Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sistema urinário patologia Doenças renais são mais comuns em animais carnívoros e de companhia Insuficiência renal impede a liberação de componentes tóxicos, como a ureia e a creatinina O covid ou outras doenças respiratórias podem levar a problemas renais, devido a hipóxia (gera lesão reversível). Exame necroscópico Verificar: - Posição, tamanho, comparar os dois rins - Artéria renal estreita (hipóxia) diminui o rim também e o outro rim pode estar aumentado para compensar. - Rim liso ou irregular (pode indicar um processo crônico) - Áreas de depressão *Rim de gato apresenta vasos saltados na superfície “raios” Como é feito - Corte normalmente sagital, mas podem ser seriados e transversais, com espessura de no máximo 1 cm - É um órgão composto: cortical, medular e pelve Doenças - Pielite: inflamação da pelve - Pielonefrite: inflamação da pelve e do parênquima renal - Parênquima renal esbranquiçado: pode indicar infarto - Em caso de isquemia e necrose, ocorre principalmente nos túbulos contorcidos proximais. - Lesões tubulares podem gerar quadros de azotemia e uremia - Lesões glomerulares podem resultar em perda de proteína na urina Túbulo Contorcido Túbulo contorcido distal tem menos organelas, é mais baixo e possui citoplasma mais claro Corpusculo Renal Espessamento da membrana basal pode estar associado com doenças autoimunes Aumento de quantidade de células/linfócitos pode estar associado a infecções virais Zona Medular Sofre processos de hipóxia muito importantes, devido a presença de capilares finos Vaza reta precisa estar dilatada para ter bom fluxo sanguíneo (prostaglandinas realizarão esse processo). Anti inflamatórios que inibem a ação de prostaglandinas, pode causar uma diminuição da vasodilatação fisiológica da vaza reta, podendo desenvolver necrose da zona medular renal. Corpúsculo renal Abaixo do podócito e na membrana basal os imunocomplexos ficam depositados Para tentar destruir o agente agressor, as enzimas liberadas pelos imunocomplexos destruirão também o tecido glomerular, o que aumenta o reparo por cicatrização, havendo perda do tecido glomerular Os podócitos não isolam completamente os capilares Distúrbios circulatórios renais Hiperemia; congestão; hemorragia Petéquias Congestão medular (região de transição justa medular) Infartos - Rins tem uma maior frequência de sofrer infartos por terem arteríolas de pequeno calibre e arqueadas - Podem estar associados a obstrução vascular por embolia e trombose (nefrite tombo embólica) - Forma abcessos devido a presença de bactérias, o que resulta em um processo inflamatório Azotemia: Alterações laboratoriais sem sinais clínicos (aumento dos componentes nitrogenados do sangue – ureia e creatina) Uremia Síndrome indicativa de insuficiência renal Há componentes nittrogenados aumentados Insuficiência renal aguda ou crônica Síndrome nefrótica Associada a lesão glomerular, podem desenvolver diminuição na pressão oncótica devido à baixa de proteínas, além de edemas generalizados e líquidos na cavidade torácica e abdominal. Síndrome nefrítica Associada a uremia e insuficiência renal crônica com perda tubular e dificuldade na secreção da ureia Doenças glomerulares GLOMERULITES: - Acometimento só do glomérulo - Associado a doenças que contem agentes infecciosos pelo sangue (virais e septicemias) - São transitórias e agudas - Próprio organismo pode resolver - Observa-se edema cortical, palidez e presença de pontos vermelhos sobrelevados (glomérulos aumentados) * Espécie equina é normal apresentar pontos vermelhos sobrelevados GLOMERULONEFRITE: - Acometimento do glomérulo e região tubular - Há lesões - Piometra pode gerar Etiologia: - Química: aminonucleosídeos, adriamicina, antagonistas de receptores da histamina (são antibióticos), podem gerar lesão do endotélio ou do epitélio glomerular, por serem excretados na urina. Já a ciclosporina pode gerar alteração na perfusão sanguínea - Infecciosa Agentes virais: adenovírus canino – HIC; doença de New Castle em aves; arterite viral equina Agentes bacterianos: Erisipela suína; Corynebacterium pseudotuberculosis - Imunomediada Deposição de complexos imunes circulantes e solúveis nos glomérulos devido a doenças infecciosas, doenças auto-imunes e neoplasias (uma das principais doenças é o lupos) Formação de anticorpos contra antígenos da membrana basal glomerular - doenças auto-imunes Doenças persistentes e que resultam em antigenemia prolongada (piometra) Macroscopia Aguda: sutil, intumescimento (dilatado/edema); cápsula lisa; coloração