Buscar

EMPATIA, COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO VERBAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

EMPATIA, COMUNICAÇÃO VERBAL E NÃO VERBAL 
 
Histórico do foco de atendimento médico: 
➔ Corpo foi associado à alma (Platão, Demócrato, Santo Agostinho) 
➔ Limitado a fluidos corporais (Hipócrates) 
➔ Locus dos defeitos e pecados (Idade Média) e seccionado da sua relação com 
a mente 
➔ Religião e a filosofia do estudo da mente e o estudo do corpo 
➔ Objeto de estudo da medicina (Descartes) 
Desenvolvimento da medicina ao longo da história da humanidade, percebe-se uma 
estreita relação entre os acontecimentos médicos e sociais. À medida que ocorrem 
profundas alterações na estrutura da sociedade, a medicina as acompanha, atualizando 
seus métodos diagnósticos, terapêuticos e de abordagem ao paciente 
Século XX: Abraham Flexner novo modelo para o conceito de saúde e doença, 
fortemente alicerçado em aspectos biomédicos afastamento entre o conhecimento 
médico e o cuidado clínico → incapacidade de enxergar a doença no paciente como um 
conjunto de fatores e não algo isolado → visão cientificista e hospitalocêntrica que 
acabou por desvalorizar o lado humanista da prática médica 
O rompimento dessa visão mecanicista do corpo do homem foi introduzido com a teoria 
psicanalítica de Freud e, mais tarde, com a introdução do termo psicossomático por 
Heinroth e Alexander, o que denota uma visão mais holística devido à inseparabilidade 
dos aspectos biológicos e psicológico 
Século XXI: a lógica do modelo Flexner se inverteu, dando ênfase ao encontro mais 
empático do médico com seu paciente → Atendimento pautado em princípios éticos, no 
processo de saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção → Ações de 
promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde, integralidade da assistência, 
senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania → Promotor da saúde 
integral do ser humano 
MÉDICO NÃO TRATA A DOENÇA, MAS, SIM, A PESSOA 
 
1915: o termo incluiu a visão da empatia como a capacidade de compreender o ser 
humano 
1918: a empatia começou a se aproximar do campo da relação médico-paciente, 
utilizando-a como ferramenta para aprimorar a entrevista médica 
Atualidade: empatia e comunicação passaram a ser ensinadas nas escolas médicas 
 
EMPATIA 
Essencial no processo de comunicação para estabelecer um vínculo efetivo entre 
profissional e paciente. Habilidade interpessoal composta por componentes cognitivos, 
afetivos, comportamentais e morais . 
Entendimento pleno da perspectiva do próximo desenvolve um pensamento altruísta 
e/ou compassivo cria interesse manifesto de importância e auxílio ao próximo 
capacidade de transmitir tal sentimento para que o próximo se sinta profundamente 
compreendido. 
 
Na medicina segue por várias correntes: 
➔ Variáveis emocionais e cognitivas que possibilitam o entendimento do paciente 
e a compreensão de suas experiências 
➔ Disposição genuína de ser capaz de ouvir, compreender, compadecer-se por 
meio de deduções, de informações retidas na memória ou colocando-se no lugar 
do outro, prestando apoio a outro indivíduo, fazendo com que essa pessoa se 
sinta compreendida 
➔ Empatia na consulta médica é a capacidade que nós temos de poder ver no 
paciente e o paciente ver em nós, um momento de quebrar alguns paradigmas; 
se nós podemos, com um olhar, ao cumprimentar o paciente, com um sorriso, 
quebrar um pouco do medo, da angústia, da ansiedade, nós estamos fazendo 
empatia na consulta 
A Relação Médico-Paciente (RMP) vai além do encontro situacional entre esses dois 
intérpretes, algo maior do que fazer perguntas e exames físicos, receitar medicamentos 
e prescrever condutas. Estudos sugerem que a RMP mescla habilidades técnicas e 
pessoais. "curar ocasionalmente, aliviar frequentemente e consolar sempre“ 
Larson e Yao: empatia é um símbolo das profissões que cuidam da saúde, não estando 
limitada aos profissionais do contato diário, como os enfermeiros, mas englobando, 
sobretudo, os profissionais que diagnosticam e tratam 
 
Um médico cuja empatia é exercida no encontro clínico se preocupa com tudo o que 
cerca seu paciente, entende que ele é fruto de suas escolhas e do meio em que vive; 
logo, de maneira empática, se compadece dos problemas apresentados. Além disso, 
um médico empático busca da melhor maneira possível servir como instrumento de 
melhora para aquele indivíduo que o procura num momento de necessidade ou 
desamparo. 
 
