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RESUMO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Na história, desde as primeiras comunidades, a preocupação com a administração para a manutenção das riquezas e para o bem estar das sociedades, sempre atraiu a atenção dos governantes, a proteção, a saúde e a utilização dos recursos, foram a fonte para grandes obras públicas vistas até nos dias atuais como cidades medievais, os grandes aquedutos, as muralhas, as Universidades dentre outros empreendimentos, cuja construção surgiu a partir da necessidade apontada pela população ou até mesmo pelo desejo do governante em marcar o seu tempo.
Para tal, parte-se da visão de Dias (2017) que apresenta o seguinte conceito: Administração pública é utilizada para designar um conjunto de procedimentos, mecanismos e formas sociais por meio dos quais o estado administra tanto bens como serviços públicos, regulamenta a atividade econômica privada e contribui por meio a política econômica para o funcionamento do mercado. (p. 26).
1.ESTADO
Primeiro é necessário entender o ambiente em que ocorre a ação, para compreender o ambiente no qual se exercerá a gestão. Segundo Mendes et al. (2010, p. 7): O modelo de Estado Nacional desenhado na Europa, no século XIX, para ter reconhecimento dos organismos internacionais, foi caracterizado por uma mesma língua oficial, um hino pátrio e uma bandeira.
Existem alguns elementos que identificam um estado enquanto nação. Coelho (2014, p. 13) em referência ao Estado afirma “[...] estamos tratando da organização que exerce o poder supremo sobre o conjunto de indivíduos que ocupam um determinado território.”, complementando ainda (p. 14), que para Weber, o Estado se “[...] caracteriza pelo monopólio do exercício legítimo da força em uma sociedade.”
As definições, deixam claro que somente aos órgãos púbicos cabe definir legislações comuns a toda a sociedade e seus entes, instituir e cobrar impostos e administrar a justiça impondo julgamentos e punições aos infratores, considerando ainda os princípios da universalidade (ação em prol da coletividade) e da inclusividade (considerando todos os entes e sociedades em suas decisões)
Cabe ao Estado definir as políticas públicas, que segundo Luchese (2004, p. 03), “[...] são todas as ações de governo e podem ser divididas em atividades diretas de produção de serviços pelo próprio Estado e em atividades de regulação que influenciam as realidades econômica, social, ambiental, espacial e cultural.”
Ao longo das décadas, as políticas públicas fizeram com que o Estado assumisse cada vez mais a prestação de serviços para a melhoria das condições sociais, tais como os relativos à saúde, educação e assistência social. No que tange ao desenvolvimento econômico, o Estado interage de diferentes formas, sendo as mais usuais o Estado Protecionista e o Estado Liberal e Neoliberal.
Estado protecionista, ocorre quando os governantes propõem a intervenção por meio da definição de políticas de desenvolvimento econômico e comerciais, passando a exercer controle sobre as importações e exportações. Uma teoria que prega um conjunto de medidas a serem tomadas no sentido de favorecer as atividades econômicas internas, reduzindo e dificultando ao máximo, a importação de produtos e a concorrência estrangeira.
Mendes et al. (2010) destacam uma série de ações adotadas pelo governo, com vistas a proteger o mercado, são eles:
 • Definir quotas de importação;
 • Controle cambial; 
• Embargo comercial; 
• Monopólio Estatal; 
• Incentivo ao consumo de produtos nacionais; e, 
• Barreiras não tarifárias.
Estado Liberal no qual não existem impedimentos para a entrada de produtos e serviços, havendo liberdade econômica e de iniciativas para a regulação, que é feita pelo próprio mercado. Adam Smith, motivado pela industrialização (final do século XVIII), que ocorreu após o período do Mercantilismo (1500 a 1750), o que intensificou o uso da mão de obra, fazendo com que houvesse políticas de estímulo à migração do campo para as cidades. Afirma que se o Estado não interferir no mercado as empresas encontram formas de se ajudar, autorregulam as ações.
John Maynard Keynes (1883-1946) “[...] defendia a participação do Estado como interventor na economia de mercado para impulsionar a aceleração do desenvolvimento dos países, dando azo ao modelo de bem-estar social.” (CAMPELO, 2010, p. 313).
