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ESTUDOS DISCIPLINARES V UNIDADE II

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ESTUDOS DISCIPLINARES V UNIDADE II
PERGUNTA 1
1. Tradicionalmente, a poesia do Romantismo brasileiro é dividida em três diferentes gerações. Sobre elas, estão corretas as seguintes proposições:
I - A primeira geração do Romantismo brasileiro ficou marcada pela inovação temática e pelo experimentalismo. Também conhecida como a fase heroica do Romantismo, tinha como principal projeto literário a retomada dos modelos clássicos europeus;
II - O sofrimento, a dor existencial, a angústia e o amor sensual e idealizado foram os principais temas da literatura produzida durante a segunda fase do Romantismo. Seus principais representantes foram Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire;
III - Da primeira fase do Romantismo brasileiro destacam-se nomes como José de Alencar e Gonçalves Dias, responsáveis por imprimir em nossa literatura o sentimento de nacionalismo e anticolonialismo;
IV - Entre as principais características da poesia romântica da terceira geração, estão o interesse por temas religiosos, os dualismos que bem representam o conflito espiritual do homem do início do século XIX, o emprego de figuras de linguagem e o uso de uma linguagem rebuscada;
V - O Condoreirismo, importante corrente literária que marcou a terceira geração da poesia romântica no Brasil, teve como principal representante o poeta Castro Alves, cujo engajamento na poesia social lhe rendeu a alcunha de “poeta dos escravos”.
	
	a.
	II, III e V, apenas.
	
	b.
	I e IV, apenas.
	
	c.
	II, IV e V, apenas.
	
	d.
	II e IV, apenas.
	
	e.
	I e III, apenas.
 
PERGUNTA 2
1. Veja a imagem e os textos 1 e 2 a seguir:
 
Fabiano, Sinhá Vitória e os meninos, em cena do filme Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos. Disponível em: https://aprovadonovestibular.com/vidas-secas-livro-para-download.html. Acesso em: 24 fev. 2020.
 
Texto 1
 
A vida na fazenda se tornara difícil. Sinhá Vitória benzia-se tremendo, manejava o rosário, mexia os beiços rezando rezas desesperadas. (...) Pouco a pouco os bichos se finavam, devorados pelo carrapato. E Fabiano resistia, pedindo a Deus um milagre. Mas quando a fazenda se despovoou, viu que tudo estava perdido, combinou a viagem com a mulher, matou o bezerro morrinhento que possuíam, salgou a carne, largou-se com a família, sem se despedir do amo.
RAMOS, G. Vidas secas. 106.ª ed. São Paulo: Record, 1985, p. 117.
 
Texto 2
 
Veio a seca, maior, até o brejo ameaçava de se estorricar. Experimentaram pedir a Nhinhinha: que quisesse a chuva. — “Mas, não pode, ué...” (...). Daí a duas manhãs quis: queria o arco-íris. Choveu. E logo aparecia o arco-da-velha, sobressaído em verde com vermelho — era mais um vivo cor-de-rosa. Nhinhinha se alegrou, fora do sério, à tarde do dia com a refrescação. Fez o que nunca lhe vira, pular e correr por casa e quintal. — “Adivinhou passarinho verde?”
ROSA, J. G. Primeiras estórias. In: Ficção completa. v. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, p. 403.
 
Levando em conta a inter-relação literatura e outros sistemas culturais, assinale a opção correta:
	
	a.
	O espaço representado por Guimarães Rosa reproduz o cenário de seca construído por Graciliano Ramos.
	
	b.
	A religiosidade de Guimarães Rosa e Graciliano Ramos está representada nas crenças populares, nas rezas dos personagens bem como na esperança de intervenção divina.
	
	c.
	A resistência de Fabiano a ficar na fazenda, “pedindo a Deus um milagre”, é quebrada pela realidade dura da seca, evidenciada pelo despovoamento da fazenda.
	
