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OXIUROSE - PARASITOLOGIA MÉDICA

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Luanna Borges – Med 104 Parasitologia - Aula 4 
 
 OXIUROSE – ENTEROBIOSE 
➔ A oxiurose é mais prevalente em crianças. 
➔ Causada por um parasito que se aloja no intestino grosso apenas de seres humanos. Parasito: Enterobius 
vermicularis. 
➔ Trata-se de uma verminose bastante difundida e transmitida em ambientes coletivos por conta do ciclo 
monoxênico e da facilidade que esse elminto tem em infectar seres humanos. 
 
CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA: 
➔ Filo: Nematoda: são vermes cilíndricos de tubo digestivo completo. A maioria dos nematoides tem como 
característica marcante o ciclo monoxênico. O Enterobius vermicularis tem ciclo monoxênico, o que o fornece a 
capacidade de infecção, de espalhamento entre pessoas muito grande. 
• Classe: Secermentea 
• Ordem: Ascaridida 
• Família: Oxyuridae 
• Espécie : Enterobius vermicularis 
 
Enterobius vermicularis 
• Agente etiológico da enterobiose, oxiurose, oxiuríase 
• Conhecido como “oxiúros” 
• Distribuição geográfica mundial, ou seja, existe no mundo inteiro 
• Maior incidência em países de clima temperado. Esse verme é bem difundido em ambientes coletivos. Em países 
temperados, como ocorre na Europa, no inverno as pessoas ficam mais em suas casas, aglomeradas, o que 
favorece a infecção. 
• No Brasil, é mais prevalente no sul do pais, mas pode ocorrer em todo o território nacional. 
• Faixa etária mais afetada: 5 a 15 anos. A partir dos 15 anos de idade, há um amadurecimento maior do sistema 
imunológico, o que vai rechaçar boa parte das infecções que esses indivíduos possam adquirir, mas indivíduos 
acimas dos 15 anos também podem ter, só é mais difícil por conta da resposta imunológica, sendo mais prevalente 
em indivíduos de 5 a 15 anos. 5 anos de idade é uma faixa etária de quando as crianças ingressam nas escolas, 
passam a ter contato com indivíduos em ambiente coletivo, o que pode favorecer a infecção. Hoje, as crianças 
costumam até com uma idade menor para as creches, então essa faixa etária tende a ser reduzida. 
 
MORFOLOGIA: 
• Dimorfismo sexual: machos e fêmeas são diferentes entre si. As fêmeas são maiores 
do que os machos. 
• Tamanho: 
o Fêmea: tem 1 cm de comprimento. É dotada de asas cervicais que funcionam 
como órgãos de fixação no intestino grosso. Vivem mais tempo do que os 
machos. Os machos, ao se tornares adultos no corpo humano vão realizar cópula 
com a fêmea e logo depois eles morrem. as fêmeas permanecem mais tempo 
usufruindo do organismo do hospedeiro até que elas realizam um processo 
migratório do lúmen do intestino grosso em direção ao reto e chegando até a 
região perianal. 
o Macho: cerca de 0,5cm de comprimento. É parecido com a fêmea, por ex. tem as expansões cervicais na região 
anterior do corpo. Apresenta a região posterior do corpo espiralada. Cauda mais curta que a da fêmea. 
Luanna Borges – Med 104 Parasitologia - Aula 4 
 
• Cor branca. Tanto o macho quanto a fêmea, o que permite a identificação desses vermes principalmente quando 
o indivíduo está com carga parasitária alta. 
• Filiforme (alongados). Apresentam corpo alongado e a região da cauda do corpo mais afilada. 
• Asas cefálicas ou expansões cervicais que garantem melhor fixação ao intestino do hospedeiro. 
• Ovo: tem um formato irregular. 4 a 6 horas depois de ser eliminado do corpo da fêmea, no seu interior do ovo 
terá uma larva. Essa larva vai estar pronta e vai ser infectante, o que acelera o ciclo biológico do parasita. 
➔ É um verme que não fica muito tempo parasitando o organismo humano. Ele vive em torno de 2 meses. 
➔ Ciclo: os vermes vão se fixar no intestino grosso. O macho vai ocular com a fêmea, logo depois ele morre. A fêmea 
vai se nutrir até realizar a migração para a região perianal do indivíduo de onde ela vai eliminar seus ovos. 
 