BENEFÍCIOS COMPROVADOS: 
➔ Paciente satisfação durante o seu tratamento 
➔ Maior taxa de adesão dos pacientes aos tratamentos 
➔ Maior aproximação entre profissional e paciente 
➔ Facilita a expressão de mais informações acerca do quadro clínico do paciente 
minimizando o risco de desentendimentos e desconfortos 
➔ Paciente disposto a informar com mais desenvoltura seus problemas, sintomas 
e dúvidas 
➔ Relacionada mais à qualidade do que ao sucesso da intervenção médica, "um 
adjuvante importante ao tratamento" e ao manejo do paciente 
➔ Confiança e creditação na conduta médica 
➔ Importância fundamental para a efetividade dos processos diagnósticos e 
terapêuticos, indispensáveis ao resultado da arte médico 
"Há um conjunto de emoções que as doenças suscitam nas pessoas, que é a fragilidade 
da vida da gente. Deve se ter cuidado, pois se lida com pessoas“ - Joca Ramiro 
“O médico é uma pessoa como outra qualquer e ele sofre os mesmos tipos de defeitos 
que a sociedade em geral. Hoje em dia, as pessoas se relacionam pouco, se relacionam 
rapidamente, com uma qualidade que deixa a desejar, embora elas falem que querem 
muito isso (se relacionar)” – Hermógenes 
Diversidade cultural: envolvida na relação profissional-paciente, profissional-
profissional e entre estudantes. Sendo assim, diferentes vivências e contextos estão 
alocados em um único ambiente cujas necessidades são uma só e que requerem, 
independentemente da cultura do indivíduo, um desempenho satisfatório e de qualidade 
na assistência. Ao profissional da saúde cabe ainda uma atitude humana, ética e 
empática 
 
Revisão bibliográfica, Cezar Kayzuka Cotta Filho e col. 2018: Demonstram que os 
estudantes residentes no Ocidente – por exemplo, nos EUA – têm maior nível de 
empatia quando comparados aos estudantes do Oriente, como Japão, Coreia e 
Singapura. Estudantes de origem asiática, residentes nos EUA, possuem menor nível 
de empatia quando comparados às demais etnias nascidas no país. Quando comparada 
a empatia dos alemães com a dos etíopes, estes obtiveram maior nível de empatia. Uma 
explicação cultural de que a empatia é diferente entre os asiáticos e americanos deve-
se à falta de costume dos asiáticos em realizar a comunicação não verbal e a expressar 
sentimentos e emoções, os quais compõem a comunicação empática. 
 
Revisão bibliográfica, Cezar Kayzuka Cotta Filho e col. 2018: As mulheres são mais 
empáticas quando comparadas aos homens. Pode-se associar esse resultado ao fator 
do desenvolvimento social e de aprendizagem da mulher, o que se relaciona ao papel 
de gerar vidas e de cuidar, sendo este influenciado pela cultura, que favorece maior 
exteriorização de sinais emocionais em comparação com os homens. 
 
Comunicação Verbal 
➔ Troca de informações 
➔ A primeira forma que normalmente vem à mente é a verbal, como na conversa 
entre pessoas 
➔ A fala, costuma ser o suficiente para uma interação habitual entre pessoas 
➔ As informações presentes nessa troca podem ser dos mais diversos tipos, desde 
dados objetivos, passando por impressões, ideias e até sentimentos 
➔ Para os aspectos mais subjetivos desse intercâmbio, em geral se utiliza tanto 
comunicação verbal como aspectos não verbais 
 
Comunicação Não Verbal 
➔ Qualifica a interação humana, imprimindo sentimentos, emoções, qualidades e 
um contexto que permite ao indivíduo não somente perceber e compreender o 
que significam as palavras, mas também compreender os sentimentos do 
interlocutor 
➔ O silêncio é significativo e pode transmitirinúmeras mensagens em determinado 
contexto 
➔ A comunicação não-verbal é mais demorada e requer que os interlocutores 
estejam atentos para esse tipo de comunicação 
➔ Sem tal percepção emocional, os problemas do dia a dia e a rotina podem fazer 
com que os profissionais toquem sem sentir, olhem sem ver e escutem sem ouvir 
 
Entonação da voz, Grunhidos, Ruídos vocálicos de hesitação, Pronúncia, Tosse, 
Suspiro provocados por tensão 
Sinais silenciosos do corpo: Gestos, Olhar, Postura, Expressão facial, As próprias 
características físicas, que individualizam o indivíduo 
 