Estado Neoliberal ganhou grande relevância a partir dos anos de 1980. Uma das principais mudanças é que o Estado deixa de ser o detentor dos meios de produção. Dentre as ações esperadas pelos governos neoliberais está a redução dos gastos, a promoção da redução dos impostos e menores custos de seguridade social.
A definição da forma de atuação e das políticas públicas, são de caráter político, no entanto garantir a sua execução, ou melhor preparar o Estado com recursos para a consecução destas políticas é uma das funções da administração pública.
1.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA- BREVE REVISÃO HISTÓRICA
As organizações como entes sociais, são importantes estruturas, tendo em vista que são diretamente responsáveis pelo desenvolvimento de uma sociedade, região ou localidade, interferindo sobremaneira sobre a qualidade de vida dos indivíduos que ali residem.
A palavra administração significa servir ou executar. Segundo Oliveira (2012) é apresentada sob diferentes abordagens: como uma ciência pois apresenta os conhecimentos organizados por meio da observação, de uma metodologia e técnica pré-definida e que podem ser replicadas por outros profissionais e pesquisadores, como arte em razão de sua aplicação em outros contextos e organizações e como uma profissão que permite ao profissional satisfazer as suas necessidades de realização.
A partir das três abordagens apresentadas, é necessário esclarecer que as organizações ou impérios sempre precisaram se organizar, com vistas à utilização de recursos, disponibilizando-os em quantidade necessária para que os projetos ocorressem. Portanto diz-se que a administração sempre existiu. Por exemplo, o homem tão logo descobriu o fogo, percebeu que era necessário ter suprimentos que o mantivessem aceso. No entanto, ela foi estudada de forma científica a partir das ideias de Frederick Winslow Taylor e de Henry Fayol. Taylor propôs a sistematização dos processos com vista a aumentar a produtividade das organizações. O conhecimento da sistematização da produção propagou-se na Europa principalmente durante a Primeira Guerra Mundial (MAXIMINIANO; NOHARA, 2017). Já o francês Fayol sistematizou o processo administrativo no que tange aos princípios do planejamento, organização, comando, coordenação e controle (STONER; FREEMAN, 1999; MAXIMINIANO; NOHARA, 2017).
Há diversas teorias que possibilitaram o desenvolvimento da ciência da administração. Teoria da administração cientifica, clássica, burocrática, comportamental, sistêmica, contingencia (fazer a tabela no caderno).
Aglutinando o pensamento dos pesquisadores da administração, em sua obra Junquilho (2010) cuidadosamente apresentou as correntes de pensamento e pesquisa na administração 13 que, segundo a sua visão trazem três linhas, distintas e correlacionadas, conforme a seguir:
a) A administração técnica que a apresenta como um conjunto ferramental, neutro e objetivo que descreve o como administrar, como fazer. Em outras palavras, as abordagens apresentam modelos e conceitos que se aplicados, em tese, trazem respostas semelhantes, por exemplo, quantas vezes já se ouviu falar de ferramentas e métodos que, por meio de controles e formalizações tendem a melhorar o desempenho da organização;
b) No segundo grupo percebe-se a ênfase dada às políticas organizacionais, entendendo que a empresa tem a necessidade de técnicas, mas que deve se concentrar nos relacionamentos, principalmente no que concerne aos conflitos de interesses dos diferentes stakeholders da empresa, que são dinâmicos, uma vez que o que se disputa é o controle da tomada de decisões;
c) No terceiro grupo há a visão crítica, aplicando os conceitos de Karl Marx à gestão, deixando claro que a visão da administração deve ser aplicada como umaforma de controle social a serviço dos proprietários. Em sendo assim, a Administração serve como mediadora das relações de poder entre trabalhadores e empregadores.
Ao administrar uma organização, quer seja pública ou privada, utilizando apenas uma das três visões, existe uma forte tendência de ocorrerem colapsos na gestão, pois para realizá-la de forma eficiente é necessário entender que além das questões relacionadas às técnicas e políticas, as organizações estão inseridas em uma sociedade, formada por grupos em constantes disputas, quer seja de poder ou do espaço decisório, o que interfere na consecução dos resultados. Como gestores públicos ou privados é, portanto, mister ter-se a compreensão desta visão social e histórica que permite melhor integração e desempenho (JUNQUILHO, 2010).