 
Região anterior do corpo do Enterobius vermicularis, com as expansões cervicais, boca dotada de 
lábios também usada para a fixação. Esôfago Rabiditóide com duas câmaras/bulbos. 
 
 
 
Ovo larvado infectante para seres humanos tanto para o indivíduo que tenha a parasitose quanto 
para outro individuo que entre em contato com os ovos. Apresenta formato irregular. Esse ovo é 
bastante duradouro no ambiente, pode durar de 3 a 6 meses, o que garante maior 
transmissibilidade da doença em ambientes fechados. 
 
 
 
HABITAT: 
• Machos e fêmeas: Ceco e apêndice. Há casos relatados que, por conta de carga parasitária alta, casos de apendicite 
por oxiúros. 
• Fêmeas com ovos: Região perianal. A contaminação ocorre a partir da região perianal dos indivíduos que estão 
parasitados pelo verme. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
• Monoxênico: envolve apenas um hospedeiro. O hospedeiro é exclusivamente o ser humano. 
• Período Pré-patente (anterior ao surgimento dos sintomas): 1 a 2 meses. A fêmea vai levar de 1 a 2 meses para 
chegar até a região perianal. 
➔ Um sintoma clássico é o prurido anal (coceira) por conta da presença das fêmeas na região perianal. O indivíduo, 
ao se cocar na região perianal, vai ficar com a mão repleta de ovos, podendo dispersar esses ovos pelo ambiente. 
Os ovos poderão estar presentes nas roupas do indivíduo, em lençóis. 
➔ A higienização do indivíduo, das roupas e do ambiente é fundamental para o controle da doença. 
 
Luanna Borges – Med 104 Parasitologia - Aula 4 
 
 
Ciclo biológico: os ovos são eliminados pela fêmea na região perianal. Esses ovos vão se dispersar no ambiente. No 
interior do ovo, 4 a 6 horas após ele ser eliminado, a larva estará pronta. Esse ovo, ao ser ingerido por um indivíduo, 
vai determinar a eclosão da larva no intestino delgado. Através de movimentos migratórios da própria larva e com a 
ajuda da peristalse, essa larva vai chegar ao intestino grosso e irá se desenvolver a adulto, ou macho ou fêmea. Machos 
e fêmeas vão passar um período no intestino grosso se alimentando, nutrindo. Macho copula com a fêmea. Após isso, 
o macho morre, a fêmea grávida vai iniciar o ciclo migratório em direção a região perianal do individuo de onde ela 
elimina os ovos. 
 
Fêmea em seu ciclo migratório para a região perianal. Quando essa fêmea chega a região 
perianal, ela entra em um processo de dessecação, em que ela vai ressecar, seu tegumento 
vai se romper e os ovos serão despejados no meio externo. 
 
