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Aula 1 – Construção, Constituição, Consolidação do Sistema. Profª Renata Bandeira Profº Luiz Gustavo Um pouco de história... Antes do advento do Sistema Único de Saúde (SUS): INAMPS: Criado pelo Regime Militar em 1974 e tinha a finalidade de prestar atendimento médico aos que contribuíam com a Previdência Social. Dispunha de estabelecimentos próprios, mas a maior parte dos atendimentos eram realizados pela iniciativa privada. Os convênios estabeleciam a remuneração por procedimento, consolidando a lógica do cuidar da doença e não da saúde. Antes da criação do SUS, o modelo de saúde adotado até então dividia os brasileiros em três categorias: a) 1. Os que podiam pagar por serviços de saúde privados; b) 2. Os que tinham direito à saúde pública por serem segurados pela previdência social; e c) 3. Os que não possuíam direito algum. Reforma Sanitária Final dos anos de 1980 - Movimentos sociais -Redemocratização do país e melhoria das condições de vida da população; Luta pela ampliação dos direitos de cidadania às camadas sociais marginalizadas; Foi dentro desta perspectiva que a "Saúde como um Direito do Cidadão e Dever do Estado" se colocou como ideia central do "Movimento Sanitário", que se consolidou de forma mais elaborada na “Reforma Sanitária”. A Reforma Sanitária brasileira nasceu na luta contra a ditadura, com o tema Saúde e Democracia; Estruturou-se nas universidades, no movimento sindical, em experiências regionais de organização de serviços; 8ª Conferência Nacional de Saúde Consolidou-se: 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), em 1986, na qual, pela primeira vez, mais de cinco mil representantes de todos os seguimentos da sociedade civil discutiram um novo modelo de saúde para o Brasil. Foi a 1ª CNS aberta à sociedade. Estabeleceu os marcos político e conceitual para a orientação do processo de transformação do setor saúde no Brasil, que foram consubstanciados no reconhecimento de que o direito à saúde se inscreve entre os direitos fundamentais do ser humano e que é dever do Estado a sua garantia. Conceito ampliado de saúde, resultado das condições de habitação, alimentação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, educação, emprego, lazer, liberdade, acesso a posse da terra e acesso a serviços de saúde. Anteriormente : Conceito restrito de saúde: a forma de olhar, pensar e refletir o setor saúde era concentrada nas ciências biológicas e na maneira como as doenças eram transmitidas. Reforma Sanitária e 8ª Conferência Nacional de Saúde Resultado : Implantação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS); Bases da Seção “Da saúde” da Constituição Federal de 1988; Garantiu na Constituição, por meio de emenda popular, que a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado; Implantação gradual do Sistema Único de Saúde (SUS). Sistema Único de Saúde (SUS) O fundamento legal do SUS: É a Constituição Federal de 1988, regulamentado na Lei Federal n.º 8.080/90, que dispõe sobre a organização e regulação das ações de saúde, e na Lei Federal n.º 8.142/90, que trata do financiamento da saúde e da participação popular. SUS : Foi criado para oferecer atendimento igualitário e promover a saúde de toda a população. O Sistema constitui um projeto social único que se materializa por meio de ações de promoção, prevenção e assistência à saúde dos brasileiros. Constituição Federal do Brasil de 1988 Seção II – DA SAÚDE Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Lei Federal nº 8.080/90 Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Do Sistema Único de Saúde Disposição Preliminar Art. 4º - O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o SUS. Lei Federal nº 8.142/90 Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Sistema Único de Saúde (SUS) PRINCÍPIOS Princípio do SUS Universalidade : A Saúde é reconhecida como um direito fundamental do ser humano, cabendo ao Estado garantir as condições indispensáveis ao seu pleno exercício e o acesso a atenção e assistência à saúde em todos os níveis de complexidade. Integralidade: Garante ao usuário uma atenção que abrange as ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, com garantia de acesso a todos os níveis de complexidade do Sistema de Saúde. A integralidade também pressupõe a atenção focada no indivíduo, na família e na comunidade (inserção social) e não num recorte de ações ou enfermidades. Equidade: Igualdade da atenção à Saúde, sem privilégios ou preconceitos. O SUS deve disponibilizar recursos e serviços de forma justa, de acordo com as necessidades de cada um. O que determina o tipo de atendimento é a complexidade do problema de cada usuário. É um princípio de justiça social porque busca diminuir desigualdades. Brasil: disparidades sociais e regionais - as necessidades variam. Descentralização político-administrativa: É o processo de transferência de responsabilidades de gestão para os municípios, atendendo às determinações constitucionais e legais que embasam o SUS e que definem atribuições comuns e competências específicas das 3 esferas, à União, estados, Distrito Federal e municípios. Regionalização e Hierarquização : •A regionalização deve orientar a descentralização das ações e serviços de saúde. •Neste processo são identificadas e constituídas as regiões de saúde – espaços territoriais nos quais serão desenvolvidas as ações de atenção à saúde objetivando alcançar maior resolutividade e qualidade nos resultados. •Os serviços de saúde são divididos em níveis de complexidade: primário, secundário e terciário •O nível primário deve ser oferecido diretamente a população; •Os serviços de maior complexidade são menos numerosos e por isso sua área de abrangência é mais ampla atendendo uma maior região. Controle social/Participação social : •Abrange as práticas de fiscalização e de participação nos processos deliberativos relacionados à formulação de políticas de saúde e de gestão do SUS. •Há mecanismos institucionalizados que garantem a participação e o controle social, como os •Conselhos de Saúde e as Conferências de Saúde, com representatividade dos distintos atores sociais. Regulamentado na Lei Federal nª 8.142/90
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