Administração é o sistema estruturado e intuitivo que consolida um conjunto de princípios e funções para alavancar, harmoniosamente, o processo de planejamento de situações futuras desejadas e seu posterior controle e avaliação de eficiência, eficácia e efetividade, bem como a organização – estruturação – e a direção dos recursos alocados nas áreas das empresas, orientados para os resultados esperados, com a minimização dos conflitos interpessoais.
Administração Pública, segundo Bobbio, Matteucci e Pasquino (1986, p. 10), se refere “[...] ao conjunto das atividades diretamente destinadas à execução concreta das tarefas ou incumbências consideradas de interesse público ou comum, numa coletividade ou organização estatal.” Portanto está diretamente ligada ao processo e atividades necessárias à gestão pública, à estrutura dos órgãos e aos cargos para a execução de tais atividades visando ao atendimento do Estado e bem comum dos indivíduos na coletividade nas esferas federal, estadual e municipal. 
O tema Estado, no Brasil, está descrito na Constituição Federal de 1988, como sendo a “[...] união indissolúvel dos estados, municípios e Distrito Federal.” (BRASIL, 2020, p. 10) e é composto por três poderes, são eles o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, que são únicos e independentes e harmônicos. Como forma de organizar o estado Junquilho (2010, p. 28), destaca que:
[...] o Estado é organizado por meio da Administração denominada de Centralizada, ou Direta, envolvendo entidades estatais como ministérios, secretarias; e Indireta, constituída por entidades autárquicas, empresas públicas ou fundacionais, bem como por entidades de cooperação ou paraestatais, ou seja, aquelas pessoas jurídicas de direito privado, mas que atuam em cooperação com o Estado para a realização de interesses estatais. Há, ainda, as organizações não estatais, mas que prestam serviços de interesse público, porém não privativos de Estado, como as Organizações Não Governamentais (ONGs).
A Administração pública é dividida em Direta (formada pelos representantes do poder executivo, prefeitos ou governadores, secretários municipais ou estaduais e presidente da República e seus ministros) e indireta formada por entidades com personalidade jurídica e patrimônios próprios (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mistas), ligadas diretamente à Administração pública direta e que devem seguir os preceitos existentes no artigo 37 da Constituição Federal.
1.2 O ESTUDO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Woodrow Wilson, como ficou conhecido além da carreira acadêmica também foi o 28° presidente dos Estados Unidos com mandato de 1913 a 1921, e um dos fatos marcantes de seu governo foi a criação do Federal Research – Banco Central americano. Seus estudos sobre o ensino e a administração pública são fundamentais para entender-se a organização administrativa. O texto foi dividido em três partes: na primeira há uma revisão histórica, na segunda os conceitos referentes à administração pública e na terceira ele o que considerou como os melhores métodos para a disseminação da ciência.
Como fatores motivadores do estudo de Wislow, Chapman e Frederick Cleaveland (1974 apud Cunha, 1981, p. 3) destacam o cenário da Administração pública nos Estados Unidos.
• As funções administrativas governamentais eram, basicamente, exercidas em nível de governos locais;
 • As cidades cresciam rapidamente, nas últimas três décadas, com modestas e graduais mudanças em suas funções de governo; 
• Os governos estaduais estavam ainda preponderantemente preocupados com os processos legislativo e judicial; 
• A grande iniciativa federal nos negócios domésticos, através do processo de subvenções, ainda não havia iniciado e a dramática expansão do poder e das funções daquele nível de governo esperaria até o New Deal;
• Os movimentos reformistas deparavam-se, nas cidades, com máquinas políticas frequentemente corruptas;
• Os líderes das cidades estavam lutando pelo ‘domicílio municipal’ para adquirir poderes adequados para governar; 
• A constante valorização dos imóveis estava fazendo do imposto sobre a propriedade uma dependente e comparativamente adequada fonte de renda: 
• A administração pública, como conceito, era orientada para o município e a experiência dos líderes nesse campo era, preponderantemente, em governo municipal.