Tipos de sinais não-verbais que podem ser “lidos”: 
➔ Cinésica: as ações ou movimentos do corpo, a postura corporal 
➔ Proxêmica: Sinais vocais ou paralinguísticos 
Espaço pelos comunicadores, posição e distanciamento Volume de voz 
➔ Taxêmica: utilização do toque 
➔ Objetos e adornos utilizados, o tipo de corpo (características físicas) e o 
momento em que as palavras são ditas 
 
Taxêmica/ Tacésica: 
➔ Deve estar presente em toda assistência, não deve ser condicionado à 
realização de procedimentos técnicos científicos 
➔ Deve ter a finalidade de demonstrar carinho, empatia, segurança e proximidade 
em relação ao sujeito 
➔ A intimidade, a segurança e o apoio, interfere quanto segurança e conforto, 
assim como medo e ansiedade 
 
Comunicação Não Verbal x Saúde do paciente 
Mal uso da comunicação não verbal, pode trazer sequelas psicológicas ao paciente e 
influenciar de maneira decisiva no compromisso do mesmo com o terapeuta e na 
evolução do tratamento 
Para a prestação da assistência ao sujeito, é necessário a demonstração de carinho e 
atenção → Ouvir, Expressar um olhar atencioso, Tocar e reconfortá-lo 
Tais ações apresentam contribuição essencial à segurança, proteção e auto-estima de 
uma pessoa 
 
A ênfase do toque não técnico, do olhar não direcionado à busca de patologias, da 
aproximação sincera e fraterna, quando não amorosa, tem resgatado valores humanos 
que ficaram em algum lugar no tempo e no espaço da história do homem que, por sua 
vez, desenvolveu novos modos de adoecer → Uma visão de saúde mais holística, na 
qual não há um divórcio entre corpo e mente 
 
Comunicação Não Verbal x Verbal 
Esses sinais não-verbais podem ser utilizados para complementar, substituir ou 
contradizer a comunicação verbal e também para demonstrar sentimentos 
Em caso de conflito entre a mensagem verbal e a comunicação não-verbal, a mensagem 
não-verbal prevalecerá 
 
Situação problema: 
Preparação para consulta: importante que o profissional de saúde concentre-se e 
observe como está o seu estado de ânimo (“Estou disposto e atento ou sonolento e 
cansado?”), encerre a consulta anterior, organização da sala 
Aspectos do ambiente: organização e a limpeza do ambiente demonstram respeito e 
atenção à pessoa que busca cuidado; posição da mesa e cadeiras demostram 
proximidade e empatia 
Aspectos pessoais: organize para evitar saídas inesperadas do consultório, 
capacidade de separar esses sentimentos e racionalizar as emoções para que estas 
não influenciem 
Aspectos assistenciais: revisou as anotações do último encontro, informações 
fundamentais para que conduzisse a consulta 
Recepção do paciente: primeiro minuto da consulta tem grande valor simbólico. O bom 
profissional de saúde é acolhedor e faz as pessoas se sentirem cômodas, à vontade 
Abertura da entrevista: pergunta inicial da entrevista deve ser aberta, mas, ao mesmo 
tempo, focada nas demandas que trazem a pessoa ao consultório 
 
Atitudes a evitar durante a entrevista: 
➔ Crítica e juízo de valor (aceitação do outro na sua diferença e dificuldades) 
➔ Respostas que encerram o diálogo 
➔ Perguntas “por que”, que podem ser interpretadas como crítica, juízo de valor ou 
acusação 
➔ “Por que não tomou os comprimidos?” 
➔ “Por que faltou à consulta?” 
➔ Perguntas sugestivas: quando se quer forçar que o paciente considere nossa 
perspectiva 
➔ “Já está muito melhor, não está?” 
➔ “E a cabeça também lhe dói, não é?” 
➔ Perguntas na negativa 
➔ “E dor de cabeça, não tem tido?” 
➔ “Não tem mais nada a dizer?” 
➔ Uso de diminutivo: retira a importância, minimiza, infantiliza o paciente 
➔ “Tomou os comprimidinhos que passei?”; substituir por “Tomou os comprimidos 
que passei?” 
➔ “Como está a dorzinha?”; substituir por “Como está a dor? 
 
“A promoção de uma assistência holística que envolva as necessidades bio-psico-sócio-
espirituais e emocionais deve passar por um processo comunicativo eficaz entre 
terapeuta-sujeito”.

Continue navegando