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Anti-inflamatórios esteroidais Sinônimos para eles: ➜AIE ➜Corticoides ➜Corticosteróides ➜Adrenocorticóides Os anti-inflamatórios atuam na cascata da inflamação: Os corticoides são substâncias que vão bloquear a cascata de inflamação precocemente. Os corticoides interferem na formação da lipomodulina que atua na fosfolipase. Os anti-inflamatórios esteroidais impedem que a fosfolipase converta os fosfolipídeos de membrana em ácido araquidônico e libere ele. Os anti-inflamatórios não esteroidais bloqueiam a ciclooxigenase (COX). As membranas celulares lesionadas liberam lipocortina, essa lipocortina ativa a fosfolipase A2 e a fosfolipase libera o ácido araquidônico da membrana fosfolipídica. O ácido araquidônico sofre ação da ciclooxigenase formando as prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos. O ácido araquidônico quando sofre ação da lipooxigenase forma os leucotrienos e lipoxinas. A síntese de prostaglandina é catalisada por duas formas de ciclooxigenase, que é a COX-1 e a COX-2. (existe a COX-3). As prostaglandinas produzidas pelas ciclooxigenase estão presentes em todos os tecidos e exercem funções fisiológicas no organismo. A COX-1 é fisiológica e as prostaglandinas liberadas por ela fazem a proteção da mucosa gástrica, manutenção do fluxo sanguíneo renal e a hemostasia vascular. A COX-2 é inflamatória, libera os macrófagos que vão até o local da injuria e causam inflamação, dor, calor e rubor. ➔Inflamação é o mecanismo de defesa do nosso corpo, o problema da inflamação é quando ela fica exacerbada. Sempre temos um estímulo fisiológico que desencadeia a ação da COX-1 (protetiva), a cox vai produzir o muco gástrico, vasodilatação, fluxo renal, agregação plaquetária e aumenta a inflamação em 3x. A COX-2 é induzida por citocinas, hormônios, fatores de crescimento promotores tumorais e a cox-2 expressa nas células envolvidas no processo inflamatório, como os macrófagos, monócitos e sinoviócitos, toda vez que temos um processo inflamatório no tecido, seja qual for o dano, temos vasodilatação, migração e o influxo das células para o local, principalmente os macrófagos para fazer a fagocitose. Depois de expressa nas células, aí sim temos o processo de inflamação aguda e crônica, com calor, rubor, edema, dor, podendo levar ao dano do tecido. A COX-2 aumenta a inflamação em 20x. Com o trauma e a destruição tecidual, nós temos a liberação de substâncias pró-inflamatórias. Resposta inflamatória – resposta natural do organismo Na inflamação temos dor: acúmulo de substâncias algogênicas, que são a serotonina, substância P, bradicinina, prostaglandinas e histamina, temos esse acúmulo sobre as terminações nervosas/ receptores de dor do local. Temos calor e rubor por conta do aumento do fluxo sanguíneo na área inflamada. Temos tumor por conta do aumento local de líquido intersticial. Temos a perda de função por consequências do edema e da dor. ➤Fase aguda - é a fase que temos a vasodilatação e aumento da permeabilidade capilar, precisamos desse aumento da permeabilidade capilar (sinalização) para que tenhamos infiltração de leucócitos e células fagocítica (infiltrado inflamatório) ➤Fase crônica - temos a fibrose tecidual. Substituição do tecido original por tecido fibroso. Substâncias algogênicas – Quando temos os mecanismos periféricos de dor/excitação pelo dano, as células liberam as substâncias algogênicas que são: → Bradicinina → Acetilcolina → Prostaglandinas → Histamina. → Serotonina → Substância P → Interleucina 1, L6 → Fator de necrose tumoral *Todas essas substâncias promovem a excitação dos nociceptores. (receptores de dor). Modulação periférica – A liberação ou eliminação das substâncias algogênicas na vizinhança dos nociceptores e a lesão tecidual ativa os nociceptores da periferia causando a liberação de neurotransmissores como a substância P e Glutamato, esses neurotransmissores ativam os nociceptores. As substâncias algogênicas (serotonina, bradicina, histamina e prostaglandinas) sensibilizam e excitam ainda mais esses nociceptores e atuam como