Wilson (2005, p. 350) ressalta que “A Administração é a mais evidente parte do Governo; é o Governo em ação; é o executivo, operante, o mais visível aspecto do Governo, e, naturalmente, é tão antigo quanto o próprio Governo.”,
Esta é a razão pela qual deve haver uma Ciência da Administração que procure retificar as trilhas do Governo, tornar as suas opiniões mais eficientes, fortalecer e purificar sua organização e incutir em seus deveres a devoção. Esta é uma razão por que há tal Ciência (p. 352).
Observou ser mais fácil implantar as ideias referentes à organização da coisa pública em monarquias ou em regimes absolutistas, visto que o executivo toma as decisões com uma ou mais pessoas para aconselhá-lo a aplicar a reforma administrativa do que nas democracias na qual é necessário o convencimento de várias pessoas com interesses distintos para as mudanças fundamentais ao governo.
2. MODELOS APLICADOS À GESTÃO PÚBLICA
Junquilho (2010) esclarece que as chamadas atividades administrativas que surgem com a função de atender/prestar serviços às comunidades, já no século XV, separava o que é do Estado daquilo que é coletivo, uma vez que até aquele período reis e rainhas consideravam todos os recursos do Estado como sendo parte do seu patrimônio.
2.1 Administração Patrimonialista 
O patrimonialismo se trata de uma forma de dominação tradicional. A dominação tradicional, por sua vez, é definida pela crença na tradição, ou seja, as leis são o conjunto de costumes de determinada sociedade e quem as determina são os membros de uma linhagem que dispõe do poder. Se traduz nas relações pessoais que definem quem será responsável pelas atividades/cargos administrativos. Ou seja, há uma profunda confusão entre o que é público e o que é privado.
Max Weber, segundo Junquilho (2010, p. 43) apresentou o conceito de Dominação que “[...] pode ser entendida como sendo um tipo especial de poder cujos dominantes acreditam que têm o direito de exercício do poder e os dominados acreditam que o seu dever é obedecer às ordens daqueles.”
Segundo Weber (2002) há três formas de dominação:
1. Tradicional: como o próprio nome diz, por meio de tradições, nas quais o poder é transferido de geração em geração. Segundo Weber (2002) um mandatário, pode ou não ter um quadro administrativo, mas caso deseje, será formado por companheiros tradicionais e súditos;
2. Carismática: na qual acredita-se que o líder tem carisma (poderes e qualidades excepcionais), um dom, o que por si só faz com que as pessoas obedeçam, justificando assim a presença de seus seguidores na administração, uma vez que seguem a sua linha de pensamento e existe um elo confiança;
3. Legal: a obediência é oriunda de um ato formal. A forma mais pura é a burocracia; o grupo dominante constitui uma empresa, e é dividido em outras empresas, cada uma com sua competência, limites e funções próprias; é então um sistema, uma unidadede fim, heterônoma e heterotocéfala. 
Bresser-Pereira (1996, p. 10), “[...] definiu as monarquias absolutas, na qual o patrimônio público e o privado eram confundidos. Nesse tipo de administração, o Estado era entendido como propriedade do rei.” A esta tipologia dá-se o nome de Estado Absolutista. Nos primórdios do Estado Moderno, ocorreu entre os séculos XVII e XVIII (CAMPELO, 2010). Nele o monarca é a figura central do poder, não havendo limites para a sua tomada de decisão. Outro fato relevante apontado por Bresser-Pereira, “[...] é que o nepotismo, empreguismo, e a corrupção eram a norma.”, neste tipo de estado.
Junquilho (2010, p. 47) ressalta o fato de que na Administração patrimonialista apresenta como características:
• Todos os cargos pertencem ao monarca e são distribuídos por meio de uma relação de confiança e obediência; 
• O funcionário tem possibilidade de ascensão por meio do desejo do mandatário, ou ainda comprar ou arrendar o título, sendo possível inclusive repassá-lo a terceiros; 
• A economia é baseada em atividades comerciais definidas pelo mandatário; 
• As atividades comerciais são concedidas a terceiros mediante a imposição de impostos; 
• As forças armadas são obedientes ao mandatário; 
• O poder decisório é exercido pelo mandatário por meio da crença da sucessão tradicional. Com base nas características listadas, o Estado atua como uma extensão do poder do mandatário, tomando decisões e definindo os direcionamentos da nação.
