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Literatura Brasileira do Período Realista à Literatura Contemporânea

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SARA JANY

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Questões resolvidas

Considerando o fragmento extraído do conto machadiano, analise as sentenças a seguir:
I- A angústia de Damião, divido entre justiça e interesses pessoais.
II- A crueldade da escravidão e o poder senhoril da elite burguesa.
III- A visão pessimista do narrador sobre o ser humano.
a) Somente a sentença III está correta.
b) Somente a sentença II está correta.
c) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) Somente a sentença I está correta.

Sobre as características do romance naturalista, é correto afirmar:
a) Os fundamentos característicos desse romance colocam em relevo o Romantismo.
b) Zola enfatizava a parcialidade do escritor, que deveria apresentar a subjetividade do personagem.
c) O romance naturalista concebe o homem condicionado à hereditariedade biológica e ao ambiente social.

contexto cultural em que a obra foi produzida, é correto afirmar que, nesse relato, o uso da ironia
a) Produziu uma inversão: o narrador, caracterizando o Realismo/Naturalismo sob a perspectiva de Tomás Alencar, deixa transparecer as convicções do realista Eça de Queirós sobre o Romantismo.
b) Propiciou que fossem citadas, pela voz da personagem, as razões do juízo desfavorável de Eça de Queirós acerca das propostas da geração das Conferências do Cassino Lisbonense.
c) Permitiu que o narrador, aderindo aos sentimentos de Tomás Alencar, criticasse a estética realista/naturalista, traduzindo a visão de Eça de Queirós.
d) Criou um discurso de natureza metalinguística: o tema é a arte de Tomás Alencar, que, embora romântico, procura compor segundo o estilo das obras de Zola.

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Questões resolvidas

Considerando o fragmento extraído do conto machadiano, analise as sentenças a seguir:
I- A angústia de Damião, divido entre justiça e interesses pessoais.
II- A crueldade da escravidão e o poder senhoril da elite burguesa.
III- A visão pessimista do narrador sobre o ser humano.
a) Somente a sentença III está correta.
b) Somente a sentença II está correta.
c) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) Somente a sentença I está correta.

Sobre as características do romance naturalista, é correto afirmar:
a) Os fundamentos característicos desse romance colocam em relevo o Romantismo.
b) Zola enfatizava a parcialidade do escritor, que deveria apresentar a subjetividade do personagem.
c) O romance naturalista concebe o homem condicionado à hereditariedade biológica e ao ambiente social.

contexto cultural em que a obra foi produzida, é correto afirmar que, nesse relato, o uso da ironia
a) Produziu uma inversão: o narrador, caracterizando o Realismo/Naturalismo sob a perspectiva de Tomás Alencar, deixa transparecer as convicções do realista Eça de Queirós sobre o Romantismo.
b) Propiciou que fossem citadas, pela voz da personagem, as razões do juízo desfavorável de Eça de Queirós acerca das propostas da geração das Conferências do Cassino Lisbonense.
c) Permitiu que o narrador, aderindo aos sentimentos de Tomás Alencar, criticasse a estética realista/naturalista, traduzindo a visão de Eça de Queirós.
d) Criou um discurso de natureza metalinguística: o tema é a arte de Tomás Alencar, que, embora romântico, procura compor segundo o estilo das obras de Zola.

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Literatura Brasileira: do Período Realista à Literatura Contemporânea (AVALIAÇÃO FINAL OBJETIVA)
	João da Cruz e Sousa é natural de Florianópolis (SC). Era filho de escravos alforriados, mas recebeu educação esmerada, tendo sido discípulo do alemão Fritz Müller, estudioso de fama universal na época. Exerceu o cargo de professor e jornalista no Rio de Janeiro, onde ingressou no grupo simbolista, tornando-se logo respeitado face ao seu estilo de escrita. Com relação às características de suas obras e a sua vida de forma geral, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
(    ) O poeta foi discriminado e, muitas vezes, vítima de preconceito de cor.
(    ) Os textos em prosa desse autor trazem um simbolismo discreto, sem a musicalidade dos poemas.
(    ) No livro Broquéis, Cruz e Souza afirma-se como autor literário, ou seja, essa obra representa uma tomada de consciência e a assimilação da estética simbolista.
(    ) Descrição da sociedade da época e objetividade são características que fazem parte da obra de Cruz e Souza.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
	