	d.
	Ao tratar do milagre, a linguagem dos dois fragmentos se aproxima, sobretudo quanto ao caráter lírico da abordagem religiosa.
	
	e.
	As adversidades vividas pelos personagens revelam as condições de pobreza dos grupos sociais representados, mas são superadas mediante a intervenção divina.
PERGUNTA 3
1. Leia o texto a seguir:
Como lhes disse, fui guia de cego, vendedor de doce e trabalhador alugado. Estou convencido de que nenhum desses ofícios me daria os recursos intelectuais necessários para engendrar esta narrativa. Magra, de acordo, mas em momentos de otimismo suponho que há, nela, pedaços melhores que a literatura de Gondim. Sou, pois, superior a Mestre Caetano e a outros semelhantes. Considerando, porém, que os enfeites do meu espírito se reduzem a farrapos de conhecimento apanhados sem escolha e mal cosidos, devo confessar que a superioridade que me envaidece é bem mesquinha.   
Disponível em: https://www.mesalva.com/enem-e-vestibulares/exercicios/literatura/modernismo-de-45-terceira-geracao/modernismo-de-45-terceira-geracao-lista-3/ff82db75355. Acesso em: 24 fev. 2020.  
No trecho acima, de São Bernardo, de Graciliano Ramos, o narrador reflete sobre questões que dizem respeito, diretamente, à sua competência para desenvolver uma narrativa autobiográfica. Essa competência é explicitamente posta em dúvida em outras passagens do romance, como, por exemplo, em:
	
	a.
	As pessoas que me lerem, terão, pois, a bondade de traduzir isto em linguagem literária, se quiserem.
	
	b.
	Começo declarando que me chamo Paulo Honório, peso oitenta e nove quilos e completei cinquenta anos pelo São Pedro.
	
	c.
	João Nogueira queria o romance em língua de Camões, com períodos formados de trás para diante. Calculem.
	
	d.
	E eu vou ficar aqui, às escuras, até não sei que horas, até que, morto de fadiga, encoste a cabeça na mesa e descanse uns minutos.
	
	e.
	Reproduzo o que julgo interessante. Suprimi diversas passagens, modifiquei outras.
PERGUNTA 4
1. Leia o texto a seguir:
A designação de Realismo, dada a esse movimento, é inadequada, pois o realismo ocorre em todos os tempos como um dos polos da criação literária, sendo a tendência para reproduzir nas obras os traços observados no mundo real (...). Sob vários aspectos, o romance romântico foi cheio de realismo, pois a ficção moderna se constituiu justamente na medida em que visou, cada vez mais, a comunicar ao leitor o sentimento da realidade, por meio da observação exata do mundo e dos seres.
CANDIDO, A.; CASTELLO, J. A. Presença da literatura brasileira.
 
Aceitando-se o que diz o trecho anterior, é correto afirmar que são fortes os pontos de contato entre o romance romântico brasileiro ocupado com a vida urbana e a burguesa, e o romance Esaú e Jacó, de Machado de Assis?
	
	a.
	Sim, pois em ambos os casos a motivação essencial é a da consolidação do sentimento nacionalista.
	
	b.
	Não, já que o antirromantismo de Machado de Assis desviou-o do drama urbano e burguês.
	
	c.
	Não, já que Machado de Assis, em sua fase madura, circunscreveu a sua ficção à análise psicológica.
	
	d.
	Sim, pois em ambos os casos o quadro histórico e social têm peso decisivo para a criação romanesca.
	
	e.
	Sim, pois, em ambos os casos, o estímulo inicial é a expressão otimista do processo de formação de uma sociedade.
PERGUNTA 5
1. Leia os textos 1 e 2 a seguir:
Texto 1
 
O universo (que outros chamam a Biblioteca) compõe-se de um número indefinido, e talvez infinito, de galerias hexagonais, com vastos poços de ventilação no centro, cercados por balaustradas baixíssimas. (...) A Biblioteca existe ab aeterno. Dessa verdade, cujo corolário imediato é a eternidade futura do mundo, nenhuma mente razoável pode duvidar. (...) Em alguma estante de algum hexágono (raciocinaram os homens) deve existir um livro que seja a cifra e o compêndio perfeito de todos os demais: algum bibliotecário o consultou e é análogo a um deus.
BORGES, J. L. A biblioteca de Babel. In: Ficções.
 