Em razão da revolução industrial, do parlamentarismo implantado na Europa a partir do século XIX e do capitalismo, a administração patrimonialista provou-se ineficiente e incapaz de dar as respostas que a sociedade esperava, fazendo com que os pensamentos de Max Weber se propagassem (BRESSER-PEREIRA, 1996; JUNQUILHO, 2010; MAXIMINIANO e NOHARA, 2017; HELAL e DIEGUES, 2009).
2.2 dominação racional-legal e administração burocrática
É essencial para o capitalismo a clara separação entre o Estado e o mercado; a democracia só pode existir quando a sociedade civil, formada por cidadãos, distingue-se do Estado ao mesmo tempo que o controla.” Assim, a burocracia, descrita por Weber surgiu como uma oportunidade de trazer maior transparência para essas relações e demonstrou um caráter legal, por meio da “[...] definição de ordenamentos e estatutos formais e impessoais.”
Dentre as várias razões que levaram Weber (1864-1920) a desenvolver as ideias referentes à burocracia, uma vez que ele queria melhorar a eficiência das organizações, foi “[...] o fato de pessoas ocuparem posições de autoridade não por sua capacidade para a função, mas por sua posição social ou status privilegiado na sociedade alemã.” (SHCERMERHORN, 2007, p. 32). Por sua teoria impede-se que políticos utilizem a gestão pública no interesse próprio, vindo daí a expressão Dominação Racional-Leal (na qual quem institui a lei também está subordinado a ela), uma vez que tem o propósito de determinar um método de organização racional, por meio de normas e regulamentos, visando a eficiência, em substituição à força do poder exercido por regimes autoritários e patrimonialistas (HELEL e DIEGUES, 2009).
Weber define a burocracia como a estruturação formal da organização, permitindo, dessa forma, organizar as atividades humanas para a realização de objetivos comuns no longo prazo. Essa definição de Weber foi fundamental para outros estudiosos fora da área da administração interpretassem melhor as organizações.
O tipo de burocracia ideal, segundo Weber, tem as seguintes características:
• Divisão do trabalho, bem definida, especificando as competências e as obrigações de cada um. Responsabilidades e formas de controle; 
• Normas e procedimentos técnicos, detalhados e por escrito; 
• Impessoalidade, uma vez que é regida de forma imparcial pelas regras e procedimentos descritos; 
• Organização dos cargos e hierarquias, descritos e bem definidos para cada um e baseadas em mérito.
Uma vez que o ser humano dependendo de sua índole, valores e formação pode ou não cumprir as regras, isso fez com que objetivos da burocracia fossem distorcidos apresentando um ou mais dos traços a seguir: 
• Formalização excessiva; 
• Resistência à mudanças e alterações; 
• Centralização excessiva da autoridade e na tomada de decisão; 
• Morosidade devido ao fluxo a ser seguido; 
• Excesso de controles, encarecendo o processo; 
• Problemas de relacionamento com o público externo.
2.3 Administração Pública Gerencial 
Administração pública gerencial é aquela construída sobre bases que consideram o Estado uma grande empresa cujos serviços são destinados aos seus clientes, outrora cidadãos; na eficiência dos serviços, na avaliação de desempenho e no controle de resultados, suas principais características.
Os autores Bresser-Pereira (1996), Campelo (2010), Junquilho (2010) e Dias (2017), destacam que após a segunda metade do século XX, acentuando-se após a crise do petróleo de 1970, uma série de fatores fizeram com que a administração pública passasse por uma transformação, conhecida como nova administração pública gerencial. 
• Descompasso entre a arrecadação e os gastos públicos (crise fiscal); 
• A visão comprometida sobre a qualidade do serviço público, principalmente associada à imagem dos servidores; 
• Estruturas complexas e centralizadas na gestão pública.
Há alguns ganhos a partir desta nova visão gerencial, também destacada por Junquilho (2010), como por exemplo: 
• A utilização de ferramentas gerenciais trazidas da gestão privada para os órgãos públicos; 
• A utilização dos conceitos de produtividade e desempenho pelas empresas públicas; 
• A alteração da visão do Estado visto como fomentador do empreendedorismo; 
• Redução do número de empresas públicas.
3. A NOVA GESTÃO PÚBLICA
É uma teoria da Administração Pública que traz um novo modelo de gestão, que incorpora alguns mecanismos de mercado e outras ferramentas de gestão privada para dentro da gestão pública, como análise de dados, gestão eficiente e engajamento por exemplo.