mediadores da inflamação. Glândulas adrenais – As glândulas adrenais são responsáveis pela produção dos corticoides endógenos. As glândulas estão localizadas cranialmente aos rins nos animais. As adrenais têm duas regiões, a medula e o córtex. A medula secreta as catecolaminas. Os corticoides são produzidos no córtex das adrenais, e o córtex é dividido em 3 zonas: ➢ Zona glomerulosa - é mais externa, ela secreta os mineralocorticoides ➢ Zona fasciculada - secreta os glicocorticoides ➢ Zona reticular - produz/secreta os esteroides sexuais. OS PRINCIPAIS ESTEROIDES DAS ADRENAIS SÃO OS GLICOCORTICOIDES E MINERALOCORTICOIDES ➥Mineralocorticóides: principal é a aldosterona (sistema renina-angiotensina) ➥Glicocorticóides: principal é o cortisol/hidrocortisona e corticosterona ➥Esteroides sexuais: principais são os andrógenos/esteroides. Mineralocorticóides - São substância que regulam o balanço hídrico e eletrolítico (ex: aldosterona). Tem influência para sua síntese e liberação pelo sistema renina-angiotensina que atua sobre o córtex da adrenal. Glicorticoides - Tem ação anti-inflamatórias e imunossupressora. Usamos muito a dose imunossupressora em quadros de alergias e doenças autoimunes, podemos escolher dose anti-inflamatória ou imunossupressora. Os glicocorticoides têm ação difusa no metabolismo de carboidratos e proteínas, tem efeito regulatório na resposta imune inata e adquirida. Os principais glicocorticoides é a hidrocortisona e a corticosterona. O cortisol nos cães, gatos, homem, macaco, hamster e peixes é muito potente, já a corticosterona nos ratos, camundongos, pássaros e cobras é pouco potente. Esteroides de ocorrência natural - Temos os esteroides de ocorrência natural e eles possuem tanto efeitos mineralocorticoides como efeitos glicocorticoides e esses efeitos estão associados em menor ou maior escala. Glicocorticoides sintéticos - Os sintéticos (fármacos) tem privilégio nas atividade anti- inflamatória/imunossupressora, ele diminui/aboli a ação mineraloreguladora. O efeito ideal seria máxima atividade anti-inflamatória, atividade antialérgica e imunossupressora e mínima atividade retentora de sódio e fluidos. ➜Os corticoides são sintetizados e liberados pela adrenal quando necessário, ou seja, não são estocados nas adrenais ➜Estímulo para secreção: hormônio adrenocorticotrófico (ACTH – corticotropina) produzido pela adenohipófise O hipotálamo libera o hormônio liberador de corticotrofina, esse hormônio vai estimular a adeno hipófise a liberar o hormônio adrenocorticotrófico/corticotrofina e esse hormônio estimula o córtex da adrenal a produzir os glicocorticoides. Os esteroides da adrenal, os corticoides são regulados pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal ➜Secreção ACTH regulado parcialmente pelo hormônio liberador corticotropina (CRH) produzido pelo hipotálamo e pelas concentrações sanguíneas de glicocorticoides Esse glicocorticoide que foi sintetizado e liberado atinge uma concentração sérica e faz um feedback negativo para o hipotálamo, ou seja, ele avisa ao hipotálamo que ele já chegou em uma concentração ideal e pode parar de produzir e liberar o hormônio liberador de corticotrofina e avisar a hipófise que ela também pode parar de produzir hormônio ACTH. O próprio ACTH em determinadas concentrações também faz o feedback negativo para o hipotálamo, avisando que ele deve parar. Tudo isso acontece também quando eu administro o glicocorticoide exógeno, então a adrenal deixa de ser estimulada e por isso precisamos fazer o desmame lento dessas substâncias. ➜Secreção CRH controlada pelos níveis de glicocorticoides, estímulosSNC e ACTH Os mineralocorticoides não sofrem influência do eixo- hipotalâmico-hipofisário, mas ele depende da atuação do sistema renina-angiotensina. O sistema renina- angiotensina estimula o córtex da adrenal para a síntese e liberação dele mineralocorticoides. Os mineralocorticoides têm ação periférica sobre o metabolismo dos sais e da água. Hipófise e hipotálamo anterior – Cada hormônio da hipófise anterior é regulado por um fator de liberação específico do hipotálamo e