e modernos, que registrariam modificações ocorridas no país desde o início da independência até 1887. Desse projeto, só O cortiço foi escrito. A publicação do romance O mulato, de Aluísio de Azevedo, marca oficialmente o início do Naturalismo no Brasil. Com o lançamento de O Cortiço, também de Aluísio de Azevedo, o Naturalismo atingiu seu apogeu. Aparece também o livro de Rodolfo Teófilo, A Fome e, posteriormente, O missionário, de Inglês de Souza, A normalista e o Bom Crioulo, de Adolfo Caminha. A melhor produção regionalista desse período é Dona Guidinha do Poço, de Manuel de Oliveira Paiva, que aprofundava a relação do homem com a paisagem. Para os naturalistas, o homem não passa de um animal cujo destino é determinado pelo meio social em que vive pela hereditariedade. O romancista assume uma atitude de frieza diante os personagens, já que é um observador que deve registrar impessoalmente com precisão. A linguagem naturalista caracteriza-se ainda pela exatidão das descrições, pelo apelo à minúcia e pela linguagem simples, coloquial. Características da linguagem naturalista: De acordo com Afrânio Coutinho, o Naturalismo amplia as características do Realismo. Determinismo O homem é uma máquina guiada pela ação das leis da física e química, pela hereditariedade e pelo meio físico e social. Conduzidos por forças que o tiram do livre arbítrio. Preferência por temas de patologia social Baseiam-se nos efeitos da hereditariedade. Objetivismo científico e impessoalidade Precisa a objetividade, descrevendo com impessoalidade, minúcia, e atendo-se somente aos fatos. Literatura engajada Análise de problemas evidenciados pela decadência social, fazendo da obra de arte uma tese com intenção científica. Aluísio de Azevedo Com a publicação de O Mulato, consagrou-se como escritor naturalista. Oscilava bastante entre Realismo e Naturalismo, alternando trechos de intensa morbidez romântica com outros predominantemente realistas. O Cortiço: Representa uma conquista definitiva do nosso romance, pois, pela primeira vez, um autor dá vida e corpo a um agrupamento humano. Inúmeros tipos humanos, quase todas as partes da população marginal, desfilam pelas páginas do romance. Raul Pompéia Estreou na literatura com uma novela romanesca. Uma tragédia no Amazonas. Dedicou-se ao jornalismo, onde escreveu: crônicas e contos, além da novela As joias da Coroa, uma sátira à família imperial, sem valor literário. O Ateneu: Notabilizou Raul Pompéia, um romance que surpreende pela linguagem peculiar e nova. Trata-se de situações e experiências vividas pelo adolescente Sérgio no internato Ateneu, sob o ponto de vista de Sérgio adulto. Parnasianismo O Parnasianismo representou na poesia o retorno à orientação clássica, ao princípio do belo na arte, busca do equilíbrio e da perfeição formal. Acreditavam que o sentido maior da arte reside nela mesmo. A arte pela arte: O Parnasianismo se distancia da realidade e se volta para si mesmo. Os parnasianos achavam que a arte não deve tratar problemas humanos e sim alcançar a perfeição em sua construção. Batalha de Parnaso: Polêmicas literárias que reuniu de um lado adeptos do Romantismo, e do outro, os adeptos do Realismo e do Parnasianismo. A primeira publicação parnasiana propriamente dita é a obra Fanfarras, de Teófilo Dias. Entretanto, caberia a Alberto de Oliveira, Raimundo Correia, Olavo Bilac, Vicente de Carvalho e Francisca Júlia o papel de solidifica o movimento entre nós. A linguagem da poesia parnasiana pretende ser universal. Por isso utiliza linguagem objetiva, que busca a contenção dos sentimentos e a perfeição formal. Seus temas são também universais: a natureza, o tempo, o amor, objetos da arte e a própria poesia. Características da linguagem parnasiana Busca de perfeição formal Racionalismo, contenção de emoções. Vocabulário culto Universalismo. Gosto pelo soneto Apego à tradição clássica Rimas raras; chaves de ouro Presença da mitologia Gosto pelas descrições “Arte pela arte” Objetivismo Olavo Bilac Sua primeira obra foi Poesias, em que o poeta demonstra estar identificado com as propostas do Parnasianismo. Olavo foi o mais jovem e o mais bem-acabado poeta parnasiano brasileiro. Seus poemas, principalmente os sonetos, apresentam uma perfeita elaboração formal. Dentre as obras que Bilac escreveu, destacam-se: Via Láctea (e subjetiva); Sarças de Fogo (objetividade e sensualismo) e O caçado de esmeraldas (preocupação histórica e nacionalista). Raimundo Correia É um poeta que, juntamente com Olavo Bilac e Alberto de Oliveira, forma a chamada “tríada parnasiana”. Sua poesia registra um momento de descontração e de investigação. Nela se verificam pelo menos três fases: Fase romântica Com influência de Casimiro