No Brasil, o modelo veio à tona com as reformas de 1995, com os ideais do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. O Plano visava criar condições para a reconstrução da administração pública em bases modernas e racionais, buscando um desenvolvimento nacional. O modelo não foi aplicado de maneira muito eficiente, uma vez que os gestores continuavam a encontrar entraves burocráticos para implementarem suas pautas na comunidade
A Nova Gestão Pública possui grande potencial de mudanças nas políticas públicas. Tornando-as mais práticas e sem tanta burocracia, possibilita-se uma maior troca entre o poder e a comunidade envolvida. A mudança sem tanta celeridade nos processos, é visivelmente uma das pautas mais almejadas por políticos, e por o novo modelo de gestão deve ser adotado por estes, para que possam cumprir o seu papel de gestor, impactando a sociedade da melhor forma possível.
( FALTA COLOCAR A LEI)
Governança e administração pública
Os responsáveis institucionais pela execução das políticas públicas estão substituindo a coerção política, a direção hierárquica e verticalizada e o controle estrito dos processos políticos por novas formas de regulação 34 baseadas na coordenação e na direção horizontalizada, que privilegia as redes articuladas de organização e pessoas, a negociação e o convencimento, na busca da mobilização de recursos privados e públicos dispersos.
Governança Pública é um conjunto de boas práticas que as entidades da Administração Pública devem adotar de forma a que os seus objetivos traçados sejam atingidos com a melhor relação de custo e benefício, sendo que os referidos objetivos devem em última instância ser perseguidos de forma a que no final seja prestado um serviço de qualidade à sociedade. O objetivo final da governança pública deve ser sempre entregar serviços públicos de excelência para a sociedade.
O termo governança inicialmente utilizado na iniciativa privada, tem como origem a Teoria Firma, na qual os principais acionistas, contratam executivos para representá-losna gestão das organizações. Em nível mundial, o termo foi “[...] introduzido pelo Banco Mundial para discutir as condições para que os estados fossem eficientes. Foram condições para o financiamento dos Estados, diante da indagação sobre aspectos gerenciais e administrativos do Estado.” (MAXIMINIANO e NOHARA, 2017, p. 70).
A governança se intensificou em nível mundial a partir de 1990, em razão dos investidores de fundos de pensão nos Estados Unidos questionarem o poder decisório dos diretores das companhias, uma vez que tinham grande influência nos conselhos de administração.
A governança pública se dá de forma semelhante a encontrada nas organizações privadas e tem como principal objetivo assegurar os interesses da sociedade em relação à gestão pública, com a participação, quer seja por meio de conselhos, de associações e/ou de organizações paraestatais, visão esta corroborada por Menicucci e Contijo (2016, p. 17).
A governança pública no Brasil, mesmo já existindo em diversas organizações de capital aberto, ganhou maior significância principalmente no setor público após os trabalhados da conhecida operação Lava Jato.
3.2 Accountability 
Seria algo como “prestação de contas”, “responsabilização”. Trazendo esse conceito para a esfera corporativa, podemos definir o que é accountability empresarial como uma expressão que remete à ideia de transparência: nos atos, nas metas, nos objetivos, nas entregas de resultados, na definição de responsabilidades e, claro, na prestação de contas.
O termo accountability é bastante amplo. No campo organizacional, ele se refere à práticas de controle e de fiscalização interna não apenas no âmbito quantitativo. A intenção é garantir que as tarefas sejam executadas de maneira mais transparente possível, deixando claro o que, como, quando, por que e por quem foi feito.
Existem três formas de accountability.
• Accountability Horizontal, relacionada a fiscalização e controle entre os três poderes da república; 
• Accountabilty Vertical, é o controle dos governos por parte dos cidadãos; 
• Accountability Social, fiscalização por parte de entidades representativas da sociedade civil.
Curiosamente este termo que está diretamente ligado ao controle e fiscalização, tem migrado das empresas públicas para as entidades privadas no sentido de demonstrar a alocação dos recursos.