normal a pálida; há hiperemia; pontos avermelhados visíveis na superfície (glomérulos) (*nos equinos pontos vermelhos é normal) Crônica: atrofia cortical; superfície externa granular (perda do tecido com troca por tecido fibroso); superfície de corte adelgaçado e glomérulos cinza claro. Microscopia Membranosa: - Há espessamento da membrana basal glomerular e da cápsula de Bowman. - Está associada a acumulo de imunocomplexos (antígeno anticorpo) - É mais comum em felinos - Problemas relacionados a síndrome Nefrótica - Pode demonstrar por imunofluorescência, histoquímica especial com PAS e microscopia eletrônica Proliferativa: - Aumento de volume de células no glomérulo. (células endoteliais, epiteliais e mesangiais) - Está associada a chegada de infiltrado inflamatório, principalmente de linfócitos Membranoproliferativa: - Forma mista com aumento de celularidade (células mesangiais e leucócitos e espessamento da membrana basal e cápsula de Bowman. - Mais comum em cães *Pode haver aderência ao folheto parietal por proliferação fibrosa Glomeruloesclerose - Os glomérulos diminuem de tamanho e apresentam-se hialinizados, hipocelulares e afuncionais - Associado a fibrose - Estágio terminal da glomerulonefrite e também é encontrado em cães e gatos com diabetes mellitus AMILOIDOSE GLOMERULAR - Proteína amiloide (beta preguiada) fica acumulada nos túbulos e alças do glomérulo, causando compressão dos vasos sanguíneos e podendo resultar em hipóxia. Podem se aglomerar na região do interstício de órgãos - Para se identificar é usado o vermelho congo que reage a luz polarizada e a proteína fica esverdeada. - Há fibrose - Indivíduos com mieloma múltiplo podem adquirir essa doença - Cavalos que a anos são utilizados para a produção de soro antiofídico podem desenvolver amiloidose Doenças Tubulares - Associados a síndromes nefríticas Nefrose tubular aguda - É um processo degenerativo associado a processos tóxicos ou isquêmicos - O túbulo contorcido proximal é mais suscetível - Consequências: necrose tubular com oligúria, anúria e até uremia. (devido a diminuição de pressão da filtração, hipotensão em caso de choque; obstrução da luz do túbulo, por conta da presença de restos de células, chamados de cilindros) Nefrose isquêmica - Causas: processos hipotensivos severos (hemorragias acentuadas, desidratação, anemias e ICC) - Rins aumentados de volume, pálidos e com estriações corticais esbranquiçadas - Necrose multifocal, principalmente dos túbulos proximais - Oclusão do lúmen por cilindros - Pode haver degeneração hidrópica Nefrose tóxica - Características: Túbulo contorcido proximal mais suscetível Necrose das células com preservação da membrana basal Acometimento massivo - Causas: Exógena: medicamentosa (antibióticos e antifúngicos); metais pesados; hipervitaminose D; quimioterápicos e plantas tóxicas Características endógenas: Túbulo contorcido proximal mais suscetível; necrose dascélulas com preservação da membrana basal; acometimento massivo; rins com intensa palidez Endógena: associada a mioglobinúria (rabdomiólise – lesão muscular) e hemoglobinúria (hemólise intravascular) Características endógena: Túbulo contorcido proximal mais suscetível; presença de cilindros intratubulares; acometimento massivo; rins castanho- escuro. Doenças túbulo-intersticiais Nefrites intersticiais - Feições histológicas comuns: exsudato, fibrose, alterações tubulares - Inflamação: agudo (são mais relacionadas ao pus) ou crônico (mais observado em necropsia; há predomínio de linfócitos, leucócitos e macrófagos; apresenta extensa área de fibrose). Consequências da extensão e tempo (pode haver perda de função) - Pode ser confundido com glomerulonefrite, porém sempre lembrar que para ser glomerulonefrite é necessário que tenha acometido o interior do glomérulo. - Tuberculose é uma nefrite crônica com extensa área de fibrose - Etiologia: agentes infecciosos (via sistêmica) - Patologia clínica: dificuldade de concentração urinária, problemas de reabsorção e secreção - Consequências da doença crônica: perda da capacidade renal e uremia (também acontece nas glomerulonefrites) - Classificação das nefrites intersticiais: 1. Nefrite intersticial não supurativa: Não produz pus Bacteriêmica e sepsiais com a presença de bactérias que induzem a formação de pus Agentes mais comuns são infecciosos Aguda: edema, infiltração leucocitária variada e nefrose tubular focal Crônica: infiltrado mononuclear (linfócito e plasmócito), fibrose intersticial e atrofia tubular generalizada. Geralmente não tem identificação do patógeno. Ex: Leptospirose, tuberculose, PIF, rins pintados de branco, anemia infecciosa equina, febre catarral maligna dos bovinos... 