o controle de liberação desses fatores é realizado por mecanismos de retroalimentação (feedback). O ACTH (corticotrofina) é quem regula a liberação de glicocorticoides pelo córtex da adrenal, o ACTH é regulado pelo fator de liberação de corticotrofina (CRF) que é liberado pelo hipotálamo, vasopressina e glicocorticoides do sangue/plasmático que avisam o hipotálamo. Corticotropina e esteróides supra-renais – ➜A corticotropina (ACTH) estimula a síntese e a liberação de glicocorticoides (p. ex. hidrocortisona) do córtex supra-renal. ➜O fator de liberação da corticotropina (CRF) do hipotálamo regula a liberação de corticotropina, que é regulado por fatores neurais e pelos mecanismos de retroalimentação negativa dos glicocorticóides plasmáticas ➜A liberação de mineralocorticoides (aldosterona) do córtex da supra-renal é controlada pelo sistema de renina-angiotensina Glicocorticoides – → Utilizados por sua ação anti-inflamatória e imunossupressora → Retroalimentação (feedback negativo) Na terapêutica, quando usado por períodos muito longos, temos uma diminuição da produção e liberação dos corticoides endógenos (a adrenal para de produzir) e com isso resulta na deficiência da produção de corticoides endógenos e isso pode gerar uma insuficiência de adrenal. O tratamento nunca deve ser interrompido repentinamente e por isso devemos fazer a redução lentamente (desmame) para dar tempo e estímulo para a adrenal voltar a produzir e liberar seus corticoides endógenos Farmacocinética – Podemos fazer Iv, Im, Sc, oral, intra-articular, aerossol, colírio, creme e pomadas. Escolhemos a via dependendo do tipo de problema que o animal está apresentando. Altas concentrações de corticoides em uma área restrita temos mínimos efeitos colaterais, mas quando fazemos a utilização crônica, mesmo tópica, podemos ter a supressão do eixo-hipotálamo-hipófise-adrenal, pois essas substâncias são permeáveis à barreira cutânea. Se formos fazer um tratamento muito longo, o melhor é a via oral. Farmacocinética – Ligação às proteínas plasmáticas ➜ globulinas de ligação dos glicocorticóides (CGB) no sangue ➜ penetram nas células por difusão ➜ metabolizadas no fígado. *globulina específica = CGB = liga-se ao corticóide endógeno em sua maioria A albumina se liga aos corticoides naturais e sintéticos, também entra nas células por difusão simples por serem moléculas lipofílicas pequenas (os glicorticóides são moléculas pequenas e lipofílicas) – atravessam facilmente as membranas celulares, porém são dificilmente excretadas. Temos o pico de liberação de glicocorticóide pela manhã. A metabolização é hepática e o glicocorticóide por ser muito lipossolúvel/lipofílico, a biotransformação hepática acontece pelas 2 fases (conjugação com o ácido glicurônico) – processos de redução, hidroxilação, conjugação Cortisona e prednisona se tornam ativas através da redução hepática e são ativadas em hidrocortisona e prednisolona. A cortisona e prednisona não tem efeitos tópicos, pois para fazerem efeito no nosso corpo, mesmo que tópico, elas devem ser metabolizadas e transformadas em hidrocortisona e prednisolona. Depois que elas são metabolizadas e biotransformadas, são hidrossolubilizadas e excretadas pelo rim em sua maioria e o restante pode ser excretado pela bile. Devemos lembrar dos hepatopatas e a idade (filhotes e idosos) por conta da sua metabolização que acontece no fígado e por conta da biotransformação, pois a idade (fígado não bem desenvolvido nos mais novos e falha no fígado nos mais velhos) e hepatopatias interferem no metabolismo desses glicocorticoides exógenos. Glicocorticóides – Temos glicocorticoides de primeira geração, de segunda geração e os de terceira geração: • 1ª geração - cortisona e hidrocortisona (<12h de efeito) • 2ª geração - betametasona, dexametasona, prednisolona, metilprednisolona, acetonido de triancinolona (18-36h de efeito) • 3ª geração - deflazacort (36-54h de efeito) Classificamos as medicações de acordo com a sua duração de efeito: • Temos os agentes de curta duração, que são aqueles que duram <12h (hidrocortisona e cortisona) • Temos os