	 a)
	V - F - V - V.
	 b)
	V - V - V - F.
	 c)
	F - F - F - V.
	 d)
	F - V - V - V.
	2.
	A Semana de Arte Moderna, que aconteceu em fevereiro de 1922, em São Paulo, foi considerada pela crítica a renovação das artes no Brasil. O evento abrangeu a pintura, a escultura, a poesia, a literatura e a música. Vários artistas, inspirados pelas vanguardas modernistas europeias, trouxeram propostas de novas linguagens artísticas. Sobre os acontecimentos da Semana de Arte Moderna, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
(    ) O escritor Oswald de Andrade retornou da Europa com as ideias contidas no manifesto Futurista de Marinetti, o qual propunha uma literatura embasada na civilização técnica.
(    ) Artistas de várias áreas compreenderam os anseios de Oswald de Andrade de modernizar a literatura e a arte brasileira.
(    ) A Semana de Arte Moderna trouxe o rompimento com o conservadorismo da arte europeia, referência para a arte brasileira.
(    ) O evento foi marcado pela apresentação de novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
	 a)
	F - F - V - F.
	 b)
	V - F - V - V.
	 c)
	V - V - V - V.
	 d)
	V - F - F - V.
	3.
	Os escritores da literatura brasileira, especialmente a partir do Período Realista, foram hábeis na criação de personagens instigantes e marcantes em seus romances e contos. Nesse sentido, sobre os personagens e suas caracterizações apresentadas nas obras, associe os itens, utilizando o código a seguir:
I- Bentinho.
II- Rubião.
III- João Romão.
IV- Sérgio.
(    ) A personagem se divide em sensações opostas entre o passado incerto de professor e o seguro presente de capitalista, em face da herança recebida pela morte de Quincas Borba.
(    ) Nesta narrativa, o protagonista descreve os acontecimentos que marcaram sua vida no internato.
(    ) Dom Casmurro, na velhice, por meio da escritura, relata inquietações vividas desde a adolescência.
(    ) Neste romance, o dono do cortiço explora os empregados para atingir seus objetivos e acumular bens.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
	 a)
	II - IV - I - III.
	 b)
	IV - I - II - III.
	 c)
	I - III - IV - II.
	 d)
	II - I - III - IV.
	4.
	A partir da leitura dos textos abaixo, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas:
Texto 1
"Faltava-lhe o jeito de se ajeitar. Só vagamente tomava conhecimento da espécie de ausência  que tinha de si mesma. Se fosse criatura que exprimisse diria: o mundo é fora de mim, eu sou fora de mim. (Vai ser difícil escrever essa história. Apesar de eu não ter nada a ver com essa moça, terei que me escrever todo através dela por entre espantos meus. Os fatos são sonoros mas entre os fatos há um sussurro. É o sussurro que me impressiona.)"
Texto 2
"Vivia longe dos homens, só se dava bem com animais. Os seus pés duros quebravam espinhos e no sentiam a quentura da terra. Montado confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A p, no se aguentava bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. Às vezes, utilizava nas relações com as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos exclamações, onomatopeias. Na verdade falava pouco. Admira as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas."
I- As  narrativas  "A hora da estrela" e  "Vidas Secas" evidenciam a fragilidade da condição humana e o silêncio instituído no discurso das personagens.
PORQUE
II- Podemos considerar que existe um quadro de desumanização das personagens que se reflete numa crise da linguagem.
Assinale a alternativa CORRETA:
FONTE: RAMOS, Graciliano. Vida Secas. 105a ed. Rio de Janeiro: Record, 2008, p. 20;
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998, p. 24.
	 a)
	As asserções I e II são proposições falsas.
	 b)
	As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
	 c)
	As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
	 d)
	A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
	5.
	(ENADE, 2018) No Brasil, a estética naturalista caracteriza-se pela apropriação das correntes científicas europeias a temas da realidade nacional, evidenciados no trecho do romance O cortiço, de Aluísio de Azevedo, que segue:
"Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou as saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas".
Analise as sentenças a seguir:
I- Uma forte influência das doutrinas cientificistas, entre elas: o determinismo, o evolucionismo e o positivismo.
II- A sujeição das personagens ao meio que vivem e a representação das formas de exploração capitalista vigente no Brasil.
III- A experiência coletiva de moradia representada por um espaço que reduz as pessoas à condição de animais.
Assinale a alternativa CORRETA:
FONTE: AZEVEDO, Aluísio. O cortiço. 30. ed. São Paulo: Ática, 1997, p. 28.
	 a)
	Somente a sentença I está correta.
	 b)
	As sentenças I, II e III estão corretas.
	 c)
	Somente a sentença II está correta.
	 d)
	Somente a sentença III está correta.
	6.
	O Naturalismo, por meio do caráter mais científico, buscou um novo tratamento ao Realismo. Em seus textos, os escritores naturalistas relataram a decadência das instituições e denunciam a hipocrisia. No que se refere à criação literária desse movimento, associe os itens, utilizando o código a seguir:
I- Aluísio de Azevedo.
II- Herculano Marcos Inglês de Souza.
III- Raul Pompeia.
IV- Júlio César Ribeiro.
(    ) A Carne.
(    ) O Ateneu.
(    ) O Livro de uma Sogra.
(    ) O Coronel Sangrado.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
	 a)
	I - III - IV - II.
	 b)
	IV - I - III - II.
	 c)
	II - I - IV - III.
	 d)
	IV - III - I - II.
	7.
	O cubismo foi um movimento de vanguarda queinfluenciou sobremaneira a arte, e sua origem remonta à Paris no ano de 1907. O cubismo recusa a concepção de arte como imitação da natureza, sendo, por isso,  considerado um divisor de águas na história da arte ocidental. No que se refere à literatura, a intenção era de apresentar uma linguagem cujas palavras eram dispostas de maneira simultânea, com o objetivo de formar uma imagem. Sobre esse movimento, assinale a alternativa CORRETA:
	 a)
	O cubismo foi inexpressivo no Brasil, a ponto de não obter nenhuma adesão artística no século XX.
	 b)
	O cubismo inaugurou e personificou a arte moderna, porque seus representantes concebiam a pintura sob várias perspectivas.
	 c)
	A tendência cubista fracassou porque o conceito não foi absorvido pela literatura, ou seja, não teve representação.
	 d)
	As ideias cubistas eram ignoradas pelos participantes da Semana da Arte Moderna, tanto nas artes plásticas quanto na literatura.
	8.
	Leia a seguir um trecho da narrativa "Macunaíma: o herói sem nenhum caráter", de Mário de Andrade,  e responda à questão seguinte.
"No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera [rio do estado de Roaraima], que a índia, tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro: passou mais de seis anos não falando. Sio incitavam a falar exclamava:
- Ai! que preguiça!. . . e não dizia mais nada." Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força de homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém. E também espertava quando a família ia tomar banho no rio, todos juntos e nus. Passava o tempo do banho dando mergulho, e as mulheres soltavam gritos gozados por causa dos guaimuns [tipo de carangueijo] diz-que habitando a água-doce por lá. [...]".
Considerando o trecho exposto acima e o projeto literário de "Macunaína: o herói sem nenhum caráter",  elaborado por Mário de Andrade no período do Modernismo brasileiro, analise as sentenças a seguir:  
I- A narrativa mistura elementos dos mitos indígenas e o registro da linguagem coloquial brasileira.
II- O ideal virtuoso tradicionalmente atribuído aos heróis aparece de modo oposto em Macunaíma, caracterizado pela peraltice, preguiça, manha, entre outros aspectos grotescos.
III- A obra é classificada pelo autor como uma rapsódia, forma literária originária na Grécia Antiga que incorpora várias narrativas pertencentes à tradição oral.
Assinale a alternativa CORRETA:
FONTE: ANDRADE, Mário. "Macunaíma: o herói sem nenhum caráter". Petrópolis, RJ: Vozes, 2016, p. 7.