Texto 2
 
Sertão velho de idades. Porque – serra pede serra – e dessas, altas, é que o senhor vê bem: como é que o sertão vem e volta. Não adianta de dar as costas. Ele beira aqui, e vai beirar outros lugares, tão distantes. Rumor dele se escuta. Sertão sendo do sol e os pássaros: urubu, gavião – que sempre voam, às imensidões, por sobre... Travessia perigosa, mas é a da vida. Sertão que se alteia e se abaixa. Mas que as curvas dos campos estendem sempre para mais longe. Ali envelhece vento. E os brabos bichos, do fundo dele...
ROSA, J. G. Grandesertão: veredas.
 
Encontram-se, nesses textos, dois espaços ficcionais bastante representativos, respectivamente, das obras de Borges e de Guimarães Rosa. Apesar das fortes diferenças entre esses espaços, eles apresentam uma característica essencial em comum. Qual é ela?
	
	a.
	O sentido de uma totalização: a biblioteca e o sertão são apresentados como universos de máxima abrangência.
	
	b.
	O sentido de um anacronismo: a biblioteca e o sertão expressam valores ultrapassados.
	
	c.
	O sentimento de superioridade do homem em relação à natureza.
	
	d.
	O sentimento de autossuficiência do indivíduo, confiante na razão.
	
	e.
	O sentido de uma insuficiência: o espaço explorado não estimula o pensamento metafísico.
PERGUNTA 6
1. Leia os textos a seguir:
Texto 1
 
Em casa, os amigos do jantar não se metiam a dissuadi-lo. Também não confirmavam nada, por vergonha uns dos outros; sorriam e desconversavam. (...) Rubião via-os fardados; ordenava um reconhecimento, um ataque, e não era necessário que eles saíssem a obedecer; o cérebro do anfitrião cumpria tudo. Quando Rubião deixava o campo de batalha para tornar à mesa, esta era outra. Já sem prataria, quase sem porcelanas nem cristais, ainda assim aparecia aos olhos de Rubião regiamente esplêndida. Pobres galinhas magras eram graduadas em faisões, assados de má morte traziam o sabor das mais finas iguarias da Terra. (...) Toda a mais casa, gasta, pelo tempo e pela incúria, tapetes desbotados, mobílias truncadas e descompostas, cortinas enxovalhadas, nada tinha o seu atual aspecto, mas outro, lustroso e magnífico.
Adaptado de: ASSIS, M. de. Quincas Borba. São Paulo: W. M. Jackson Editores, 1955, p. 317-319.
 
Texto 2
 
A uns, a ironia no tratamento da cor local e de tudo que seja imediato pareceu uma desconsideração. Faltaria a Machado o amor de nossas coisas. Outros saudaram nele o nosso primeiro escritor com preocupações universais. Uma contra, outra a favor, as duas convicções registram a posição diminuída que acompanha a notação local no romance de Machado, e concluem daí para a pouca importância dela. Uma terceira corrente vê Machado sob o signo da dialética do local e do universal. Em Quincas Borba, o leitor, a todo o momento, encontra, lado a lado e bem distintos, o local e o universal. A Machado não interessava a sua síntese, mas a sua disparidade, a qual lhe parecia característica.
Adaptado de: SCHWARZ, R. Que horas são? São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 167-170.
 