agentes de ação intermediaria, que são aqueles que duram de 18-36 horas (prednisona, prednisolona, metilprednisolona, acetonida e triancinolona). • Temos os agentes de ação prolongada, que são aqueles que duram de 36-54 horas (betametasona e dexametasona). Potência – A potência dos glicocorticoides está relaciona à atividade anti-inflamatória comparada com a hidrocortisona, os efeitos da hidrocortisona foram baseados na duração que ela promove da supressão do ACTH após uma única dose dele. Hidrocortisona: valor = 1,0 Os corticoides de ação curta, como a hidrocortisona e a cortisona apresentam menor potência que os de ação prolongada, já os corticoides de ação prolongada, como a dexametasona, apresentam potência maior por terem maior afinidade pelos receptores, menor velocidade de excreção e menor ligação às proteínas plasmáticas. Corticoterapia sistêmica – tabela de equivalência – Glândulas Adrenais – Podemos ter alterações nas adrenais que promovem doenças como a doença de Addison, síndrome de Cushing e alterações no equilíbrio de sódio e potássio. • Doença de Addison - ocorre por deficiência na produção dos corticoides. Essa doença apresenta fraqueza muscular, pressão arterial baixa, depressão, anorexia, perda de peso e hipoglicemia. • Síndrome de Cushing - ocorre por conta da produção em excesso de corticoides, essa doença pode ser iatrogênica, por conta da administração prolongada de corticoides exógenos ou ela pode ser endócrina, onde o animal tem uma hipersecreção de corticoides pelas adrenais dele. • Alterações no equilíbrio de sódio e potássio - ocorre pela produção excessiva de mineralocorticoides e isso pode acontecer por uma hiperatividade da adrenal ou algum tumor. Glicocorticóides – ✓ Eles são sintetizados e liberados de acordo com as necessidades. Sua concentração sanguínea mais elevada é no início da manhã e vai diminuindo gradativamente até chegar a um valor mínimo no final da tarde ou noite. Mecanismo de ação – → Interação de glicocorticóides com receptores pertencentes à superfamília dos receptores nucleares Atuação dos glicocorticóides - o glicocorticoide tem que interagir no núcleo das células, então eles penetram as células facilmente por serem lipofílicos. No citoplasma celular ele se liga à um receptor específico e é conduzido até o núcleo da célula, no núcleo ele forma um complexo ativado com DNA celular. Esse complexo receptor-esteroide e DNA pode promover ou inibir a transcrição gênica de um RNAm, lembrando que o RNAm é responsável pelo sequenciamento correto de aminoácidos para a produção de determina proteína. Então o glicocorticoide pode ou não promover a transcrição para a produção de uma proteína específica, ele permite ou não a formação de um RNAm. Objetivo final: síntese de proteínas específicas ou inibição da síntese de proteínas específicas Atuação dos glicocorticóides nos processos inflamatórios - ele promove a inibição da fosforilação e a liberação de lipocortina, que é uma proteína. A lipocortina é responsável pela ativação da fosfolipase A2, então se não temos a lipocortina, não temosa fosfolipase A2 liberando o ácido araquidônico, ou seja, bloqueamos a cascata da inflamação nesse ponto com os corticoides. Receptores de glicocorticóides – → Temos os receptores de glicocorticóide em todos os tecidos do corpo e por conta disso, temos os efeitos metabólicos gerais. Principais ações dos glicocorticóides – Ações metabólicas dos glicocorticóides – ➥Temos efeito hiperglicemiante (cuidado com os diabéticos) e esse efeito hiperglicemiante é promovido pela inibição da captação e da utilização periférica da glicose, ou seja, funcionam como antagonistas da insulina. ➥Os glicorticóides promovem gliconeogênese a partir de aminoácidos e ácidos graxos livres e aumentam a síntese de glicogênio hepático. ➥Alguns glicorticóides sintéticos podem apresentar efeitos mineralocorticoides. ➢ No TGI eles promovem o aumento do suco gástrico e da pepsina, reduz a absorção de cálcio e aumentam a eliminação de cálcio pelos rins. ➢ Na pele eles inibem a síntese de colágeno, diminuem a derme e isso tudo promove