	 a)
	Somente a sentença III está correta.
	 b)
	Somente a sentença I está correta.
	 c)
	Somente a sentença II está correta.
	 d)
	As sentenças I, II e III estão corretas.
	9.
	(ENADE, 2018) No fragmento do conto "O caso da vara" (1891), apresentado a seguir, Machado de Assis apresenta uma visão dos costumes da sociedade do século XIX, traçando um perfil das pessoas e o modo como se posicionam no mundo.
[...]
Era a hora de recolher os trabalhos. Sinhá Rita examinou-os, todas as discípulas tinham concluído a tarefa. Só Lucrécia estava ainda à almofada, meneando os bilros, já sem ver; Sinhá Rita chegou-se a ela, viu que a tarefa não estava acabada, ficou furiosa, e agarrou-a
por uma orelha.
- Ah! malandra!
- Nhanhã, nhanhã! pelo amor de Deus! por Nossa Senhora que está no céu.
- Malandra! Nossa Senhora não protege vadias!
Lucrécia fez um esforço, soltou-se das mãos da senhora, e fugiu para dentro; a senhora foi atrás e agarrou-a.
- Anda cá!
- Minha senhora, me perdoe!
- Não perdôo, não.
E tornaram ambas à sala, uma presa pela orelha, debatendo-se, chorando e pedindo; a outra dizendo que não, que a havia de castigar.
- Onde está a vara?
A vara estava à cabeceira da marquesa, do outro lado da sala Sinhá Rita, não querendo soltar a pequena, bradou ao seminarista.
- Sr. Damião, dê-me aquela vara, faz favor?
Damião ficou frio. . . Cruel instante! Uma nuvem passou-lhe pelos olhos. Sim, tinha Jurado apadrinhar a pequena, que por causa dele, atrasara o trabalho...
- Dê-me a vara, Sr. Damião!
Damião chegou a caminhar na direção da marquesa. A negrinha pediu-lhe então por tudo o que houvesse mais sagrado, pela mãe, pelo pai, por Nosso Senhor.. .
- Me acuda, meu sinhô moço!
Sinhá Rita, com a cara em fogo e os olhos esbugalhados, instava pela vara, sem largar a negrinha, agora presa de um acesso de tosse. Damião sentiu-se compungido; mas ele precisava tanto sair do seminário! Chegou à marquesa, pegou na vara e entregou-a a Sinhá Rita.
[...]
Considerando o fragmento extraído do conto machadiano, analise as sentenças a seguir:
I- A angústia de Damião, divido entre justiça e interesses pessoais.
II- A crueldade da escravidão e o poder senhoril da elite burguesa.
III- A visão pessimista do narrador sobre o ser humano.
Assinale a alternativa CORRETA:
FONTE: ASSIS, Machado de. O caso da vara. Disponível em :http://www.dominiopublico.gov.br/download/
texto/bv000219.pdf.  Acesso em: 23 jun. 2018.
	 a)
	Somente a sentença III está correta.
	 b)
	Somente a sentença II está correta.
	 c)
	As sentenças I, II e III estão corretas.
	 d)
	Somente a sentença I está correta.
	10.
	O escritor Émile Zola publicou Thérèse Raquin (1867), um romance naturalista, com o qual formulou a doutrina do romance experimental. Sobre as características do romance naturalista, é correto afirmar:
	 a)
	Os fundamentos característicos desse romance colocam em relevo o Romantismo.
	 b)
	Zola enfatizava a parcialidade do escritor, que deveria apresentar a subjetividade do personagem.
	 c)
	O romance naturalista concebe o homem condicionado à hereditariedade biológica e ao ambiente social.
	 d)
	Uma das características é inerente à função romântica do homem e da sociedade.
	11.
	(ENADE, 2008) Em casa, os amigos do jantar não se metiam a dissuadi-lo. Também não confirmavam nada, por vergonha uns dos outros; sorriam e desconversavam. (...) Rubião via-os fardados; ordenava um reconhecimento, um ataque, e não era necessário que eles saíssem a obedecer; o cérebro do anfitrião cumpria tudo. Quando Rubião deixava o campo de batalha para tornar à mesa, esta era outra. Já sem prataria, quase sem porcelanas nem cristais, ainda assim aparecia aos olhos de Rubião regiamente esplêndida. Pobres galinhas magras eram graduadas em faisões, assados de má morte traziam o sabor das mais finas iguarias da Terra. (...) Toda a mais casa, gasta, pelo tempo e pela incúria, tapetes desbotados, mobílias truncadas e descompostas, cortinas enxovalhadas, nada tinha o seu atual aspecto, mas outro, lustroso e magnífico.