 
TRANSMISSÃO: 
➔ A transmissão se da de 5 formas diferentes: 
• HETEROINFECÇÃO: quando os ovos eliminados do corpo de um individuo atingem o ambiente e vão ser ingeridos 
por outro indivíduo. De uma pessoa a outra. 
• AUTOINFECÇÃO INDIRETA: o indivíduo está parasitado. Os ovos contaminam o ambiente e retornam via oral para 
esse mesmo indivíduo. Os ovos passaram para o ambiente antes de retornarem a esse indivíduo. Esses ovos 
podem passar pelo ambiente e retornar ao indivíduo através de alimentos, mãos contaminadas, brinquedos e 
chupetas que estejam contaminados e que são levados à boca em crianças. 
• AUTOINFECÇÃO DIRETA EXTERNA: forma muito comum de reinfecção. Ocorre com muita frequência. O indivíduo, 
ao coçar a região perianal, acaba tendo as mãos contaminadas com os ovos. Ao levar as mãos à boca ocorre a 
reinfecção. Os ovos não saíram do corpo do indivíduo, eles mudaram de posição, ou seja, saíram da região 
perianal, foram para as mãos do indivíduo e o individuo levou a mão à boca. Essa autoinfecção é responsável por 
perpetuar a verminose, pois o indivíduo constantemente se reinfecta, e pode ser que mesmo com o tratamento, 
ele não apresente melhora. 
• AUTOINFECÇÃO DIRETA INTERNA: ocorre quando eventualmente as fêmeas se rompem ainda dentro do intestino 
grosso, despejando seus ovos no lúmen do intestino grosso. As larvas eclodem dos ovos, vão se fixar na parede do 
intestino grosso originando os adultos. É um ciclo rápido, geram altas cargas parasitárias e reinfecções constantes. 
Luanna Borges – Med 104 Parasitologia - Aula 4 
 
• RETROINFECÇÃO: quando os ovos ficam retidos na região perianal do indivíduo. Se elenão higienizar bem essa 
região, os ovos ficarão retidos e desses ovos eclodirão as larvas. As larvas poderão retornar pelo ânus, ou seja, 
elas vão adentrar o organismo através do ânus. Não vão penetrar na mucosa, elas vão se arrastar e vão adentrar 
a ampola retal através do ânus. Vão realizar o movimento migratório até as porções do ceco ande terão maior 
favorecimento para dar origem aos adultos. O problema dessa retroinfecção é o seguinte: nas meninas, as larvas 
eventualmente podem adentrar o canal vaginal, podem atingir útero e ovários, determinando a possibilidade de 
uma doença mais grave, seria a RETROINFECÇÃO ECTÓPICA. Chamada de ectópica porque as larvas adentram o 
sistema urogenital feminino. Também já foram registrados casos de larvas presentes no canal da uretra, causando 
ardência urinaria e outros sintomas. 
 
PATOGENIA: 
A doença produzida por esse verme a nível intestinal, é uma doença muito branda, leve. Pode haver cólicas intestinais, 
diarreias na dependência de uma carga parasitária muito alta. O indivíduo não terá déficit nutricional porque esse 
verme é parasito de intestino grosso, então ele não vai competir por nutrientes com o hospedeiro. 
• Ação mecânica e irritativa: Enterite catarral → ação mecânica é a presença física do verme no intestino. Se houver 
muitos vermes, pode ser uma ação mecânica obstrutiva a nível de apêndice, gerando a apendicite. Ação irritativa 
pelo contato físico do verme com a mucosa intestinal. Esse conjunto de ações pode gerar a enterite catarral que 
são fezes com grande quantidade de muco. a região perianal vai estar repleta desse muco quando o individuo tem 
carga parasitaria alta desse verme. 
• Alteração mais frequente: Prurido anal (coceira) que vai tornar a Mucosa anal congesta, com grande quantidade 
de muco, o que gera perda de sono (o movimento das fêmeas do verme ocorre principalmente no período 
noturno, quando o indivíduo está em repouso) e nervosismo. 
• Infecção na vagina, podendo as larvas chegarem ao útero e ovários. Não há relatos de desenvolvimento de adultos 
na vagina, no útero e nos ovários, mas as larvas podem produzir danos. 
 
➔ REGIÃO PERIANAL COM PARASITOS 
Várias fêmeas do verme na região perianal. Larvas perto da vulva, as fêmeas migram para a 
região perineal. Localizam-se na região perianal e períneo principalmente. Possibilidade de que 
as larvas adentrarem o canal vaginal produzindo a doença ectópica. 
Crianças com oxiurose levam a mão por baixo das vestimentas para coçar a região perianal. 
Há varias escoriações, podendo haver sangramentos em decorrência da coceira. Com isso, 
podem haver infecções segundarias até mais graves do que a própria oxiurose. 
 
