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Avaliação Psicológica: Observação e Entrevista OBSERVAÇÃO: A observação é uma das técnicas de pesquisa utilizadas em várias práticas cientificas/áreas, sendo por si, um método ou parte de outros métodos de pesquisa: entrevistas, estudos experimentais, estudos de casos clínicos, dentre outros, porque, ao observar o pesquisador pode ter indicações dos estados emocionais dos participantes, de como seu comportamento pode estar associado a questões ou mudanças no ambiente físico e social. Segundo a explicação de Dallos (2010), a observação envolve quatro dimensões, segundo os processos interpretativos tanto do observador como daqueles que são observados: Primeira dimensão – Ou seja, a testagem de teoria/exploratória – o objetivo é a testagem de uma teoria através da observação daquilo que as pessoas fazem em diferentes circunstâncias. Segunda dimensão – denominada experimental/naturalista é aquela que contrasta a observação realizada em condições experimentais, com vários tipos de controle para que se possa oferecer explicações causais com a chamada então naturalística; a observação em condições “naturais” também busca descrever comportamentos não como talvez ocorressem nos estudos de laboratório. Terceira dimensão – intitulada estruturada/não estruturada mostra que na observação está em jogo o quanto a mesma parte de um elenco de comportamentos específicos a serem observados ou quando se inicia sem haver estruturas claras para observar os comportamentos das pessoas ou quaisquer acontecimentos e as possíveis características, ações, sequências serão parte de uma estrutura (roteiro) a ser desenvolvida com o andar da pesquisa. Quarta dimensão – se refere ao observador participante ou não participante, ou seja, a atitude do observador em relação ao observado, o que pode variar desde a sua presença quase oculta, fora do grupo a ser observado até a posição na qual o observador é parte integrante, um dos membros, do grupo de pessoas das quais observa os comportamentos, tomamos parte ativamente no ambiente, ainda que tentando manter-se objetivo. → A observação poderá ter elementos mais ou menos estruturados, ou seja, um roteiro flexível em relação àquilo que deve ser observado ao longo de uma entrevista durante o processo de avaliação, quando o avaliador está atento à forma como o avaliando se apresenta, o cumprimenta, mantém ou não contato com o olhar, se movimenta muito ou pouco, por exemplo. A observação, exercida pelo entrevistador participante do campo da entrevista, torna-se a principal estratégia técnica para a coleta e a organização das informações de que ele necessita para a avaliação das funções psíquicas do entrevistado. Sem esse procedimento não é possível entrar em contato com o mundo mental do entrevistado, o que é uma das metas da entrevista de avaliação. A questão aqui é que essa avaliação se faz ao vivo e não in vitro. Vivos estão o entrevistador e o entrevistado e, como já dissemos, o objeto da observação é a relação entre os dois. Por isso, diz que a observação é participante, uma vez que o entrevistador também compõe, com as suas vivências, o campo da entrevista (Hulak, 1988). ENTREVISTA: → A entrevista é um instrumento fundamental do método clínico. → É uma técnica de investigação científica em Psicologia. → A entrevista em saúde mental é vista como instrumento de avaliação. É usada como sistema de interação no processo de avaliar e intervir e na busca de dados de diferentes fontes. → A entrevista já faz parte do plano de avaliação psicológica. TIPOS DE ENTREVISTA: Segundo a estruturação: - A entrevista pode ser classificada como livre ou não-estruturada, fechada ou estruturada e semi- dirigida ou semiestruturada. Livre ou não-estruturada – o entrevistador está interessado no discurso espontâneo do entrevistado e segue o fluxo natural de suas ideias. Este tipo de entrevista considera as demandas do sujeito avaliado e visa o conhecimento do sujeito em profundidade. As perguntas geralmente são mais abertas. Fechada ou estruturada – é altamente padronizada. Privilegia a objetividade. Requer áreas específicas de informação e prescreve as maneiras de obtê-las. Permite eliciar a mesma informação de diferentes entrevistados. Facilita a quantificação de informações e comparação entre os casos. As perguntas são quase sempre fechadas. Semi- dirigida ou semiestruturada – o entrevistador tem clareza de seus objetivos e do tipo de informações necessárias. O entrevistador tem liberdade de formular as perguntas e organizar sua sequência. Requer mais experiência, habilidade e treinamento. Segundo os objetivos: - Pode-se classificar a entrevista em diagnóstica, psicoterápica, de encaminhamento, de pesquisa, de seleção pessoal. a) Entrevista diagnóstica – visa estabelecer o diagnóstico e o prognóstico do paciente e as indicações adequadas. Há uma ampla a coleta de dados. Quase sempre esse tipo de entrevista é parte de um processo mais amplo de avaliação clínica que inclui testagem psicológica. b) Entrevista psicoterápica - visa colocar em prática as estratégias de intervenção psicológica para, ao acompanhar o paciente, esclarecer suas dificuldades. Esse tipo de entrevista leva em conta o enfoque teórico do terapeuta. c) Entrevista de encaminhamento – tem por objetivo indicar um tratamento ao paciente, que não será conduzido pelo profissional que o entrevistou. d) Entrevista de pesquisa – visa investigar temas diversos de interesse da investigação clínica, comparando os dados. Deve ser realizada com o consentimento documentado do sujeito. e) Entrevista de seleção pessoal – visa avaliar se o candidato possui habilidades necessárias para o preenchimento de determinado cargo. A entrevista deve cobrir dois aspectos principais: 1) as informações prestadas pelo candidato (escolaridade, experiência profissional, aspirações pessoais, pretensões, etc) e 2) o comportamento do candidato durante a entrevista (segurança, maneira de falar, objetividade, características da personalidade, atitudes, motivações, etc). ENTREVISTA CLÍNICA → Em Psicologia, a entrevista clínica é um conjunto de técnicas de investigação, de tempo limitado, dirigido por um entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos psicológicos, em uma relação profissional. → Apresenta o objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos (indivíduo, casal, família, rede social), em um processo que visa a fazer recomendações, encaminhamentos ou propor algum tipo de intervenção em benefício das pessoas entrevistadas. → É parte integrante de um processo de avaliação psicológica. → Alguns tipos de entrevistas clínicas devem ser mencionados quanto à sua finalidade: de triagem, de anamnese, diagnóstica, sistêmica, devolutiva. Entrevista de triagem – tem por objetivo principal avaliar a demanda do sujeito e fazer um encaminhamento. Geralmente é utilizada em serviços de saúde pública ou em clínicas sociais, onde existe uma procura contínua por uma diversidade de serviços psicológicos e torna-se necessário avaliar a adequação da demanda em relação ao encaminhamento pretendido. A triagem é também fundamental para avaliar a gravidade da crise e a necessidade de encaminhamento para um apoio medicamentoso. Entrevista de Anamnese – tem por objetivo primordial o levantamento detalhado da história do desenvolvimento do sujeito, principalmente na infância. A anamnese é um tipo de entrevista muito utilizada no psicodiagnóstico e terapia infantil. Entrevista diagnóstica – toda entrevista clínica, de certo modo, comporta elementos diagnósticos. Esse tipo de entrevista visa descrever, avaliar, relacionar e compreender o funcionamento psíquico do indivíduo. Entrevista sistêmica – utilizada para avaliar casais e famílias. Focalizam a avaliaçãoda estrutura e das inter-relações entre o casal ou os membros da família. Entrevista de devolução – tem por finalidade comunicar ao sujeito o resultado da avaliação, bem como a discussão dos aspectos levantados.
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