uma difícil cicatrização. ➢ Nas proteínas eles aumentam o catabolismo proteico e diminuem o anabolismo proteico e podemos ter atrofia e fraqueza. ➢ Nos carboidratos eles diminuem a captação e a utilização da glicose e causam o aumento da gliconeogênese causando a hiperglicemia. ➢ Nos lipídeos eles promovem a redistribuição da gordura ➢ Eles causam a retenção de sódio e perda de potássio (Alguns glicorticóides sintéticos podem apresentar efeitos mineralocorticoides.) ➢ Inibem o hormônio antidiurético e com isso aumenta a diurese ➢ Podem aumentar a fosfatase alcalina no fígado ➢ Aumentam a sensibilidade às catecolaminas e esse aumento a sensibilidade aumenta o DC e o tônus vascular, resultando então no aumento da PA. Ações reguladoras dos glicocorticóides – No hipotálamo e na hipófise anterior temos ação de retroalimentação negativa, resultando na diminuição da liberação dos glicocorticóides endógenos e isso pode levar à atrofia do córtex da adrenal. → Para supressão do eixo hipotálamo por 12-36h usamos a prednisona e para o efeito de até 32h usamos a dexametasona na dose 0,1mg/kg. Os glicocorticoides têm ação anti-inflamatório potente por eles bloquearem as manifestações precoces da inflamação (dor, calor, rubor, tumor e perda de função) e as manifestações tardias (reparação e proliferação tecidual). Eles podem promover eventos vasculares como a vasodilatação reduzida e diminuição da exsudação de líquidos. Ação anti-inflamatória = fármacos anti-inflamatórios e imunossupressores por excelência → Os corticoides revertem os diferentes tipos de reações inflamatórias como patógenos, estímulos químicos, físicos, doença autoimune e hipersensibilidade. • Eventos celulares - nas áreas de inflamação aguda temos a diminuição do influxo e da atividade dos leucócitos para o sítio da lesão, temos uma mudança conformacional nas células polimorfo nucleares. Quando temos eventos celulares, devemos prestar atenção com o uso dos corticoides, pois se tivermos um processo infeccioso grave não queremos que tenham esses eventos celulares. → Na inflamação crônica tem uma diminuição da atividade das células mononucleares, com diminuição na proliferação de vasos sanguíneos e diminuição da fibrose. → Nas áreas linfoides temos diminuição da ação das células T e B por redução da atividade imunológica → Estimulam a liberação de neutrófilos pela medula óssea (neutrofilia). → Diminuem a ativação de macrófagos e neutrófilos por reduzirem a transcrição de genes responsáveis pela produção de fatores de adesão celulares e citocinas. → Diminuem a liberação de histamina pelos basófilos e reduz a ativação das células T- helper (é um leucócito que atua ativando e estimulando outros leucócitos a se multiplicarem e atacarem antígenos. Assim, coordenam a resposta imune pela liberação de citocinas) → Inibem a ação da fosfolipase e ciclooxigenase (bloqueia a transcrição gênica e estimula a produção de lipomodulina-1-proteína que inibe a fosfolipase A2) → Reduzem a produção de prostanóides (devido a expressão reduzida COX-2) e citocinas. Ações hemostáticas: → Tem ação hemostática, promove hipercoaguabilidade por aumentar os fatores pró-coagulantes e diminuem a antitrombina que é um anticoagulante natural. Ações reguladoras: sobre os mediadores inflamatórios e imunes: → Diminuição na produção e ação das citocinas, incluindo muitas interleucinas, TNFy, GM-CSF → Diminuição da produção de eicosanóides → Diminuição da produção de IgG → Diminuição dos componentes do complemento do sangue Ação imunossupressor a anti-inflamatória - eles têm o potencial de reduzir a inflação e a hipersensibilidade, mas causam a redução da produção de imunoglobulinas, além do potencial de suprime as reações de defesa eu conferem proteção a infecções e promovem a cicatrização. Particularidades: alguns glicocorticóides sintéticos em concentrações farmacológicas podem apresentar efeito mineralocorticóide: o Retenção sódio o Excreção de potássio o Expansão volume extracelular *corticóides inibem ADH – aumento da diurese Uso terapêutico dos anti-inflamatórios esteroidais – ➤Usamos na terapia de