3.3 Responsiveness 
Em consonância com a Governança e com a Accountability encontramos o termo responsiveness que pode ser traduzido como responsividade e está diretamente ligado à efetividade governamental (Braga e Gomes, 2018), no que tange principalmente “[...] à sensibilidade dos representantes à vontade dos representados; ou, dito de outra forma, à disposição dos governos de adotarem as políticas preferidas por seus governados.” (MIGUEL, 2005, p. 28).
Quanto menos representatividade a sociedade tiver diante dos governantes, menor será a responsividade para as ações por parte do político. É uma importante ferramenta para a gestão pública a capacidade dos governados influenciarem o governante e, em caso negativo, faça a prestação de contas para justificar a não adoção. 
No Orçamento Participativo, em que os representantes da sociedade, por meio de conselhos e associações de moradores, solicitam a adoção de uma determinada melhoria, caso o governante não tenha condições imediatas de adotar aquele pedido, por meio da accountability ele deverá apresentar a contraposição.
3.4 Transparência Pública
Prevista na Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, inciso XIV é assegurado a todos os brasileiros o acesso à informação e o inciso XXXIII, garante que todos têm direito a receber informações de órgãos públicos, quer seja de seu interesse particular ou de interesse coletivo. Com vistas a dar maior robustez à Lei de Responsabilidade Fiscal 101/2000, foi promulgado em 27 de maio de 2009 a Lei Complementar 131, , a qual acrescenta o parágrafo único ao artigo 48 da lei 101.( pesquisar a lei)
A partir da promulgação desta lei, as finanças públicas têm publicidade e as instituições, criam os chamados portais da transparência, pelo qual qualquer cidadão tem acesso às informações relativas aos gastos e despesas dos órgãos.
4. CONTROLES E RESULTADOS
A participação dos cidadãos na definição das políticas públicas está prevista na Constituição Federal de 1988, que no artigo 29 determina que os gestores públicos devem incentivar: 
XII – cooperação das associações representativas no planejamento municipal; 
XIII – iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado
Outra forma encontrada na lei para a apresentação das demandas da sociedade está disposto no capítulo IV da lei n° 10527/2001, popularmente referenciado como o Estatuto das Cidades, que no 43º artigo declara: Art. 43. Para garantir a gestão democrática da cidade, deverão ser utilizados, entre outros, os seguintes instrumentos: 
I – órgãos colegiados de política urbana, nos níveis nacional, estadual e municipal;
II – debates, audiências e consultas públicas; 
III – conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional, estadual e municipal; 
IV – iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano. (BRASIL, 2001) Portanto, cabe aos cidadãos organizados, quer seja por conselhos ou por associações, apresentarem as demandas que farão parte do planejamento do executivo que, de acordo com as prioridades e capacidade orçamentária, devem ser apresentadas por meio de documentos 
4.1 Plano Plurianual – PPA 
É o instrumento de planejamento governamental realizado a médio prazo, que define procedimentos, objetivos e metas para cada ente federativo, ou seja, para municípios, estados e União. 
Seu propósito é estabelecer diretrizes, metas e objetivos da gestão pública através de propostas apresentadas pela população e pelos poderes legislativo e executivo visando o desenvolvimento da cidade.
Conforme descrito na Constituição no artigo 165, é uma lei orçamentária, por meio da qual o poder executivo expressa as políticas públicas que serão praticadas durante cada mandato e é apresentado até o dia 31 de agosto do primeiro ano de governo. O primeiro ano do governo será realizado com os planos desenvolvidos pelo governo anterior.
4.2 Lei das Diretrizes Orçamentárias – LDO
A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. (BRASIL, 2020, p. 90)
(pesquisar a lei)
4.3 Lei do Orçamento Anual – LOA
A lei do Orçamento Anual é o orçamento público efetivo e tem como função principal determinar como se dará a receita, de onde virá o dinheiro para fazer frente aos gastos e despesas já mencionados.
Destarte, no orçamento a ser enviado ao legislativo para aprovação, devem constar o orçamento fiscal, o orçamento de investimento para as empresas públicas e o orçamento de seguridade social. Os elementos ora apresentados referentes ao PPA, LDO e LOA, devem ser amplamente apresentados e discutidos pela sociedade, pelos cidadãos ou entidades que os representem e pelos representantes eleitos para o legislativo. (pesquisar a lei)

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