De acordo com o texto de Roberto Schwarz, acerca da recepção crítica da obra de Machado de Assis, assinale a opção que interpreta corretamente o trecho de Quincas Borba, referente ao delírio do protagonista Rubião.
	
	a.
	O aspecto “lustroso e magnífico” que Rubião dava às “cortinas enxovalhadas” acentua a disparidade crítica da obra machadiana, que, pela tensão entre o local e o universal, descortina a vida nacional.
	
	b.
	A divisão da crítica quanto à recepção da obra de Machado de Assis é um falso problema, pois, como se vê em Quincas Borba, o pitoresco e o exotismo românticos continuam presentes no texto machadiano.
	
	c.
	Rubião, incapaz de enxergar a realidade como ela de fato era, confirma, com o seu delírio, a tendência crítica que vê, na obra de Machado de Assis, uma atitude de desconsideração para com a realidade nacional.
	
	d.
	A identificação de Rubião com o imperador francês corresponde à da obra de Machado de Assis com os modelos literários universais, o que reafirma a recepção crítica que saudava a universalidade da obra do escritor.
	
	e.
	A ironia machadiana presente na obra Quincas Borba, evidenciada na imagem de as “galinhas magras” se transformarem em “faisões”, confirma as opiniões críticas que concebem a obra de Machado como a negação do aspecto nacional e a valorização do universal.
PERGUNTA 7
1. Leia o capítulo LXXI, do livro Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
 
O senão do livro
 
Começo o arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...
E caem! – Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar... Heis de cair.
ASSIS, M. de. Memórias póstumas de Brás Cubas.
 
No contexto, a locução “Heis de cair”, na última linha do texto, exprime a(o):
	
	a.
	Resignação ante um fato presente.
	
	b.
	Suposição de que um fato pode vir a ocorrer.
	
	c.
	Certeza de que uma dada ação irá se realizar.
	
	d.
	Ação intermitente e duradoura.
	
	e.
	Desejo de que algo venha a acontecer.
PERGUNTA 8
1. Examine as seguintes afirmações relativas aos romances brasileiros do século XIX, nos quais a escravidão aparece e, em seguida, considere os três livros citados:
I - Tão impregnado mostrava-se o Brasil de escravidão, que até o movimento abolicionista pôde servir, a ela, de fachada;
II - De modo flagrante, mas sem julgamentos morais ou ênfase especial, indica-se a prática rotineira do tráfico transoceânico de escravos;
III - De modo tão pontual quanto incisivo, expõe-se o vínculo entre a escravidão e a prática de tortura física.
A - Memórias de um Sargento de Milícias.
B - Memórias Póstumas de Brás Cubas.
C - O Cortiço.
As afirmações I, II e III relacionam-se, de modo mais direto, respectivamente, com os romances:
	
	a.
	B, A, C.
	
	b.
	C, A, B.
	
	c.
	A, C, B.
	
	d.
	B, C, A.
	
	e.
	A, B, C.
PERGUNTA 9
1. Considere o fragmento do romance Os Maias, de Eça de Queirós, a seguir:
Pobre Alencar! O naturalismo; (...) essas rudes análises, apoderando-se da Igreja, da Realeza, da Burocracia, da Finança, de todas as coisas santas, dissecando-as brutalmente e mostrando-lhes a lesão, (...) apanhando em flagrante (...) a palpitação mesma da vida; tudo isso (...), caindo assim de chofre e escangalhando a catedral romântica, sob a qual tantos anos ele tivera altar e celebrara missa, tinha desnorteado o pobre Alencar (...). O naturalismo, com as suas aluviões de obscenidade, ameaçava corromper o pudor social? Pois bem. Ele, Alencar, seria o paladino da Moral (...); então, o romancista de Elvira que, em novela e drama, fizera a propaganda do amor ilegítimo, representando os deveres conjugais como montanhas de tédio, dando a todos os maridos formas gordurosas e bestiais, e a todos os amantes a beleza, o esplendor e o gênio dos antigos Apolos; então, Tomás Alencar, que (...) passava, ele próprio, uma existência medonha de adultérios, lubricidade, orgias (...) – de ora em diante austero, incorruptível, (...) passou a vigiar, atentamente, o jornal, o livro, o teatro. 
Disponível em: https://www.livros-digitais.com/eca-de-queiros/os-maias/141. Acesso em: 24 fev. 2020.
 