reposição em pacientes com insuficiência adrenal ➤Tratamento anti-inflamatório/imunossupressor ➤Reações de hipersensibilidade ➤Doenças com componentes autoimunes como anemia hemolítica auto-imune e trombocitopenia imunomediada ➤Neoplasias (uso em combinação com agentes citotóxicos ou para reduzir o edema cerebral em pacientes com tumores cerebrais metastáticos ou primários) ➤Para teste de supressão: com dexametasona – dose baixa (administrada à noite) deve suprimir o hipotálamo e hipófise e reduzir a secreção de ACTH e hidrocortisona 9 horas depois. A falta de supressão indica hipersecreção ACTH ou glicocorticóides (Cushing) Glicocorticóides são os mais eficazes anti-inflamatórios disponíveis, suplantando os não-esteroides Toda administração de glicocorticóides é de natureza sintomática, eles não tratam a causa e sim os sintomas do causador. Sempre usar a menor dose possível pelo menor tempo possível. *Podemos usar o propianato de fluticasona (bombinha) para o alívio imediato da broncoconstrição em felinos asmáticos → Uso racional dos glicocorticóides o Qual a gravidade da doença de base? o Quanto tempo está previsto o tratamento? o Qual o glicocorticóide a ser empregado? o Qual a dose terapêutica mínima efetiva para o caso? o Probabilidade de efeitos colaterais? Podemos administra por IV somente aqueles que são fosfato sódico e succinato sódico Glicocorticóides Prednisona – é inativa até ser metabolizada no fígado em prednisolona, o que ocorre rapidamente; pode ser prejudicada com disfunção hepática ➜Em dose alta ele suprime o eixo hipotálamo-adrenal e em 30 dias com dose baixa ele suprime o eixo hipotálamo-adrenal. ➜O tempo de recuperação para as doses baixas por longos períodos é de 2-4 semanas e nas doses altas em períodos curtos 2 meses até 1 ano. *Uso terapêutico prolongado glicocorticóides – efeitos colaterais sistêmicos = supressão eixo hipotálamo- hipófise-adrenal *Suspensão repentina de glicocorticóides após uso prolongado: INSUFICIÊNCIA ADRENAL Desmame – se foi utilizado em um tempo curto (2 semanas) e foi usado os glicocorticóides de dose baixa ou intermediaria, não é necessário realizar o desmame, mas se tivermos usado os de dose alta devemos fazer 1/3 da dose por 3-4 dias. Se foi um tempo intermediário (2 semanas até 2 meses) e fizemos a utilização da dose baixa, devemos fazer 1/3 da dose por 3-4 dias, se a dose foi intermediaria devemos fazer 1/3 da dose por 1 semana e se a dose foi alta devemos fazer o desmame com ¼ da dose por 1 semana. Se for utilizado porum longo período (>2 meses) e a dose foi baixa, devemos fazer o desmame com ¼ da dose por 1 semana, se a dose foi intermediaria, fazemos ¼ da dose por 2 semanas e se a dose foi alta fazemos 1/5 da dose por 2 semanas. SID = 1 vez ao dia. BID = 2 vezes ao dia. TID = 3 vezes ao dia. A dose dos glicocorticóides em geral nos gatos é maior do que a dose dos cães = gatos tem menor afinidade Metilprednisolona – Usada em casos de artrite, asma, dermatite alérgica e urticaria (cão e gato) → Al: Cão: 1mgkg cd 1-3 sem/SC, IM → Gato: 10-20 mg/animal cd 1-3 sem/SC → Apresentação: 40 mg/ml (ambos), 125 mg/2ml, 500 mg/8ml e 1g/16ml (Solu-medrol) Prednisolona – Usada em pacientes casos de disfunção hepática (por não precisar ser biotransformada) quando estão com inflamação conjuntiva bulbar e palpebral e de córnea (cão e gato). → Pred fort (prednisolona) → Dose: 1 gota 4-5x/d → Apresentação: fr plástico conta-gotas → Prednisolona xarope: mg/ml Dexametasona Usada em todos as espécies → Dose: Al = 0,1-0,2 mg/kg SID ou BID → Apresentação: sol inj, compr sol. Inj 2mg/ml (ampola 10ml) → Compr 0,5 mg (caixa) Hidrocortisona – → Cortef → Dose: Al = 2,5-5 mg/kg BID Insuficiência da adrenal - Para casos de insuficiência de adrenal nós usamos a prednisona (merticoten) na dose 0,1-0,2mg/kg BID VO. Se tivermos casos de ausência ou diminuição concomitante de aldosterona usamos hidrocortisona (cortef) na dose 0,5-1,1mg/kg SID porque também tem atividade mineralocorticoide. E em casos de insuficiência adrenal aguda usamos a hidrocortisona 0,5-1,1mg/kg BID ou TID. O animal clinicamente