DIAGNÓSTICO: 
• Clínico: através da sintomatologia e do comportamento da criança. 
• Laboratorial: Método de Graham. O exame laboratorial de fezes não é o 
melhor método, pois se os ovos estão na região perianal, haverá poucos 
ovos misturados no bolo fecal. É preciso utilizar o Método de Graham, em 
que usa-se fita adesiva transparente (durex). Vai colar nessa fita duas 
etiquetas de papel, uma para identificar o material e a outra para apoiar os 
dedos, vai passar essa fita sobre um tudo de ensaio. Segura na região do 
papel e atrita a região da fita sobre a região perianal da criança. Os ovos, 
larvas e fêmeas (eventualmente) ficarão colados na parte adesiva da fita. 
Pega a região adesiva da fita e cola em uma lâmina de microscópio. Levando 
essa lâmina para microscopia, encontraremos os ovos de formato irregular 
Luanna Borges – Med 104 Parasitologia - Aula 4 
 
do parasita. além disso, pode ser feito swab anal, depois transfere o material coletado para uma solução e 
posteriormente montar a lâmina para identificar os ovos em laboratório. 
 
EPIDEMIOLOGIA: 
• Maior prevalência em crianças em idade escolar 
• Transmissão: Doméstica ou em ambientes coletivos 
• FATORES PREDISPONENTES: 
o Helminto exclusivamente de humanos 
o Fêmea elimina grande núm. de ovos. Uma única fêmea pode eliminar até 20.000 ovos. Ela faz isso apenas uma 
vez na vida, porque ela vai morrer. 
o Ovos rapidamente se tornam infectantes no ambiente → 4 a 6 horas depois de eliminados do corpo da fêmea 
o Infecção ocorre por vários mecanismos: heteroinfecção, autoinfecção indireta, autoinfecção direta externa, 
autoinfecção direta interna e retroinfecção. 
o Viabilidade do ovo → são altamente viáveis, 90% dos ovos que são eliminados pela fêmea são viáveis, ou seja, 
vão ter larvas que poderão dar origem a adultos, chegando ao intestino do ser humano. Esse ovo sendo 
ingerido ou ficando retido no organismo do ser humano. 
o Hábito de sacudir a roupa de cama pela manhã: disseminação dos ovos. 
 
MEDIDAS DE CONTROLE 
➔ Diagnosticar e tratar todos os indivíduos parasitados 
➔ Estabelecer uma boa higienização do ambiente, utilizando pano molhado com desinfetante. Não se deve varrer o 
quarto do indivíduo que tenha oxiurose porque isso dispersa os ovos. 
➔ O individuo que tenha oxiurose deve, pela manhã, tomar um bom banho com higienização perianal. 
➔ Lavagem separado da roupa do indivíduo com oxiurose 
➔ Evitar a contaminação de alimentos. Manter os alimentos tampados e higienizá-los bem ao ingeri-los. 
➔ O individuo deve manter suas mãos sempre higienizadas. 
 
TRATAMENTO: OXIUROSE 
• Albendazol, dose única (400 mg), por via oral, a repetir 2 semanas depois. 
• Mebendazol, 100 mg duas vezes ao dia, durante 3 dias. 
• Pamoato de pirantel, dose única (10 mg/kg) por via oral, a repetir após 15 dias. 
• Piperazina (50 mg/kg), tomar durante uma semana). 
• Mais específico e igualmente eficiente é o pamoato de pirvínio (5 a 10 mg/kg em dose única, por via oral). 
 
➔ Esse tratamento tem que ser repetido por causa dos riscos de autoinfecção e reinfecção. 
➔ Os antihelminticos são eficientes contra os adultos dos vermes, mas contra as larvas e ovos ou eles têm baixa 
eficácia ou nenhuma. 
➔ Se o ciclo ainda está se desenvolvendo, ou seja, se a larva ainda está presente no lúmen do intestino e ainda não 
originou o adulto, essa larva não será afetada pelo tratamento. Por isso precisa repetir em 15 dias e em 30 dias 
esse tratamento. 
➔ Tratar toda a família por conta da transmissão coletiva.

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