No trecho, quem relata é o narrador em terceira pessoa que se aproveita, dentre outros recursos, do discurso indireto livre. Considerado o contexto cultural em que a obra foi produzida, é correto afirmar que, nesse relato, o uso da ironia:
	
	a.
	Permitiu que o narrador, aderindo aos sentimentos de Tomás Alencar, criticasse a estética realista/naturalista, traduzindo a visão de Eça de Queirós.
	
	b.
	Produziu uma inversão: o narrador, caracterizando o Realismo/Naturalismo sob a perspectiva de Tomás Alencar, deixa transparecer as convicções do realista Eça de Queirós sobre o Romantismo.
	
	c.
	Criou um discurso de natureza metalinguística: o tema é a arte de Tomás Alencar, que, embora romântico, procura compor segundoo estilo das obras de Zola.
	
	d.
	Propiciou que fossem citadas, pela voz da personagem, as razões do juízo desfavorável de Eça de Queirós acerca das propostas da geração das Conferências do Cassino Lisbonense.
	
	e.
	Criou as referências (tédio no casamento, maridos como figuras bestiais, amantes apolíneos) que aproximam Tomás Alencar do autor de Madame Bovary, o que justifica a sua aversão ao Realismo/Naturalismo. 
PERGUNTA 10
1.  Leia o texto a seguir:
Pobre Alencar! O naturalismo; (...) essas rudes análises, apoderando-se da Igreja, da Realeza, da Burocracia, da Finança, de todas as coisas santas, dissecando-as brutalmente e mostrando-lhes a lesão, (...) apanhando em flagrante (...) a palpitação mesma da vida; tudo isso (...), caindo assim de chofre e escangalhando a catedral romântica, sob a qual tantos anos ele tivera altar e celebrara missa, tinha desnorteado o pobre Alencar (...). O naturalismo, com as suas aluviões de obscenidade, ameaçava corromper o pudor social? Pois bem. Ele, Alencar, seria o paladino da Moral (...); então, o romancista de Elvira que, em novela e drama, fizera a propaganda do amor ilegítimo, representando os deveres conjugais como montanhas de tédio, dando a todos os maridos formas gordurosas e bestiais, e a todos os amantes a beleza, o esplendor e o gênio dos antigos Apolos; então, Tomás Alencar, que (...) passava, ele próprio, uma existência medonha de adultérios, lubricidade, orgias (...) – de ora em diante austero, incorruptível, (...) passou a vigiar, atentamente, o jornal, o livro, o teatro. 
Disponível em: https://www.livros-digitais.com/eca-de-queiros/os-maias/141. Acesso em: 24 fev. 2020.
 
O crítico José Guilherme Merquior, ao analisar a questão da literatura na Modernidade, afirma:
 
... a partir de Flaubert e Baudelaire, instala-se nas letras o senso da “vacuidade do ideal”; emerge a tradição moderna como literatura crítica.
 
Disponível em: https://www.academia.edu/6674703/Modernismo_de_vanguarda_e_tradi%C3%A7%C3%A3o_liter%C3%A1ria_brasileira_Carlos_Drummond_de_Andrade_em_perspectiva_%C3%BAnica. Acesso em: 24 fev. 2010.
 
O ideal esvaziado de conteúdo, assinalado pelo crítico, no texto de Eça de Queirós:
	
	a.
	Constitui a busca do “paladino da moral”.
	
	b.
	É considerado a causa da ação de “celebrar a missa durante tantos anos”.
	
	c.
	Pode ser associado a “escangalhando a catedral romântica”.
	
	d.
	Está tomado como o sinônimo de “palpitação mesma da vida”.
	
	e.
	É tido como a consequência da “propaganda do amor ilegítimo”.

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