apresenta depressão, anorexia, oligúria, distúrbios do TGI e choque. Nessa insuficiência por deficiência de ACTH tem atrofia na zona fasciculada e reticulada das adrenais. Doenças autoimunes - Em casos de doença autoimunes como anemia hemolítica, trombocitopenia, polineuropatias e polimiosites começamos primeiro com uma dose imunossupressora com prednisona na dose 2,2- 6,6mg/kg SID VO por 7-10 dias. Depois que fizermos essa imunossupressão, começamos com a manutenção na dose 2,2mg/kg SID em 7-10 dias e depois desses dias tentar passar para dias alternados. Se for um quadro agudo ou grave usamos a dexametasona na dose 0,3-0,6 mg/kg IV. Alergias - Em alergias como picada de inseto, pulga hipersensibilidade alimentar, dermatite de contato, doenças brônquicopulmonares de natureza alérgica usamos a prednisona na dose 0,5-1,1mg/kg SID VO de 2-6 dias, assim que minimizados os sintomas, reduzimos a dose em 50% e depois alternamos os dias. Nos equinos fazemos a dose de 1,1mg/kg VO SID. Trauma articular - Em trauma articular podemos administrar por via interarticular (minimiza os efeitos sistêmicos) porém a própria medicação pode causar problemas articulares. Podemos fazer acetato de triancinolona na dose 6-18mg dependendo do tamanho da articulação, acetato de betametasona na dose 2,5- 5ml também dependendo do tamanho da articulação. O uso intra-articular pode reduzir efeitos intra-sinoviais como decréscimo da elasticidade da cartilagem (degeneração da cartilagem, não é reversível esse quadro) e diminuição da quantidade de glicosaminoglicano. A contra indicação para a via intra- articular é em casos de infecção, dano estrutural e instabilidade articular Efeitos adversos dos glicocorticóides – doses elevadas e administração prolongada →Temos supressão de respostas a infecções ou lesões, mas essa infecção pode piorar por conta de infecções oportunistas. →Cicatrização pode ser prejudicada (inibe síntese colágeno) →Gastrite, úlcera (aumento ácido gástrico) →Interrupção súbita após tratamento prolongado resulta insuficiência adrenal (supressão capacidade produzir corticoesteróides) – recuperação completa da função da adrenal leva 2 meses →Podemos ter fraturas por conta da eliminação renal e redução da absorção de cálcio no TGI (hipocalcemia – os osteoclastos fazem a reabsorção óssea causando fratura). →Hiperglicemia Preparações farmacológicas – Podem ser: • Ésteres (acetato, benzoato, butirato, diacetato, dipropionato, valerato) • Acetonidos ou sais (fosfato sódico, succinato sódico) • Via IV: fosfato sódico, succinato sódico • A maioria são insolúveis em água (não administrar IV) Hiperadrenocorticismo iatrogênico - o animal apresenta poliúria, polidipsia, polifagia, abdômen abaulado, apatia, atrofia muscular, alopecia e hiperpigmentação da pele. O animal tem uma importante retenção de sódio e água, hipocalcemia e hipertensão. No Hipoadrenocorticismo tem perda de sódio e retenção de potássio. Tomar sempre cuidado no uso dos anti-inflamatórios esteroidais em casos de: → Doenças infecciosas - por conta da imunossupressão que esse animal já tem → Diabete mellitus - por conta da ação hiperglicemiante dos glicocorticóides → Doenças renais - por conta do aumento do catabolismo proteico e aumento dos produtos nitrogenados → Cardiopatias - por conta da ação do mineralocorticoide que faz a retenção hídrica (retenção de sódio e perda de potássio). Aldosterona - Com o uso daqueles que tem efeito mineralocorticoide o distúrbio causa reabsorção de sódio pelos túbulos distais e aumenta a eliminação de potássio. Lembrando que o principal mineralocorticoide endógeno é a aldosterona. A síntese e liberação de aldosterona depende da composição eletrolítica do plasma. Concentrações baixas de sódio ou elevadas de potássio estimulam a zona glomerulosa da adrenal sem liberar aldosterona, além de ativar o sistema reninaangiotensina aumentando a síntese e liberação de aldosterona. O uso clínico da aldosterona é na terapia de reposição (fludocortisona), ela aumenta a reabsorve o sódio e elimina potássio.
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