de Abreu e Fagundes Varela, representada por Primeiros Sonhos. Fase Parnasiana Representada pelas obras Sinfonias e Versos e Versões, marcada pelo pessimismo de Schopenhauer. Fase pré-simbolista Pessimismo diante da condição humana busca refúgio na metafísica e na religião. Alberto de Oliveira Foi o que melhor se adaptou aos princípios parnasianos. Defendia a “arte pela arte”, em vez de se interessar pela realidade brasileira, preferia buscar inspiração nos modelos clássicos que perseguia: os poetas barrocos e árcades portugueses. Dentre suas obras destacam-se: Meridionais e Versos e rimas. Simbolismo Contexto histórico: Freud e psicanálise, pré-guerra, Primeira Guerra Mundial e Revolução Russa. Contexto histórico do Brasil: República da Espada, Governo Floriano Peixoto (Revolta Federalista e Armada), Revolta de Canudos, Ciclo da Borracha, Revolta da Vacina, Revolta da Chibata Não se crê mais no conhecimento positivo. Acredita-se que, assim como a ciência é limitada, igualmente a linguagem não pode pretender representar a realidade como ela é desta forma, pode-se no máximo sugeri-la. Os simbolistas representam um grupo social que ficou à margem do cientificismo do século XIX e que procurou resgatar valores românticos varridos pelo Realismo. Essa reação antimaterialista situa-se num contexto mais amplo vivido pela Europa, a forte crise espiritual a que se tem chamado decadentismo do final do século. O Simbolismo buscou uma linguagem que fosse capaz de sugerir a realidade, e não retratá-la objetivamente. Para isso usavam uso de símbolos, imagens, metáforas, sinestesias, além de recursos sonoros e cromáticos. Características da linguagem simbolista Linguagem vaga, que prefere sugerir a nomear. Uso de figuras de linguagem. Subjetivismo. Antimaterialismo, antirracionalíssimo. Misticismo, religiosidade. Pessimismo, dor de existir. Desejo de transcendência, de integração cósmica. Interesse pelo noturno, pelo mistério e pela morte. Interesse pela exploração das zonas desconhecidas da mente humana e pela loucura. Os malditos ou decadentes: simbolistas ignoram a opinião pública, desprezam prestígio social e literário. O Simbolismo no Brasil No Brasil, o Simbolismo foi quase que inteiramente abafado pelo Parnasianismo, que gozou de amplo prestígio entre as camadascultas e até as primeiras décadas do século XIX. Tradicionalmente, se tem apontado o marco introdutório do simbolista brasileiro a publicação das obras Missal e Bronquéis, de nosso maior simbolista: Cruz e Sousa. Além de Cruz e Sousa, destacam-se Alphonsus de Guimarães e Pedro Kilkerry. Cruz e Sousa Suas únicas obras publicadas em vida foram Missal e Bronquéis. Sua obra apresenta diversidade e riqueza. De um lado, encontram-se aspectos noturnos do Simbolismo, herdados do Romantismo: culto da noite, satanismo, pessimismo, a morte e etc. De outro lado aparece certa preocupação formal que o aproxima dos parnasianos. Apresenta uma das poéticas de maior profundidade em língua portuguesa, quanto à investigação filosófica e à angústia metafísica. O drama da existência revela uma provável influência das ideias pessimistas do filósofo alemão Schopenhauer. Origina-se não só pelo sentimento de opressão e maldade trazido pelo capitalismo, mas também o drama racial e pessoal que vivia. A trajetória de sua obra parte da consciência e da dor de ser negro, em Bronquéis, à dor de ser homem, em busca da transcendência, em Faróis e Últimos sonetos, obras póstumas. As características mais importantes de Cruz e Sousa são No plano temático A morte, a transcendência espiritual, a integração cósmica, o mistério, o sagrado, o conflito entre a matéria e o espírito, angústia e a sublimação sexual, a escravidão e uma obsessão por brilhos e pela cor branca. No plano formal Uso de sinestesias, imagens surpreendentes, sonoridade das palavras, predominância de substantivo e a utilização de letras maiúsculas, com a finalidade de dar um valor absoluto a certos termos. Alphonsus Guimarães Marcado pela morte da prima Constança – a quem amava e que contava apenas 17 anos – sua poesia é quase que toda voltada ao tema da morte da mulher amada. Todos os outros temas que explorou como: a natureza, a arte e a religião que estão de alguma forma relacionadas. A exploração do tema da morte abre ao poeta, por um lado, um vasto campo da literatura gótica ou macabra dos escritores ultrarromânticos, recuperada por alguns simbolistas. Por outro lado, possibilita a criação de uma atmosfera mística. Presa o ambiente místico da cidade de Mariana e ao drama sentimental vivido na adolescência. O poeta revela influências árcades e renascentistas, sem cair no formalismo parnasiano.
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