Machado de Assis. Quincas Borba. São Paulo: W. M. Jackson Editores, 1955, p. 317-9 (fragmento).
A uns, a ironia no tratamento da cor local e de tudo que seja imediato pareceu uma desconsideração. Faltaria a Machado o amor de nossas coisas. Outros saudaram nele o nosso primeiro escritor com preocupações universais. Uma contra, outra a favor, as duas convicções
registram a posição diminuída que acompanha a notação local no romance de Machado, e concluem daí para a pouca importância dela. Uma terceira corrente vê Machado sob o signo da dialética do local e do universal. Em Quincas Borba, o leitor a todo o momento encontra, lado a lado e bem distintos, o local e o universal. A Machado não interessava a sua síntese, mas a sua disparidade, a qual lhe parecia característica.
Roberto Schwarz. Que horas são? São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 167-70.(com adaptações).
De acordo com o texto de Roberto Schwarz, acerca da recepção crítica da obra de Machado de Assis, assinale a opção que interpreta corretamente o trecho de Quincas Borba, referente ao delírio do protagonista Rubião.a)
	A divisão da crítica quanto à recepção da obra de Machado de Assis é um falso problema, pois, como se vê em Quincas Borba, o pitoresco e o exotismo românticos continuam presentes no texto machadiano.
	 b)
	O aspecto "lustroso e magnífico" que Rubião dava às "cortinas enxovalhadas" acentua a disparidade crítica da obra machadiana, que, pela tensão entre local e universal, descortina a vida nacional.
	 c)
	A identificação de Rubião com o imperador francês corresponde à da obra de Machado de Assis com os modelos literários universais, o que reafirma a recepção crítica que saudava a universalidade da obra do escritor.
	 d)
	Rubião, incapaz de enxergar a realidade como ela de fato era, confirma, com seu delírio, a tendência crítica que vê, na obra de Machado de Assis, uma atitude de desconsideração para com a realidade nacional.
	12.
	(ENADE, 2005) Pobre Alencar! O naturalismo; (...) essas rudes análises, apoderando-se da Igreja, da Realeza, da Burocracia, da Finança, de todas as coisas santas, dissecando-as brutalmente e mostrando-lhes a lesão, (...) apanhando em flagrante (...) a palpitação mesma da vida; tudo isso (...), caindo assim de chofre e escangalhando a catedral romântica, sob a qual tantos anos ele tivera altar e celebrara missa, tinha desnorteado o pobre Alencar (...). O naturalismo, com as suas aluviões de obscenidade, ameaçava corromper o pudor social? Pois bem. Ele, Alencar, seria o paladino da Moral (...); então o romancista de Elvira que, em novela e drama, fizera a propaganda do amor ilegítimo, representando os deveres conjugais como montanhas de tédio, dando a todos os maridos formas gordurosas e bestiais, e a todos os amantes a beleza, o esplendor e o gênio dos antigos Apolos; então Tomás Alencar, que (...) passava ele próprio uma existência medonha de adultérios, lubricidade, orgias (...) - de ora em diante austero, incorruptível, (...) passou a vigiar atentamente o jornal, o livro, o teatro.
No trecho acima, quem relata é o narrador em terceira pessoa que se aproveita, dentre outros recursos, do discurso indireto livre. Considerado o contexto cultural em que a obra foi produzida, é correto afirmar que, nesse relato, o uso da ironia
	 a)
	Produziu uma inversão: o narrador, caracterizando o Realismo/Naturalismo sob a perspectiva de Tomás Alencar, deixa transparecer as convicções do realista Eça de Queirós sobre o Romantismo.
	 b)
	Propiciou que fossem citadas, pela voz da personagem, as razões do juízo desfavorável de Eça de Queirós acerca das propostas da geração das Conferências do Cassino Lisbonense.
	 c)
	Permitiu que o narrador, aderindo aos sentimentos de Tomás Alencar, criticasse a estética realista/naturalista, traduzindo a visão de Eça de Queirós.
	 d)
	Criou um discurso de natureza metalinguística: o tema é a arte de Tomás Alencar, que, embora romântico, procura compor segundo o estilo das obras de Zola.

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