2. Nefrite intersticial supurativa Infecções bacterianas via hematógena Macroscopia: abscessos e micro abscessos Microscopia: êmbolos sépticos nos glomérulos e capilares peritubulares; infartos sépticos; cortical mais acometida Doenças trato urinário inferior Uretra, vesícula urinária, ureteres e pelve Funções: - Propulsão: da vesícula pela urina - Armazenamento - Esvaziamento final Aspectos importantes: - Eficácia antirrefluxo (bexiga e ureter) - A angulação não deixa refluir para o ureter - A vesícula urinaria expulsa a urina pelo polo cranial, pela uretra. - A dilatação da vesícula se tiver perda de tonicidade pode predispor a cistites e pode ter refluxos para os ureteres - Em machos: os cálculos urinários, pela uretra ser mais estreita, é mais fácil a obstrução - Aspecto da urina em equinos: turva por causa de mucina - Ureter à necroscopia – pode ser difícil de ser seccionado devido ao calibre Pielonefrite - Inflamação e necrose da pelve e da região túbulo-intersticial, com acometimento medular - Vias de infecção: Hematógena (descendente) Urógena (ascendente) – principalmente - Lesões em raio são características em ascendentes - Pielonefrite crônica envolve processos de proliferação (hipertrofia, hiperplasia....) - Patogenia: Acompanha inflamação de estruturas do trato urinário inferior; Tem relação com infecções bacterianas (cistites), devido ao refluxo vesico-ureteral de urina contaminada (bactérias do trato intestinal e da pele) - Características: Pielonefrites e cistites são mais frequentes em fêmeas, devido a uretra ser mais curta e mais próxima do anus. Acometimento bilateral é mais frequente Pielonefrite aguda é mais frequente em porcas Pielonefrite crônica é mais frequente em bovinos e caninos Pode haver pus Hidronefrose - Dilatação da pelve e dos cálices renais por acúmulo de líquido - Causas: Cálculos urinários obstruindo trato urinário inferior Hiperplasia de próstata Prostatites Uretrites Ureterites Neoplasias (carcinoma de próstata, neoplasias de bexiga) Lesões da medula espinal... - Consequências: atrofia progressiva do parênquima renal e aumenta a suscetibilidade a infecções. - Pode ser unilateral ou bilateral - Patogenia: Processo compressivo, vai comprimir vasos e dificultar a perfusão sanguínea e gerar hipóxia na região abaixo do epitélio de transição da pelve Diminuição do parênquima, até restar uma bolsa de líquido urinário característico com hemorragia. Cistites - Causa: Infecção bacteriana ascendente Mais acometida por processos infecciosos pela função de armazenamento, por ficar muito tempo em contato com a vesícula - Fatores de proteção Esterilidade do trato e processo de micção constante Processo antibacterianas: pH ácido dos carnívoros, elevada osmolaridade (eletrólitos importantes), IgA e mucina - Fatores predisponentes: Estase obstrutiva ou neurogênica Traumas da vesícula: cateterismo, cirurgias, urólitos (cálculos) e choques mecânicos Proteinúria e glicosúria prolongada (substrato bacteriano) PH alcalino no estro devido a estrógeno nas porcas (cistites por Eubacterium suis) Aspectos anatômicos e enterobactérias Cistites agudas - Exsudato: eventos inflamatórios Edema de submucosa – macia Hiperemia – avermelhamento localizado ou todo, pode ter petéquias Fibrina – fibrinose, filamentoso, elasticos Presença de pus – turvo amarelado - Aspecto macro e micro Hiperemia Espessamento por edema com consistência macia Exsudatos variáveis: fibrina e pus - Casos severos: Ulcerações e ruptura Consequência de romper a vesícula urinaria: extravasamento de bactérias para cavidade que leva a peritonite Pode ser infecciosa ou química (componentes da urina) Cistite aguda hemorrágica Cistite crônica - Provenientes de processos agudos não resolvidos e urolitíases constantes - Aspectos macro e micro Menos hiperemia e edema Menos espessamento da parede, devido a proliferação por fibrose Metaplasia do epitélio Hiperplasia do epitélio Hipertrofia da musculatura - Tipos especiais em cães: (só crônicas proliferativas) Folicular: proliferação de tecido linfoide associado Polipóide: pólipos para luz da vesícula - Causas: Cistites por ciclofosfamida: agentes irritantes excretados pela via urinária. Armazenada na vesícula com tempo de contato com a parede vesicular. Pode ser carcinogênico Samambaia: neoplasia de vesícula urinária Fumo: câncer de pulmão – componentes químicos passam pela membrana pulmonar e vão para a urina que podem causar danos
Compartilhar